May - Parte V escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 11
Uma Noite Especial


Notas iniciais do capítulo

John e May estão com um relacionamento sério há quatro anos e John disse à May que essa noite teriam um jantar especial, quais seriam as novidades desse jantar?



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O tempo foi passando, John e eu começamos a ter um relacionamento mais sério, nossos filhos amaram nossa união pois além de amigos eles poderiam se tornar irmãos. 

Um dia desses pensei que estaria arruinando a vida de John, impedindo-o te ter uma esposa decente, que lhe desse filhos e todas essas coisas. Mas depois percebi que não o atrapalharia, ele considerava Max um filho assim como considerei Nick um também. Eu cuidava dos dois da mesma maneira, me afeiçoei muito a Nick.

Agora Nick e Max estão com onze anos e vão ao primeiro baile. As meninas brigavam para sair com os dois e a que conseguia se achava a mais bonita da escola. Não porque Max é meu filho mas, acho que ele influenciou a Nick a ser desse jeito também. 

Fui com Max buscar sua parceira, pois ela não poderia ir de moto e não temos carro. Além disso não caberiam todos nós no carro de John. Max estava muito bonito e fomos andando e conversando. Chegando em frente a casa da garota, Max foi sozinho chamá-la. Ele foi animado até a porta, bateu e uma garota abriu, não devia ser a mãe da garota, era quase da minha idade. Max entrou e aguardei do lado de fora, em seguida ele saiu de mãos dadas com a garota, ela também era loira, mas não tanto quanto ele, ela estava com um vestido azul turquesa não muito espalhafatoso. A mãe da garota saiu de casa. Max apontou para mim e acenei para a mulher parada na porta, ela veio andando com eles em minha direção. Ela não era parecida com a garotinha a não ser os olhos.

- Oi, tudo bem? - ela perguntou.

Estava ventando, nossos cabelos estavam dançando, o dela pra frente e o meu pra trás. Estávamos encolhidas, ela em seu casaco de ficar em casa e eu no meu casaco preto sobre meu vestido azul, aquele que usei quando fui jantar com John há quatro anos atrás. 

- Sim e com você?

- Também. Então, sua mãe vai vir encontrá-los?

Max deu uma risadinha e eu sorri.

- Bom, se está se referindo à mãe do Max, eu sou a mãe dele.

- Você? Desculpe mas... você parece ter a idade da minha filha mais velha - ela deu uma risadinha.

- É um presente que recebi quando nasci, custo a envelhecer.

Demos uma risadinha, aprendi que as mulheres que pareciam mais jovens do que a idade que tinham falavam isso.

- Eu levarei os meninos até o baile e vou trazer sua filha e volta.

- Seu marido não vai acompanhá-la?

- Bom... meu namorado vai sim - sim, eu estava namorando com John.

- Ah bom... fico mais aliviada. Uma mulher sozinha trazer à essa hora... é perigoso não é mesmo?

Não, não pra mim. Segurei a risada e Max desviou o rosto para que a mãe de sua acompanhante não visse. Me limitei a concordar com ela, nos despedimos e comecei a caminhar com os dois em direção à escola. Eles conversavam animadamente, a garota parecia muito feliz e Max estava com um sorriso maravilhoso e convencido,e le parecia carinhoso com a garota, ah sim, eu perguntei o nome dela, era Thabata, seus olhos eram bem azuis. 

Chegamos na escola, eles foram sozinhos a caminho da festa. Nick esperava os dois na porta com uma garota ao seu lado. Eles se cumprimentaram, as garotas também, Thabata parecia se exibir mais porque estava indo com Max e me limitei a um riso. Então eles sumiram para dentro da escola.

Uma rosa vermelha apareceu na minha frente.

- Boa noite senhorita - disse John bem perto do meu ouvido e deu um beijo no meu pescoço. 

Me arrepiei, peguei a rosa e sorri.

- Boa noite - respondi.

John veio para minha frente, ele estava com um terno bonito e a colônia maravilhosa que dei a ele.

- Então, pronta para o nosso jantar?

- Claro.

Sorríamos com frequência. John me chamou para um jantar especial essa noite, ele disse que seria muito especial e inesquecível, o melhor jantar da minha vida. E que... no fim, seria muito especial para nós dois. Entramos no carro e ele começou a dirigir.

John e eu costumávamos dar umas escapulidas quando os garotos tinham eventos como dormir na casa de um coleguinha, uma excursão, um evento na escola, essas coisas que os deixavam fora de nosso alcance por algumas horas. 

Chegamos a um restaurante fino. Entramos, tirei meu casaco e ele sorriu ao ver meu vestido azul, sentamos numa mesa reservada e nos ofereceram vinho. Quando finalmente nos livramos do garçom, John começou a dizer:

- Como sempre, você está maravilhosa nesse vestido.

- Obrigada - sorri meio tímida.

- Ele me trás boas lembranças.

- Pra mim também.

Ele esticou a mão pra mim e fez carinho quando coloquei a minha sobre a dele. Comemos um jantar que deve ter sido caríssimo, conversamos, rimos, falamos do nervosismo dos garotos em relação ao baile, contamos piadas engraçadas do trabalho - sim eu ainda trabalhava com lutas e sim, John já me vira lutar uma vez e até pediu que eu fizesse algumas coisas como aquelas com ele na cama, claro que eu fiz -, entre outras coisas. Terminamos o jantar, saímos do restaurante, ele pegou minha mão e começamos a caminhar de mãos dadas. Ficamos em cima de uma pequena e delicada ponte que havia sobre o rio que cortava a parte nobre do subúrbio. Apoiamos na beirada da ponte e ele me abraçou.

- Sabe May, esses quatro anos que estou com você têm sido ótimos.

- Eu também acho John - me virei pra ele e ele continuou me abraçando -, você me faz sentir tão humana - sorri e fiquei olhando-o nos olhos.

- Você me fez lembrar o que é amar, acho que nunca amei alguém tanto depois de Samantha, achei que nunca mais seria capaz, mas aí conheci você. A mãe do amiguinho do meu filho - ele riu e eu o acompanhei -, quem diria - ele completou.

Quando paramos de rir, ele respirou fundo e me olhou sério.

- May...

- Sim John? - eu o olhei meio preocupada.

Ele se afastou de mim, ainda segurando minha mão. Meu estômago começou a embrulhar, eu não sentia mais o vento.

- May sem sobrenome - ele deu uma risadinha e se ajoelhou. Opa, onde eu já tinha visto isso? Oh meu Deus, oh meu Deus! Eu me lembro onde -, gostaria de ter um sobrenome? O meu sobrenome? - respirei fundo, meu Deus, aquilo era real? Ele... ele... - May, aceita se casar comigo?

Oh meu Deus... eu acertei, ele me pediu em casamento, um homem me pediu em casamento, mas... mas haviam problemas ao se casar comigo... havia....

- John, eu não tenho documentos para me casar, não existo para a sociedade, não fui registrada. É impossível se casar comigo se...

- Não preciso de documentos pra estar casado com você May, se você quiser não precisa nem da cerimônia, só quero ter voc~e pra sempre ao meu lado, enquanto... enquanto eu viver - ele deu uma risadinha e eu o acompanhei. - Então... você aceita ser a minha esposa?

John... ai meu Deus, como não se apaixonar por John, tão lindo, tão romântico e me ama mesmo com meu defeito genético. Mas e eu? Conseguiria amar John até o fim de sua vida? Conseguiria vê-lo envelhecer e ficar com problemas que chegam com a velhice? E se ele tivesse um daqueles problemas em que se tornaria completamente dependente de mim? Eu cuidaria dele? Eu suportaria vê-lo perder todo o seu entusiasmo juvenil? Suportaria noites mais rápidas pelo cansaço que o atingiria? Pela perda de força de me segurar? E euw Estou pronta para esse compromisso?

Só havia uma resposta para todas as minhas perguntas, e a resposta foi:


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