Nunca mais falei com ele. Pude perceber que ele continuava me encarando durante a aula -o que era impossível de não acontecer, por que a professora fez o grande favor de nos colocar naquela posição estratégica super agradável, que não tem como se mexer sem olhar para a outra pessoa, que no caso era o Sid e eu- e uma vez até me pediu um beijo quando estávamos saindo da sala de aula. Francamente... POR QUE VOCÊ NÃO FEZ ISSO ANTES, QUANDO O SID ERA MEU DEUS GREGO?

Eu sei, eu sei, “eu tenho que dar uma chance a ele novamente, quem sabe a chama da paixão se acende novamente”... Vai por mim, a chama da paixão já acendeu querida, e foi na cara dele causando toda aquela revolução facial que quase não se podia chamar de rosto.

Meus colegas tentaram de tudo, até aquela coisinha idiota de ficar empurrando um pra cima do outro, mas isso só piorou. Fiquei com tanta raiva dele e prometi pra mim que no ano seguinte não entraria naquela merda de aula de ginástica – o que só me ferrou, por que engordei pelo menos uns três quilos sem fazer muito esforço.

O bom daquela escola é que tinha uma quantidade relativamente grande de meninos, então eu não precisei me descabelar por ninguém, muito menos fazer esforço pra que meu coração encontrasse outra paixãozinha-baseada-na-ilusão-de-uma-menina-baleia.

Eu decidi que já estava na hora de perder o meu BVL: Barriga Viciada em Lanchonete. É, não era fácil pra uma garota de 11 anos carregar um filho chamado X-burger e seu irmão gêmeo X-salada. Brincadeirinha! Eu estava mesmo querendo beijar alguém pela primeira vez, o final do ano estava chegando e junto vinham o passeio para o Hopi Hari e a baladinha da escola. Decidi que seria aí. Em algum desses dois tinha que acontecer alguma coisa, né? Não era a toa que todo mundo estavam comas expectativas mais altas que o monte Everest.