Fui arrumar as minhas malas para viajar no outro dia, até que a Ana voltou pra perto de mim. Queria falar algo novamente.

- Você quer ir comigo pra Brasília?

- Não Ana. Acho melhor que a gente fique um tempo longe.

- Você acha que um dia consegue ser feliz do meu lado?

- Eu fui feliz com você Ana. Por que está falando isso?

- Bruno, depois que você conheceu a Fatinha, você mudou muito comigo.

Fiquei sem o que falar. Sabia novamente que ela tinha razão.

- Ana, não começa a falar dela, por favor.

Evitei olhar pra Ana e continuei arrumando as minhas malas. Ela segurou o meu queixo e levantou minha cabeça.

- Olha pra mim, Bruno.

- To olhando.

- Eu nunca menti pra você, Bruno. Faz o mesmo comigo, por favor. Me conta.

- Contar o que Ana?

- Você ficou com a Fatinha aquele dia lá no Quadrante, não ficou? 

- Ana você tá..

- Bruno, a gente não está mais namorando, mas aquele dia a gente ainda tava junto. Me responde. Ficou ou não ficou?

Meu rosto corou. Perdi a voz e senti uma dor forte no peito. Me senti culpado por estar mentindo pra Ana e ter que negar que eu fiquei com a Fatinha, e me sentia pior ainda só de lembrar o quanto foi bom, e era, ficar com ela.

- Ficou né? Eu sabia, Bruno. - ela disse dando as costas pra mim.

- Ana eu nunca fiquei com a Fatinha; Você sabe que eu odeio aquela garota. Ela não faz meu tipo. Odeio garota fácil que nem ela. E você sabe disso. - eu disse sendo curto e grosso.

- Bruno, a gente já terminou. Não precisa mentir.

- Eu já falei, eu nunca fiquei com a Fatinha.

- Vou fingir que acredito.

- Acredita sim.

- Enfim. To indo pro aeroporto. Não precisa me levar. Vou sozinha. E fica bem tá? Semana que vem eu devo estar voltando para o Rio, vou na sua casa pra gente conversar.

- Tudo bem. Boa viagem. - dei um beijo na testa dela e ela foi embora.