P.O.V. Luke

Nunca tinha me divertido tanto igual aquele atarde que passei com Annie, ela realmente foi uma verdadeira amiga mandando para mim no momento certo. Entendam, nunca fui desses de fazer amizade rápido, acho que é porque vim do interior e aqui as pessoas tem um pouco de preconceito com gente assim, principalmente os alunos da Goode. Então sempre fui fechado para o mundo e o único amigo que conseguir eu o perdi por uma besteira que fiz. E assim que Annabeth disse seu nome eu quase dei um enfarto. Olhei para Annie, ela era muito inteligente e parecia um pouco confusa.

- Vem – falei a puxando para um banco – Vou te contar a história. Ela assentiu e juntos nos sentamos deixando nossos skates perto de nossos pés – Quando cheguei aqui fui estudar na GHS, bem assim que cheguei lá recebi olhares de toda forma, desejo, ódio, raiva, inveja, desprezo e nojo. Nunca fui bom em fazer amizades, sempre fechado para as pessoas, nas primeiras semanas de aula passei o intervalo e trabalhos sozinho. Até que surgiu um teste para o time de basquete, e como na minha antiga escola eu jogava e era considerado um dos melhores, bem, decidir fazer. Assim que a aula acabou, corri para o ginásio, fiz o teste e fui embora. No dia seguinte o capitão que no caso era e até hoje é o Percy veio falar comigo, e me deu a noticia que eu estava dentro, fiquei feliz pra caramba. Então o tempo foi passando, Percy e eu éramos como uma dupla na quadra um sabia todos os movimentos do outro e nessa parceria ganhávamos todos os jogos, e assim conseguimos ir para o estadual e para nossa sorte vencemos, desde dai nos tornamos melhores amigos. Para comemorar nossa vitória repentina, ele decidiu fazer uma festa em sua casa. Eu nunca tinha ido a uma festa, e quando cheguei nessa, tudo que fiz foi beber, beber e beber, isso era uma coisa viciante ainda zoado percebi que Percy também não estava nada bem. Acordo no outro dia com uma ressaca do caralho, não me lembrando de nada da noite anterior, me viro na cama e deparo com uma garota morena seminua, percebi que estava no quarto do Percy e que a menina do meu lado era Drew sua namorada, aí a ficha caiu, eu tinha dormido nos dois sentidos com a namorada do Percy, mas o mais estranho é que eu não me lembrava disso, então pensei que era um dos efeitos da bebida. Quando Percy descobriu, virou uma fera me chamando de nomes que nunca ouvi na vida, me expulsou do time e de sua vida. Desde então nunca mais nos falamos.

Annabeth parecia processar os fatos, eu não a culpava era informação demais ficamos calados por algum tempo, ela com os olhos fixos na calçada e brincando com os dedos, até que não aguentei esse silêncio e o quebrei.

- Annie, olha eu estava bêbado, não queria que essa festa acabasse assim, eu não... – fui interrompido com um abraço inesperado vindo dela, tudo que eu fiz foi correspondê-lo. Ainda abraçados ela fala.

- Luke, todo ser humano comete erros, e é tão bonito quando eles se arrependem igual você fez. Sabe você não lembra, mas tenho quase certeza que não foi sua intenção, um menino com o coração tão bom não conseguiria fazer com seu melhor amigo isso. Por mais que não tenha explicação eu acredito que você não seria capaz de traí-lo – a apertei mais contra mim, não acreditava que ela estava do meu lado, se não fosse por tanta gente aposto que eu estaria chorando agora.

- Obrigada Annie, você realmente vale ouro, nunca conheci uma pessoa tão boa igual a você.

Nos soltamos e ela está sorrindo, não aguento e um sorriso também se forma em meu rosto.

- Já está tarde – diz olhando no relógio do celular – É melhor eu ir.

- Eu também – levantamos do banco, trocamos nossos números de celulares e nos despedimos com um abraço e um beijo na bochecha.

- Qualquer coisa me liga Lukito – falou divertida, solto uma gargalhada.

- Lukito? Tem certeza?

- Tenho sim. Seu novo apelido até eu arrumar outro melhor.

- Espero que seja rápido – rimos – Então até amanhã.

- Até e se cuida.

- Você também – e nisso Annabeth se foi me deixando a certeza que encontrei a irmãzinha que nunca tive.

P.O.V. Percy

Eu e Nico ficamos o resto da tarde jogando vídeo game e acredite nunca fique perto do Di Angelo quando ele ganha. O moreno fica fazendo uma dancinha da vitória muito engraçada e estranha que ele inventou. Já era quase sete da noite quando Nico falou.

- Eita cara, sei que você gosta da minha presença, mas o Senhor Bãozão aqui tem que ir – Se Nico ganha um jogo, ele deixa bem claro que consegui a vitória.

- Convencido né um pouco né – soltamos uma risada.

- Talvez só um pouquinho, mas cansei de ganhar e tenho que buscar Bianca na casa de uma amiga.

- Manda um beijo para ela – nos levamos e trocamos um toque.

- Beleza e Percy manda um beijo para a Annie também – o olhei com uma certa fúria, era cara de pau né.

- Até parece – olha meu sarcasmo á vista.

- Será que ela vai estudar na Goode? – eu já estava perdendo a paciência, sabia que minha tarde estava perfeita demais.

- Tomara que não – respondi o mais seco possível.

- Sei, mas tomara que sim, sabe gostei dela e...

- Olha Nico você não tinha que ir embora? – ele soltou uma risadinha do meu mal humor.

- Também te amo Percy – disse dando tapinhas em meu ombro. Revirei os olhos e o acompanhei até a porta.

- Não esquece do meu beijo para Annabeth – Nico já estava me deixando irritado.

- Fala sério.

- Mas é sério Percy... – antes que pudesse terminar sua fala o empurrei para fora de casa e fechei a porta.

- Tchau Nico – gritei do lado de dentro.

- Pelo jeito de tratar um amigo, quero indenização – gritou de volta de uma maneira brincalhona.

Subi a escada direto para meu quarto, era a primeira vez que eu entrava nela depois da coisa invadi-lo. E por pior que seja admitir, ela mudou o quarto para melhor, tinha vários pôsteres de bandas de rock, dentre eles estava, Evanescence, Gun’s Roses, Slipknot, 30 Seconds to Mars, Aerosmith entre outros, mas o que mais me chamou atenção foi o pôster que tampava quase a parede inteira, o que mais se destacava, minha banda preferida LinKin Park, sinceramente quase me ajoelhei ali, ela não era digna de gostar dessa banda, da minha banda. Dei uma passada de olho no quarto e observei que havia vários instrumentos ali do lado de seu quarto, uma bateria, baixo, teclado, um violão preto com os dizeres em branca “Annabeth Chase”, não sei como um piano foi caber ali dentro, mas também tinha um, meus olhos pararam no meu sonho, acho que minha boca se abriu automaticamente, as coisas começaram a rodar mais devagar, ali perto de sua cama em um apoio, estava a guitarra que sempre quis. Uma guitarra azul brilhante, com um raio desenhado, fiquei tentado a pegá-la e toca-la, mas me lembrei da ultima vez que peguei algo de Annabeth sem permissão, acabei com um braço quebrado, sujo de lama e com minha cabeça cheia de algas. Então olhei para o outro lado e continha várias fotos pregadas em um quadro enorme de vidro e outras em vários porta-retratos, todas elas Annabeth sorria como nunca. Em uma estava ela, duas meninas, e três meninos sentados a beira de uma fogueira na praia, em outra estava o mesmo grupo só que em um parque, parecia uma reserva florestal, eles estavam da seguinte maneira, Annabeth nas costas de um garoto com cabelo preto dos olhos azuis, a outra menina do cabelo castanho estava no colo de um rapaz moreno e alto, já a menina ruiva estava abraçada ao garoto loiro, parece que nem viram quando tiraram a foto já que estavam com um sorriso verdadeiro no rosto, no meio de uma gargalhada. Tinha outras também com eles fazendo macarrão e todos sujos de molhos, também todos os seis dentro da piscina e outras. Mas a que mais destacava era a que estava na parede em cima de sua cama. Novamente os seis, os três garotos usavam ternos e as meninas vestidos. Annabeth estava com um vertido cinza tomara que caia, acima dos joelhos e sapatilha preta, com o cabelo liso, não usava maquiagem o que a tornava bonita naturalmente. O QUE?? Eu estou ficando louco só pode.

Fui tomar um banho para espantar esses pensamentos doidos, entrei no banheiro me despi e deixei a água gelada cair sobre mim, isso me relaxava muito, comecei a cantar One Step Closer claro de Linkin Park. No refrão eu cantava/gritava feito um louco psicopata e também dançava desajeitadamente. Finalmente me sentindo renovado, vesti meu moletom e sair do banheiro. Deparei-me com uma louca quase morrendo de rir rolando no chão, a loira estava com lágrimas nos olhos de tanto rir. Fiquei parado vendo aquela cena fora do comum, assim que ela deu conta de se controlar, levantou-se do chão e se sentou na cama.

- Agora posso saber qual a graça? – perguntei enquanto Annabeth segurava a risada.

- Você canta, ou melhor, grita muito bem – e voltou a gargalhar se deitando na cama e colocando a mão na barriga.

- Ah é! – falei me aproximando – Então você acha engraçado o jeito que canto – sem me olhar responde.

- Sim hilário.

- Vou te mostrar o que é hilário – pulei em cima dela prendendo seus braços.

- Ei – protestou – Percy, o que você vai fazer?

- Nada – estava começando a me divertir – Você senhorita Chase vai receber uma visita do senhor Cócegas.

Annabeth arregalou os olhos.

- Ah não! Você não teria coragem – não deixei terminar a frase, pois comecei a fazer cocegas em sua barriga, ela se contorcia querendo sair, mas nunca abandonava sua risada.

- HÁHÁHÁ PARA, PARA PERCY – gritava em meios às gargalhadas.

- Não, agora você vai aprender a rir – Annabeth se esperneava, e confesso que eu também estava divertindo. Até que em um movimento rápido ela troca nossas posições e prende meus braços com uma força nunca vista.

- Quem é a mais esperta agora Jackson? – a loira tinha um sorriso incrível no rosto.

- Onde aprendeu esse movimento? – perguntei surpreso com sua agilidade e velocidade.

- Eu pratico algumas lutas – simplesmente respondeu, essa garota só me surpreendia. Aproveitei sua distração e novamente troquei nossas posições.

- Eu ainda continuo sendo o mais esperto – nesse momento nossos olhos se encontraram, e me perdi naquela imensidão cinza de tempestade, senti minha pele formigar e meu cérebro não recebia meus comandos, devagar e sem perceber fui chegando mais perto, pude perceber sua respiração acelerada igual a minha, nossos narizes se roçaram e quando eu ia acabar com a distância que nos restava, algo acontece.