I Will Always Choose You escrita por MoonlightRush


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá! Este capitulo ficou um pouco maior, mas espero que não se incomodem. :D Avisando pro perfo do Lucas que já arrumei as categorias, ok? Valeu pelo toque ~ xx



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“Camille! Abre essa porta!” Carlos batia com força repetidamente na porta do apartamento da garota. Com a força que sua mão carregava em cada tapa não iria demorar muito até derrubá-la. “Abre essa porra de porta!” Ele gritava usando todo o ar de seus pulmões, descontando na porta que era realmente a única que podia ser agredida naquele momento, ele tentava manter a calma aos poucos, mas Carlos não era nenhum Logan. Ele não conseguia contar até dez e respirar fundo; no máximo contar até três até descontar em um objeto mais perto, mas também, ele não ficava naquela situação com frequência. Carlos não deixava se abater por muito, não era de seu costume perder a cabeça por qualquer coisa, ele era descontraído demais para isso. Mas aquele não era o caso. Carlos acabara de ver seu melhor amigo saindo de casa, irritado com ele por algo que aquela vadia havia dito.

Foi então que o latino ouviu a porta sendo destrancada. Surpreso, ele se afastou, dando passos para trás até encostar-se a parede do corredor. Porém, não foi Camille que atendeu a porta e sim Lucy, sua colega de quarto. A garota tinha seus cabelos negros com mechas vermelhas amarrados em um rabo de cavalo e seus óculos mal ajustados em seu rosto.

“Carlos” Ela começou com a voz calma e expressão calma “Você é um cara legal, mas são duas horas da manhã! Vai embora antes que eu chame a policia ou soque sua cara”.

Se Carlos não estivesse com a cabeça cheia naquela hora, ele não pensaria duas vezes antes de sair logo dali. Lucy era uma garota legal e eles conversavam de vez enquanto. Os dois não eram próximos, mas com a personalidade forte de Lucy, Carlos aprendeu a não deixá-la irritada.

“Onde ela está?” Carlos passou pela garota e entrou no apartamento ignorando a ameaça dela. Ele parou no meio da sala de estar e começou a chamar o nome da Camille, e quando Lucy estava pronta para fazer algo sobre a invasão do latino, Camille entrou na sala.

“Uma garota nem pode mais ter suas horas de sono em paz nos dias de hoje” Ela disse surpreendentemente calma com a situação “Está tudo bem, Lucy, eu assumo daqui” Camille disse sorrindo para amiga que fechou a porta, a encarou preocupada, e sussurrou algo como ‘o que você fez agora?’ antes de voltar para o seu quarto. Pelo menos foi o que Carlos conseguiu entender. “Então, Carlos, o que devo o prazer da sua visita?” A garota disse se acomodando ao sofá, sorrindo, como se nada tivesse acontecido.

“O Logan saiu de casa. Eu duvido que ele ainda me olhe na cara depois do que você disse! Eu pensei que tivesse desistido de me ferrar!”.

“Então você me xinga, me chama de vadia sínica e ameaça ferrar com a minha vida, e pensa que eu aceitaria na boa, porque um merdinha exigiu que eu aceitasse? Me poupe, Carlos.”.

“Bem, ao contrário de você, eu não minto”.

“Lógico, essas últimas semanas devem ter sido muito divertidas para você, imagino.” Camille se levantou do sofá e se aproximou do latino. Ele detestava o jeito como ela agia tão casualmente com tudo aquilo. Carlos podia apostar, que a uma hora atrás ela estava aos prantos pedindo perdão para o Logan, como se tudo o que (não) havia acontecido, fora intencional “Agora diz, ele te bateu?” Ela se aproximou um pouco mais de Carlos, passando a mão onde um roxo havia tomado lugar em seu rosto. Ele recuou com o toque, mas não fez muito, além disso. Ele ainda insistia em manter a calma. “Deus, eu pagaria pra ter visto isso” Sua risada de admiração fez Carlos afastar a mão de Camille de modo violento e se dar alguns passos para trás.

“Por que fazer isso com ele? Contar uma mentira, ferrar com os três, só por diversão?”.

“Isso, e pra te mostrar que você não me ofende de graça” Ela apontou o dedo para Carlos, e cobriu sua expressão com raiva, pela primeira vez em toda aquela encenação. Ela realmente se ofendera com as palavras de Carlos. Porém, rapidamente voltou com seu sorriso sínico “Eu não dou muito tempo até ele me perdoar, ainda assim. Já no seu caso, não vejo isso acontecendo tão cedo...”.

“Logan não é tão burro quanto você pensa”.

“Verdade. Mas o garoto tem coração demais, e sempre vai acabar perdoando os piores. Talvez você tenha chance, no final das contas”.

“Eu não sou como você” Carlos apertava os punhos numa tentativa falha de se controlar. Como ela podia se comparar a ele desse jeito? Ele nunca enganaria o amigo assim.

“Isso é discutível”.

“Camille, só... Por favor, só me diz o que você disse pra ele”. O garoto já estava cansado de todo aquele joguinho da Camille, ele estava cansado de brigar, e ficar com raiva, ele só queria ir pra casa e descobrir como voltar a falar com Logan.

“Não vejo como isso –”.

“Só me fala o que você disse pra ele!”.

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“Ela me disse –” Logan começou, tentando manter o foco e a calma, as palavras de Camille ecoavam em sua mente e repeti-las seria um desafio. Kendall estava sentado ao seu lado em um sofá e James no sofá ao lado, ambos ouvindo, finalmente, a história do amigo que chegou desorientado de mala em mãos á sua porta.

Logan detestava que os dois amigos estivessem o vendo naquele estado: olhos vermelhos, dificuldade em pronunciar as palavras, tentando não chorar como a garotinha que ele parecia no momento. Era vergonhoso, mas ele sabia que podia contar com os dois. “– Ela disse que eles estiveram juntos por todo o tempo que eu estive fora, e que não gostava dele, apenas “aconteceu””. Logan continuou fazendo as aspas com os dedos.

“E o que ele disse?” James disse enchendo outra vez o copo de uísque. Quando Logan apareceu fazendo uma sinfonia na campainha deles, James ficou muito irritado. Já que com o ritmo de festas dele, os dias que guardava para estudar e dormir mais cedo eram sagrados, principalmente para alguém tão vaidoso como ele. Mas assim que viu o amigo precisando de um lugar para ficar, ele presumiu que acontecera algo muito serio para Carlos e Logan terem chegado a esse extremo.

“Que era mentira, lógico”.

“Ok, mas qual a versão dele nessa história?”. Kendall reforçou a pergunta do melhor amigo.

“Não é como se eu tivesse ficado lá para escutar mais uma mentira!”.

“Então você não deixou ele explicar, e aceitou a palavra da Camille? Da Camille? Sério?” James se irritou com as palavras de Logan “Ela é uma das minhas melhores amigas, mas na boa? Ela é uma vadia!”.

Logan e Kendall se assustaram com a declaração de James. Logan não gostava de ouvi-lo falando assim sobre Camille, mesmo que concordasse com o garoto. E resolveu reforçar seu ponto.

“Mas você não estava lá! Ela estava distante, e quando eu perguntei o que aconteceu ela começou a chorar e pedir desculpas, eu nunca vi ela naquele estado”.

“Você sabe que ela é uma atriz, não é, Logan?” o loiro perguntou calmo, e com um pequeno toque de ironia na voz.

“Eu sei, mas o Carlos confirmou!” Logan elevou seu tom de voz.

“Como assim?” James perguntou surpreso, como se não conseguisse imaginar Carlos falando isso. Seus olhos agora estavam grudados em Logan, pedindo uma explicação como se pedisse para o próprio Carlos.

“Ele mesmo disse ‘Camille te traí sempre e eu não seria o primeiro’! Meio obvio isso não é?”

Nessa hora Kendall e James se entreolharam, como se houvesse algo que Logan não sabia, mesmo o garoto não estando com cabeça para questionar as expressões deles, ele observou enquanto os amigos brigavam silenciosamente com olhares, expressões e pequenos movimentos de cabeça dizendo ‘sim’ e ‘não’.

“Olha, Carlos, eu provavelmente não deveria dizer isso...” Kendall começou meio inseguro, era possível ver o incomodo de James quando o loiro quebrou aquele silêncio.

“Então não diz, Kendall” James o interrompeu rangendo os dentes.

“Dizer o que?” Apenas Logan era o perdido na discussão.

“Ele tem o direito de saber” O loiro insistiu.

“Cala boca Kendall” James o retalhou outra vez.

“O que caralhos eu tenho que saber?” Logan já estava irritado com toda aquela briga silenciosa dos dois, ele já estava irritado por completo.

“Pouco depois de você sair pra viagem” Kendall enfim começou a real explicação, ainda tímido e incerto em suas palavras. Ele era o único ali que ainda não havia gritado “Camille e Carlos, eles vieram pra essa festa... Aqui em casa. E eles subiram pro corredor dos quartos, e eu estava lá com a Jo, e quando eu ia saindo do quarto...”.

Kendall!” James se arrependera de ter deixado o amigo começar a história.

“Eu vi a Camille beijando o Carlos”. Os dois viraram para observar a reação de Logan, que tentava não sair quebrando os objetos mais próximos.

“E vocês resolveram me contar agora?!” Ele se levantou.

“Não era da nossa conta! A gente nem sabia o que tinha acontecido direito!” Kendall ainda soava calmo, porém claramente cansado com tudo aquilo.

“Eles me fizeram de imbecil! Não é obvio?”.

“Não, não é! Isso que eu estou tentando dizer!” James elevou sua voz, mas respirou fundo e apontou para o loiro, o único ainda sentado “Kendall, diz o que você viu depois!”.

“Ela beijou ele; ele se afastou, gritou com ela e saiu dali”.

“Vocês deveriam ter me dito isso” Logan reforçou, porém com sua voz mais baixa e confusa.

“Eu convenci o Kendall a não te dizer” James se aproximou do garoto “só pra ver em quem você acreditaria no final, porque mesmo conhecendo o Carlos há menos tempo, eu sei que ele nunca faria algo assim com você”.

“O Carlos nem conseguia ficar em casa direito de tanta culpa!”

“Você ao menos escuta o que diz?” James já estava perto o suficiente para apontar o dedo quase encostando em seu rosto, e Logan se sentiu, de certo modo, ofendido com o gesto “Quer dizer que ele é o culpado só porque você supõe que é? Como vocês continuam amigos depois de tanto tempo?” Logan não respondeu nada e sentou ao lado de Kendall outra vez, James virou o resto da bebida que havia em seu copo, colocou na mesa de modo agressivo e disse “Quer saber? Dane-se! Eu vou dormir”.

As palavras de James deixaram a sala em silêncio enquanto o mais alto subia as escadas. Os amigos ficaram surpresos com o temperamento dele. Depois de uns instantes, Kendall virou para o garoto de cabeça baixa.

“Ele não quis gritar com você assim, é só que os dois ficaram bem próximos essas últimas semanas, e você interrompeu o sono dele, isso nunca trás o melhor lado do James” Kendall abriu um meio sorriso tentando confortar o garoto. Ele apoiou sua mão no ombro do garoto e continuou “Ainda assim, acho que você precisa conversar com o Carlos, se não por ele, pela a amizade de vocês”. Logan acenou com a cabeça considerando o conselho de Kendall, e o loiro deu dois tapas amigáveis em seu ombro antes de se levantar e subir para o seu quarto.

Por mais rude que James havia soado, ele estava certo. Logan havia julgado Carlos muito cedo, e cegamente. Ele não sabia por que foi guiado pelas palavras da Camille, depois de tudo o que ela fez para ele. Logan sabia que precisava pelo menos ouvir o latino, pois ele sabia que o amigo não o decepcionaria assim... Intencionalmente. A amizade entre os dois havia percorrido um longo caminho, e ele nunca se perdoaria, se não desse uma chance para as coisas se acertarem.

Logan havia prometido a si mesmo que iria conversar com o amigo o mais cedo possível, mas ele acabou não vendo problema em deixar para o dia seguinte. E nesse ritmo de adiar outro dia, e outra hora, Logan se encontrou em uma sexta-feira, pegando o resto de suas coisas da casa onde costumava morar com Carlos, para se acomodar aos poucos na casa de Kendall e James. Ele dizia que era provisório, mas a coragem de falar com o latino, desaparecia com o passar das horas, pois agora ele se sentia culpado pela situação que os dois se encontravam.

Como todo sábado à noite, James estava se arrumando para sair, e aproveitou para chamar Logan. A oferta de sair de casa e tirar a mente das coisas era tentadora demais para ser recusada. Então Logan subiu para se arrumar e adiou os estudos por uma noite. Kendall se juntou a eles, e os três foram de carro pegar Jo. A primeira coisa que a garota fez ao entrar no carro foi olhar com pena e compreensão para Logan. O garoto ficou muito incomodado com aquilo, mas não disse nada sobre, como sempre.

Eles, então, chegaram á festa das Jennifers. Três estudantes de artes cênicas que andavam como se possuíssem o campus em mãos. James e as Jennifers eram próximos, rumores diziam que, em todos os sentidos da palavra. Para sorte de Logan, as três não se davam bem com Camille, diminuindo as chances de encontra-la naquela festa.

Não demorou muito para Logan perder a conta de quantos copos de álcool já havia enchido. Ele não era muito de beber, e por esse motivo Kendall se preocupou, sentando-o ao seu lado em um banco na sacada da casa.

“Acho que você precisa de descanso”.

“Eu estou bem” Logan riu “Faz um belo tempo desde que eu não fico assim em uma festa” Ele virou o resto da garrafa que estava em sua mão, mas antes que Logan pudesse termina-la, Kendall a arrancou dele, e o encarou em repreensão. Logan não se importou muito, ele sabia que o loiro estava louco para encontrar a namorada na festa, mas Logan estava muito fora de controle para ser deixado sozinho.

Ele havia dançado, cantando as três Jennifers e outras garotas, e sido rejeitado. Logan sabia que se arrependeria pela manhã, mas só por aquele momento ele escolheu não se importar com o ‘amanhã’. O garoto se acomodou no banco e riu sozinho encarando para o nada “Eu lembro dessa vez, na nossa formatura, em que o Carlos me arrastou de lá, abandonando as garotas que estavam acompanhando a gente. De algum jeito, ele conseguiu cervejas e nós saímos pela rua em um estado não muito bom. Nós cantamos e rimos, e em uma parte da noite, ele disse que havia ficado com o meu encontro pra formatura, eu fiquei bravo, joguei minha garrafa no chão, corri pro meio da rua e quase fui acertado por um carro” “Um carro policial” Logan estava tentando não rir durante sua explicação. Não rir e não se distrair, também, o que estava difícil “Nós fomos pra delegacia, nossas mães brigaram por varias horas sobre como o Carlos me prejudicava, e ficamos sem nos falar por uma semana, e por incrível que pareça, eu fui o primeiro a pedir desculpas, pelo o que ele fez! E isso acontecia sempre, porque eu não conseguia ficar sem falar com ele, e ainda não consigo. Não importa o que ele faça, eu deixava passar porque eu sabia que ele não fazia por mal, ou queria acreditar que sim. Mas agora existe uma chance de eu estar errado, e eu não sei como pedir desculpas, por algo que eu fiz, o quão patético é isso?”.

Kendall observou o amigo por uns instantes, soltando um pequeno riso de compreensão, provavelmente se sentindo mal por ele.

“Você sempre fez isso com a Camille” O loiro comentou.

“Mas com ela era diferente... Eu acreditava que ela iria mudar, por mim, e eu estava disposto a esperar. Eu precisava de uma pessoa agitada, extrovertida, festeira, encrenqueira, que não se importasse muito com detalhes, na minha vida, pra variar”. Sua voz estava um pouco mais lenta e cansada, ele havia recuperado a garrafa das mãos de Kendall. Ele tinha a imagem de Camille. Ainda bela, e sem defeitos em sua mente, porém agora, Logan tinha noção que sua imagem não era a verdadeira.

“Eu tenho quase certeza que você descreveu o Carlos” Kendall riu, pegando a garrafa de Logan outra vez, mas dessa vez para beber.

“É, ela é tipo o Carlos, em um vestido” Ele riu tentado imaginar isso. Logan estava mais bêbado do que pensara. “Eles tem muito mais coisas em comum do que pensei. Como eu fui pensar que nada iria acontecer entre eles?” Logan choramingou.

“Agora ele é culpado?” Kendall perguntou confuso sobre o que Logan realmente pensava de Carlos. Mas ele entendia que para alguém mal acostumado com bebida como ele, sentido era um privilégio no momento.

“Eu não sei! Pergunta pro Carlos, ele é o advogado!” Logan disse irritado, provavelmente havia pensado demais, o que normalmente, não seria algo ruim. Ele então recuperou o seu sorriso “Isso me lembrou de uma coisa...”.

Logan começou a contar sobre a vez em que, quando pequenos, Carlos resolveu brincar com as algemas do pai, sem saber onde estava a chave. E também falou sobre as burradas que o latino o convencia a fazer. Das inúmeras vezes que o amigo o defendeu, e levou a culpa por ele; Ele contou á Kendall, sobre os dias em que Carlos cancelava tudo para anima-lo assistindo o mesmo filme do 007, repetindo quantas vezes fossem necessárias. Logan não percebeu, mas ele já estava falando sobre os mínimos detalhes do amigo, que possivelmente só ele percebia. Logan comentou como Carlos torcia um pouco seu sorriso para a esquerda destacando sua covinha de um lado, quando ele conversava com uma garota que ele realmente gostava, e como ficou difícil de ver isso nos últimos anos; O jeito como ele fazia bico, sem perceber, quando diziam ‘não’ pra ele. Algo que Carlos raramente ouvia de Logan. O garoto se encontrou comentando os mínimos detalhes do amigo e percebeu o quanto eles faziam falta.

“Me parece que o Carlos está fazendo mais falta pra você do que a Camille”

“Eu não sei por que você pensaria isso. Camille é aquela com quem eu pretendia passar o resto da minha vida” Logan disse cansado e triste pensando em todos os planos que fez com a garota.

“E quanto ao Carlos?”

Logan o encarou por uns instantes, confuso por um momento sobre o que o garoto quis dizer com aquilo. Mas não demorou a perceber.

“Eu vou voltar pra festa porque você está não está fazendo sentido” O garoto riu do loiro, tentando se levantar. Mas assim que tentou, ele quase caiu no chão. Kendall decidiu que era realmente hora de levá-lo para casa.

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Carlos entrou na casa das Jennifers. Ele havia chegado duas horas depois do início, porém a festa tinha a aparência de estar apenas começando. O latino avistou James saindo da festa aos beijos com uma colega de classe dele. Ele queria alcança-lo e perguntar se Logan estava ali, porém não queria interromper o amigo.

Tudo o que Carlos queria saber era se Logan estava naquela festa, onde estava com quem estava? O mais novo o evitara por dias, e tudo o que o latino queria era conversar. Se os dois nunca mais fosse se falar, Logan tinha o direito de querer isso, mas não sem saber sobre a história inteira.

Na sexta-feira, Carlos havia chegado em casa, e percebeu coisas faltando dali. Ele começou pensando que foi um assalto até ver que apenas as coisas do Logan não se encontravam. Aquilo fez o coração do latino arder, pois era como se o mais novo estivesse oficializando tudo. Ele não estaria voltando tão cedo. Ou nem voltaria. Mas Carlos evitava pensar sobre.

O garoto viu Kendall sentado conversando com um grupo de amigos, e se aproximou dele, para perguntar.

“Eu o levei pra casa, ele não é muito de beber” O loiro o respondeu. Carlos acenou com a cabeça, e pensou consigo mesmo que para Logan beber tanto ele deveria estar muito chateado. “E só pra você saber, ele estava querendo conversar com você” Ouvir aquilo o deixou alegre, mas Carlos não pode deixar de desconfiar. Kendall poderia ter dito por pena, ou para animar o amigo apenas. Mas ele sorriu em retorno para agradecer em todo caso.

Foi então que Kendall se lembrou de algo. Abrindo os olhos em preocupação ele checou cada um de seus bolsos á procura de alguma coisa. “Carlos, você poderia me fazer um grande favor?”

“O que houve?” Ele perguntou preocupado.

“Acho que larguei as chaves em casa quando fui deixar o Logan, e a porta ficou aberta quando saí às pressas, tem como você ir lá e trancar tudo pra mim?”.

Ele estava falando serio?

“Então você quer que eu saia da festa que acabei de chegar, pra fechar sua casa?” Carlos repreendeu o amigo.

“Se não foi muito incômodo...”.

“É!”

“Por favor, você sabe o prejuízo que seria se assaltassem a casa, com o Logan apagado ainda?”

Carlos encarou o olhar pidão do loiro, e suspirou antes de aceitar. Não iria custar nada também, ele só estava lá para ver Logan e o Logan não estava lá. Não havia muitos motivos para ficar naquela festa de um jeito ou de outro.

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Chegando á casa dos amigos, ele entrou tranquilamente com a porta que Kendall havia deixado aberta. O loiro podia ser muito burro quando estava com pressa. Qualquer ladrão estaria com a vida feita se assaltasse aquela casa.

Ele ligou as luzes, e cruzou a sala, familiarizado com o lugar. Carlos havia passado grande parte do seu tempo evitando Logan e Camille, na casa dos amigos. O latino havia gravado onde ficava cada cômodo da casa (principalmente o bar), e sabia onde ficava o quarto onde Logan podia estar.

Subindo as escadas cuidadosa e silenciosamente, Carlos abriu a porta do quarto de hóspedes, encontrando o amigo adormecido na cama, deitado de lado, virado para a parede. Para não acordar o mais novo, Carlos não se incomodou em ligar a luz do quarto. A luz que vinha do corredor já era o suficiente para localizar as chaves.

As chaves de Kendall estavam em uma pequena mesa ao lado da cama, separando-a da parede. Então Carlos deu a volta no quarto – consideravelmente grande para um quarto de hospedes – Tentando alcançar as chaves nas pontas dos pés. Assim que Carlos conseguiu, ele relaxou um pouco e observou o mais novo dormir por uns instantes; Calmo e torto na cama. Kendall provavelmente jogou o garoto ali e voltou correndo para a festa das Jennifers.

Carlos desejava ter visto ele bêbado e imaginava quanta merda ele havia falado enquanto tomava mais do que estava acostumado. Pois era raro ver o Logan bebendo livremente, se divertindo sem se preocupar com muito, nos últimos anos. Ou apenas se divertindo ao lado de Carlos. Eles estavam há dois anos na faculdade e Camille entrou em suas vidas em menos de dois meses do início dos estudos deles. Os dois amigos não passavam tanto tempo juntos quanto Carlos gostaria. A faculdade deveria ser algo inesquecível para os dois, e o latino já tinha todos esses planos de como eles iriam se divertir todas as noites. Mas Logan tinha que se apaixonar.

Mesmo o mais velho não admitindo, ele sentia ciúmes. Não era para Logan ter arranjando alguém tão cedo e se afastar de Carlos assim. E tudo o que eles planejaram fosse em vão, por causa de um rostinho bonito e falso. Mas Logan era o Logan, e era apenas questão de tempo até ele mergulhar de cabeça em algum relacionamento, e Carlos teria apoiado o amigo, se ele houvesse escolhido alguém melhor. Ou ainda, não tivesse escolhido ninguém. Os dois poderiam ter seguido seus dias juntos, sem uma terceira pessoa para deixá-los distantes. E Carlos sempre esteve disposto a abandonar qualquer garota por Logan, então porque Logan não podia ao menos considerar em fazer o mesmo?

Carlos balançou levemente sua cabeça. Ele já estava se aprofundando demais em seus pensamentos, e nada bom costumava resultar disto. Tudo que ele precisava fazer era pegar a chave, trancar tudo, entrega-la ao Kendall, e voltar para casa...

Sozinho. Algo que Carlos estava com medo de se acostumar.

“Kendall?” A voz de Logan soou lenta e ainda bêbada, fazendo o coração de Carlos gelar de susto. Ele parou na porta, virado de costas para o mais novo, e não disse uma palavra. Tudo que Logan estava vendo, provavelmente, era a silhueta de Carlos na parede que o mais novo estava encarando. O latino se viu obrigado a ignora-lo e sair, ele não queria correr o risco de ser reconhecido por Logan, e talvez receber a raiva do amigo, que conseguia ser bem rude quando bebia.

Porém, não conseguiu se mover quando Logan continuou “Você estava certo... Sobre o Carlos”. O fato de Logan e Kendall terem conversado sobre o latino, o intrigou. Mas Carlos precisava sair, e se ele não gostasse das coisas que Logan havia dito sobre ele? E se essas coisas piorassem a situação, e tornassem a distância entre eles permanente? Porém o latino não conseguia se afastar, ele precisava ouvir o que Logan tinha para dizer. Ouvir a voz dele depois de tanto tempo. Tempo o suficiente. Aquilo foi o mais próximo que eles chegaram de conversar nos últimos dias. “Eu sinto falta dele, mais do que sinto da Camille” Carlos abriu um pequeno sorriso, de alivio talvez, sabendo que a conversa entre Kendall e Logan teve esse rumo, e que o loiro estava a favor de Carlos “Ele faz eu me sentir especial, importante. Ele me apoiou tantas vezes, e acreditou em mim tantas vezes... Ele faz eu me sentir amado... De um jeito que a Camille nunca fez, mesmo eu acreditando que ela era a pessoa certa.” Isso fez o coração de Carlos acelerar de um modo que o preocupou, e tudo o que ele podia fazer sobre era continuar ouvindo “Sabe, houve um tempo em que eu pensei que estava apaixonado por ele, eu gostava de pensar que era só uma fase, ou álcool –” Logan riu meio abafado em seu meio sono “– mas a questão é... Se eu tivesse que escolher entre qualquer ex minha, mesmo a Camille... Se eu tivesse que escolher entre qualquer pessoa nesse mundo... Eu escolheria ele... Eu escolheria o Carlos”.

Carlos pode ouvir a respiração de Logan diferente, ele provavelmente voltara a dormir. Então sem palavra alguma o latino saiu do quarto e fechou a porta atrás dele.

Não havia palavra para descrever o estado de Carlos. Chocado, surpreso, confuso, assustado...? Se ao menos todas essas palavras de Logan parassem de correr pelos seus pensamentos, o mais velho teria uma chance de saber o que faria sobre aquilo. Ou se faria algo. Já que no momento, se mover era um desafio. Seu coração estava acelerado, e parecia que seus batimentos podiam ser escutados por toda a vizinhança. Suas mãos suavam e sua respiração estava pesada. Carlos encontrava de novo dificuldade para respirar, mas dessa vez o sensação era diferente. O garoto não conseguia fazer muito.

Então ele apenas se encostou á porta, e deslizou suas costas até se sentar no chão. Carlos alisou seu rosto, olhou para cima, torcendo sua boca levemente para a esquerda, pois tudo o que conseguia fazer naquele momento...

Era sorrir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado o/ Obrigada a todos vocês que leem e comentam e espero que me digam sua opinião. >
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