Diga que me quer. escrita por Nathalia Alves


Capítulo 46
Ih.. vai dar ruim.




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Não entendi porque a Fatinha ficou daquele jeito. Mal se despediu. Está um clima muito chato entre a gente. Não queria que fosse assim. Coloquei o carro na garagem e fui com a Ju e a Lia até o apartamento. 

A Lia parou em frente o apartamento da Fatinha e ameaçou a tocar a campainha.

- Lia, deixa ela ficar sozinha. Você sabe que ela não está bem. - a Ju falou pra Lia.

- Tem razão. Amanhã a gente fala com ela. Boa noite gente. Obrigada pela carona Bruno. - dei um beijo na testa dela e ela foi pra casa.

Eu e Ju entramos no apartamento. A Ju ficou me olhando estranho. 

- O que houve com a Fatinha? - eu perguntei.

- Vai dizer que você não sabe, Bruno? - ela respondeu num tom irônico.

- Ju, você acha que eu to gostando do clima que tá? Não poxa. Mas sei lá. A Fatinha podia ser menos doida.

- Ela é uma garota incrível Bruno e você se não fosse tão machista, talvez ela estaria sorrindo agora ao invés de chorando.

Fiquei sem reação. Sabia que a culpa era minha. Hesitei em falar algo e meu celular começou a tocar. Era o Pablo, meu amigo de Brasília.

Chamada: Pablo → Vitor

B: - Fala aí cara. Resolveu aparecer.

P: - Po cara, nem fala. Terminei a faculdade agora. Fiquei livre pra ir te fazer uma visita.

B: - Sério? Que maneiro cara. Tá querendo vir quando pro Rio?

P: - Então. Lembra daquela garota que eu falei que era apaixonado por ela?

B: - A unica garota que foi capaz de sossegar você? Que te tirou da galinhagem? Lembro sim. - eu disse rindo.

P: - Então, a mãe dela tá indo visitá-lá no sábado. Aí eu queria ir também. Depois que ela foi embora eu to sentindo muita falta dela cara.

B: - Po, mais tu nunca mais falou com ela não?

P: - Não. Perdi totalmente o contato. Tem um amigo dela que mora aqui, mas ele não quis me dar o número.

B: - Ué, porque? - perguntei.

P: - Ele disse que ela tá num momento difícil sabe? Tá gostando de um cara que tá nem aí pra ela. E eu achei melhor não me meter, mas eu to sentindo muita falta dela.

B: - Nossa, me assusto vendo você falar assim de alguém. Tu nunca foi assim por ninguém. Desde que te conheço, você sempre foi de ficar com todo mundo e nunca se apaixonou. Mas tu já gosta dela faz muito tempo, né? - perguntei.

P: - Muito e tu sabe. Já são mais de 4 anos cara. Sabe quando você encontra a pessoa certa?

B: - É, acho que não sei não. - disse e sorri.

P: - Sinto que ela é a pessoa certa pra mim. Mas cara, me fala. E você e a Ana? Não estão juntos mais não?

B: - Não cara. Terminamos. 

P: - Porque? Vocês se amam desde a infância.

B: - Muita coisa mudou, cara. Tu nem tem noção.

P: - Ih, outra mulher na parada? Já vi tudo. Quem te viu, quem te vê hein Bruno.

B: - Po cara, eu conheci uma garota aqui, ela é muito gata, sabe? Mas é muito facinha, fica com todo mundo e eu não curte mulher assim, sabe? Mas a garota é quente demais, não consigo me controlar perto dela. 

P: - Eita. Quando eu chegar aí, me apresenta? - ele disse empolgado.

B: - Apresento. Mas ela vai dar em cima de você e cuidado, viu. É problema.

P: - Relaxa. Só quero uma. O resto nem me interessa. E se tu tá afim da garota, pra  mim ela é homem. - ele disse dando gargalhada.

B: - Então beleza. Fui levar a Ju e as amigas dela no cinema, cheguei em casa agora. Se tu vier mesmo, me liga, valeu?

P: - Pode deixar irmão, ligo sim. Até mais.

B: - Até. Vê se aparece mesmo. 

P: - Pode deixar. Manda um beijo pra Ju. Tchau.

- Fim da chamada. - 

O Pablo é meu amigo desde a infância. Conheci ele no colégio na mesma época que conheci a Ana. Ele morava aqui no Rio, mas foi pra Brasília fazer faculdade de Medicina. To felizão que ele tá bem. To com saudade dele também.  E fiquei feliz porque ele deixou a vida de galinha pra lá e tá querendo alguma coisa séria. Ele já fez muita mulher sofrer. Ficava com um monte na frente das meninas que gostavam dele, mas depois que ele conheceu essa garota aí, a qual ele nunca quis me contar nem o nome, ele mudou pra caramba. Eu torço pela felicidade dele, somos irmãos. 

- Quem era no telefone? - a Ju perguntou saindo do banheiro.

- Ela o Pablo. Lambra dele?

- Sério? Nossa. Lógico que lembro. O que ele queria?

- Disse que tá querendo vir pro Rio atrás da menina que ele ama.

- Ainda aquela garota que ele sempre falava dela?

- A própria Ju. 

- Ela mudou o Pablo, né? Depois que ele foi pra Brasília e conheceu ela, ele mudou demais. A mãe dele disse que ele ficou muito mal quando ela foi embora.

- Ele tava conversando comigo no telefone sobre ela. Parece que o amor dele, não mudou nada não. Ele disse que terminou a faculdade.

- Que bom. Espero que ele encontre ela por aqui então e ela fique com ele. Ele é um bom rapaz, sabia. 

- Agora, né. Porque quando ele galinha, não era legal não. Ju, ele já me fez passar muita vergonha. E sobrava pra mim nas festas, as garotas que gostavam dele, vinham em cima de mim pra tentar fazer ciumes nele. O Pablo é uma figura.

- É mesmo. 

- Então, Ju. Ligou pra saber como a Fatinha tá?

- Não. Vou ligar pra ela agora.

- Ju, quero falar com ela.

- Nem pensar, Bruno. Deixa ela sozinha.

- Eu preciso Ju, é sério. Não to aguentando mais esse clima estranho que tá entre a gente. Vou na casa dela.

- Bruno por favor. Deixa a Fatinha..

- Não. Eu quero falar com ela. Já volto.


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