Um Sopro De Felicidade escrita por Mihara


Capítulo 10
Capítulo 10 – Ajuda necessariamente desnecessaria


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu comentei nos capítulos anteriores que
estaria ocupada!
Ai esta mais uma historia.
Boa leitura!



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Capitulo 10

Ajuda necessariamente desnecessaria

Quando Sakura acordou ela viu que já tinha escurecido, levou um susto quando viu que Syaoran estava deitado ao seu lado, mas o que surpreendeu mesmo foi à bola de pelos em suas mãos que se mexia. Ela respondia a cada cutucão. Então, a bolinha de pelos se desenrolou e Sakura viu que era um tipo de coelho, com uma pedra vermelha no centro da testa.

_Paku! – disse o coelho, que depois pulou para a cabeça de Sakura.

Ela riu, então o coelho branco pulou para a cabeça de Syaoran, que dormia. Sakura ficou desesperada, mas o garoto não acordara, ela tentou segurar o riso.

_Paku! – o coelho pulou na cabeça de Syaoran até o mesmo se levantar e arquear uma sobrancelha ao ver o pequeno animal – Paku!

_Que bicho é esse Sakura? – disse Syaoran segurando o coelho.

_Eu acordei e ele estava no meu colo.

_Mokona não é bicho, Mokona é Mokona.

_Toma, deve ser seu guardião. – Syaoran voltou a dormir.

_Não vai me dar nem parabéns? – disse Sakura colocando Mokona em seu colo.

_Parabéns!

Ela olhou-o debochadamente para Syaoran, mas viu que o rosto do menino estava suado, ele não parecia bem. Inclinou-se sobre ele e colocou a mão em sua testa.

_Você ainda não parece bem, ainda esta com febre.

Ele retirou a mão dela de si.

_Eu estou bem.

_ Esta com febre! – Mokona pulou em Syaoran novamente – Esta com febre!

O chinês levantou-se pronto para atirar o guardião pelo quarto, mas Sakura o impediu recriminando-o, depois fez o garoto deitar-se novamente.

_Não era para ele ter desaparecido depois da invocação?

_Eu vou cuidar de você Syaoran!

_O que?

Ela levantou da cama.

_Vou fazer sua febre passar! – disse determinada, depois saiu correndo do quarto com seu coelho branco saltitando atrás de si.

_Mokona vai ajudar! – disse o bichinho gordo de orelhas cumpridas.

Syaoran ia tentar impedi-la, mas era tarde demais, ela já tinha saído do quarto. Sentiu perigo naquela frase.

Não muito depois, sentiu um cheiro de queimado vindo da cozinha, e algo dizia que era obra da menina. Uma hora depois, Sakura subiu segurando um prato – e um sorriso meio amarelado no rosto – com um conteúdo desconhecido que parecia lama, mas da cor branca. Ela sentou-se ao lado dele e, com uma colher na mão, preparou uma trajetória fazendo curvas e subidas no ar até a boca de Syaoran, que a fuzilava.

_Tá brincando, né?

_Abre a boquinha!

_Abre a boquinha, Syaoran! – repetiu Mokona.

Syaoran deitou-se novamente cobrindo-se com o lençol desta vez, ela o estava tratando como uma criança.

_Come logo, Syaoran! – disse Sakura num tom autoritário.

Ela levantou-se e o arrastou para fora da cama. Por mais que Syaoran brigasse, ele sabia que ela não ia desistir. Esse não era o tratamento correto para uma pessoa doente. A imagem de Sakura como enfermeira era assustadora, um demônio segurando uma seringa e sorrindo largamente, essa era a imagem da menina a seus olhos nesse momento.

Mas Sakura não iria desistir, puxou tufos de cabelo de Syaoran até o menino abrir a boca e comer uma colherada involuntária, Sakura conseguia dar um sentido literal na frase “comer a força”. Quando o menino sentiu o estranho conteúdo pastoso em sua garganta, sentiu o doce e o amargo que o fazia querer vomitar. Parecia que era uma mistura de agua, com massa misturada no açúcar e depois no sal.

_O que é isso? – disse ele pegando uma jarra de água perto da cama para beber.

_Ue, é mingau de arroz, minha mãe sempre fazia para mim quando eu adoecia.

_Mokona também quer mingau de arroz – o coelho pulava de lá para cá, e Syaoran pensou que o coitado não sabia o que estava pedinto.

O garoto pegou o prato das mãos de Sakura e preparou uma boa colherada para o guardião.

_Quem sabe ele desaparece!

No instante em que Mokona comeu, logo o guardião parou de pular ostentando uma cara azeda.

_Mokona não se sente bem.

Sakura, preocupada, retirou o prato das mãos de Syaoran e provou a comida. Ela gemeu no mesmo instante. Nem parecia algo que fosse comestível. Baixou a cabeça triste, queria apenas ajudar. Syaoran achou que a menina fosse chorar, mas logo ela levantou a cabeça. Subiu na cama chegando perto do garoto, que imaginava que a menina não possuía medo algum dele para chegar tão próxima assim em cima de uma cama. Sentiu a face esquentar com tamanha proximidade, viu que os olhos verdes e inocentes da garota o encantavam e seus lábios o chamavam para um encontro. Se ela pedisse algo ali mesmo, ele concederia de tamanha fascinação.

_Sua febre não passou ainda, minha mãe dizia que sempre era bom um banho frio quando se esta com febre. Va pro banho Syaoran!

O encanto havia sido quebrado com as ordens de Sakura.

_Tá doida? Um banho frio a essa hora da noite? Nem pensar!

Sakura não iria discutir, então seria a força mais uma vem, arrastou o menino pelos cabelos até o banheiro.

_Se for preciso eu tiro sua roupa também!

_Você gosta de puxar os cabelos dos outros né? – ele sentiu um arrepio nas costas, será que ela falava serio?

_Faço o que posso! – Ela no fundo gostava de segurar os cabelos castanhos e rebeldes de Syaoran, era tão macio e bem tratado quanto o de uma mulher. – Quer que eu esfregue suas costas?

Ele sentiu outro arrepio, mas dessa vez na virilha. Ela realmente não tinha consciência do que estava fazendo. Empurrou-a para fora do banheiro e trancou a porta revoltado, Sabia que estava fazendo tudo o que ela pedia.

Assim que saiu do banho, ele foi abordado por Sakura e jogado em cima da cama, imaginou besteiras em sua mente, mas depois sentiu um calor infernal. A garota cobriu Syaoran com o cobertor mais grosso que tinha, feito de lã. Ele tentou se levantar, mas a menina o impedia.

_Não, fique ai, você não pode pegar friagem.

_Nesse calor? Esta querendo me ajudar ou me matar?

Ela apenas o olhou de cara feia, quando ia se afastar da cama sentiu ser puxada pela cintura e logo depois ser coberta. Sentiu o corpo de Syaoran colado ao seu, agarrado sua cintura.

_Se eu vou ter que aguentar isso, você também vai!

Ela não sabia nem o que falar. Sentiu em seu corpo uma terrível onda de calor, mas duvidou que fosse por causa do cobertor grosso. Tentou se soltar, mas Syaoran a apertava ainda mais soltando um sorriso maldoso.

_E..Esta quente demais, me largue!

_Não! – Ele podia sentiu o perfume adocicado da menina, sentia que o compasse do coração estava descontrolado e teve que controlar a si mesmo para não enfiar o rosto no pescoço da jovem – Tá quente né?

_ Syaoran!

Eles levaram um susto quando a porta do quarto se abriu e uma Yeilan totalmente confusa apareceu na porta, Meiling apareceu atrás dela se revoltando com a cena.

_MAS QUE POR* É ESSA?

Yeilan tentou segurar o riso – o que muitas pessoas da família desaprovariam de sua parte por falta de compostura – e também teve que segurar Meiling para não avançar. Por mais que Sakura tentava explicar-se, não conseguia, e Syaoran também não ajudava agarrando-a daquele jeito.

_N..Não é o qu..- Ela foi interrompida, Yeilan se curvou e fez Meiling se curvar também – Desculpe a intromissão, não queríamos interromper!

Yeilan arrastou Meiling pela gola, que se debatia para se soltar e pular em cima de Sakura. Quando a mesma, estava morta de vergonha, já era a segunda vez que a pegavam em algo constrangedor, agora os empregados da casa e todos os presentes na família Li pensavam besteiras sobre ela e Syaoran.

No fundo, o Chinês riu. Sakura se virou para ele o encarando de cara feia. Ele apenas sustentava um sorriso debochado. Sakura pensou que não era um sorriso dos que ela queria ver, mas já era um começo.

_Idiota!

_Faço o que posso!

Sakura olhou nos olhos de Syaoran, a forma como ele a encarava agora era diferente da de quando ela havia chegado. Não era mais um olhar arrogante, porem parecia mais zombeteiro. O cheiro dele a inebriava, sentia o corpo formigar. Tinha que sair dali.

_Eu vou... Eu vou pedir algo para Tomoyo preparar para jantar, você tem que se alimentar direito.

Ele não a segurou, mas não foi por falta de vontade. Assim que ela saiu do quarto, chutou para longe o grosso cobertor e esticou-se na cama. Sentiu uma tontura terrível, mas não sabia dizer se era por estar doente ou se por nervosismo. O coração estava para sair pela boca. Ele virou para um lado da cama tentando se acalmar.

Syaoran sentia seu coração pulsar fortemente perto de Sakura, mas também sentia a paciência indo embora. Ela tentava ajudar de toda forma possível, mas acabava só atrapalhando mais. O jantar que Tomoyo tinha preparado, ela tropeçou e derrubou a comida em cima de Syaoran, fazendo-o tomar banho de novo. Tinha medo de pedir um copo de água à menina, ela poderia facilmente faze-lo levar um terceiro. A menina era atenciosa, mas não controlada.

–------*****-------

O garoto cochilava enquanto Sakura conversava com Tomoyo no andar de baixo. Seu corpo estava cansado, mas não havia sido um dia tão ruim. O quarto estava em silencio e na escuridão quando Syaoran ouviu a porta se abrir.

_Sakura? – disse ele tentando se levantar, mas não podia ver nada além de uma silhueta. Ele percebeu que era alta demais para que fosse de Sakura, então, alarmado tentou se levantar rapidamente. – Quem é?

Uma força invisível o empurrou e prendeu-o na cama. Era como se estivessem 50 homens segurando seus pulsos e cabeça contra o colchão. Ele sentiu o olho direito doer, ardendo fortemente. Syaoran gritou com as dores agudas, era quase insuportável.

_Não se preocupe Syaoran! – a voz lhe era familiar, uma que ele tinha escutado há pouco tempo – Não vai demorar muito.

O som da voz variava, de uma mais grossa para uma mais fina, como se fosse a voz de um homem velho e um homem jovem. Por vezes, elas falavam juntas, em sincronia.

_Eu realmente não queria fazer isso – ele deu um passo à frente, seu olhou parecia que respondeu e latejou com intensidade. – Mas as circunstancias não me deixam escolha.

Quando o homem se aproximou, Syaoran reconheceu a imagem da pessoa a sua frente. Surpreso, ele tentou falar, mas a força invisível ainda lhe impedia de fazer qualquer coisa que fosse indesejada ao visitante misterioso. O homem a sua frente pôs a mão em sua cabeça, e o menino sentiu o olho latejar ao toque. Não conseguia mais enxergar com o olho que doía, e o outro lado estava embaçado, lacrimejando.

_Deixarei você fora de ação por um tempo para poder ajudar Sakura – ele queria levantar e chutar a bunda do cara ao ouvir o nome de Sakura – se acalme, você ostenta muito poder em seu corpo. Cuidarei de você depois. É o único jeito.

A única visão do lado esquerdo escureceu e Syaoran perdeu os sentidos.

Sakura andava de um lado para o outro na cozinha, Tomoyo havia saído e os empregados da casa foram liberados. Mokona estava deitado sobre a mesa, com a barriga farta das uvas da fruteira. Não poderia cozinhar novamente, ele não comeria. Frutas seria pouco, estava preocupada.

Ela olhou para o relógio, ele tinha parado. Será que ele estaria com muita fome? Não teria jeito, iria pegar algumas frutas. Sakura encheu uma bacia com variáveis frutas saudáveis que – ela achou – fariam bem para saúde. Abriu a torneira para lava-las, mas a agua não saiu, a torneira estava quebrada também? Ela olhou para Mokona que estava em cima da mesa, agora em pé. Seus olhos estavam completamente abertos a encarando, era de assustar.

_Mokona? – ele não se moveu – Mokona?

Ela tentou pega-lo, mas ele um grande símbolo apareceu sobre seus pequenos pés brancos. Era o mesmo símbolo que o de Sakura. Sakura olhou em volta, sentiu uma sensação desconfortável, como se o corpo estivesse mais pesado. Olhou para a torneira e se assustou, a agua da torneira estava parada no meio do ar. Ela levantou para ver mais de perto e viu que se enganara, ela se movia, lentamente. O que era aquilo?

_Eu vou explicar! – disse a figura a sua frente, ela não havia notado que as luzes da cozinha tinham se apagado e encobertavam o semblante a sua frente. Mais ao lado, duas criaturas de asas estavam encostadas mais no canto, mas não muito longe. – Esta na hora, Sakura!


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Notas finais do capítulo

Ai esta, logo logo estarei postando mais historias.
Ps, eu estou praticamente dormindo.
Até logo.