Diabolic Lover escrita por Marie Lolita


Capítulo 4
04 - Procura-se uma toalha


Notas iniciais do capítulo

Plis, não me achem uma pervertida com o que irão ler a seguir, estou apenas mostrando o "carater" dos meus personagens. Espero que gostem... é para você Dai



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    Depois de dez minutos em baixo do chuveiro. Fecho o registro e inclino a mão para pegar a toalha preta no cabide na parede e a enrolo em volta do corpo.

     Dou um suspiro em derrota.

     Ando até a pia, olhando o espelho embaçado com o vapor do banho, delicadamente passo a mão, vendo meu reflexo ainda meio borrado pelas gotículas de água. Minha aparência está um pouco melhor do que antes, mas as marcas roxas em meu pescoço não sumiram nem por um segundo depois que a maquiagem foi lavada.

     Fecho as mãos em punhos, quase cravando as unhas nas palmas das mãos de tanto ódio que estou sentindo desse sujeito.

     – Ainda vou te aniquilar, seu vampiro pervertido! – digo, quase que em um rosnado, com os dentes cerrados e a testa franzida.

     Estou me sentindo uma perfeita imbecil por ter deixado aquele bosta fugir entre meus dedos e não ter conseguido ter feito nada, nem tirar uma lasquinha de sangue.

     Passo a mão nas marcas monstruosas no pescoço e fecho os olhos, imaginando Ian morrendo aos meus pés com uma estaca no coração. Isso me deixa muuuito feliz.

     Coloco minhas pantufas de corujas e saio do banheiro. Assim que saio no corredor uma baforada de ar frio me recebe, fazendo com que eu me encolha automaticamente. Por um segundo penso em voltar para o banheiro e ficar em volta de todo aquele ar quente e talvez voltar para debaixo do chuveiro, mas só isso não é possível para tirar a imagem de Ian da minha mente.

     A única ideia que tenho para lavar esse pervertido da minha cabeça e meu desejo de extermínio é entrar no meu quarto e ler compulsivamente meus livros, um atrás do outro.

     Sim. É isso que irei fazer.

     – Mas antes, tenho que roubar a geladeira.

     Como só estou eu em casa, não me importo em trocar de roupa para ir até a cozinha. Então da forma mais livremente ando pelo largo corredor pêssego cheio de obras de arte pelos cantos e passo pela sala de estar luxuosa do apartamento.

      Entro na cozinha que faz até um chefe de restaurante ter inveja e vou direto para a geladeira, abrindo as duas portas e olhando para dentro, como se fosse uma televisão. É um mau-hábito que as pessoas tem, mas até que é divertido. Estudo por alguns segundos todo o conteúdo e acho o meu desejo de consumo atrás da bandeja de cupcake de chocolate. Pego a jarra de chá gelado de hortelã com menta e um copo na dispensa, colocando o líquido dentro. Volto a colocar a jarra na geladeira e fecho a porta em seguida com os pés, não antes de roubar um cupcake para mim.

      Da forma mais despreocupada do mundo, volto pelo corredor pela qual vim, em direção ao meu quarto, mas a campanhinha começa a tocar, com apenas um segundo de intervalo a cada toque.

      – Já vai! – grito, indo em direção a porta de entrada.

      Só pode ser a Alicia que esqueceu a chave, de novo, penso, revirando os olhos.

       Destranco a porta e abro lentamente, revelando um rapaz ao invés da minha madrinha sorridente.

       – NÃO! – grito, reconhecendo aquele rapaz.

       Ian me encara, com um olhar divertido e um sorriso malicioso de canto brinca em seus lábios rosados.

       Automaticamente eu empurro a porta, mas Ian coloca o pé entre o batente e a porta, impedindo que eu a feche completamente.

       – Saia daqui ou vou chamar a polícia para te prender por assédio – ameaço.

       Com mais força, eu empurro a porta, mas ele tira o pé e entra com tudo. Dou um passo para trás, alarmada com a invasão.

       Estou assustada, pois não faço a mínima idéia de com quem estou lidando. Muito provável que seja com um maníaco psicótico.

       Na minha mente eu cálculo quanto tempo vou gastar para correr até a cozinha e pegar uma faca de açougueiro que sei que está na terceira gaveta do armário, mas isso não é possível. Até lá já terei sido estrupada.

       – Você recebe as pessoas assim e depois quer reclamar de assédio? – ele pergunta, levantando uma das sobrancelhas loiras.

      Por instinto, eu olho para mim mesma, vendo ao que ele se refere. Vejo que ainda estou somente de toalha e pantufas. No mesmo segundo meu rosto queima de vergonha e ele solta uma risada, se divertindo as minhas custas novamente.

       – Saia da minha casa. Agora! Nesse segundo! – vocifero, cruzando os braços na frente do corpo, mas é meio difícil com um copo de chá gelado em uma mão e um bolinho na outra.

       – Não posso. Tenho negócios a tratar aqui – dá mais um de seus sorrisos de canto, no maior estilo cafajeste possível.

       – Eu não sei o que você quer aqui e também não quero saber. Sai fora!

       Com as costas da mão que seguro o cupcake eu empurro o peito de Ian, fazendo recuar apenas um centímetro.

       – Não tem ninguém em casa além de você, não é?

       Por todos os livros da galáxia, ele já planejou tudo. Vou ser estrupada e logo em seguida assassinada, penso histérica, com a mente pensando mil coisas por segundo e o coração saltitando dentro do peito.

       – Claro que não. A minha madrinha, o segurança armário dela e o meu cachorro que adora comer carne humana estão em casa, então, eu sugiro que você fuja agora – minto descaradamente.

      A única pessoa no apartamento sou eu. Sem segurança armário e muito menos cachorro que come carne humana, bem, se o bichinho de pelúcia da Cassie servir como cão, então deveria pega-lo agora.

       – Cachorro que come carne humana? – pergunta de forma divertida.

       – Olha, eu não quero nada com você. E saiba que se acontecer alguma coisa comigo a Cassie vai saber. Ela sabe de tudo que você fez comigo.

       – Eu percebi. Só não achei que você teria coragem de me atacar e gritar aos quatro ventos. Não sei se você é corajosa ou somente idiota demais.

       Estou sendo insultada na minha própria casa? Não admito!

       Meu sangue começa a ferver de ódio e me aproximo dele. Assim que fico frente a frente com ele, dou um sorriso falso e me inclino mais para frente. Sem hesitar, eu afundo o cupcake no meio do rosto dele, deixando que boa parte da cobertura entre dentro do nariz e o resto se espalhe pelo rosto.

       Ele solta um grito, tanto de surpresa com o que fiz, quanto de incredulidade misturada com raiva.

       Mesmo morrendo de raiva dele, tento engolir a risada com a imagem do rosto dele todo sujo de chocolate.

       Pigarreio duas vezes, para que meu recado seja transmitido de forma séria.

       – Suma da minha casa nesse instante! – vocifero.

       Ele passa a mão no rosto tentando limpar o doce do rosto, mas só consegue se sujar ainda mais. Do mesmo jeito ele olha para mim com seus olhos penetrante e vejo que ele obviamente está com raiva de mim e surpreso.

       Isso me faz sentir vitoriosa e ao mesmo tempo percebo que estou cutucando a onça com um palito de dente.

       – Não acredito que você fez isso – ele diz, quase como um rosnado e percebo que seus olhos parecem mais animalescos que humano.

       Aí, mamãe. Acabei de assinar meu obituário, penso, prendendo a respiração.

       Ele dá um sorriso frio para mim e percebo que realmente estou ferrada. Mas se ele pensa que irei implorar por misericórdia e esperar a hora de morrer, está muito enganado, irei lutar até o último segundo da minha vida e lhe tirar sangue.

       – Você realmente tem muita coragem, Marie – estremeço ao ouvir meu nome ser pronunciado de uma forma tão sem emoção. – Muito bem. Eu irei embora.

       – Hã? Assim? Tão fácil? – pergunto sem pensar.

       – Obviamente você não me quer aqui.

        – Com toda a certeza que eu não te quero aqui. Por mim se você morresse seria menos um na Terra – falo a primeira coisa que passa por minha mente e percebo que não é a melhor escolha de palavras para a situação.

       Levanto uma sobrancelha, que é coberta pela minha franja reta. Eu não vou cair nessa. Ele deve estar planejando alguma coisa para cima de mim.

       – Muito bem, então já vou embora – ele dá as costas para mim. – Mas vou levar uma lembrancinha.

       Lembrancinha?

       Sem tempo para pensar, Ian pega a ponta da minha toalha e a arranca bruscamente. Eu rodo sem sair do lugar, ficando tonta e deixo o copo de chá gelado cair de minhas mãos, se espatifado no chão.

       – Assim é bem melhor – ele diz de forma maliciosa.

      Quando dou por mim, estou sem a minha toalha, nua, na frente de Ian com os olhos que me avaliam de cima a baixo. Cubro as partes mais importantes do meu corpo com as mãos, morrendo de vergonha.

      Sem tempo para que eu possa estrangulá-lo ou pegar uma estaca e cravar em seu coração ele sai pela porta, assobiando de forma vitoriosa.

       – SEU DESGRAÇADO! – grito a plenos pulmões, me encolhendo de vergonha.


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Notas finais do capítulo

E aí? Ficou bom? Querem que o Ian roubem as suas tolhas também? Eu posso dar o endereço de vocês se quiserem.
Espero que tenham gostado e provem isso com um comentário
Beijinhos com açúcar



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