Um Sopro De Felicidade escrita por Mihara


Capítulo 7
Capítulo 7 - Rosas do jardim


Notas iniciais do capítulo

Ola novamente!
Me desculpem pela demora, eu estive muito ocupada e tive um bloqueio momentâneo. Mas agora eu estou bem e a mil por hora também.
Boa leitura para vocês!



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Capitulo 7

Rosas do jardim

Que sentimento triste. Não sentia vontade de sorrir, estava com fome, medo e frio. Andava pelas ruas descalço e suas roupas estavam velhas e rasgadas. Olhava para as crianças brincando com seus pais e correndo para a escola, não tinha como não sentir inveja.

Ele estava no farol debaixo da chuva, e avistou os faróis de um caminhão vindo ao longe, quem sabe aquele sofrimento passa-se se ele apenas desse uns passos amais, a dor seria momentânea. O caminhão estava mais perto, ele só teria uma chance.

O veiculo passou jogando água em todas as pessoas prontas para atravessar a rua, todos reclamaram e xingaram o motorista, mas o garoto apenas ficou quieto. Pensara mesmo em se matar? Não queria ser esquecido tão facilmente, não deixaria que o mundo somente se livrasse dele e fosse jogado como um saco de merda em algum canto.

(Chines ON)

_PEGA ELE!

Um bando de garotos corria em sua direção. Ele correu para o outro lado da rua e um carro buzinou, quase o atropelando.

O garoto conseguiu alguma distancia para fugir, seu corpo estava quente e o peito ardia, a chuva já não era mais problema. Ele podia ouvir as vozes dos outros garotos logo atrás. Entrou em um beco sem saída onde uma grade, com uma placa escrita “cachorros raivosos, cuidado!”, impedia a passagem. Quando ia dar meia volta viu que estava cercado.

Eles sorriam largamente, dois deles era garotos altos, aparentando ter 14 anos, mas o resto não era muito maior do que o garoto encurralado.

_Onde pensa que vai? – perguntou um garoto gordinho.

_Esse é o nosso território! – disse um que era franzino.

O pequeno pulou escalando a grade a suas costas, os garotos do bando seguraram seu pé, mas o menino, dando um chute ou dois no nariz de alguns, conseguiu se livrar. Teria que ser rápido, ao tentar virar para o outro lado desequilibrou-se e caiu, ficando sem ar quando bateu as costas no chão.

Os garotos escalaram a grade e puxaram o pé do menino que se arrastava pelo chão, sem folego. Um dos grandalhões virou-o de costas e sentou-se em cima dele.

_Cadê sua mamãezinha, chorão? – segurando-lhe o rosto pela mão.

Era frustrante, seu corpo era pequeno e não podia fazer nada contra eles. Recebeu chutes, socos e pancadas em todas as regiões do corpo. A raiva o dominava, então lutava como podia. Não seria vencido tão facilmente. Sentiu o peito doer, ardendo como se estivesse queimando. Uma de suas mãos segurou o braço de um dos garotos que lhe socava, ele gritou desesperado como se estivesse se queimando.

Eles escutaram alto rosnado e uma figura pulou de traz de alguns barris. Era alta, forte e feroz, que latia para os moleques ao chão, em posição de ataque. O menino que apanhava dos demais, viu o grande cão lobo avançando em sua direção.

(Chinês OFF)

Sakura acordou assustada. Um sonho? Mas fora tão real! Estranhou o fato dessa noite não ter sonhado com Clow Reed.

Ela se sentou e viu que estava com um cobertor sobre si. Novamente, Syaoran não estava mais lá. O sol estava forte, havia acordado mais tarde do que de costume. Ela ouviu batidas na porta.

_Pode entrar!

Tomoyo entrou carregando uma bandeja com um café da manha preparado, com sucos, frutas e pães frescos.

_Eu imaginei que estivesse acordada, e como esta uma correria lá embaixo por causa da preparação da festa de hoje à noite, ninguém tomou café da manha. – Tomoyo sentou-se na cama ao lado de Sakura e pôs a bandeja em seu colo – Então preparei um café da manha pra você, para repor as forças.

_Muito obrigada Tomoyo! – disse Sakura – Você disse que ninguém tomou café da manha?

_Parece que todos estão ocupados preparando a casa e o jardim para hoje à noite. Mas Yeilan e Syaoran desapareceram desde manha, ela apenas disse para os empregados ficarem responsáveis pela arrumação.

Sakura ficou em silencio por um tempo.

_Já é o segundo dia que Syaoran não esta no quarto quando eu acordo, e ele tem sentido algumas dores. Também disse que eu precisava descansar dos treinos, pois faria mal para minha saúde me esforçar demais. – Ela bebeu um gole do copo de suco – Mas acho que é o contrario.

Tomoyo riu.

_Você esta preocupada! – Sakura se engasgou e olhou para Tomoyo.

_O que? Não!

_Sakura, pode não ser amor, mas vocês já sentem afeto um pelo outro.

Sakura ficou vermelha. Ela sentia afeto por Syaoran? Se perguntava a menina.

_Quem você acha que te cobriu com o lençol?

_Você sabia?

_Claro! Há, há. – Tomoyo pegou o lençol de Sakura no sofá e o dobrou – O jovem mestre pode ser durão e arrogante, mas aos meus olhos, ele é muito solitário.

Surpresa com as palavras da menina, Sakura tomou seu café da manha em silencio. Uma parte de si queria saber mais sobre o chinês de olhos penetrantes.

Tomoyo foi chamada por algum dos empregados, deixando a menina sozinha. Ela estava confusa, lembrou-se da pergunta que o garoto fez sobre odiá-lo. Sentia algo errado em relação a essa palavra, estava certo sentir afeto pela pessoa que herdaria a família que lhe separou da sua?

Cansada de pensar, decidiu dar uma volta pelos jardins.

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Ela deveria ter explorado mais o lugar, nunca havia visto os jardins do fundo. Havia um banco entre as roseiras, onde agora ela se encontrava com uma rosa nas mãos. Sentiu a suavidade das pétalas, tão delicadas que poderiam cair facilmente com um toque.

Começou a retirar pétala por pétala, e uma voz irritante em sua cabeça não deixava de dizer “Mal me quer, bem me quer” toda vez que puxava uma. Não queria estar pensando nele, mas sua cabeça simplesmente começou a se encher de Syaoran’s. Ela balançou a cabeça e bateu com as mãos em seu rosto, então se lembrou da noite em que tinham voltado do passeio, e por acidente viu o garoto sem camisa e o corpo bem definido do rapaz, principalmente o abdômen. Seu rosto esquentou, ela se levantou para respirar fundo e esquecer-se daquela visão.

_O que esta fazendo aqui, Srta. Sakura?

Ela se assustou com a presença do rapaz ao seu lado, aparecendo de repente.

_Ah, Lieng, não é? – disse ela meio cautelosa, ainda lembrava-se do sorrido sinistro do rapaz – Primo do Syaoran.

_É bom ver que se lembra de seus familiares – disse o garoto sorrindo, Sakura não gostou da forma que ele havia usado a palavra “familiares”, o sorrido em seu rosto era falso, escondendo intensões – não deveria estar se aprontando para a festa de hoje?

_Mas é somente à noite, porque eu deveria me aprontar agora?

_Ha, há. Parece que a Srta. Sakura não se incomoda muito com suas vestimentas. Meiling, minha prima, leva o dia todo para se arrumar. Além do mais, já passou da hora do almoço!

_O QUE? JURA?

Lieng espantou-se com a reação da menina.

_Ah, entendi, parece que a senhorita acordou agora, há, há.

_Na..Não é verdade! – Ela olhou para os lados, tentando não parecer envergonhada.

Sakura lembrou-se de algo importante.

_Você, por acaso, saberia onde esta Syaoran?

_Não, e não me importo.

Os olhos do menino escureceram mais do que poderiam. Eles ficaram em um silencio que incomodava Sakura. Nunca havia conversado com ele antes, e já não estava sendo fácil.

_Ei, Srta. Sakura, você ama seu marido? – Ela se surpreendeu com a pergunta.

_O que?

_Você ama Syaoran? – disse Lieng chegando mais perto de Sakura.

_Eu..Eu – ela foi interrompida – você gosta dele?

_E..Ele é me..meu marido!

_Mas é um casamento arranjado! – ele sentou-se ao lado de Sakura, que se afastava do rapaz – você nem queria estar aqui, quer ver sua família, não é?

_É claro, sinto a falta deles!

_Porque você não odeia Syaoran então? A culpa é dele e daquela velha. – Sakura estava na beirada do banco, não tinha mais como se afastar, quando ela ia se levantar, ele agarrou seu pulso e a jogou no banco, deitando-se sobre ela – Você o odeia?

_ Hei! N..Não!

_Então você o ama?

_Ta...também não! – Por que ela estava gaguejando?

_Não quer sentir uma coisa que seu marido não pode lhe dar? – Ele segurou o rosto de Sakura, por mais que ela se contorcesse e lutasse não conseguia se livrar, ele era forte.

Não queria ser beijada por um garoto estranho, não queria trair Syaoran. Espera, trair Syaoran? Por que estava pensando em Syaoran? Eles nem se amavam, não seria uma traição. Ela viu o rosto do garoto se aproximando cada vez mais, mas por um instante, imaginou Syaoran no lugar do moreno. Seu coração acelerou forte e ela empurrou o menino sobre si, caindo sentado no chão.

_NÃO!

Estava assustada, por que imaginou Syaoran ali? Estava com calor, sentiu a garganta ficar seca, nesse momento seria ótimo um copo de água. O garoto no chão levantou-se e colocou os braços ao redor de Sakura, impedindo sua passagem.

_Srta. Sakura, não deveria ter feito isso!

O sorriso antes falso foi substituído por uma expressão de raiva, o medo dominou os nervos de Sakura, ela sabia que estava perdida.

Antes que pudesse fechar os olhos, sentiu ser puxada para cima, com alguém lhe agarrando os ombros e a abraçando, reconheceu o cheiro familiar do chinês.

_Não encoste um dedo nela! Ela é minha!

Syaoran encarava o moreno com a mesma ferocidade que o outro, seus olhos eram tão perigosos quanto, que fizeram Lieng se afastar cauteloso. Mas Sakura notou uma coisa que não havia notado antes. Perto o suficiente de Syaoran, que agarrava seus ombros lhe tirando do alcance do moreno, viu algo que a chocou. O olho direito de Syaoran estava diferente, um azul claro que chegava a brilhar. O garoto estava quente, mas não era calor. Sua face estava avermelhada, mas não era vergonha. Sua respiração estava alterada. Ele estava desgastado.

Lieng sem dizer uma palavra, saiu andando, olhando para Syaoran de um jeito que Sakura não sabia dizer se era raiva ou medo. Seu olhar estava diferente com seus olhos bicoloridos, não parecia o Syaoran irritado e arrogante de sempre. Era uma pessoa fria que lhe causava medo.

Ele puxou Sakura para seus braços e depois a depositou sobre o ombro.

_Syaoran, o que você esta fazendo? Me larga! – ele não respondeu – SYAORAN!

_Porque você estava com ele? – gritou o garoto.

_Ele não me deixou escapar, ME LARGA! – Disse Sakura irritada.

Ela sentiu o corpo do garoto se desequilibrar e cair no chão, carregando-a junto. Ele estava cansado.

_VOCE É UM IDIOT...- Ela não teve tempo de terminar a frase quando ele a beijou.

Sakura ficou sem reação, apenas sentindo a língua do rapaz que explorava sua boca com vontade. Nunca havia sentido aquilo, era diferente do beijo que ele lhe dera no casamento. Seu coração acelerou e ela sentiu a respiração travar.

Quando ele separou os lábios dos dela, desmaiou no colo de Sakura.

_SYAORAN!

















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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso, esse foi um capitulo rápido, mas importante.
Espero que tenham gostado, por favor comentem se vocês gostaram ou não.
Estarei dando o meu melhor para o próximo capitulo!
Até mais!