Summer Paradise escrita por CrisPossamai


Capítulo 8
Champagne Supernova!


Notas iniciais do capítulo

Última semana de verão... E a sensação que a vida real deveria esperar um pouco mais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/328258/chapter/8

Quantas pessoas especiais mudam

Quantas vidas estão vivendo estranhamente

Onde você esteve enquanto nós estávamos nos drogando?

Andando vagarosamente pelo corredor

Mais rápido que uma bola de canhão

_ Me diz de novo, por que nós estamos cruzando a praia de bicicleta? – Quinn balança a cabeça em descrédito ao plano dos garotos em fazer o trajeto da praia de ponta a ponta naquela terça-feira montados em bicicletas.

_ Por que é legal? – Matt palpita e leva uma cotovelada de leve – Ei! Sério, qual seria a graça de fazer esse caminho dentro de um carro? O maneiro é curtir a praia de perto!

_ E se isso é incrível, cadê o resto do pessoal? Eu não deveria ter topado essa loucura! – a loira reclama novamente e o negro revira os olhos.

_ A mãe da Lily vai organizar uma festinha de aniversário. Ai sobrou para Lily, que chamou o Charlie...E a Aylin se dispôs a ajudar. O que a gente poderia fazer? Não dava para adiar... Hoje ta nublado, temperatura agradável... Pouco vento... Tempo perfeito!

_ E tinha que ser hoje... Porque amanhã aposto que vamos ser obrigados a ajudar a desmontar toda a decoração! – Michael se junta ao casal e se prepara para a “aventura”.

_ Não precisa exagerar, né? A gente sempre se divertiu mais que trabalhou... Sinceramente, a mãe da Lily nunca tem pressa e a gente rindo de tudo. – Nellie explica a situação e o namorado, contrariado, resmunga qualquer coisa.

_ Uau! Vocês gostam mesmo de falar, né? Eu quase sinto saudades da Rachel, sabia? – Tina solta a provocação e revira os olhos. Às vezes, os amigos podiam ser muito mais dramáticos que a principal vocalista do Novas Direções.

A comparação arranca todo o senso de seriedade de Mike Chang, que quase vai ao chão de tanto rir. Nellie e Michael se enceram sem entender nada e tratam de iniciar o percurso. Quinn estapeia as costas de Matt, forçando-o inutilmente a parar com as risadas. O negro respira fundo, entrega a mochila a loira e coloca a bicicleta em movimento, com a loira, comodamente, na sua garupeira. Com a maré baixa, o trajeto pela beira-mar é facilmente vencido e as paradas para fotografar ou admirar cada detalhe da orla são constantes. Michael comemora ao bater uma fotografia sensacional do horizonte e insiste para seguir até as rochas que limitavam o lado norte da praia. Pelo menos, mais uma hora de pedaladas, calcula o surfista. O esforço é recompensado por volta das dez da manhã. A simples visão do local é de tirar o pouco fôlego restante do exercício físico. O entusiasmo repõe a energia do fotografo e do asiático que correm para chegar ao topo da formação rochosa. Matt só tem forças para tomar água e se jogar na areia. Tina e Nellie reclamam do calor e procuram se refrescar com um mergulho, enquanto que Quinn não acha alternativa mais adequada do que voltar para os braços dele. Ela se deita, apóia a cabeça no peito do rapaz, sente o abraço costumeiro e fita o céu encoberto. No fim das contas, a maluquice tinha se convertido em algo sensacional.

Algum dia você me encontrará

Preso em um deslizamento de terra

Numa Champagne Supernova no céu

Uma Champagne Supernova no céu

Duas sombras se projetam sobre o casal estirado na areia e Matt tenta ignorar as risadas da dupla de desajustados.

_ De onde vocês saíram? – questiona o negro, imaginando ser impossível terem regressado pelo rochedo.

_ Pelo mar! Nós pulamos – Michael comemora o surto de coragem. O casal se entreolha assustado.

_ Vocês são loucos? Por que saltaram de cima das pedras? Podiam ter se matado! – Tina ralha com o namorado ao retornar da praia com Nellie.

_ Não precisam se preocupar... Parece, mas, não é tão ingrime! – Mike procura tranqüilizar a garota.

_ Mas, e daí? Pular de cabeça é loucura! – grita Nellie visivelmente zangada pelo impulso cometido pelo menino.

Matt se mostra mais disposto e decide curtir o visual do extremo de sua praia. O rapaz sobe as pedras, auxilia Quinn no trajeto e se maravilha com a paisagem. Michael surge com a câmera a postos e gasta minutos intermináveis registrando todos os ângulos imagináveis. O negro espia a queda entre beira do rochedo e o oceano. Eram uns bons metros de queda livre e, não eram tão assustadores vistos de cima. Contudo, era um risco desnecessário saltar em um ponta. Quinn sequer cogita se arriscar e não contém o susto ao assistir o pulo dele. O pavor só é suspenso dez segundo depois, quando ele emerge, tomado pela adrenalina. Mike e Michael repetem a façanha e convencem Nellie a experimentar a sensação. A garota pega pouco impulso e passa raspando de uma elevação na formação rochosa. A brincadeira tinha perigos reais e é prontamente abandonada. O fotografo oficial ainda dispara alguns flashes, mas, o grupo sossega e se limita a admirar o horizonte. Afinal, o caminho de volta exigiria ainda mais esforço dos adolescentes. O improvisado lanche é consumido rapidamente e todos correm para o oceano. O isolamento daquela faixa de praia era invejável, no entanto, a correnteza e as ondas se chocando diretamente no paredão de rochas tornava o local quase inapropriado para banho. No final das contas, a maluquice era exatamente isso, uma maluquice.

Acorde o amanhecer e pergunte a ela por que

Num sonho de um sonhador ela nunca morre

Limpe aquela lágrima agora do seu olho

Andando vagarosamente pelo corredor

Mais rápido que uma bola de canhão

Onde você esteve enquanto nós estávamos enlouquecendo?

Quinn Fabray costumava se perguntar mentalmente se já vira Mike Chang reclamar de cansaço nos últimos três anos. O asiático era o jogador mais eficiente do time de futebol do colégio e o integrante mais exigido nas coreografias do coral. Apesar disso, nunca se queixou ou aparentou estar exausto. Agora, a loiro se fazia a mesma indagação a respeito da disposição infindável de Matt Rutherford. Só poderia ser coisa dos dois amigos mesmo. A dupla tinha pedalado mais de uma hora sem interrupção para regressar do limite da praia e estavam animados para aceitar o convite de Charlie logo a tarde. De acordo com o namorado de Aylin, o salão para a festa estava impecável, contudo, a melhor opção de entretenimento fora desconsiderada. E todos estavam loucos para descobrir do que se tratava.

_ Uma lona com salão? Que coisa é essa, Lubeck? – protesta o negro ao chegar na casa do grandalhão.

_ É para deslizar, cara. A coisa mais maneira do mundo! – argumento o idealizador da brincadeira.

_ Pode acreditar, Matt, é sensacional! A dona da festa achou “sem noção” usar isso. Melhor para a gente, né? – reflete a garota turca.

_ Aquela mulher era uma esnobe! Não sei como a minha mãe agüentou tanto desaforo! – Lily praguejava contra a desconhecida.

_ Ta, vocês vão ficar tagarelando ou vão explicar como diabos funcionar essa coisa? – Michael interrompe o falatório e é aplaudido pelo restante da turma.

O garoto espanta a timidez e toma a dianteira ao se jogar na lona para aproveitar a sensação. Realmente, era incrivel. O impulso, a sensação louca de se jogar e acabar na pequena piscina de plástico ou mesmo no gramado. É uma mistura de diversão com euforia, algo surreal demais para alguém na casa dos 18 anos fazer sem se sentir resgatando as peripécias da infância. Nellie cai de mau jeito e reclamava de ganhar um outro hematoma, quando Charlie surge de dentro da casa com mais sabão e uma bola de vôlei. A situação não poderia ficar mais engraçada. A velha disputa entre garotos e garotas seria marcar gols, o que não passa de uma desculpa fajuta. Logo, o objetivo é derrubar os oponentes e a bola é praticamente esquecida. Lily patina e vai ao chão, carregando o primo junto. Michael se desequilibra e derruba Nellie e Aylin por pura pirraça. Tina e Quinn empurram os garotos, que se cobram puxando-as para a lona. A confusão é tamanha que a mão de Charlie aparece duas ou três vezes exigindo que os adolescentes fizessem menos fiasco. O rapaz gargalha das ordens e se segue aprontando com os amigos mais insanos que encontros nos 16 anos de vida.

_ Uau! Pelo tanto de sabão que eu tomei, acho que deu para limpar tudo por dentro! – brinca o negro após uma hora de futebol de sabão e raríssimos gols. Um festival de tombos e risadas encerrou a disputa empatada por tremenda falta de habilidade. De repente, a loira se projeta para cima dele e lhe rouba um beijo.

_ Hum...O gosto de sabão não tirou a lembrança da água salgada! – Quinn solta, ri da revirada de olhos dele e ainda tira sarro mostrando a língua.

_ Sério? Quantos anos vocês tem? Doze? – Lily provoca com o tradicional cinismo.

_ Esse mau humor todo só por que você sente falta do Puck, né? – Aylin revela o motivo da apatia e corre para a proteção dos braços do namorado.

_ Charlie, você pode fazer o favor de se despedir da sua namorada? Porque depois disso, eu juro que acabo contigo, Aylin! – garota desata a perseguir a amiga até que as duas escorregarem e caírem novamente no chão.

As gargalhadas ecoam pela vizinha e o pai de Charlie repete a bronca, pedindo que a bagunça seja mais contida. O sermão dá algum resultado e os rapazes resolvem eleger o melhor tombo da tarde. Imediatamente, Michael apanha a câmera e registra todas as trapalhadas. As meninas se arriscam e juntam a competição patética.

Pois as pessoas acreditam

Que vão viajar para o verão

Mas você e eu, vivemos e morremos

O mundo ainda está girando

Não sabemos porque

Porque, porque, porque

A única coisa capaz de finalizar a baderna é o por do sol e a queda brusca na temperatura. Permanecer com o corpo completamente encharcado no sereno não traria beneficio para ninguém. No trajeto para o caso da família Rutherford, as meninas de Ohio reclamam insistentemente por causa do frio.

_ E se eu te abraçar não adianta? – Matt envolve a cintura da loira com os braços e apóia a cabeça no ombro dela.

_ Honestamente, não. Você também ta todo molhado, Matt! – a garota se queixa e o rapaz, contrariado, se afasta e cruza os braços na altura do próprio peito – Agora, a sua camisa poderia adiantar, sabe? A camisa ta seca e você nem ta usando! – ela questiona e casal asiático acha o máximo a quase discussão. 

_ Por que eu quero que a minha camisa continue assim? – ele leva as mãos a cintura e finge indignação – Dá para acreditar nisso? A garota não quer o meu abraço, mas, quer a minha camiseta?! Me dê um bom motivo para isso, Fabray!

_ Seus pais vão dormir fora, não vão? – ela comenta com a maior cara de pau após lhe beijar levemente nos lábios. Paralisado, Matt apenas acena com a cabeça afirmativamente – Preciso de um motivo melhor?

_ Já disse que você é inacreditável, Quinn Fabray? – ele desdobra a camiseta e lhe entrega. A menina veste imediatamente a bendita peça de roupa.

_ Não sei... Tenho certeza que ainda não tinha dito hoje! – Quinn ri, dá de ombros e corre pela praia até alcançar as primeiras ondas.

A jovem se entretem em saltar as pequenas marolas e Tina acha o máximo a ideia. Matt encara o amigo sem crer no que acontecia diante dos seus olhos. Não havia alternativa, senão aderir a vontade delas em brincar de desviar do avanço da maré. A noite toma completamente o lugar do dia e a correria ganha o rumo, definitivamente, do endereço de George e Anne Rutherford. Tina e Mike se afastam e somem do campo de visão dos amigos. Matt acha oportuno se demorar por mais alguns minutos. Ele abre o sorriso, oferece a mão e lhe puxa um abraço.

_ De novo. Você é inacreditável, Fabray! – ela sorri de volta e corresponde ao beijo.

Acorde o amanhecer e pergunte a ela por que

Num sonho de um sonhador ela nunca morre

Limpe aquela lágrima agora do seu olho

Andando vagarosamente pelo corredor

Mais rápido que uma bola de canhão

Onde você esteve enquanto nós estávamos enlouquecendo?

Após a longuíssima tarde enfurnados no Centro de Festas auxiliando na organização da decoração, o objetivo da noite era unicamente sossegar. As últimas 48 horas tinham sido tão desgastantes... Por isso, o convite de Anne Rutherford para que Quinn ficasse para o jantar fora aceita de imediato. A refeição é fantástica e o ambiente na casa da antiga família de Ohio só poderia ser descrito como adorável. Maddison tenta manter os olhinhos abertos e o irmão mais velho trata de pega-la no colo para leva-la para a cama, enquanto os visitantes Mike, Tina e Quinn fazem questão de se responsabilizar pela louça suja. O trio se diverte com a tarefa domestica e ninguém repara na passagem do amigo para a área externa da modesta residência a beira-mar. O casal asiático se apodera da pia e libera a loira do serviço para que pudesse ter algum tempo a sós com o surfista. Quinn roda pela casa até achá-lo estirado na rede, mirando o céu tomado por estrelas. Ele sente a vigília sobre si, exibe o seu melhor sorriso e gesticula par que ela também se acomodasse ali.

_ Ei! Você vai dormir aqui hoje, né? – ele questiona simplesmente.

_ É, eu tava pensando nisso... Posso? – ele confirma com um gesto de cabeça e beija a bochecha dela – Então, o que estamos vendo?

_ Ah... Ta vendo aquele aglomerado de pequenas estrelas? Então, aquela é a Ursa Maior.

_ Sério? – ela olha na direção apontada.

_ Não sei. Podia ser! – Matt boceja, cobre o rosto com as mãos e sente a garota se aconchegar mais ao seu abraço. Uma semana para o fim das férias de verão e Quinn Fabray começava a considerar que já não tinha tempo suficiente.  

Algum dia você me encontrará

Preso em um deslizamento de terra

Numa Champagne Supernova no céu

Algum dia você me encontrará

Preso em um deslizamento de terra

Numa Champagne Supernova

Uma Champagne Supernova no céu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Summer Paradise" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.