-Porque me trouxe aqui?

A voz de Any quebrou o silêncio desconfortável que se instalou entre as duas desde que Helena a levou ao parque. As duas estavam sentadas num banco olhando o horizonte, como a garota sempre fazia.

-Foi aqui que a história começou então eu achei que poderia ser um bom lugar para contar a história.

Any assentiu, a garota estava com uma calça jeans, uma blusa de mangas longas branca e um cachecol vermelho, por conta do frio que se instalou na cidade.

Não foi difícil descrever desde o começo, como conhecera Erick e sua estúpida paixão pelo garoto que nem mesmo sabia que ela existia. Contou á morena o que aconteceu na madrugada em que ele começou a vê-la e contou sobre a grande amizade que eles tinham. Contou também sobre Petrus, mesmo não sabendo muito mais do que ela sobre o garoto. Any era uma boa ouvinte e não interrompeu a invisibilis em momento algum. Quando a história de Helena acabou, Any perguntou o que mais lhe preocupava:

-E agora você vai se afastar dele?

-Não, antes eu preciso fazer uma coisa. – Helena virou-se para a humana. – E preciso de sua ajuda.

-O que?!

-Petrus esconde algo. E não posso ir embora sem saber que você e Erick ficarão bem! Preciso descobrir o que ele esconde. E você vê tudo.

A humana ponderou o raciocínio da invisibilis mas negou a ajuda.

-Por favor, Any! Por Erick.

A morena se irritou internamente por Helena tocar no nome de Erick. Por ele ela faria qualquer coisa. E Helena sabia muito bem disso.

-Okay! Você venceu. O que quer que eu faça?

-Sabe algo sobre a história dos Invisibilis?

-Não era você quem deveria saber?!?

-Sim, mas ainda não tenho minhas antigas memórias! – Any bufou e tirou um panfleto do bolso.

-Eu não sei a história, mas conheço alguém que talvez saiba. – Falou a morena balançando o panfleto da frente da outra.

No panfleto, Helena conseguiu ler:

 “Palestra ‘Além do conhecimento humano’ o que pode existir sem que nós humanos, saibamos?

Pelo professor Colin H. Moore”

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-De onde você conhece esse cara?

Perguntei enquanto andávamos apressadas pelo campus, indo em direção á sala 7 onde aconteceria a palestra.

-Eu não conheço, mas ele deu algumas aulas para o meu irmão quando ele estava na faculdade.

-Você tem irmão? –Falei descrente.

-Pois é! E ele ainda está vivo! – Não consegui perceber se ela falava sério ou em tom de gozação, mas quis muito que a segunda opção fosse a certa.

-Mas como ele saberia alguma coisa sobre invisibilis?

-Meu irmão sempre falava que ele era louco e sempre falava desses outros “seres” que viveriam sem o nosso conhecimento. Falava que ele dedicava tudo aos estudos sobre eles. Mas, bem, eu comecei a pensar que talvez ele não seja tão louco assim.

-E acha que ele pode ajudar?

-Quase certeza. – Falou enquanto abria a porta da sala 7.

Eram 7:52, o que significava que a palestra estava no fim.

Não havia muitas pessoas na plateia, e o professor Colin agradecia pela presença. Ele tinha uma expressão sorridente e usava a seguinte roupa:

Assim que ele anunciou o fim da palestra, eu e Anny nos aproximamos.

-Hum, Professor Colin Moore?

Ele se virou em nossa direção.

-Sim?

-O senhor não deve me conhecer, eu sou irmã do Noah, Noah Martin.

-Ah, sim! A que devo sua presença?

-Bem, - Ela pareceu um pouco indecisa e olhou para mim. Eu assenti e ela voltou a olha-lo – O que sabe sobre invisibilis?

-Invisibilis? Porque você...-Ele arregalou os olhos como se não acreditasse no que estava pensando – Acho melhor irmos em algum lugar onde possamos conversar á vontade. Só me dê um minuto para arrumar minhas coisas, sim?

Any assentiu. E ele começou a enfiar coisas e papéis de qualquer jeito dentro da mochila. E depois pediu para Any acompanhá-lo até a saída da sala.

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-Então tem um invisibilis nessa sala?

Ele não se aguentava, e seu sorriso parecia que iria rasgar se crescesse mais.

-Sim, helena?

-Oi.

Parecia que ele iria pular.

-é exatamente como eu pensei! A voz dela vem do subconsciente!

-É, agora pode nos contar o que sabe sobre eles?

-Ah, sim. Bem. Tudo começou com cinco.

-Cinco?

-Sim.  Os cinco iniciais. Foram os primeiros invisibilis, eu acho. Kalifornia, Cameron, Petrus, Dominic e Amélia.

-Petrus? – Perguntaram as duas ao mesmo tempo.

-Sim. E deles vieram todos os outros. Tem muito mais. Acho que vocês gostariam de dar uma olhada nisso aqui. – Falou Colin colocando alguns livros sobre o assunto em cima da mesa.

Eles estavam no apartamento do professor, a poucos quilômetros da universidade.

-Mas se Petrus é seu irmão... – Any falou para Helena, tão confusa quanto a mesma.

-Ah, acho que tenho uma resposta para isso.

-Têm? –Perguntou Helena.

-Sim, sim. Pense: Você perdeu sua memória ao vir para a Terra. Isso quer dizer que voc~e chamou a si própria de Helena. Mas cada um tem um nome de batismo. Você só pricisa descobrir quem você é: Kalifornia ou Amélia?