P.O.V. Annabeth

Depois da cena que tive com Percy na sala, meus sentimentos ficaram confusos. Confesso que ao sentir sua pele sobre a minha, sua respiração descompassada e seu corpo colado no meu, senti uma vontade quase incontrolável de beija-lo, mas vi que seria um grande erro da parte de ambos, quer dizer, ainda nos odiamos certo? E ainda tem a porra do plano daquela capivara, eu tinha que achar uma forma de conta-lo sobre isso. Fui tirada de meus pensamentos quando percebi que meu celular ainda tocava.

- Alô – atendi, do outro da linha ouvi a voz de quem mais queria ver nesse momento.

- Oi gracinha – sorri.

- Bad – suspirei, lembrando do erro que quase cometi, e fui salva pelo meu melhor amigo – Depois tenho que te agradecer.

- Por existir? – brincou conseguindo arrancar uma gargalhada de mim.

- Convencimento mandou lembranças – o ouvi rindo – E por algo a mais.

Contei-lhe tudo que aconteceu na sala, Rafael sempre foi um bom ouvinte, depois que terminei, ele explodiu na gargalhada.

- Rafa para, não tem graça.

- É realmente não tem graça rolar um climão desse entre duas pessoas que se odeiam.

Revirei meus olhos.

- Então por que ligou mesmo? – perguntei sarcasticamente, que ele fez questão de ignorar.

- Para te lembrar loirinha, que hoje a tarde é nossa.

Bati na minha testa.

- Rafa, sabe o que é, bom não vai dar – Rafael fez um gemido de desaprovação.

- Poxa Annabeth, eu venho quase do outro lado do mundo – sacou o exagero da pessoa – Para te ver, e você me fala que não posso passar uma tarde com minha melhor amiga. É deprimente isso.

- Você deveria fazer novela onde precisam de seu drama, mas Rafa vai lá em casa, vamos ensaiar com a banda e você pode ver, ai depois a gente sai para fazer alguma coisa.

A ideia pareceu anima-lo.

- Só não podemos ir a uma sorveteria – falou rindo.

- A menos que queiramos fugir de seguranças pelas ruas de Nova York completamente sujos.

- Somos fodas.

- Completamente fodas baby – e bestas, pensei – Agora tenho que ir, beijo até mais tarde.

- Beijo gracinha até mais tarde.

Desligamos e eu segui para o refeitório. Me sentei com Luke, Nico e Thalia.

- Oi – cumprimentei-os.

- Iae – disseram a punk e Luke juntos, fiquei pensando, Luke gosta da Thalia que gosta do Nico, esse é aqueles típicos triângulos amorosos, eu queria ajudar, mas os três são meus amigos, se eu der um conselho para um, vou está desiludindo o outro, então na melhor das hipóteses, é deixar correr solto.

- Olá Annie – Nico falou me abraçando. Ele é uma pessoa muito legal, é aquele amigo que a gente sempre pode contar, e ultimamente ficamos muito próximos.

- Por que demorou tanto? – perguntou Luke, erguendo uma sobrancelha.

- Estava pegando meu celular com o Jackson – os três olharam para mim com um sorrisinho maldoso.

- Só o celular que estava pegando? – Thalia disse fazendo os outros rirem.

- Tadinha, deixem ela em paz – Nico apertou minha bochechas – Ou vou chamar o Percy pra vocês – mais risadas ecoaram na mesa.

- HÁHÁHÁ, como você são engraçadinhos.

- Fazemos o possível – disse Luke, onde levou um tapa na cabeça de mim.

Iniciamos uma conversa animada, onde só saia risos, risos e mais risos, ahh é e risos também. Até que vi uma cena me chama atenção. Drew está quase comendo a cabeça do Jackson, a latinha de refrigerante que se encontrava na minha mão, agora se encontra toda amassada.

- Xiii – Luke percebe para onde estou olhando, mas somente abaixou a cabeça. Depois o sinal bateu avisando o término do almoço. Me despedi do pessoal e segui para a sala onde o clima ficou tenso entre eu e minha dupla. Assim que a aula acabou eu e ele fomos cumprir nosso castigo. PORRA VIDA !! ME SURPREENDA NÉ pensei antes de entrar naquela cozinha. E não é que ela me surpreendeu mesmo, nós, duas criançonas, dois marmanjões travamos uma guerrinha de água, na qual saímos ambos ensopados, depois Percy convidou-me para assistir eu treino de basquete, já que eu não tinha nada para fazer antes do ensaio, acabei aceitando. Agora aqui estou na arquibancada o observando. Percy era bem ágil e habilidoso, um excelente jogador, e junto com seu parceiro, Jason se eu não me engano eles dominavam o basquete. Senti um nó na minha garganta, desde da morte do meu pai eu nunca mais joguei na vida, eu sentia falta daquilo, daquela adrenalina correndo no sangue, sentia falta de quase voar dentro de quadra para fazer uma cesta. Quando vejo Léo entrando na frente de Jason o fazendo cair, pela posição que se encontra torceu o tornozelo, depois do treinador leva-lo embora, Percy e seus amigos discutem algum assunto e então o Jackson acena para mim, chamando-me. Ergo uma sobrancelha confusa, mas desço da arquibancada e me direciono á eles.

- Sim? – Percy abaixa a cabeça, acho que tentando achar as palavras certas.

- Jason machucou como você viu. E bem, precisamos de alguém para substitui-lo, e... – ele mexia as mãos de uma forma engraçada – Eu pensei que como você me disse que sabe jogar...

O Jackson deixou a frase morrer e olhou-me esperançoso, ele não precisava terminá-la para poder saber o que queria, meus lábios se curvam em um sorriso.

- Estou dentro – Percy me corresponde, e seus olhos brilham.

- Vamos ver o que uma garota – disse dando ênfase na palavra ‘’garota’’ – É capaz de fazer.

Solto uma risada irônica.

- É vamos.

- Percy, quer dizer então que vamos substituir o Jason por uma menina?

Olhei para aquele menino como se eu estivesse prestes a mata-lo. Percy, porém apenas riu.

- É Grover, acho que vamos.

Okay, odeio ser subestimada.

- Acho que eu não posso jogar toda molhada né – o moreno me conduziu até o vestiário masculino, para garotos até que ali era arrumadinho, tudo nas prateleiras com o nome e número dos jogadores, e até cheirava limpeza. Fomos até seu armário no fim do vestiário, era o maior, provavelmente porque ele era o capitão.

- Cara da para colocar um defunto ai dentro – comentei, Percy me olhou com os olhos arregalados.

- Um defunto?

- É, tipo, gente morta entendeu? – ele bate em sua testa.

- Nem vou comentar – apenas dou de ombro, enquanto ele retira um par de uniformes do time e entrega-me – Vista isso e me encontre na quadra.

- Ei, isso vai ficar enorme para mim.

Percy apenas me lança um sorriso.

- Se vire – e saiu me deixando ali.

- Ah, vou me virar mesmo – fui até seu armário novamente, mas ele já tinha colocado a combinação. Se você acha que isso iria me impedir, está enganado, já arrombei muitos armários na minha vida. Depois de um tempinho, consegui abri-lo.

- A mamãe aqui é demais – vasculhei ali tudo e encontrei o que estava querendo, uma tesoura, também encontrei um top de líder de torcida, não precisava pensar muito para saber de quem era, mesmo assim peguei. Depois de alguns ajustes no uniforme, sorrir satisfeita com minha criação, e logo que sair, meu sorriso aumentou mais, pois o time inteiro estava me observando, todos praticamente babando, inclusive o Percy. Tinha vestido o top que encontrei, que a proposito se ajustava perfeitamente em meus seios fartos, quanto ao short, com alguns cortadas ali, algumas cortadas aqui ele ficou perfeito, batendo acima da coxa e justinho. Fui me aproximando dele, então segurei seu rosto e cheguei meus lábios perto de seu ouvido.

- Me virei baby – dei um leve tapinha em seu rosto que estava vermelho, Percy estava praticamente bufando.

- Annabeth – Grover gritou, com um sorriso sapeca no rosto – Você é bem diferente do que pensávamos – disse desenhando um violão no ar, soltei uma risadinha e olhei para o moreno ao meu lado.

- Vamos jogar?