P.O.V. Percy

   Cheguei na sala e sentei em meu lugar, logo a desalmada loira assassina com o nome de Annabeth se junta á mim de cara fechada. A professora entrou e começou sua aula. Annie ficou o tempo todo trocando mensagens com seu gentil e lindo amiguinho Rafael. Sra. Doods nossa humilde professora, sai da sala para resolver seus pequenos problemas, mas metade da classe acha que ela e o porteiro se pegam no armário do faxineiro. Eu cheguei a um ponto onde minha paciência tinha encerrado e não aguentei.

   - Será que pode parar? – a loira nem se deu ao luxo de olhar-me.

   - Não – disse grossa e com certeza me provocando.

   - Está me atrapalhando á prestar atenção – falei, na verdade de qualquer jeito eu não prestava atenção, apenas ficava olhando para o nada até bater o sinal. Annabeth soltou uma gargalhada.

   - Desde quando você presta atenção cabeça de alga – estreitei os olhos para ela, e então surgiu-me uma ideia, aproveitei que não tinha nenhum responsável pela sala e peguei seu celular, mas logo me bateu um arrependimento, porque na mesma hora Annabeth encara-me com seu melhor olhar assassino, mas eu não iria demostrar que estava com medo.

   - Me entrega isso – falou entre dentes – Agora.

   Dei um sorriso travesso.

   - Não – era muito bom está do outro lado da cerca, eu a provocando.

   Annie fechou os olhos e respirou fundo, tentando de alguma maneira ficar calma.

   - Perseu Jackson – okay, talvez esse seja um daqueles momentos em que eu tinha que devolver o que peguei e sair correndo, pois quando alguém chama pelo meu nome verdadeiro, é sinal que estou muito encrencado, ainda mais quando esse alguém é Annabeth Chase, vindo dela pode significar meu fim #dramané #sóquenão.

   Pode me chamar de louco, doido, paranoico, maluco o que quiser, porque o que fiz a seguir foi sair correndo pela sala com Annabeth logo atrás de mim, gritando para devolver o celular. Eu pulava cadeiras, passava em cima dos alunos, desviava de objetos no chão, e toda vez que olhava para trás ela ainda estava me seguindo, será que nunca cansava? Eu até que estava me divertindo vê-la toda nervosinha, geralmente é ao contrário. Até que do nada, a loira me alcança, prendendo meus braços na parede e encostando seu corpo no meu, dificultando minha fuga e fazendo meu cérebro parar, nossos rostos estavam a centímetros um do outro. Ouço a turma fazendo “OWWW”, mas não liguei, minha atenção estava naquela boca avermelhada na minha frente. Alguém atrás de nós pigarrei.

   - Estou atrapalhando algo? – fala a professora encostada na porta. Annabeth se afastou corada e tenho certeza que eu não estava diferente.

   - Não senhora – dissemos em uníssono, o que só fez ficar mais constrangedor.

   - Então para os seus lugares agora – assentimos e voltamos a nos sentar, houve alguns murmurinhos da sala, mas nada que importasse. O resto das aulas ficamos em silêncio, até que chega a hora do almoço, finalmente eu já não aguentava mais segurar meu estômago que fazia barulho sem parar.

   - Pensei que fosse uma manada de elefante pulando corda, mas acabei de descobrir que era seu estômago – Annabeth falou e saiu junto com outros alunos.

   - Engraçadinha – mas ela nem me ouviu. Sempre sou o último a sair, assim evito de ser massacrado pelas pessoas na porta. Na hora que só restava eu dentro da sala, levantei e segui para sair, mas uma figura loira saiu de trás da porta e bloqueou meu caminho a fechando, um sorriso abre em seu rosto.

   - Não vai a lugar nenhum enquanto não devolver o que me pertence.

   Reviro os olhos me encostando em uma mesa e correspondendo ao seu sorriso.

   - Não tenho nada para devolver – Annabeth fecha a cara.

   - Claro que tem, ou além de lerdo também virou ladrão – minha boca torceu em um bico.

   - Não, não sou ladrão.

   Ela colocou as mãos na cintura, cara como ficava linda desse jeito. O QUE? FOCO JACKSON.

   - É sério Perseu, me devolve o celular – e estende sua mão. Não sei o que deu na minha cabeça, talvez seja meus neurônios que não estejam funcionando direito, mas a agarrei e colei seu corpo no meu, minha mão esquerda foi para sua cintura a segurando com firmeza, sinto sua respiração fora do ritmo, meu coração dispara, por um momento penso que ele vai sair pela boca, com minha mão livre acaricio seu rosto, ao meu toque ela fecha os olhos, sua pele era macia como uma nuvem, sem nenhuma imperfeição ou maquiagem. Annabeth segura minha mão em seu rosto e sinto meus pelos se levantarem, a outra mão dela vai para minha nuca arranhando de leve, nossos peitos estão subindo e descendo rápidos demais, então vou me aproximando de olhos fechados e a boca entre aberta, nossos narizes se roçam e sinto seu hálito de morango, mas antes de acabar com aquela distância que nos restavam seu celular toca. Annabeth me empurra e vejo que ela está completamente vermelha, retiro seu celular do bolso e lhe entrego, a mesma sai da sala praticamente correndo, sem nem me olhar. Assim que estou sozinho, enterro meus dedos em meu cabelo, me xingando pelo o que eu quase fiz.

Deuses que sensação foi essa que acabei de experimentar. Era uma vontade tão grande de beijá-la, que... ARGH !! Estou me odiando. Livro-me desses pensamentos, e vou para o que resta do almoço, apesar de ter perdido minha fome.

   Estava na mesa de sempre, no meio do refeitório com o time. Minha atenção estava na mesa mais afastada com Nico, Luke, Thalia e Annabeth. Fiquei olhando até sentir lábios conhecidos tocarem os meus.

   - Oi bebezinho – fala Drew, se sentando em meu colo, reviro meus olhos – Sabe que tal passarmos a tarde juntos?

   Tinha uma certa malicia em sua voz, eu precisava esquecer certas pessoas, então acabei sorrindo.

   - Hoje tenho ensaio da banda, vai lá assistir e depois saímos – o sorriso malicioso de Drew aumenta, e ela se inclina me beijando até ficarmos sem ar, há muito tempo só a beijo por prazer mesmo, parei de sentir pequenas coisas faz tempo.

   - Querem se pegar vão á um motel – brinca Jason.

   - Ou um lugar bem longe da gente – Léo fala.

   - Vão beijar a namorada de vocês, e me deixem em paz – disse, fazendo os outros rirem. Passamos o resto do almoço conversando. Nas aulas ficou um clima tenso entre mim e Annabeth, mas ai tocou o sinal para ir embora, quer dizer, os outros irem embora, eu e ela tínhamos que ficar e cumprir nosso castigo. OOHH VIDA !!

   Já estávamos na cozinha, ambos calados. Annie lavava os pratos enquanto eu secava, acho que por um descuido ela espirra água em mim, molhando minha camiseta toda.

   - Oh – fala com a mão na boca, reprimindo um sorriso – Desculpe.

   Estreito os olhos encarando-a.

   - Desculpe né – pego a mangueira de lavar os pratos de sua mão. Annabeth arregala os olhos.

   - Percy você não vai... – não deixei ela terminar e joguei água em seu rosto. Annie tentava colocar as mãos para bloquear a água, mas em vão, eu estava quase enfartando de tanto rir. Até que ela pega o sabão e ameaça tacar em mim.

   - Annabeth Chase, eu só estava brincando – a loira solta uma risada sinistra.

   - Percy, meu querido eu também só estou brincando – e joga o sabão em minha cabeça. Abrir a boca para protestar, mas Annabeth já estava com a mangueira na mão jogando mais água em mim, eu pulava para evitar, a cena estava muito engraçada. Nós dois riamos sem parar. No fim estávamos mais limpos que as louças dali.

   - É, até que fizemos um bom trabalho – diz Annabeth parada com a mão na cintura.

   - Tirando o chão que encharcamos, as paredes que não sei como conseguimos sujá-las, e nós que estamos completamente molhados – olhei para ela – Fizemos sim um ótimo trabalho.

   Fizemos um tipo estranho de toque e saímos dali.

   - Vou treinar agora – falei, talvez por impulso a perguntei – Quer ir ver.

   Annabeth deu de ombros.

   - Claro, não tenho nada para fazer até o ensaio da banda mesmo.

   Sorri, e fomos para o ginásio, ela ficou na arquibancada, enquanto eu fui para o vestiário colocar meu uniforme.

   - Percy, o que aconteceu cara? – pergunta Nico.

   - Parece que alguém foi surfar e nem convidou a gente – fala o Valdez.

   - Estava cumprindo meu castigo, não vou dar detalhes para vocês – ele riram me zuando, mas não comentaram nada. Depois de prontos voltamos para o ginásio. Annabeth ainda estava na arquibancada, acenei e ela acenou de volta, depois de algumas instruções que eu e o treinador Hedges demos, fomos treinar. Eu adoro jogar basquete, aquilo estava no meu sangue, eu driblava, desviava e arremessava, estava tipo no controle automático, aquilo era demais. Bom até que passei a bola para Jason que correu pelo campo quicando ela, quando ele pulou para fazer a cesta Léo chega e sem querer passa na sua frente fazendo Jason cair e torcer o tornozelo, o mesmo cai em posição fetal segurando onde machucou, fazemos uma rodinha envolta dele.

   - Ei cara, você está bem? – pergunto o ajudando a ficar de pé.

   - Foi leva-lo a enfermaria, continue treinando, a estadual está chegando e quero vê-los ergue aquela taça – assim que ele se foi com Jason, começaram a me perguntar.

   - Quem vai substitui-lo nos treinos Percy?

   - Jason é sua dupla, você dois juntos são o bicho.

   Pensei, isso era verdade, quem era tão bom á ponto de me acompanhar? Sem perceber me pego olhando a arquibancada. Annabeth estava observando tudo, ela me contará que sabia jogar basquete, mas será tão boa assim. Fiz um gesto a chamando.

   - Percy o que está fazendo?

   - Salvando o time.