Andava de um lado para o outro com os pensamentos a mil, talvez eu pudesse vir visitá-lo aos finais de semana, ou nas minhas férias... Mas, fui drasticamente interrompida quando senti seus braços rodearem minha cintura, ele aproximou seu rosto do meu passando o pouco de barba que ele tinha em meu pescoço, aquilo me arrepiava e ele sabia disso, ele abriu as mãos e eu vi a passagem, era uma coisa boa, porém não sabia que iria me machucar tanto assim.

– Obrigada. – Disse.

Ele se manteve calado e mordeu lentamente meu pescoço dando um beijo em seguida, me soltou e andou até a sala de espera. Entrei novamente na sala de Mark e o entreguei a passagem.

– Vai ficar bem. – Afirmei.

– Pode ter certeza. – Sorriu.

A enfermeira entrou na sala com certa rapidez.

– Senhorita, poderia me dar licença?

– Claro. – Sorri.

Afastei-me e voltei à sala de espera meu pai parecia bem entretido com James não paravam de conversar.

– Já criou um laço de afeto? – Ri.

Meu pai me olhou com um sorriso no canto da boca e voltou a conversar com James, olha que legal meu pai acabou de me ignorar eles riam e o papo não mudava, futebol, vídeo games, empresas de tecnologia e minha mente não saía de um assunto, como contar para James que agora iria embora? Estava tudo dando certo, mas sempre terá algo para nos atrapalhar.

Suspirei sentada ali observando os dois conversarem, porém não prestava atenção estava perdida em meus pensamentos até sentir a mão de alguém em meu ombro, olhei rapidamente para cima e vi Mark, sorridente trajando uma camiseta branca e uma calça jeans preta, seu all star era o mesmo e seus cabelos estavam meio bagunçados, aqueles olhos castanhos que combinavam tanto com ele estavam ali centrados em mim e pareciam não mudar de direção levantei-me e o abracei fortemente.

– O que está fazendo aqui moreno?

– Recebi alta. – Sussurrou em meu ouvido.

– Mesmo? Está melhor mesmo? Ou encheu a cabeça da enfermeira? – Perguntei.

– Não confias em mim? – Riu.

– Confio. – Sorri.

– Meu voo, é daqui a duas horas.

– Você comprou essa passagem quando? – Arqueei uma sobrancelha.

– Já deu três semanas, sua boba. – Beijou o topo da minha cabeça. Mas, não pretendia ir embora.

– Você vai voltar.

– Claro que vou. – Riu. Não se livrará de mim tão fácil minha princesa.

– Que ótima noticia. – Apertou-me.

– Também acho. – Sorriu. Princesa, preciso mesmo ir.

– Eu vou com você até o aeroporto. – Tentei.

– Não. – Disse. Se não eu não irei ter coragem de ir embora. – Depositou um beijo em minha testa. Foi ótimo finalmente te ver.

– Eu não acredito que está me deixando dessa forma.

– Princesa, eu te amo. – Segurou meu rosto. E vejo que o que aconteceu conosco aquela noite foi só mais uma prova do meu amor por você e espero que um dia entenda isso, e vejo que você é mais feliz com James do que comigo. – Suspirou tristemente. Eu posso te fazer feliz, porém ele pode mais, te deixa de uma forma que eu não consigo deixar e isso eu vi não só hoje mais em outros dias que os vi juntos, ficava falando dele para mim na internet e eu só sabia pensar em vir para cá, para te fazer feliz, realizar nossos sonhos e finalmente casar com você. – Beijou minha mão. E se tudo der certo algum dia poderei realmente fazer isto, mas por enquanto está feliz com ele... Eu não quero dizer que está errada, mas quando perceber que sou eu o cara eu vou estar aqui pronto pra te receber como minha esposa.

E diante daquela situação eu não consegui falar nada, nunca imaginei que ele pensava assim não viera nada na minha cabeça para falar e nesta hora o silêncio já havia reinado, estava constrangida pelo o que havia acabado de passar e com medo do que poderia acontecer.

– Adeus princesa. – Beijou minha bochecha.

– T-tchau... Tchau Mark. – Sorri.

– Até outra ocasião.

– Concerteza. – Respondi. Amo você. – Disse deixando a sala.

Voltei a olhar para os dois, e notei que James estava enciumado olhando para o lado tentando não manter contato visual comigo enquanto meu pai se segurava para não rir do rosto dele.

– Amor. – Disse.

Ele olhou para mim, porém não disse nada se manteve calado e cruzou os braços ainda me encarando, tive que rir. Aproximei-me dele lentamente e levantei seu rosto na mesma direção que a minha.

– Sabe da verdade, sabe que te amo.

– Sei. – Bufou. Apenas não gosto dele.

– Imagino. – Disse.

– Sou seu pai, porém não preciso segurar vela da minha filha não é? – Perguntou irônico.

– Besta. – Ri.

– Vamos para casa, precisa descansar. – Disse.

– Tudo bem. – Sorri.

O braço de James passou atrás da minha cintura, ao perceber envolvi meu braço em seu pescoço e assim saímos do Hospital, meu pai contara como era sua vida em Washington e comecei a pensar que não seria tão ruim assim minha vida lá, mas ainda tinha que contar para James o que iria acontecer conosco. Chegamos em casa e me deparei com a porta aberta, entrei e não havia ninguém em casa, provavelmente esqueceram de fechar subi para meu quarto enquanto meu pai fazia algo para comermos.

– Você é só minha agora. – Disse pegando-me no colo e me enchendo de beijos pelo rosto.

Ria a todo o tempo de tudo o que ele falava tentando disfarçar a tensão que estava tendo em contar o que aconteceria com nós dois, ele deitou-me em minha cama e se deitou do meu lado afagando meu rosto.

– O que há com você? – Perguntou.

– Pareço ter alguma coisa? – Sorri.

– Sim. – Disse. Por exemplo, você não fala nada faz duas horas e não consegue esconder sua feição de tristeza, então vai logo falando o que aconteceu.

– James... É meio complicado. – Sentei-me.

– Não pode ser tão complicado assim. – Sentou do meu lado.

– É sim... – Suspirei.

– Diz anjo. – Colocou uma mexa de meu cabelo para trás da minha orelha.

– E-eu... Recebi uma proposta.

– De quem?

– Do meu pai.

– Que ótimo anjo, proposta de que? – Perguntou.

– De cursar a faculdade que eu sonho em entrar...

– Isso é ótimo, qual problema nisso?

– Morando com ele. – Disse finalmente.

Ele se calou por alguns minutos e lançou seu olhar para suas mãos e rapidamente voltando seu olhar pra mim.

– Em Washington?

– Exatamente em Washington. – Suspirei.

Ele me olhou sério, porém triste.

– Entendi.

– James, desculpe-me estava tudo maravilhoso, mas não posso recusar.

– Eu sei é o seu sonho, não irei interferir anjo. – Disse me dando um selinho. Eu vou para casa, já esta tarde.

– James, me perdoe.

Ele deu apenas uma piscada para mim e saiu do meu quarto.

Merda, mais essa agora.