Devasta-me (Hiatus) escrita por Mel Virgílio


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hey! :D

Sei que devem estar com uma raiva enorme de mim. Eu também estou com raiva de mim mesma... Se quiserem me matar, tudo bem.
Enfim, vou postar dois capítulos agora, para dar uma ''compensada'' (deveria ser uns 5, mas não tive criatividade).
Então é isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/327902/chapter/8

Ele está com olhar divertido, tentando ficar sério.

Provavelmente meu rosto está em choque – mesmo sabendo que o quarto era dele, não queria admitir.

- Sarah? – Chama May – Espero que esteja tudo bem. Dormir no mesmo quarto que Drake, digo. O lugar é bem grande, e cada um tem um lado, separado por uma divisória. – Balanço a cabeça afirmando, não acompanhando muito bem sua falação. Mas quando dou conta, ela já deixou a bolsa aos meus pés, se virou e saiu andando – Boa noite! – Ela grita.

Viro-me lentamente para Drake. Ele sorri um pouco, mas está se contendo.

- Entre. – Ele da um passo para o lado e indica o quarto com a mão. Passo á sua frente.

Ele sempre dormiu aqui, desde antes de eu chegar. Ele me disse. Já vim conversar muito com ele aqui. Não poderia me esquecer desse quarto.

Quando olho novamente para ele, vejo que está passando a mão pela nuca, o que faz sempre que fica nervoso.

Acho graça, e um sorriso me escapa antes que perceba. Tento reprimi-lo, mas Drake já o viu.

- O que foi? – Questiona.

Nem hesito ao responder: - Está nervoso.

Ele revira os olhos. Suas mãos agora estão grudadas ao lado do corpo. Mas ele não está rígido, na verdade está escondendo-se bem, pela situação.

Encaro seus olhos. São cinza claro, quase brancos. Nunca vi olhos assim.

No entanto, não fico presa na cor, mas sim no que eles me mostram. Ou melhor, não me mostram.

Sempre fui muito boa em decifrar seus pensamentos e emoções, somente olhando para seu rosto. Mas agora ele aprendeu a esconder isso. Ou eu desaprendi a entendê-lo.

- Bem – ele limpa a garganta – seu lado é esse. – Ele aponta para uma cama vazia, a uns quatro ou cinco metros de distância de sua própria cama. – Fique a vontade para... arrumar suas coisas.

- Tudo bem.

Começo a arrumar minhas coisas, mas não tenho quase nada, então é bem rápido. Coloco as roupas dentro de um pequeno armário, os sapatos (dois pares, para ser mais precisa) numa abertura mais embaixo e encaixo a bolsa em algum lugar vazio. Tiro meus sapatos e deixo ao lado da cama, prefiro ficar descalça.

Enquanto estava guardando as coisas, ouvi Drake se sentar na cama, mas não sabia o que estava fazendo. Agora, vejo-o com um caderno em mãos, rabiscando alguma coisa.

Chego mais perto, mas ele mal percebe. Estou quase ao seu lado agora.

- Que esta fazendo? – Tento olhar por cima das folhas, e ver o que ele faz. Mas, assim que ouve minha voz, traz o caderno junto ao peito.

- Não é nada. Estava esperando você acabar. – Ele fecha o caderno, encaixa o lápis no arame, e os guarda na gaveta de uma escrivaninha, ao lado de sua cama.

Seus olhos continuam na gaveta. Decido mudar de assunto.

Vou até uma espécie de porta de madeira dobrável (N/A: Tipo aquelas portas de plástico que dobram, e podem ser instaladas em qualquer lugar. Pensem nisso), que está em pé ao lado da minha cama. Pergunto o que é.

Ele pisca.

- É a divisória que May falou. Você abre e coloca até onde quiser. Quando precisarmos nos trocar, ou coisa assim. – Ele está com as mãos nos bolsos da calças jeans, e isso o faz parecer automaticamente descontraído. Mas sei que não está, também não estou.

- Talvez seja melhor dormirmos. Espero receber algumas tarefas quando... – Ele me corta:

- Vai ficar? – Seus olhos brilham como os de uma criancinha. Isso me faz sorrir. E dessa vez não ligo que ele veja.

Mas a verdade, é que não sei. Se vou ficar, quero dizer. Não quero ir embora agora.

- Sim. – É só o que digo.

Ele sorri com os lábios grudados e me abraça, com um braço só. Nada muito afetuoso, mas sei que sentiu minha falta.

As saudades dele eram... inexplicáveis. Talvez não a sentisse por que estava tentando esquecer tudo, mas ela estava sempre ali.

Ele ainda não me soltou, e esse abraço meia-boca não me acalma tanto quanto deveria.

Estou com sono e irracional, portanto, faço algo sem pensar em mais nada.

Jogo meu braços em volta de seu pescoço, antes que ele se afaste, e o puxo para um abraço apertado. Estou na ponta dos pés, totalmente agarrada a ele.

Seus braços hesitam um pouco, mas logo estão me abraçando tão forte quanto eu o abraço. Mas não dói. É bom.

Balançamos de um lado para o outro e ele está com o rosto escondido no meu pescoço.

Se eu estivesse um pouco menos extasiada, não teria o agarrado assim.

Mas eu não ligo.

Na verdade, poderia ficar assim para sempre.

-

Acordo assustada.

Tive pesadelos essa noite, lembranças da última vez que vi Drake e quando eu fugi daqui.

Penso em quanto tempo, depois de eu ter saído, Drake demorou para voltar.

Olho para o lado, mas ele não está em sua cama. Não fico preocupada, por que sei que todos aqui acordam cedo. E hoje talvez seja meu último dia de folga, o que me lembra que não sei que horas são.

Mas há um relógio, que marca 8:24 da manhã e, do lado, um bilhete. E a letra é dele.

-Se acordar antes das 9 me encontre no refeitório. Não tenho nada até lá. Se acordar depois disso, desconsidere o bilhete. DORMINHOCA.-

Rio um pouco, pego meus sapatos para ir até o banheiro, mas paro na porta do quarto.

Penso em abrir a gaveta em que ele guardou o caderno, ontem a noite, e ver o que ele estava fazendo. Mas provavelmente não seria o mais sensato a se fazer, ele poderia ficar bravo comigo. E teria um motivo, afinal, eu teria invadido sua privacidade.

Então, espero até que ele queira me mostrar. Talvez não demore tanto.

-

Lavo o rosto, escovo os cabelos, uso o banheiro, lavo os pés e saio até o refeitório.

Está vazio igual ontem, quando cheguei. Mas dessa vez, não foi por que fui a primeira a chegar, mas por que estou muito atrasada. Todos acordam e tomam café ás 7, e as crianças as 7 e quarenta.

A única mesa que não está vazia é ocupada por Drake, que risca alguma coisa na mesa de madeira, com um prego.

- Bom dia.

- Ora, veja quem não é dorminhoca – ele arregala os olhos para mim.

- Claro que não. Nunca fui dorminhoca. – Sento no outro banco, de frente para ele.

- Nem pensar. – Ele diz, sarcástico – Eu não tinha que quase te asfixiar com um travesseiro para você acordar, quando éramos menores.

Reviro os olhos.

- Não exagere.

- Não estou exagerando. Já cheguei a jogar água em você, uma vez.

É verdade, lembro-me disso, e digo á ele.

- Antes que continuemos discutindo, preciso mesmo comer alguma coisa.

Me levanto e tudo fica preto, volto a me sentar, agarrando a mesa. Quando minha visão volta ao normal, vejo que Drake está sério, sua mão quase encostando na minha, ele está um pouco em pé.

- Ainda tem fraqueza quando fica sem comer? – Questiona.

- Não tinha, até me encherem de comida ontem. Conseguia passar alguns dias sem comer... – Falo, enquanto cubro meus olhos com as mãos.

- Não te enchemos de comida, é o que todo mundo precisa comer. Fique sentada aí, vou pegar algo para você.

Ele sai da mesa e ouço seus passos ecoando no chão de cimento, enquanto se afasta, quase correndo.

Nunca pude levantar muito rápido, nem ficar tanto tempo sem comer.

Mas isso foi antes.

Quando eu comia as três refeições necessárias. Isso parou quando voltei a me virar sozinha, tive que me acostumar a não comer, ás vezes tinha sorte de achar comida em algum lugar, uma vez a cada dois ou três dias.

Mas, aqui, de novo, comecei a comer normalmente. O que é um alívio. Mas também não posso mais parar.

Assim que o escuto voltando, ele já está sentado na mesa, me empurrando a bandeja.

Há um copo com suco. E um lanche leve.

Antes de qualquer coisa, engulo metade do lanche e tomo um gole de suco. Não sei do que é, mas depois de tanto tempo comendo o que acho por aí, não ligo mais para isso.

Quando me sinto um pouco melhor, volto a conversar.

- Obrigada. Odeio isso... – Murmuro.

- Tudo bem. Você não pode fazer nada, sabe disso. Quer dizer, pode: comer. – Ele olha atentamente para o meu rosto, por tanto tempo que começo a me sentir desconfortável. – Agora posso perceber melhor... Você emagreceu, muito.

- Não comi muito ultimamente. – Dou de ombros.

- Acho melhor pedir para que te dêem o dobro de comida, na próxima vez. Precisa ganhar peso. Está magérrima.

- Você está exagerando. – Limpo a boca com as costas das mãos, já terminei tudo.

- Não. Você está magra e vai comer mais, nas próximas refeições. – Odeio quando ele fica assim. Sério. Mandão. Super-protetor.

- Certo. Papai. – O chamo assim por que sei que isso o vai irritar. Ele bufa.

- Cale a boca – balança a cabeça.

Sorrio e baixo a cabeça.

Senti tanta falta de momentos como esse. Sonhei tantas vezes em voltar pra cá. Reencontrar Drake e todos. Estou muito feliz em saber que estou de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se estiver ruim, me desculpem. Queria parar de postar essa história, mas gostei tanto do rumo dela que quero continuar postando, mesmo que continue um pouco sem sentido... Mas me avisem, ok?
.
.
.
Bye :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devasta-me (Hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.