-Onde está Petrus?!? – Exclamou o garoto, entrando tempestuosamente no recinto.

Ele andava a passos largos em direção à porta do outro lado do cômodo.

-Espere, não pode entrar aí!- Martin, o mordomo tentou impedir o garoto, mas ambos sabiam que ninguém poderia contê-lo.

As portas se abriram com força, fazendo um Pack! Estrondoso.

O irmão não mostrou susto ao vê-lo ali, e soltou um cansado suspiro.

-Olá, Dominic. –Ele já estava acostumado com o temperamento do irmão.

-Olá Dominic?! Olá Dominic?! É isso que você me diz! Estamos em situação crítica! Dois dos nossos irmãos estão no mundo mortal, todos estão entrando em protestos por aqui, nossos poderes estão fora de equilíbrio, a nossa única irmã moralmente equilibrada está sem memória e apaixonada no outro mundo e o que nos resta? Você, um traidor metido a besta e aquela aprendiz de patricinha! – Dominic gritava.

Quando Petrus abriu a boca para responder mais alguém entra no recinto.

-Aprendiz de patricinha uma ova! A culpa não é minha se você só sabe gritar com os outros! –Gritou a irmã.

Poderiam dizer tudo de Kalifornia, menos que ela era feia. Seus cabelos chocolate caiam em cascatas sobre os ombros e seus olhos verdes estavam destacados pela sua pele pálida.

-Alguém te que comandar, já que Amélia não está aqui. Pê, que tal nos contar direito essa história? E depois vamos encontrar os outros. Tenho certeza que podemos colocar tudo no lugar. Dom, pare de gritar com os outros e vá já em busca de Cameron!  Sobre o humano, não é pecado estar apaixonada! Amélia não é a primeira e nem será a última a sentir isso. Não é culpa minha se vocês são uns bandos de uns insensíveis.

Os dois ficaram em silêncio por uns instantes. Era a primeira vez que viam a irmã com uma pose tão decidida.

-Não me Chame de Dom. - Falou Dominic por fim, do qual ela ignorou.

-E você, o que vai fazer?-Petrus perguntou.

-Vou à busca de Annelise, claro! –Annelise era a esposa de Cameron, na qual desapareceu depois do marido ir ao mundo mortal.

-Okay, mas ainda não decidimos uma coisa. -Falou Dominic.

-O que foi, Dom? – Falou Kalifornia, revirando os olhos. Ele tentou conter a raiva, ele odiava quando ela o chamava assim.

-E a garota, Maria Auanny?

-Hum... Acho que Any não é perigosa.

-Não é perigosa? Ela pode ver tudo, tem ideia do que é isso?-Perguntou Petrus.

-Que ela é o primeiro ser que consegue ver poeira? Sei lá Pê! Tanto faz!

Naquele momento, quem queria esganar Kalifornia, era Petrus.

-Ká?-Ele usou o apelido carinhoso da irmã.

-O que foi Pê?

-Porque você não faz uma visitinha a Amélia? Mas Chame-a de Helena!- Ele falou, sabia que só assim se livrariam de Kalifornia.

-Sério?- Seus olhos brilharam.

O garoto assentiu. E a irmã praticamente pulou em cima do mesmo, lhe dando um abraço e pulando ao mesmo tempo. Então ela desapareceu da sala.

Dominic se jogou em um dos sofás.

-Você sabe que vai se arrepender disso, não sabe?

Petrus apenas afirmou.