Project Forgotten escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 8
Capítulo 8- O chefe


Notas iniciais do capítulo

Episódio narrado por James Thomas.



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Estou literalmente na CGR. Fui muito bem recebido por todos aqui. Todos como eu. Uma família. Agora, terei uma conversa com o "chefe": Lewis Hall, o secretário de segurança do governo. Os idiotas nem acreditam que a maior representação de segurança que eles têm na verdade pertence a nós. Lewis sai da sua sala.

- Pode entrar. - diz ele

Com bastante ansiedade eu entro na sala.

É uma sala relativamente pequena. Vejo um birô e duas cadeiras, cada uma de um lado. À esquerda vejo várias gavetas, como aquelas que guardam informações confidenciais. Eu me sento.

- James Thomas – diz Lewis olhando para minha ficha – Você sofreu bastante na vida, hein? - Nem me fale. Tudo por causa desse governo... - é o que eu digo. - Vejo aqui que os seus pais comandavam um grupo que lutava pelos direitos dos cidadãos de maneira totalmente pacífica. O que você acha disso? - Não adianta. Eles foram mortos porque não usavam as armas certas. Veja, esse negócio de "revolução pacífica" sempre termina mal. Eu SOFRI por causa disso. Vivi desde os 11 anos em um orfanato em que eu era usado como ESCRAVO. Mas, claro, isso não é problema do governo. Eu cresci e larguei aquele local... - Ah, claro, o incêndio... Então foi você que o causou? - Não havia opção. A vida me ensinou que para se alcançar a paz é necessário que sangue seja derramado. - Eu concordo com você. Por isso que existe a CGR. Nós lutamos pela liberdade. Pela paz. Mas sabemos que o caminho da paz não é livre de derramamento de sangue. Antes de alcançá-la, precisamos destruir aqueles que estão no nosso caminho. - Isso!

Lewis então fecha minha ficha e a guarda no armário. Ele olha para mim e diz:

- Você é o mais novo membro da CGR. Seja bem vindo. Agora você tem uma nova família!

Eu fiquei sem palavras.

- Se quiser o seu uniforme, fale com Michael Mittler, ou Mittle. - diz Lewis. - Quem? - pergunto. - O careca com uma aranha tatuada na nuca. - Ok.

Eu então saio da sala do chefe e começo a procurar o Mittle. Então a porta principal da CGR se abre: Jeremy Flintom, o cara que me salvou, junto com o cientista Ernest adentravam o local. Jeremy também segurava o "globo". Ernest estava com os olhos vendados e também algemado.

Vejam só. Parabéns Jeremy. Estou impressionado com sua rapidez. - diz Lewis, que acabara de sair do seu escritório. Foi fácil até demais pra falar a verdade. - responde Jeremy.

Ele então olha para mim e diz:

- Como anda o nosso prodígio? - Melhor do que nunca. - diz Lewis – Eu conversei com ele. Um legítimo membro da CGR.

Eu fiquei bastante feliz. Todos se falavam como se fossem iguais.

Apesar de tudo, ao ver o cientista me lembro do que ele fez em mim: o que seria aquele "globo"? O que pode acontecer comigo? Preciso contar para alguém de confiança. Ou Lewis ou Jeremy. Espero os dois pararem de conversar. Lewis então vai embora, dizendo que tem que voltar para a sede do governo, enquanto Jeremy continua no local. Eu me aproximo dele.

- Eu preciso falar com você. - é o que ele diz.

Eu fiquei estático. O que seria que ele queria conversar comigo? Será que envolvia uma das minhas dúvidas? Bem, só saberei se conversar com ele. Sigo-o e vou para outra sala, parecida com a de Lewis.

- Então, você deve lembrar do que Ernest fez com você, certo? - pergunta Jeremy. - Claro. Não dá pra esquecer uma tortura. - eu respondo. - Na verdade, não foi bem uma tortura. Foi um experimento. - Pra quê? - Você lembra de uma explosão que ocorreu numa floresta próxima da área urbana da cidade? - Sim. - Na floresta haviam encontrado um estranho mineral. Na verdade, o governo já havia o encontrado há muito tempo. Desde  1984 já haviam achado jazidas do tal minério. - Qual sua utilidade? - Aí é que está. O mineral modifica o ser que entrar em contato de alguma forma com ele. Na maioria dos casos, a pessoa morre. Mas numa minoria, algo incrível acontece: habilidades sobre-humanas são desenvolvidas. - Entendi. Mas o que isso tem haver com o "globo"? - O que você chama de "globo" tem nome: Adaptador. Ele foi criado pelo governo para que pessoas que normalmente morreriam caso entrassem em contato com o mineral possam sobreviver, e com poderes! A essência do mineral, quimicamente falando, já está dentro do Adaptador. - Então eu tenho poderes agora? É isso? - Talvez. Só saberemos na prática.

Fiquei abismado. Eu com poderes? Incrível. Agora, como assim, na prática? Uma missão?

- Boa notícia pra você. O Mittle e mais dois caras vão assaltar um grande supermercado. Pra deixar nossa marca mesmo. O que acha de embarcar nessa? - pergunta Jeremy. - Finalmente. - respondo empolgado, me preparando para a ação.


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