May - Parte V escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 10
O Segredo


Notas iniciais do capítulo

May vai jantar na casa de John, será que ela será capaz de contar a ele seus segredos? Sua mutação genética?



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- Mãe! - Max aparece de dentro do espelho e me assusto.

Estou de langerie e tem várias roupas jogadas sobre a cama.

- O que foi Max? 

- Por que está tão nervosa?

- Não estou... você me assustou, só isso.

- Desculpe... - ele olha as roupas na cama. Por que não usa aquele vestido?

- Vestido? Será? - olho pra Max, depois para o vestido. Era um vestido azul escuro que ia até o joelho, com um pequeno cinto preto ele ficava lindo e era bem casual.

- Você fica bonita com ele - Max sorriu.

Max já estava pronto, ele sabia se arrumar rapidamente e ficava muito bonito, era um dom dele. Seus cabelos estavam penteados pra trás e eu me lembrei de quem usava o cabelo desse jeito, era Pietro.

- De onde tirou esse penteado? - perguntei.

- Você me disse uma vez que papai usava o cabelo assim - ele sorriu pra mim.

- É... ele usava - sorri e me lembrei de Pietro.

Fora tão pouco tempo que fiquei com ele, tenho ceteza de que se ele estivesse vivo, seríamos uma família feliz, eu não fugiria de Pietro, não haviam razões para fugir. 

- Mãe! Vamos atrasar!

Max me acordou para a realidade. Peguei o vestido azul e o coloquei, seu caimento era perfeito, soltei o cabelo e coloquei uma maquiagem leve e um batom vermelho. Apareci no quarto rodopiando.

- E então? - olhei para o quarto e estava vazio.

- Perfeito! - uma cabeça saiu da cama de repente e sorriu.

- Pareço uma mãe séria?

- Claro que não. Você é a mãe mais gata do mundo! - ele pulou saindo da cama e caindo nela sem passar direto.

- Vem cá seu gatinho! 

Tentei pegá-lo mas era rápido para fugir, não tão quanto Pietro mas ainda assim rápido. Quando consegui pegá-lo o joguei pra cima e depois o peguei no colo de novo. Max não era pesado, pelo menos não pra mim. Ele ria e então finalmente fomos para o jantar na casa de John.

Chegamos de moto. Batemos a campanhia e eu arrumava freneticamente o cabelo de Max. Max tirava minha mão constantemente também. John abriu a porta com aquele sorriso divino, meu Deus, acho que nunca vi um sorriso tão sedutor em toda a minha vida, sua pele enrugadinha perto dos olhos da maneira mais linda que já vi. Sua barba meio sem fazer, esse era o charme principal dele, sorri ao perceber que ele não fizera a barba.

- Olá, bem-vindos. Entrem!

John abriu mais a porta. Era a primeira vez que entrava na casa de John. Não era tão diferente da minha por dentro. Max foi correndo até Mike depois de cumprimentar John, eles foram correndo pra cima no quarto. Acompanhei com os olhos.

- Gostaria de alguma bebida? Vinho? - ele me ofereceu.

- Sim, obrigada - sorri.

- Pode me aguardar no sofá se quiser.

Assenti e fui andando delicadamente até o sofá. Olhei à volta. Era confortável estar na casa de John, parecia que eu pertencia àquele lugar, mas devia ser porque a casa se aprecia com a minha ou... ou será porque me sinto humana perto de John? Deve ser, não sinto que sou de adamantium, não sinto que sou normal, parece que toda aquela história de Phoenix, Magneto, Professor Xavier, Logan, Stryker, tudo parecia ter sido apenas um sonho distante, parecia não fazer parte da minha história agora.

- Aqui.

John chegou e me ofereceu a taça de vinho e só então percebi que ainda estava em pé de frente pra lareira, devia ser bizarro me observar naquele momento.

- Nossa, você está muito bonita hoje, quero dizer... não que você não seja bonita, é só que... aah, sou um desastre - ele riu meio tímido.

- Obrigada John - sorri e bebi um pouco de vinho.

Ah, esqueci de dizer como John está. Ee está usando uma camisa social branca e uma calça jeans escura com um tênis bem bonito. Nos sentamos no sofá de frente pra lareira.

- Então, a quanto tempo vive no subúrbio? - ele perguntou.

- Tem uns três anos eu acho. E você?

- Cinco anos.

- Você veio pra cá com sua esposa? Desculpe perguntar sobre é que...

- Tudo bem - ele sorriu. - Me mudei quando Nick tinha dois anos, foi quando Samantha morreu. Não queria ficar num lugar onde tudo me lembrasse ela sabe. É bom fugir um pouco para superar. Então decidi mudar de vida vindo pro subúrbio. Aqui também receberia um pouco de ajuda, seria bom para o crescimento de Nick. Acho subúrbio muito melhor para criar filhos - ele deu uma risadinha e eu o acompanhei. - E você? O que a fez vir parar no subúrbio?

- Achei que estava na hora de morar sozinha. Eu morava com meu irmão e o local onde morávamos não era bom pro desenvolvimento do Max.

- Entendo... - ele bebeu mais um pouco. - E o pai do Max, ele te ajuda?

Fiquei surpresa, esqueci que não havia me falado de Pietro pra ele.

- Não... ele morreu também - pisquei algumas vezes para prender as lágrimas.

- Eu sinto muito. Realmente eu...

- Tudo bem. Eu me emociono mais porque ele não chegou aver Max, não sei nem se sabia que eu estava grávida, foi a tanto tempo que... Bom, foi há muito tempo e nada vai trazê-lo de volta não é mesmo?

- Você guarda muitas coisas dele? muitas imagens?

- Não... não tenho nenhuma foto dele apenas um colar que ele me deu quando namorávamos - toquei no pequeno colar em meu pescoço, eu não estava usando o com minha identificação aquele dia. Ele não combinava com o vestido. - Mas Max é idêntico à ele. 

Nos consolamos pelo olhar. Por um momento pensei que a dor de John era muito maior que a minha, ele conviveu com aquela mulher, criaram Nick juntos por dois anos e então a vida a tirou dele.

- John, eu... preciso te falar uma coisa.

Sim, senti que aquele devia ser o momento exato, antes de começarmos a consolar o outro, antes de compartilharmos nossas dores e problemas e conhecer o outro melhor, eu deveria contar agora.

- O que foi? - ele ficou atento, minha cara não devia estar boa.

- Eu... eu não sou... não sou do jeito que você pensa que sou.

- Como assim?

- Eu tenho... eu... - como falaria? - Eu não sou... humana.

Eu o olhe bem na hora que disse a última palavra. Ele me olhou meio surpreso, pareceu petrificado e demorou a piscar.

- Como assim? May... como assim você não é humana? É óbvio que você...

- Não John, não sou. Eu sou muito mais velha que você...

- Você é... vampira?

- O quê? - gritei um pouco. - Não - fui obrigada a rir um pouco. - Claro que não. Se eu fosse vampira você não me veria durante o dia.

- Verdade - ele pareceu um pouco aliviado. - mas o que voc~e é então.

- Sou uma mutante. Sou imortal. Existo há um bom tempo, não sei exatamente quanto, parei de contar. Não envelheço, nunca. Curo rapidamente e minhas unhas crescem como garras de felino e tenho instintos felinos também, meus olhos mudam de cor e meus caninos crescem - fitei John em todo o momento. Ele não fazia cara de assustado, mas também não fazia cara boa. - O pai de Max também era mutante. Ele era muito veloz, a pessoa mais rápida que conheci. O avô paterno de Max também é mutante, controla metais. max também é mutante, ele atravessa paredes e fica entre elas se quiser, comos e fosse uma piscina. Ele também se cura rapidamente como eu e é tudo o que sei dele por enquanto, ele não mostrou anti envelhecimento como eu. Meu irmão também é mutante, ele controla a cinética.

Assim que terminei, John ficou me olhando, ele estava atônito. Agora sim ele fiou surpreso ao ver meu histórico mutante.

- Por isso eu luto. Eu não m machuco e meus ossos são de adamantium, uma substância rígida e muito resistente, o governo fez experiências em mim com esse elemento - John ainda estava calado. - John?

- Você tá falando sério?

- Sim.

Ele olhou para a fogueira.

- John eu tive que te contar, eu não queria pra você não ficar desse jeito mas foi preciso depois de ficarmos conversando e, eu não queria ser rejeitada depois que estivesse mais conectada a você e... por favor não ignore o Max, ele é um bom garoto, ele não é perigoso, eu só quero que ele tenha uma vida normal e também não quero atrapalhar a sua, por isso decidi contar, porque...

John pegou minha nuca e me beijou, não fechei os olhos, assustei o suficiente para nem conseguir saber o que estava acontecendo.

- Isso não muda nada May - disse John olhando em meus olhos ainda com a mão em minha nuca. - Desculpe... foi o único jeito que achei pra te fazer parar de falar.

Agora eu estava atônita. 

- Acho que, já que estamos falando a verdade agora, eu devo confessar que me apaixonei por você assim que a vi e assim que você sorriu eu tive certeza. vejo como você é com Max, não consigo te imaginar sendo uma pessoa má. E foi por essa May que me apaixonei e se essa May vem com um toque de imortalidade, ou adamanium...

- Adamantium - o corrigi.

- Que seja - ele deu uma risadinha. - Eu quero continuar investindo nessa May. Obrigado por me dizer a verdade antes que fosse tarde demais.

Sorri pra ele e ele me deu aquele sorriso dele. O jantar seguiu, eu o ajudei na cozinha, ainda delicada do jeito que estava, agindo como humana, por vontade própria. Rimos enquanto dávamos o toque final em algumas coisas, ele me perguntava coisas da minha vida e eu contava, contei como descobri meus poderes, como tive medo de que acontecesse o mesmo com ele e tudo o mais. John contou a Nick no almoço e ele achou o máximo ter um amigo filho de uma super heroína. Rimos com aquela situação e John o pediu para que guardasse segredo, afinal, não se pode contar o segredo dos super-herois. Foi o jantar mais incrível que tive. John me fizera sentir-se bem. Parecia perfeito, acho que nunca sonhei com um momento como esse em minha vida. 

Ajudei John a lavar as vasilhas. Quando terminamos ele me prendeu na bancada da cozinha.

- Deve ser entediante pra você essa vida comum né?

- Na verdade eu acho a coisa mais incrível do mundo. Esses anos aqui no subúrbio são os melhores que tive em toda a minha vida.

- Pode deixar que vou torná-los melhores pra você. 

John me beijou novamente e agora sim o beijo foi melhor, pois agora eu queria e eu sabia que ia acontecer. 

Sim, acredito que John seria capaz de tornar minha vida melhor, a mais próxima do normal possível e agora poderia deixar meu coração se entregar da maneira estúpida que ele sempre fez...


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