Can I Have This Dance? escrita por Dawseyride shipper


Capítulo 11
When I Thought All Was Well


Notas iniciais do capítulo

Séculos mais tarde... Mais um capítulo!
PS: culpem o Elite, viu, meninas?



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–Um anel de compromisso. E há algo gravado no interior do aro.



Removo o anel por alguns segundos apenas para ler o que há gravado ali. R&S. Nossas iniciais. Fico emocionada. Devolvo o anel ao seu devido lugar e puxo Stefan para mais perto, abraçando-o.



–É lindo, meu amor. Muito obrigada.



–Hum, gostei disso.



–O quê?



–Você me chamando de meu amor. Você também é o meu. - diz ele e me beija calmamente.



De repente alguém grita agudamente no andar de baixo. Stefan e eu trocamos um olhar desconfiado, sem entender se o grito foi de pavor ou de curtição. Preocupados, corremos até o lugar de onde veio o som a fim de saber o que aconteceu.



Ao chegarmos até o grupo de adolescentes, que se encontrava em círculo no quintal, alguns amigos de Stefan abriram espaço para que ele passasse, já que era o dono da casa. A cena com a qual nos deparamos parecia recém saída de um filme de terror. Ele cumpriu a promessa. O inferno começou. O corpo lívido estirado no chão, com uma poça de sangue ao lado do pescoço e as feridas que eu reconheceria a quilômetros de distância: os dois pequenos furos dos quais vertiam gotículas de sangue. Henry esteve aqui. É claro que sim, sempre está. Justo na noite mais feliz da minha vida ele resolve fazer tamanho estrago. Sentia que meu rosto começava a se transfigurar devido ao cheiro de sangue.



–Stefan, não me sinto muito bem. Vou entrar e esperar por você em seu quarto, ok? - sussurrei em seu ouvido, me esforçando ao máximo para não chamar a atenção de ninguém.



–Tudo bem, Bekah. Assim que tudo se resolver aqui, encontro você. - diz sem se virar e eu o agradeço silenciosamente por isso. Não quero ter que dar nenhuma explicação agora a alguém sobre a aberração que sou.



–Alguém já chamou a polícia ou a ambulância? - ouço Stefan perguntar ao grupo enquanto me afasto.



–Muita gente já o fez. - e como que para dar veracidade à resposta de Pam, as sirenes começaram a se aproximar. Argh! Odeio esse maldito barulho ensurdecedor.



–Alguém sabe quem é essa pobre mulher? - pergunta Stefan, inquisidor. Noto que sua voz parece um pouco alterada.



–Não. Acredito que ela tenha vindo de outra cidade. Nunca a vi por aqui. - responde um dos rapazes.



As vozes no quintal vão diminuindo conforme chego mais perto do quarto. No conforto do cantinho privado de meu novo namorado, me permito pensar um pouco. Estou cansada. Há muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Preciso de algumas horas sozinha. Ah, Henry... Sei que fez isso intencionalmente. A questão é o motivo pelo qual você fez isso. Desistindo de pensar nos porquês, decido descansar um pouco. Vou até o armário de Stefan e pego uma camisa dele. Caminho até o pequeno banheiro anexo ao quarto e tomo um relaxante banho quente. Ao sair do banho, procuro por uma escova. Após encontrá-la, removo de meu cabelo todos os grampos escovando-o lenta e calmamente em seguida. Vestida com a camisa de meu namorado sigo para sua cama aconchegando-me ao edredom macio. Fico brincando com o anel que ganhei de Stefan. Não vou ficar, mas precisava tomar um banho, relaxar e tirar toda aquela roupa festiva. Acabou todo o clima romântico e festivo no momento em que ouvimos o grito vindo do quintal. Esvazio a mente e fico deitada. Apenas brinco com o pequeno anel.



–Rebekah? - era a voz de Stefan. Apenas ao ouvir sua voz é que notei que havia dormido. - Não precisa se incomodar. Pode voltar a dormir. Vou para o quarto de Peter - faz uma careta - ou para o sofá. - ele já havia tomado banho e vestia apenas uma regata branca e uma calça de moletom.



–Não, fique. - ele se acomoda ao meu lado, abraçando-me e se acomodando sob o edredom. - O que aconteceu lá embaixo depois que eu subi? - perguntei grogue por causa do sono.



–A mulher que foi atacada não era da cidade. Ninguém sabe o que aconteceu, quem ela é, de onde veio nem o que a matou. A polícia vai investigar pra ver se descobre algo sobre, mas ainda não há alerta de uma mulher desaparecida com aquelas características nas cidades vizinhas.



–Entendo. Você se incomoda se eu ficar aqui?



–Claro que não. Não estamos aqui deitados juntos?



–Sim, você tem razão. Desculpe por roubar a sua cama. Ah, e a sua camisa. Por sorte amanhã é sábado e não haverá aula. - me aconchego em seu peito, deitando a cabeça em seu ombro. – Amanhã, eu prometo, teremos um dia melhor, ok?



–Tudo bem. Agora vamos descansar. Quem sabe pela manhã tudo isso não pareça apenas um pesadelo que já acabou? – Tomara que ele esteja certo!



–É, espero que você tenha razão. – é tudo o que me permito dizer.



Stefan pega meu queixo, puxando-o para me dar um doce selinho de boa noite. Preciso contar a ele. Tudo o que fez por mim... Nem passa por seus pensamentos que aquilo é obra de meu irmão. Um monstro. Assim como eu.



–Bekah?



–Oi, meu amor?



–Por que você não ficou lá em baixo?



–É que eu não gosto de ver sangue.



–Entendi.



–Na verdade, tem toda uma explicação por trás disso. Mas outra hora nós conversamos sobre.



Vire-me de costas para meu namorado a fim de dormir. Sinto seus braços ao meu redor, me fazendo sentir protegida, amada e tranquila. Ele me ama e quer me proteger. O problema é que ele é quem precisa de proteção. Por sorte, ele me permitiu ficar. Se fosse para casa agora, provavelmente perderia a razão. Ou a cabeça. Penso amargamente. Não se passa muito tempo até que Stefan pega no sono ao meu lado. Seus braços se apertam mais ao meu redor. Convencendo-me de que ele está a salvo, me permito relaxar e finalmente dormir.



Durante a madrugada, tenho pesadelos, o que é incomum. Neles, há corpos sem vida, vertendo sangue, todos com os pescoços marcados pelas duas feridas características da mordida de um vampiro. Vou andando pelo mar de corpos até que, repentinamente, noto que estou na rua onde mora Stefan. Ao chegar perto de onde seria a casa dele, encontro Henry segurando o pescoço do meu namorado.



–Que bom que você chegou a tempo de ver seu querido humano morrer. – e morde ferozmente o pescoço de Stefan.



–NÃO! – acordo gritando, assustada e Stefan desperta, alerta por causa do meu grito.



–O que houve, Bekah?



–Nada, meu amor. Foi apenas um pesadelo. Já acabou. – olhando pela janela, noto que já amanheceu. Na árvore ao lado da casa há um movimento imperceptível. Droga! Ele estava ali. E manipulando meus sonhos. Maldito! Ainda mais depois do que aprontou ontem.



–Stefan, eu preciso ir a minha casa. Vou pegar algumas coisas e volto pra passar o fim de semana com você, tudo bem?



–Claro minha princesa. Entendo perfeitamente bem que precise pegar algumas de suas coisas em casa. Você não pode andar por aí com as minhas camisas, não é? Nem mesmo aqui dentro. Peter não...



–Shhhhhhh – ponho um dedo sobre seus lábios, silenciando-o. – Não precisa sentir ciúmes, meu amor. Sou toda sua. Somente sua.



–E eu gosto disso. – afirma ele puxando-me para um caloroso beijo.



Levanto da cama depois de, relutantemente, parar de beijar meu namorado, e vou até o banheiro. Ponho novamente o vestido que usava na noite anterior e saio do pequeno cômodo. Despeço-me de Stefan, pego a chave do carro e vou até a minha casa. Chegando lá, não me surpreendo ao deparar-me com Henry me esperando sentado no sofá.



–Teve bons sonhos, Bekah? E nem tente quebrar meu pescoço dessa vez, já vou logo avisando.



–Desgraçado. Você acabou com a festa que Stefan fez pra comemorar o pedido de namoro. Qual é o seu problema? Será que você nunca vai crescer e parar de perseguir sua irmã mais nova? Porque, honestamente, isso é coisa de criancinha.



–Poxa, irmãzinha, tudo que eu quero é estar junto de você. Que problema há nisso?



–O problema é que não dá para se ter uma vida próxima do normal com você sempre presente. Todo caos que surge ao meu redor é provocado por você. Cada morte é culpa sua. Estou sempre tendo de me mudar por sua causa. Todo meu arrependimento e o inferno que existem na minha vida são culpa sua. Você torna minha existência um purgatório. Isso não é justo. Nunca te prejudiquei. Mas sempre sou prejudicada. E agora que alguém finalmente se importa comigo vem você novamente e faz o possível e o impossível pra destruir sem dó minha felicidade. Dê-me apenas um único motivo que não me permita ter paz. – rosno, minha visão vermelha de tanta raiva.



–Nossa, Bekah, é isso que você sente em relação a mim? Porque se é, eu vou embora. Estou sempre por perto, pois quero manter o único laço familiar que me resta. Não quero perder minha única família.



–É verdade o que diz, Henry? – meus olhos brilham com centelhas de esperança.



–É claro... – esboço um sorriso – ...que NÃO! – e começa a gargalhar maquiavelicamente.



–SAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI! Me deixa em paz seu demônio! Nossa mãe nos transformou para que não sofrêssemos. E não para que nos tornássemos monstros. E foi exatamente o que você fez. Tornou-se o pior monstro do mundo. Um ser sem sentimentos, um sanguinário! Lembro-me de sua vida humana. Sempre tão frágil, carinhoso, bom, doce. Aquele Henry era o filho prodígio, o orgulho da família. Hoje o que sinto por você é pena. Pena, sim! Você tem a necessidade de causar sofrimento, de acabar com a vida dos out5ros, arrasando sonhos e destruindo sentimentos.



–Sim, eu tenho essa necessidade. Perdi tudo o que tinha de bom porque ao invés da minha vida acabar quando ela morreu, meu sofrimento e minha tortura foram prolongados. Para sempre!



–De quem você está falando? De Augustine?



–É. Eu a amava. E tudo acabou no dia em que aquela maldita carruagem virou na floresta. Perdemos nossa irmã. Mas eu perdi também o amor da minha vida. E agora carrego isso comigo pela eternidade. Minha amargura é apenas o reflexo da minha dor. – Henry cospe as palavras em mim, mostrando-me uma parte dele que nunca conheci: o menino que perdeu seu amor. É algo diferente e anormal. Meu irmão mais velho teve coração um dia. Talvez ainda tenha. Ele é apenas um menino assustado e com medo, inconformado e magoado. Ele sente raiva do acidente, não de mim. Pode ser que ele me culpe por eu não ter estado lá para salvá-las, mas é só.



Aproximo-me calmamente dele.



–Ah, Henry. É esse o motivo de toda a sua raiva? A morte dela? – evito tocar no nome de Augustine, preferindo não despertar mais revolta em meu irmão.



Começo a me aproximar mais, querendo abraçá-lo, confortá-lo. Ao sentar-me ao seu lado e tocar seu braço, ele foge. Sai dali tão repentinamente que me deixa aturdida por alguns minutos. Sou arrancada do torpor quando meu celular toca.



*Ligação ON*



–Bekah, você está bem? Estou preocupado com a sua demora. Aconteceu alguma coisa? – ah, Tef. Sua voz era tudo o que eu precisava no momento.



–Não, está tudo bem. Você sabe como nós mulheres somos quando vamos arrumar alguma coisa. - forço uma risada. - Já estou saindo.



–Ok. Estou fazendo alguma coisa para almoçarmos.



–Hum... Parece uma boa ideia. Chego aí em cinco minutos.



–Estou te esperando.



–Até.



*Ligação OFF*



Depois de ouvir a voz tranquilizadora de meu namorado, vou até o quarto e jogo em uma bolsa algumas blusas, shorts, roupa íntima e dois vestidos: um leve e um para sair. Pego um par de chinelos e uma rasteirinha já que estou usando sandálias de salto. Volto para o carro e dirijo rapidamente de volta a casa da qual saí pela manhã após ter meus sonhos manipulados pelo irmão que eu descobri ter um coração. Partido, mas um coração. Ele só precisa de carinho e atenção. Eu deveria parar de brigar com Henry. Isso só piora a situação.



Chegando a casa de Stefan, entro rapidamente com a mochila no ombro e procuro por ele.



–Oi Bekah. O que houve? Por que essa expressão triste?



–Só me abrace, por favor.



Ele não diz mais nada. Apenas me abraça, ofertando todo o carinho que eu preciso. Carinho esse que eu não mereço. Preciso contar a verdade a ele. Mas tudo está tão bem. Descarto a ideia e depois de soltarmos um ao outro eu subo e vou para ou quarto de Stefan, cruzando com Peter no caminho. Ah, sim. Era tudo o que eu precisava.



–Oi, Rebekah. - vira-se e entra em seu quarto antes mesmo que eu possa pensar em responder. É verdade, ele está hipnotizado. Não preciso preocupar-me. Ao menos foi educado. Entro no quarto, deixo minha mochila em um canto no chão, pego uma muda de roupa e vou até o banheiro tomar uma ducha. Depois de me refrescar e tirar de mim as lembranças de ontem, visto um short jeans e uma bata bordô. Volto para perto da mochila e troco o chinelo pela rasteirinha. Desço, indo até a cozinha para juntar-me a Stefan. O cheiro que vinha da direção do fogão era maravilhoso, até mesmo pra mim que tinha repulsa por comida humana.



–Se o gosto for tão bom quanto o cheiro... Bom, você vai ter-me conquistado pelo estômago. - começo a rir. Noto que Stefan faz um biquinho. - O quê, Tef?



–Pensei que eu já houvesse conquistado você. Mas pelo que ouvi, parece que ainda não. - deu de ombros, me fazendo gargalhar ainda mais.



–Seu bobo. Foi maneira de dizer. Não é sério. Já fui conquistada de todas as maneiras. Como disse: Sou sua.



–Vou ver se acredito. - disse, me puxando para um beijo. - É, toda minha.



Nesse instante Peter aparece na cozinha, surpreendendo-se com a nossa presença.



–Desculpem-me. Não sabia que estavam aqui. Depois eu volto.



–Peter, almoce conosco. - pedi.



–Não, obrigada Rebekah. - disse e retirou-se. Alguns segundos depois, o ouço fechar a porta de seu quarto.



–O que deu nele?



–Não sei. - dou de ombros. - De repente ele ficou constrangido porque o mocinho estava me agarrando.



–Quem, eu?



–Não, o Danny. Aliás, agora tudo faz sentido. Ele e a Pam vieram falar comigo na escola ontem. Eu bem que desconfiei que havia algo diferente acontecendo. - Stefan sorri. - Qual a graça?



–Eles realmente têm dificuldades para guardar segredos. Era, supostamente, pra ninguém falar com você ou fazer com que pensasse em mim.



–Desculpe, mas penso em você o tempo todo. - disse, beijando-o em seguida.



–Eu amo você. - falou com os lábios ainda colados nos meus.



–Eu também amo você.




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