Diga que me quer. escrita por Nathalia Alves


Capítulo 23
Fatinha descobre que Bruno foi embora com Ana.




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Bobeira achar que ele voltaria. No momento em que eu caminhava até a cama, caí no chão. Uma dor muito forte tomou conta da minha barriga. Perdi todas as forças. Dessa vez não foi uma sensação boa, nada de cócegas. A dor era insuportável. Eu tentei gritar mas minha voz não saia. Quando percebi, o chão estava com muito sangue. Entrei em desespero. Meu deus, o que está acontecendo comigo? Consegui me rastejar até o banheiro e fui tomar um banho. Na medida que água caia sobre o meu corpo, eu ia perdendo cada vez mais sangue. Nunca havia acontecido algo assim comigo antes. Fiquei jogada pelo box até conseguir parar de sair tanto sangue assim. Até que quando percebi tinha parado. Não sei de onde tirei forças e consegui sair dali. Fui até o meu quarto e me arrumei. Olhei no espelho e levei um susto. Eu estava branca. Minha boca estava dormente. Coloquei a roupa e fui para o hostel.

- Fatinha, tá tudo bem? – perguntou o Michel quando me viu chegar desanimada.

- Tá tudo bem sim, Michel. Pode sair. Vou ficar na recepção. – eu disse indo para o balcão, quase sem forças pra falar.

O hostel estava muito movimentado para um domingo. O Michel então pediu para que eu fosse até meu antigo quarto com o notebook e revisasse alguns cadastros e arrumasse algumas coisas no estoque do hostel. Pra que, meu deus. Aquele quarto tinham tantas lembranças. Não sabia se iria me fazer bem ou mal, mas mesmo assim, atendi ao pedido do Michel e fui. A cada medida que eu caminhava até o quarto eu me sentia mais fraca. Mas consegui chegar até lá. Quando olhei pra porta meu olhos embaçaram e eu comecei a chorar. Eu não sabia o porque de tanto choro, tanta angústia, tanta dor. Lembrei do Bruno. Entrei no quarto, peguei o notebook e me sentei na cama. O cheiro dele começou a invadir o local e eu me senti sufocada. A dor na minha barriga apertou. Eu então peguei o lençol e coloquei sobre minha barriga. O lençol que o Bruno havia deitado junto comigo. Onde eu tive a minha primeira vez com ele. A dor passou. Nem percebi. Me assustei quando o Michel bateu na porta me pedindo pra ir para a recepção.

- Já vou. – eu disse me levantando.

- Tem certeza que você está bem Fatinha? – perguntou

- Sim. – eu disse e saí do quarto.

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Meu turno já estava quase acabando. Já eram 23h00. Quando Michel chegou pra me liberar, peguei minhas coisas e quando eu ia saindo no hostel vi que a Ju e a Lia estava me esperando. Elas estavam estranhas. Parecia que queriam me contar alguma coisa.

- O que houve gente? – perguntei

- Vamos lá pra casa? Quero conversar com você. – a Ju disse num tom de voz estranho.

Eu já estava um pouco mais animada. As duas me deram um abraço tão gostoso. A amizade delas era tudo de mais precioso que eu tinha. Chegamos na casa da Ju e eu me sentei no sofá. Elas me olhavam estranho.

- Que cara é essa gente? Aconteceu alguma coisa? – eu disse enquanto Lia e Ju sentavam do meu lado.

- Amiga, eu sei que não vai ser nada fácil pra você, mas primeiro de tudo eu queria dizer que vamos estar aqui pra cuidar de você sempre. – a Ju disse passando a mão no meu cabelo.

- Gente fala logo pelo amor de deus. O que houve. – eu disse com os olhos já cheios de lágrimas.

- O Bruno, ele... – a Ju disse e abaixou a cabeça.

- O que que tem o Bruno gente? – eu já falei nervosa.

- O Bruno foi embora com a Ana. Pronto falei. – a Lia disse rapidamente.

Senti uma pontada no meu coração e na minha barriga. Como assim foi embora? Sem falar comigo? Sem me dar tchau?

- Como assim foi embora com a Ana? Pra onde? – eu perguntei me levantando do sofá.

- Amiga, ele deixou uma carta pra você e pediu que não contássemos nada até que você lesse a carta. – a Ju disse me entregando o papel.

- Eu não quero ler nada. – eu disse jogando a carta no chão.

- Mas você vai ler sim. – a Lia disse pegando a carta do chão e colocando no meu colo.

- Tá bom, vou ler. – eu disse já com a voz falha.

Elas me abraçaram muito forte. Fui pra casa e as duas foram comigo.

- Nós vamos passar a noite aqui com você. Amanhã vamos as três pra escola, tá? – a Ju disse abrindo a porta do meu apartamento.

As duas entraram e viram que o chão ainda estava com um pouco de sangue.

- Fatinha, de onde é essa mancha vermelha no tapete? – a Ju perguntou me olhando.

- Não sei. Deve ter caído suco de morango, ou alguma coisa assim ontem. – eu disse me fazendo de desentendida.

Percebi que as duas se olharam.

- Ata. Entendi.

- Bom gente, fiquem à vontade. Vou ler essa carta.

Fui para o meu quarto e as duas foram atrás.

- O que foi gente? – eu perguntei.

- Vamos ficar aqui com você.

- Tá bom então.

Coloquei dois travesseiros. Um em cima do outro. E abri o papel. Respirei fundo e comecei a ler.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ DEEM PLAY NA MÚSICA. ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

“Eu sempre me preocupei em fazer tudo correto. Defendo causas sociais e do meu modo quero mudar o mundo. Sim, quero mudar. Eu acredito na mudança do mundo. Só que tem coisas que não tem como voltar atrás e nem mudar. De um tempo pra cá eu vim agindo por impulso e fazendo muita coisa errada. Ficando com você e te magoando. Porque? Eu já julguei tanta gente que fez isso. Quando o Dinho magoou a Ju eu faltei pouco matar ele. E eu não quero fazer com você o que ele fez com ela. Eu não sei o que me deu Fatinha. Mas ficar com você foi muito bom, apesar de ter sido sempre em momentos de fraqueza. A Ana sempre se esforçou o máximo pra me fazer feliz, mas tinha coisas que ela não sabia como fazer. Mas eu nunca cobrei porque nunca tinha sentido falta. Você me deu carinho, me deu prazer e me fez sentir muitas coisas que a Ana nunca conseguiu fazer. Mas eu não quero que você ache que eu gosto de você e que algum dia pode rolar alguma coisa entre nós. Foi bom o que eu vivi com você? Foi maravilhoso. Mas foi só isso. Não quero te magoar e te fazer sofrer. Por isso decidi me afastar. Você é uma menina incrível, linda e de bom coração e merece viver um amor de verdade. E eu não posso te dar isso. Meu coração não tem espaço, Fatinha. Minha vida não tem espaço pra você. Eu não vou ficar dando voltas pra que não crie mais confusão. Só queria que você me entendesse. Se não for hoje, um dia tenta me entender por favor. A Ana está grávida. Esperando um filho meu. Isso é maravilhoso. Mesmo eu sendo novo demais, eu não posso deixa-la com um bebe nosso na barriga. Eu vim pra longe pra me casar com a Ana e colocar a minha cabeça no lugar e tentar esquecer o que eu passei com você esse tempo. Desculpa, mas eu menti quando disse que não podia ter filhos. Ontem eu estava me sentindo culpado quando a Ana me contou que descobriu que estava grávida. Culpado por ter traído ela com você. Mas infelizmente eu não conseguiu resistir e fui até você buscar um pouco de carinho. E caí nos seus braços de novo. Acabou Fatinha. Eu não vim embora pra sempre. Depois que eu me casar eu vou voltar. Nesse tempo os meus pais e os pais da Ana vão comprar um apartamento pra nós dois aí no Rio e quando a barriga dela ficar maior, eu vou voltar. Mas eu queria te pedir por favor, não me procura. Me deixa seguir a vida que está sendo traçada pra mim? E o destino não colocou você nela. Quando eu voltar quero voltar sendo seu amigo e espero que você encontre um amor que nem o meu e da Ana. Fica bem.”

COMO ASSIM? Minhas pernas tremiam, meu olhos ardiam demais. Eu senti ódio a cada verso daquela carta. Então eu fui um erro? Ele sempre tentou fazer tudo certo, mas ele ficou comigo. Se foi errado ou não, ele ficou. Porque foi embora assim? Eu amacei o papel, pressionei forte meus dentes e joguei o papel longe. Eu estava com muito ódio do Bruno, da Ana, de mim por ter me entregado pra ele.

- O que houve Fatinha? – Ju perguntou.

- Nada. – eu disse arqueando as sobrancelhas, limpando meu rosto e indo até a cozinha.

Eu queria chorar, espernear, gritar pra que ele voltasse, pra que eu pudesse quebrar a cara dele. Mas não consegui. O ódio tomou conta de mim. Peguei a foto do Bruno, rasguei em mil pedaços e joguei no lixo, assim como ele fez com o meu coração.

- Ele falou pra onde foi, Ju? – perguntei.

- Não amiga. Só disse que precisava ficar fora por um tempo. Mas disse que entrará em contado por email. – disse colocando o meu cabelo atrás da orelha.

- Você tá bem? – Lia se aproximou de mim.

- Estou. Vamos dormir? Estou exausta. Amanhã cedo temos aula.

Lia e Ju deitaram na cama junto comigo. À noite toda eu chorei. De saudade, de dor, de angústia. Foi como se o mundo tivesse acabado. Mas eu não queria ficar assim. Eu prometi pra mim mesma que iria mudar. E foi isso que eu estava disposta a fazer. Mesmo sabendo que seria difícil, eu coloquei uma pedra em cima de tudo que eu passei com o Bruno, pelo menos naquela noite. E peguei no sono.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Se tiverem alguma dúvida, sugestão → http://ask.fm/nathaliaalvess2
Quem puder curtir!! → www.facebook.com/brunoefatinhaoficial
Obrigada por todos os comentários e um beijo pra TODO MUNDO que está acompanhando a fanfic!