Era como se sua cabeça estivesse prestes a explodir. Logan abriu os olhos resistindo á luz do sol que atravessava a janela do seu novo quarto. Sua boca estava seca e seu corpo buscou força para ao menos se sentar á cama. Logan alisou seu rosto e suspirou. Ele realmente começara a questionar suas escolhas na vida depois da noite passada. O garoto foi ao banheiro, escovou os dentes e desceu, tomando cuidado para não tropeçar em algum degrau e rolar escada abaixo, com a ausência de forças em suas pernas.

Seus amigos já estavam acordados e tomando café da manhã. Todas as refeições ali eram generosas, principalmente a primeira do dia. Porém, apenas Kendall e Logan aproveitavam melhor isso, pois James estava sempre optando pelas refeições mais saudáveis e minúsculas.

“Bom dia” Logan disse sonolento. Os dois amigos sorriram ao vê-lo entrar pela porta.

“Olha quem levantou cedo, a estrela da noite passada” James disse com um sorriso no rosto, alegre cedo demais na opinião de Logan “Aliás, você mandou muito bem dançando em cima da mesa das Jennifers” Logan abriu os olhos em espanto em pensar que fez aquilo mesmo e ainda por cima não se lembrar. Ele nunca mais beberia na vida. James se aproximou do amigo vendo o choque em seus olhos, colocou a mão no ombro dele e sorriu “Eu estou brincando, doutor”.

Logan respirou em alivio e pode observar Kendall levantando a cabeça para sorrir para James com um olhar de desaprovação, dizendo silenciosamente o quão tolo o melhor amigo era. Do mesmo jeito que Logan olhava para Carlos.

Carlos...

Foi então que algumas coisas da noite anterior voltaram para Logan, e o garoto cruzou a cozinha até onde Kendall estava sentado “Hey, cara” Ele chamou a atenção do loiro com a voz baixa, tomando cuidado, por algum motivo, para que James não ouvisse. Kendall olhou para cima com um pequeno sorriso “Tem como deixar o que eu disse ontem à noite, só entre nós dois, eu realmente não estava pensando direito”.

“Na festa? Ok” Kendall concordou rapidamente enquanto se levantava para deixar sua xícara na pia, Logan correu para alcança-lo, e o virou pelo ombro.

“N-não, não na festa! Eu digo depois que você voltou aqui, quando eu estava dormindo”.

“Eu só voltei pra casa agora a pouco”

Logan olhou para James que rapidamente respondeu “Eu também”. Aparentemente a tentativa de evitar o mais alto de ouvir a conversa foi em vão. O garoto começou a se desesperar, pois se as duas únicas pessoas que moravam na casa não estavam ali enquanto dormia quem era. Ele havia percebido que as chaves da casa que estavam na mesinha do quarto haviam sumido pela manhã. Só faltava Kendall ter esquecido a porta aberta outra vez e algum estranho havia entrado na casa. E ainda por cima, tudo o que Logan havia dito para aquele estranho...

Kendall, vendo o medo nos olhos do amigo, logo impôs “Carlos veio aqui pegar as chaves que eu esqueci depois que te deixei dormindo. Deve ter sido ele”.

“Você tem certeza?” Logan perguntou ainda mais chocado que antes. Kendall afirmou e observou enquanto o amigo ficava dois tons mais pálido.

“Mas afinal o que você disse ontem á noite?” James perguntou.

Logan deixou os dois amigos curiosos na cozinha e subiu em um piscar de olhos para seu quarto outra vez, trancando a porta. Ele tirou sua roupa e entrou no chuveiro, com sorte ele poderia se acalmar um pouco.

Afinal era o Carlos. Foi ele quem ouviu todas aquelas coisas que Logan disse, que muitas vezes o mais novo não gostava de admitir para si mesmo. Como ele planejava olhar para o amigo depois disso? Pois do pouco que Logan lembrava ele pode lembrar-se da silhueta em sua parede por todo o tempo em que falava sobre Carlos, e de como sentia sua falta, e de como... Droga! Ele havia dito que foi apaixonado por ele, ou ainda é – Bem, sua memória ainda estava um pouco confusa – mas ainda assim, Logan sabia que havia dito muito. Ou o suficiente para não ser capaz de encarar o amigo por um bom tempo, nem mesmo se quisesse, afinal, o que Carlos devia estar pensando sobre ele naquela hora? O mais velho provavelmente desistira de falar com Logan. E se ele pensasse que toda a amizade entre eles havia sido falsa? Pois Logan esteve apaixonado por ele por tanto tempo – Quer dizer – Droga, a mente dele estava pregando peças nele outra vez. Logan não estava apaixonado por Carlos. Foi apenas um pensamento passageiro de um tempo distante. Afinal, ele o amava, como seu melhor amigo. Pois não importa o quanto ele precisava do garoto por perto; ou como ele era a única pessoa que conseguia fazê-lo se sentir bem e confiar; ou como Logan podia passar dias pensando em algo que o mais velho dizia como ele dizia, e do jeito que sua voz soava quando falava seu nome; mesmo com isso, não significava que ele estivesse apaixonado. Não é?

Logan estragou tudo. Do pouco de amizade que restara desde a última vez que se viram, ele conseguiu jogar fora a última esperança que havia de voltarem a ser como antes.

Mas o que era ‘antes’? Pois apenas alguns dias se passaram, e esses pesavam como anos. E tudo o que Logan tinha eram memórias que ele queria restaurar. Mas ele tinha que falar de mais! Se ao menos Logan tivesse consertado as coisas com o amigo antes, ao invés de se embebedar e dizer o quanto Carlos significava para ele. Qual eram as chances de aquilo terminar bem?

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 A segunda-feira havia chegado, e Carlos esperava impacientemente Logan sair da aula. Carlos havia passado todo o domingo decidindo o que fazer sobre a noite de sábado. O mais velho não fazia ideia de que o amigo se sentia assim por ele e Carlos começou a questionar como ele se sentia. E a realidade era que Carlos nunca se sentiu melhor na vida. Logan sempre foi uma das pessoas mais importantes para ele, e um dos motivos pelo qual Carlos agia como um idiota com Logan era porque ele sabia que o mais novo nunca se afastaria e o latino pode sentir seu coração ser arrancado do peito quando aquilo aconteceu noite atrás.

Carlos sentia falta acordar e encontrar Logan na casa pronto disposto e sorrindo pela manhã, o que deixava o deixava irritado, mas ainda assim não podia viver sem; Ele sentia falta de ouvir o mais novo falando sobre o seu dia, usando termos médicos que Carlos podia jurar que eram de outro idioma, e mesmo que Logan não acreditasse, ele prestava atenção em cada palavra, pois o garoto ficava mil vezes mais fascinante quando falava sobre o que amava. E Carlos amava isso. Cada detalhe do amigo, e do efeito que ele tinha em sua vida. E o latino se sentia péssimo por ter demorado tanto para perceber isso. Mas ele estava disposto a consertar as coisas.

Carlos checou seu relógio outra vez. Se ao menos Logan saísse logo, o mais velho queria convida-lo para almoçar, como eles faziam antes, talvez conversar e romper aquele silêncio entre eles. Ele precisava do melhor amigo de volta.

Enfim ele viu Logan sair do prédio; sorrindo e conversando com alguns colegas, e Carlos se sentiu um pouco incomodado pelo fato de saber que não era o único que fazia o mais novo sorrir assim.

Logan olhou para o lado e avistou Carlos de longe. Os dois trocaram sorrisos tímidos – o que era um grande avanço – e se encararam por um tempo até Carlos ser o primeiro a se aproximar, porém ele parou quando viu alguém chegar por trás de Logan e cobrir seus olhos com as mãos. Era uma garota. Camille.

Carlos observou enquanto o mais novo se virava para encarar a garota, ela jogou seus braços ao redor do pescoço dele e sorria durante toda a conversa. Carlos ficou confuso, mas no momento em que Logan colocou suas mãos na cintura da garota, o mais velho deu meia volta enquanto sentia seu sangue ferver.

Quer dizer que Logan havia parado de falar com Carlos, e feito todo o drama por causa do amor da vida dele e depois simplesmente voltava com ela? Como ele pode acreditar por um segundo que as coisas iriam mudar? Ele já estava perdoando a garota, assim como ela previu, e Logan nem ao menos havia falado com Carlos.

“Carlos! Espera” Ele pode ouvir Logan o chamando. O mais novo era rápido, por tanto o alcançou em dois tempos “Carlos!” Logan o chamou outra vez, já perto o suficiente para segurar o amigo pelo ombro. O mais velho se virou e o encarou por uns instantes com um olhar impaciente “Eu fiquei surpreso de tiver aqui”.

“É, mas eu já estava de saída” Carlos se virou e continuou a andar, e Logan continuou a segui-lo.

“Mas, ainda assim, você queria dizer alguma coisa?” Logan parou o amigo outra vez e o encarou confuso, afinal, Carlos não o esperava sair da aula desde um bom tempo, então deveria haver um motivo para estar ali.

E havia. Carlos olhava o amigo e revisava todas as coisas que pensava em dizer para ele a uns minutos atrás ‘Vamos almoçar juntos’ ‘Vamos voltar a morar juntos’ ‘Eu sinto sua falta’ ‘Ouvi o que disse sobre mim ontem’ ‘Eu me sinto do mesmo jeito sobre você’  porém tudo o que saiu de sua boca naquele momento foi:

“Você pode ficar com a casa”.

“O que?” Logan perguntou ainda mais confuso, principalmente com a frieza que sua voz.

“Você teve todo o trabalho em procurar, decorar e cuidar da casa, então o mais justo seria se você morasse nela. Já que não estamos mais morando juntos” Carlos reforçou. Logan o encarou chocado e o latino pode ver que ele estava pronto para protestar, mas desistiu, falhando em escolher as palavras certas. Carlos pode ver que a decisão não agradou Logan, pois conhecia aquele olhar triste, mas ele estava muito irritado para se importar e continuou “Quarta-feira você pode levar suas coisas de volta, eu vou ter arranjado outro lugar até lá, espero. Combinado então?” Logan ainda continuava calado, e apenas balançou a cabeça afirmando. Ele observou enquanto Carlos se afastava, porém, dessa vez, ele não o seguiu.

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Quarta-feira chegou mais rápido do que Carlos gostaria. Ele se arrependeu de ter sido tão frio com Logan, e queria retirar o que disse. O latino não queria ficar por causa da casa, ele queria esperar até Logan voltar, e as coisas ficarem normais outra vez. Porém a única coisa que Carlos fez foi se certificar que isso não acontecesse tão cedo. Talvez ele estivesse se precipitado e julgou a situação cedo demais. Ele deveria ter pensado melhor antes de falar, como sempre. Mas não havia como voltar atrás.

Carlos iria se mudar para a casa de James e Kendall que estavam preocupados com a situação em que os dois amigos se encontravam. James perguntara se aquilo tinha haver com o que Logan disse na noite da festa, o mais alto não sabia o que era, mas disse para Carlos não se preocupar, pois Logan disse que foi um erro e ele não estava pensando direito. James podia até pensar que aquilo era algo bom, mas saber disso destruiu Carlos por dentro. Como ele pode considerar algo que Logan disse enquanto bêbado? Naquele estado Logan não era si mesmo. Carlos havia se iludido por nada.

Suas coisas já estavam prontas quando Logan chegou á casa. O mais novo havia emprestado o carro de James para a mudança, já que pelo menos o carro que Logan e Carlos dividiam era do Carlos. Disso ele não iria abrir mão.

Carlos resolveu esperar Logan se mudar para sair de casa, já que seria muito constrangedor ir para a casa dos amigos enquanto o mais novo estivesse lá. Logan entrou com duas de suas malas na casa, e cumprimentou Carlos com um pequeno sorriso e cabeça baixa. Os dois evitavam se olhar nos olhos e não era para menos. O latino ajudou o amigo a mover suas coisas e vice e versa. Sem dizer nada.

Mas Carlos queria aproveitar o momento para consertar pelo menos um pouco daquela situação, então sugeriu que eles tomassem alguma coisa antes do latino sair. Eles ficaram em silêncio por um bom tempo.

“Então” Carlos rompeu o silêncio “Sexta feira, vai abrir um barzinho aqui perto, e todo mundo vai estar lá, a gente podia combinar de ir”.

“Eu queria, mas não posso. Eu meio que tenho um... encontro” Logan disse tímido e incerto, sem encarar o latino.

“Claro, com a Camille, certo?” Carlos disse soando claramente irritado com a ideia. “Vocês estão saindo?” Ele não podia acreditar que eles realmente estavam se vendo outra vez.

“É complicado” O mais novo passou a mão em sua nuca, ele estava obviamente desconfortável com o assunto da conversa, mas Carlos não podia deixar de questiona-lo sobre, afinal, ele devia isso a ele. Talvez Camille tivesse mentido e manipulado o garoto outra vez, mas Carlos já havia passado da fase de sentir dó do garoto.

“Complicado é entender como você perdoou a Camille tão rápido”.

“Eu não perdoei ela, mas caso você não se lembre, nós terminamos”.

“Eu vi vocês dois hoje, Logan. Você ao menos tem amor próprio?” Carlos soava ainda mais irritado, já que agora eles estavam oficialmente discutindo sobre aquilo.

“Mesmo se eu estivesse namorando ela, o que não estou, não seria da sua conta, a não ser que você dormisse com ela de novo” Logan o encarou pela primeira vez no dia, provocando-o,  ele realmente se incomodara com a atitude de Carlos, porém o mais velho não iria voltar atrás com o assunto.

“Cala essa boca, Logan” Carlos aumentara seu tom de voz. Logan ainda o culpava “Eu nunca tive nada com a Camille! Mas é bom saber que você acredita mais na vadia que te trai do que no seu melhor amigo”.

 “Um melhor amigo nunca mentiria pra mim durante semanas sobre a minha namorada!” Logan já estava gritando junto a ele. Os dois haviam feito seu caminho até a sala no meio da discussão sem perceber. Ambos estavam mais concentrados em dizer tudo aquilo que estava preso em suas gargantas por todo aquele tempo.

“Eu menti pra você porque eu estava pensando no quanto ela te fazia feliz! E no que você estava pensando quando me socou e me acusou de algo que eu não fiz?”

Logan não respondeu, pois não havia como responder aquilo, Carlos tinha um ponto e sabia que estava certo, mas ele continuou a se culpar por todo esse tempo, porém já havia passado tempo o suficiente, ele já havia implorado e esperado por Logan o suficiente, e era claro que não era ele quem deveria pedir desculpas. Mas essa era a chance de dizer a verdade para o mais novo.

 “Sabe o que realmente aconteceu, Logan?” Carlos continuou sem intenção nenhuma em esconder algo “Ela me beijou e eu me afastei; ela queria ir pra cama comigo e eu recusei; ela disse o quão estúpido você era por acreditar nela, e que diria pra você que nós dois ficamos, de um jeito ou de outro, porque no final você acreditaria mais nela do que em mim e ainda assim eu recusei; Eu não quis acreditar, na verdade, porque eu pensava que minha palavra significava alguma coisa pra você e mesmo depois de você ter provado o contrário, eu te defendi quando ela continuou a te insultar. Eu não te contei assim que você chegou porque eu vi como você era feliz com ela e fiquei em duvida. Mesmo você me culpando por algo que eu não fiz, eu te pedi desculpas; mesmo você sendo o único errado nessa briga, eu te dei a razão, espaço e até a porra do nosso apartamento! E você depois de apontar o dedo na minha cara, me culpando por tirar a mulher da sua vida, você volta com ela e continua a me evitar. Por toda a nossa amizade, Logan, eu sei que nunca fui um amigo exemplar. Cara! Eu ferrei sua vida, inúmeras vezes, e sei disso, mas quando a Camille me acusou de traidor, e mentiroso você nem me deu um crédito de confiança e você me devia isso Logan! Depois de tudo o que passamos juntos, eu pensei que significava mais pra você do que uma decepção!”.

O mais velho descansou seus gritos, e respirou fundo, encarando Logan nos olhos dessa vez. O garoto mantinha a postura e a expressão neutra, mas Carlos pode observar sua respiração ofegante e o vermelho em seus olhos, com uma lágrima percorrendo o seu rosto que, com certeza, Logan não planejava liberar. Talvez Carlos houvesse pegado pesado, mas era a verdade. Cada palavra. Logan significava o mundo para ele, mas Carlos também possuía limites. Ele não podia deixar o mais novo gritar e acusa-lo como se ele tivesse razão naquela história. Isso já acontecera algumas vezes, mas os dois haviam crescido, e agora Carlos entendia que as coisas não eram as mesmas, e ele não podia continuar fugindo de discussões com o amigo. Logan significava o mundo para ele, mas ele não podia continuar se enganando ao pensar que o sentimento era mutuo.

“Carlos, eu –” Logan começou com suas palavras presas a um soluço, nenhum dos dois estava gritando ainda. Suas vozes estavam cansadas, eles estavam cansados. Cansados de fugir um do outro para evitar aquele momento. A verdade.

“E pensar” Carlos interrompeu o garoto, contendo seus próprios soluços. “que se eu tivesse de escolher entre qualquer pessoa nesse mundo, eu também escolheria você” Tudo aquilo estava soando muito mais difícil do que desejava, para Logan e para si mesmo.

Foi possível ver o olhar de Logan se alarmar com essas palavras. O mais novo deu alguns passos para perto do amigo, cada um ficou em uma extremidade do sofá.

“O que você disse?” Logan perguntou com sua voz rouca.

“Eu disse” Carlos se aproximou de Logan, com passos lentos e pesados, até estar perto dele, bem perto “Que se eu tivesse que escolher qualquer ex minha, qualquer pessoa nesse mundo, eu escolheria você, Logan”.

Carlos estava irritado, cansado, e magoado e fazia questão de mostrar isso. Não havia muito espaço entre os dois garotos e o latino não via sentido em continuar contendo suas palavras. Ele podia sentir a respiração do mais novo, e esperava a reação dele.

“Então, era mesmo você ontem à noite” Logan disse desviando o olhar do amigo.

“ Eu ouvi cada palavra sua aquela noite, o que só tornou isso tudo mais difícil, porque você significa o mundo pra mim, Logan, sempre significou. Mas eu sempre assisti enquanto você se apaixonava por um rostinho bonito e lembrava de mim só quando quebrava a cara, e eu dizia a mim mesmo que merecia por te prejudicar tantas vezes.” Carlos disse sentindo uma lágrima traçar caminho sobre seu rosto “Agora, Camille? Você pode até dizer que ela é o amor de uma vida, mas eu esperava que só dessa vez, só uma vez, você me colocasse em primeiro, e ouvir você dizendo que me escolheria antes, pra agora–” O garoto se interrompeu quando percebeu sua voz falhando.

“Eu quis dizer cada palavra, Carlos, eu sinto sua falta” Logan disse.

“Eu sei” Carlos então alcançou a mão esquerda do mais novo e entrelaçou com a sua, e com a outra mão segurou o rosto de Logan. Carlos olhava para os lábios de Logan, sem saber se deveria se aproximar ou não, ele só desejava que o garoto desse um sinal ou o encontrasse no meio do caminho, e incerto, assim ele fez. Eles se beijam intensamente, como algo que ambos ansiavam. Carlos pode sentir seu fôlego sendo tomado outra vez, porém ele não estava reclamando. Ele estava ali, tão perto, beijando o garoto que encontrara um novo jeito de tirar seu ar. Logan o puxou para mais perto – Se isso ainda era possível – Carlos então o deitou no sofá.

“Podemos esquecer tudo isso?” Disse Logan rompendo o beijo e buscando ar “Eu te perdoo”.

Foi então que Carlos se afastou confuso, encarando Logan, ele estava indignado.

“Você me perdoa? Você esta disposto a me perdoar?” O mais velho saiu de cima de Logan, contornou o sofá e começou a pegar o pequeno resto de suas coisas.

“Eu não quis dizer isso, digo...” Logan se levantou tentando se explicar, e parou Carlos segurando em seu braço.

“Não acredito que depois de tudo isso, você ainda diz que eu tenho culpa!”.

“Não, Carlos, eu não –”.

O mais velho jogou suas antigas chaves no chão e saiu da casa, batendo a porta atrás dele. Carlos ligou seu carro com raiva. Ele não podia acreditar que tinha sido tão estúpido, Logan ainda não acreditava no latino e em nenhum momento pediu desculpas pelo o que disse.  E o que doía mais, era o fato de Carlos acreditar que pelo menos dessa vez, ele foi sua primeira opção.