Devasta-me (Hiatus) escrita por Mel Virgílio


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Não sei quando postei o último capítulo, mas faz pouco tempo. não? Estou tentando, calma.
Era para ter postado esse capítulo ontem ou anteontem, mas, bem... não tenho uma desculpa. Não postei.
(Já estou escrevendo o próximo!)
Espero que gostem!
:)



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As minhas últimas memórias dele voltaram novamente á minha cabeça.

Estamos correndo há algumas horas.

Está um dia nublado, mal conseguimos ver uns aos outros.

Viramos uma esquina, atravesso a rua e corro. Até que não ouço mais seus passos acompanhando os meus.

Viro-me.

 - Venha. – Digo á ele - Venha!

Mas ele não se move, está parado, do outro lado da rua.

- Sarah! – Carl me chama, metros a frente. – Vamos logo.

As outras pessoas da Comunidade que foram conosco á busca, poucos, estavam sumindo á minha visão, salvando suas vidas e as de quem puderam carregar junto.

Olho para Drake, do outro lado da rua.

Os soldados estão quase virando a esquina e ele continua imóvel.

Entro em pânico. A névoa quase tampa minha visão dele.

- Drake, venha, por favor! – Dou um berro imenso e penso em fazer birra até que ele volte a andar, mas Carl me pega nos braços e me arrasta pra longe.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto e a face de Drake se contrai.

Penso se agora ele irá se mexer.

E se mexe.

Mas para o outro lado.

Assim que os soldados chegam em nossa rua, Drake corre para o  lado contrário ao que estamos indo, e os guardas o seguem.

A neblina tampa minha visão e amoleço nos braços de Carl.

Drake os despistou.

E talvez eu não o veja novamente. – Foi meu último pensamento, antes de me desligar da realidade.

E, agora, ele está na minha frente.

Ele parou de andar com as bandejas em mãos, deixando uma May falando e andando sozinha, meio confusa.

Estamos nos encarando, provavelmente, tem alguns minutos e há tanta coisa que poderia fazer agora, de abraçá-lo a socá-lo, que continuo imóvel.

O clima começa a ficar pesado, May assobia para Carl, que se levanta e sai. Mas não tiro os olhos de Drake.

Vejo ele se obrigando a andar, e se senta no banco a minha frente, onde Carl estava.

Ele apóia as duas bandejas na mesa, olhar baixo, expressão dura. Me empurra uma das bandejas. Puxo-a para minha frente, meus olhos pregados nela.

Ouço-o respirar fundo.

- Então, decidiu voltar... – A frase soa quase como uma pergunta. Ele vira o rosto para o outro lado.

Suspiro. Não há outro jeito se não conversar.

- Na verdade, me acharam. – Me ajeito sobre o banco – Estava... desacordada quando vim para cá.

Seu olhar sobe, rapidamente, até meu rosto. – Desacordada? – Ele pergunta. Provavelmente, conhecendo-o como o conheço, sua cabeça está a mil por hora, tentando ver um motivo para o fato de eu estar desmaiada.

- Só saí rolando por uma ladeira, bati a cabeça, nada demais, sabe. – Dei de ombros.

Ele pega o garfo e mexe na comida.

Ouço passos e vozes conversando, crianças correndo. Todos estão vindo para a hora do almoço. Olho na direção do barulho.

Algumas pessoas vem na frente, com pressa, guardando lugares e indo pegar seu prato, outras trocam idéias com algumas pessoas, enquanto caminham calmamente.

Drake se levanta com sua bandeja, e antes que de algum passo, diz,, sem me olhar: – Fico feliz de que esteja bem. E aqui. – Então some no meio das pessoas.

---

- Talvez devêssemos arrumar outro quarto para você. – Diz May.

Estamos no meu antigo quarto, que eu dividia com ela, antes.

- Não, não precisa. – May me olha. – De verdade.

Ela está mexendo e remexendo em caixas, pegando coisas que eram minhas, e que ainda possa usar.

- Ah, mas é claro que precisa. Esse quarto está pequeno demais para nós duas agora. – Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ela retorna a dizer: - Não se oponha!

Sorrio um pouco com seu jeito mandão. Ela sempre foi assim:

Olhar super protetor, carranca no rosto, gestos irritados – Sentimental, racional, coração de manteiga.

- Você também precisa de roupas novas. E de um banho. Vou procurar com outras garotas, se não se importar. Volto logo. – May sai do quarto assim que diz isso.

Sento na minha antiga cama e a espero voltar.

Desde que cheguei aqui, dormi com ela, no seu quarto. Fazia as refeições com ela, Carl e Drake, e, normalmente, com algumas outras pessoas que precisam conversar com May ou Carl.

Ajudava a cuidar das crianças junto com Drake; ele contava histórias, ensinava, dava lições. Eu brincava com elas, e cuidava. Tanto da parte física quanto sentimental: quando estavam tristes, por exemplo.

De noite, ajudava dia na cozinha, dia com as roupas. Tirava um dia por semana de folga.

Coincidentemente, o mesmo dia que Drake.

Combinávamos de nos encontrar, quando todos estivessem dormindo, num lugar que só nós dois conhecíamos. Era um lago. Fora do perímetro da Comunidade.

O mato era verde, a água cristalina.

Tão estranho que nada tenha atingido o lugar.

Passávamos a noite inteira conversando, ou sem dizer nada, dependendo de como nos sentíamos.

Sei no que está pensando... E não. Tínhamos 14 anos. Éramos somente excelentes amigos.

Ouço o barulho da porta abrindo, e May adentra o quarto.

- Aqui. Trouxe calças, blusas e roupas de baixo. Lembra-se onde fica o banheiro, certo? – Afirmo com a cabeça – ótimo. Pegue uma bolsa, coloque uma das toalhas da gaveta – aponta para o seu armário - e as roupas, e vá tomar um banho. Enquanto isso, vou tentar arranjar um quarto para você.

May me entrega uma bolsa, sai do quarto, e faço o que ela mandou. Abro o armário, uma das gavetas e pego uma toalha. Pego uma das calças e uma das blusas que ela me trouxe, fora as roupas de baixo, e coloco na bolsa. Também me lembro de pegar um sapato. Arrumo o resto das roupas no canto da minha cama, e vou em direção ao banheiro.

É exatamente o lado oposto ao do refeitório.

Distintos por feminino e masculino, quando entro, vejo as mesmas seis separações. Cada uma delas tem um amplo espaço, com privada, pia e box.

Escolho uma delas, entro e fecho a porta. Coloco a bolsa em cima de uma prateleira, tiro minhas antigas roupas – agora sujas de terra e rasgadas – e as jogo num canto.

Quando ligo o chuveiro, lembro que a água não será tão quente quanto a do Edifício, mas já tomei banho em piores situações, então não me incomodo tanto. Mas, mesmo assim, a água está morna. E penso que eles devem ter refeito o encanamento e arrumado os chuveiros enquanto estive fora.

Lavo meus cabelos, esfregando-os bem, para tirar tudo o que possa haver grudado nele.

Me toco de que nem pensei que pude ter ido ao refeitório com alguma folha na cabeça.

Droga.

Continuo o banho até que me sinto finalmente limpa, livre de todo o tipo de sujeira que possa ter acumulado.

Me enrolo na toalha, enquanto tiro as roupas de dentro da mochila, me seco e as visto.

Não são perfeitas, mas não caem e nem apertam.

Pego minhas roupas sujas e a bolsa, calço o sapato e saio do banheiro. May me espera na porta.

- Dê-me aqui estas roupas – ela pegas minhas roupas sujas e coloca debaixo do braço. – Já achei onde vai dormir. Aqui estão suas roupas novas – Ela me entrega uma bolsa grande, cheia. – Vamos, vou te mostrar seu novo quarto.

Ela atravessa a Comunidade, passamos por mulheres recolhendo as roupas, e crianças sendo mandadas para a cama.

O Sol já se pôs tem mais ou menos uma hora, mas todos dormem cedo. A noite está boa, com uma brisa fria, mas não sinto frio.

Reconheço o caminho que estamos fazendo mas, por via das dúvidas, fico quieta.

May bate na porta – uma porta que me lembro – e a porta se abre.


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Notas finais do capítulo

Se alguém tem alguma dúvida de como são May e Carl, na minha imaginação são: May Claire, de Cartas para Julieta/ Carl Pai do Chris em Todo mundo odeia o Chris um pouco mais velho. (Não sei por que, já que nunca assisti essa série.) Simplesmente vieram esses á minha cabeça, quando pensei nos personagens. Já Sarah e Drake, ainda não tenho uma imagem definida. Quando tiver, falarei pra vocês.

Beijos, deixem reviews *por favor* :3



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