- Regina-

Assim que deixei a casa do Rumple fui direto à prefeitura, afinal, há alguns dias que não aparecia por lá para cuidar da Guinevere. Surpreendentemente encontrei tudo em ordem e bem feito.

Neal tinha razão... Se tenho funcionários competentes posso tirar alguns dias de folga sem me preocupar.

Passei o dia todo no escritório assinando documentos, participando de reuniões e realizando projetos. Porém, em momento algum os amassos e beijos com ele saíram da minha cabeça. Cada vez que fechava os olhos podia sentir suas mãos tocando minha pele, seus lábios selando os meus...

Para de pensar nisso Regina! Você precisa se acalmar, afinal, hoje à noite tem um jantar para ir...

Quando o horário de expediente acabou fui direto para casa, tomei um banho e coloquei roupas confortáveis. Nesse momento encontrei certa peça ao lado da cama. Uma camisa.

Henry está com a Emma e vai direto com o Neal, então acho que não tem problema...

Não resisti e, ao invés de usar algum moletom ou camisola, optei pela camisa. Fui à cozinha e preparei algo diferente, porém, a cobertura só poderia ser posta antes de comer, ou seja, terminaria à noite. Quando olhei para o relógio percebi que estava atrasada, subi correndo e coloquei a primeira roupa que encontrei.

Belle vai me matar...

Cheguei a casa deles cerca de 20 minutos atrasada, bati na porta e esperei pela “bronca” que certamente receberia.

- Está atrasada – recebeu-me Belle.

- Eu sei, desculpe. É que acabei me entretendo na cozinha e esqueci do tempo. – sorri. – Mas trouxe o doce.

- Tudo bem...  – falou abraçando-me.

- Eles já chegaram? – perguntei, referindo-me à Neal e Henry.

- Sim, estão brincando com a Guinevere. A propósito, adorei sua roupa.

Só então eu realmente me olhei. Vestia uma camisa amarela de seda, uma saia preta de couro com uma fenda lateral e alguns acessórios complementados por saltos.

http://allaboutmoda.files.wordpress.com/2012/11/saia-com-fenda-camisa-amarela.jpg?w=640

- Eu nem me olhei no espelho... – admiti.

- Você está linda Regina, agora vamos entrar logo que estamos todos com fome. – conduziu-me até a sala de jantar.

Assim que entrei Henry veio até mim e abraçou-me. Em seguida fui até onde Neal estava e peguei Guinevere no colo.

- Olá lindinha! – beijei seu rosto sorridente.

- E eu não ganho nada? – falou Neal.

- Talvez... Se for um bom menino. – falei, especificando o duplo sentido da frase.

Logo fomos até a mesa e começamos o jantar. Novamente meu lugar era ao lado do Neal, em frente à Belle e Henry e Rumple na ponta. Para meu azar, ou sorte, a fenda da minha saia coincidiu com o lado em que Neal estava, dando-lhe certo privilégio.

Acho que exagerei um pouco na escolha...

Vez ou outra Neal pousava sua mão sobre a fenda e tentava descer, porém consegui detê-lo em todas elas. A pior parte foi encarar os olhos curiosos e atentos de Belle, que restringia um sorriso zombeteiro. Henry olhava-nos com...orgulho talvez? Satisfação? Seja o que for que tenha visto, gostou.

Todos nós conversávamos a maior parte do tempo, ora sobre o trabalho, ora sobre planos. Outras vezes sobre magia, e outras ainda sobre questões políticas da cidade! Assim que terminamos levantei-me para terminar o doce na cozinha, deixando-os conversando.

Preparei a calda e o chantilly e reservei as cerejas. Quando estava prestes a espalhar o creme sobre o doce senti mãos envolverem minha cintura, assim como uma respiração quente atingir minha nuca.

- Neal, não começa... – sussurrei.

- Sabia que você está extremamente provocante essa noite? – falou, apertando-me contra ele – Gostei da saia de couro... Principalmente da fenda... – disse maliciosamente.

- Você não deveria estar com os outros na mesa? – perguntei, tentando desviar meu foco.

- Eu disse que pegaria os pratos e o vinho... – comentou – Sabe onde estão?

- No armário de cima. – apontei.

- Talvez você queira fazer essa parte?

- Não, obrigada. Fico com o doce. Mas pode ir... Só toma cuidado para não cair da cadeira... – ri

- Engraçadinha – pontuou, beijando meu pescoço.

Neal afastou-se para pegar os objetos mencionados e logo voltou. Nesse exato momento meus dedos estavam melados com o creme, e como de costume, limpei-os com a boca.

- Ah Regina, eu avisei tanto... – suspirou ele, virando-me bruscamente e empurrando-me para a parede, prendendo meus braços ao lado da cabeça e arrancando um gemido involuntário.

Logo aproximou-se e beijou-me ferozmente, surrupiando meu fôlego e meu controle. Quando percebi meus braços enroscaram em seu pescoço e suas mãos circundaram minha cintura, puxando-me para mais perto.

- Hmmm Neal... – tentei falar, mas fui interrompida – Neal, para... – tentei novamente. Seus lábios desceram para meu pescoço, dando-me maiores chances de recuperar a consciência. – Aqui não...

Neal lentamente parou com as carícias e finalmente soltou-me.

- Tudo bem, mas depois você não me escapa... – avisou, dando-me um último beijo de tirar o fôlego e saindo da cozinha.

Meu Deus! Deu até calor agora!

Apressei-me em terminar a calda e logo voltei para a sala de jantar, onde uma Belle olhava-me espantada e satisfeita.

- O que foi Belle? Viu um passarinho verde? – brinquei.

- Hmm... Sabe, você deveria retocar o batom... - riu

Oh não... Droga, eu estava de batom vermelho!

- Pai, por que sua boca está vermelha? – perguntou Henry.

- Com licença – pedi, saindo o mais rápido possível.

Outro momento constrangedor...

Assim que me olhei no espelho percebi a calamidade em que estava. Retoquei o batom e, suspirando fundo, voltei à mesa. Neal olhou-me com uma expressão divertida enquanto Belle e Rumple observavam-me com satisfação e surpresa. Henry permanecia neutro.

Por enquanto.

- Então... Qual a surpresa? – perguntou Neal após um tempo.

– Hook não é o pai da minha filha... – começou Belle, olhando sugestivamente para Rumple.

- Então... – indicou Neal – Eu tenho uma irmã? – alegrou-se.

- Sim. – concordaram Belle e Rumple, dando as mãos em cima da mesa.

- Isso é maravilhoso! – exclamou Neal

- Coitada dessa menina quando arranjar um namorado... Ele terá que amá-la muito para passar pelo irmão e o pai... Até imagino ela pedindo ajuda com esses dois... – brinquei.

- Pior é ter que passar por certa bruxa... - apontou-me.

- Não sei do que está falando... Sou tão boazinha... – fingi-me de inocente.

- Ah claro, eu sei muito bem o quanto você é boa... – provocou, deixando-me vermelha novamente pelas palavras de duplo sentido.

Todos riram.

- Já está tarde, é melhor irmos... – falei, apontando para Henry sonolento – Alguém tem que ir à escola amanhã, não é mocinho?

- O que? – despertou ele, fazendo-nos rir.

- Vamos logo antes que eu tenha que te carregar no colo... – falou Neal.

Em pouco tempo ajudei Belle a arrumar tudo e nos despedimos. Como Neal previu, teve que carregar Henry no colo até em casa.

- Leve ele pro quarto, eu preciso tomar um banho... – avisei inocentemente, sem perceber o efeito que minhas palavras causaram. Subi e separei a roupa que usaria, entrando no banheiro em seguida.

A água quente ajudou-me a relaxar e, em pouco menos de 5 minutos, desliguei o chuveiro. Voltei para o quarto enrolada numa toalha e com os cabelos molhados, extremamente distraída. Enquanto pegava um frasco de creme hidratante senti mãos rondarem minha cintura ao mesmo tempo em que seu nariz roçava meu pescoço, arrepiando-me.

- Neal... – sussurrei arqueando meu pescoço para trás e dando-lhe maior espaço.

- Hmmm... Só vim desejar boa noite... – disse, posicionando-nos frente a frente.

Seus olhos transbordavam desejo, convidando-me num pedido silencioso. Aproximei-me lentamente e beijei seu pescoço.

- Boa noite – sussurrei em seu ouvido, sorrindo com sua reação.

Antes que eu pudesse pensar Neal pressionou seus lábios nos meus, iniciando uma dança frenética e viciante. Meu coração palpitava cada vez mais rápido e minha respiração saia entrecortada, assim com a dele. Meus braços prenderam-se em seu pescoço e suas mãos pressionaram minha cintura. Pouco a pouco Neal conduziu-me através do cômodo, deitando-me na cama macia e convidativa.

Um sorriso brotou em meus lábios.

Lá vamos nós outra vez...