Fiquei tocando a campainha que nem uma doida e ninguém veio me atender e só depois de muito tempo a Tatá abriu a porta.

- Oi Tatá, a Lia tá aí?

- Tá lá no quarto dela tocando guitarra. Pode ir lá.

Ihh.. quando a Lia pega essa guitarra, é porque coisa boa não tem. Cheguei lá e minha cabeça já começou a doer. Aquele treco fazia barulho demais.

- Lia!! - eu disse gritando!

Ela virou pra porta e me viu. Jogou a guitarra em cima da cama e sentou em frente o computador.

- Lia, qual foi? Não vai dizer que não vai mais sair? - eu disse me aproximando dela.

- Tá doida? Você acha que eu vou ficar em casa chorando porque o Dinho vai voltar, depois de tudo que ele me fez? Não mesmo.

- Assim que eu gosto de ouvir. Vamos. - eu disse rindo.

- Você está linda. Ah, se o Bruno te ver assim.

- Já viu. - eu disse e ri

- Já? E aí? - ela perguntou curiosa.

- Ele não queria me deixar sair da casa da Ju, acredita? Ficou demorando pra abrir a porta e quase enfiou a cara no meu pescoço. Lia eu quase desmaiei. Ele é muito idiota.

- Um idiota que consegue tirar você tirar do sério, né.

- Sempre consegue. - eu disse fazendo bico.

- Vamos pra casa da Ju então? - ela disse pegando no meu braço.

- Lia, não quero voltar pra lá. Não quero ver o Bruno. Vou esperar vocês no meu apartamento.

- Nada disso. Você tem que ficar o mais perto dele possível, pra ele se dar conta do que perdeu. Olha pra você amiga, está impecável.

- Para Lia. Falei com a Ju que estou muito sentimental. Melhor parar se não vou chorar.

- Parei. Vamos!

Fomos até o apartamento da Ju e quando chegamos lá, os dois abriram a porta.

- Vamos? - a Ju disse olhando pra nós duas.

- Vamos. - a Lia disse agarrando a Ju e saindo na frente. 

Nada a ver me deixarem sozinha olhando pra cara do Bruno.

- Tá me olhando com essa cara porque? Perdeu alguma coisa aqui? - eu disse olhando pra ele e depois fui até as meninas.

Cheguei perto da Ju e falei baixinho com ela.

- Juliana Menezes, o que o Bruno está fazendo atrás da gente?

- Amiga, ele só vai deixar a gente no cinema. - ela disse tão baixo que o Bruno ouviu;

- Tem problema eu levar vocês, Fatinha?

Olhei pra cara dele, fiz  cara de nojo e dei linguá. Tá, que eu me senti uma criança fazendo isso. Fomos até o carro. Empurrei a Juliana pra ela se sentar no banco do carona e me sentei atrás com a Lia.

Eu e a Lia fomos conversando baixinho dentro do carro. Rindo e comentando sobre várias coisas. Ignorei a presença do Bruno, já que a Lia percebeu que ele ficou me olhando pelo espelho do carro. Nem liguei, continuei rindo e conversando com ela. 

Chegando na porta do cinema, a Ju abriu logo a porta e ia saindo.  A Lia também saiu pelo lado direito e eu com dificuldade pra abrir a porta, o Bruno percebeu e saiu do carro e veio abrir a porta pra mim. Ata, que ele não me engana. Sínico. 

Quando ele ergueu a mão pra eu pegar, ignorei. Maldita hora, quase levei um tombo por conta do salto alto. Só vi ele rindo.

- Muito obrigada. - olhei pra ele e agradeci.

Ele me fuzilou com os olhos.

- Se arrumou tanto pra vir ao cinema? - ele perguntou.

Vi que a Lia e a Ju foram entrando e me deixando lá sozinha com ele. Merda. Porque elas estão fazendo isso comigo. Eu estava morrendo de vergonha.

- Depois do cinema eu vou pra uma boate. - eu disse sorrindo.

- Boate? Sozinha? - ele perguntou curioso.

- Não te interessa Bruno. Tchau. - eu tentei ir, mas ele puxou meu braço e me deu um beijo no canto da boca.

Puta merda. Que vergonha, que coisa estranha que eu senti. Meu corpo todo se manifestou. Minha barriga deu cócegas de novo. Olhei pra ele e ele sorriu.

- Qualquer problema, me liga. Venho buscar vocês na hora que o filme acabar. - ele disse me dando outro beijo no canto da boca. Esse foi quase na boca mesmo.

- Tchau. - disse já com raiva e fui me encontrar com elas.