Sorrisos e Sussurros. escrita por Jajabarnes


Capítulo 7
Indiferença.


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil perdões! Eu me confundi na hora de postar e, não sei como, pulei 2 capítulos! O cap. "Será Melhor Assim", é o capítulo 9. Eu excluí ele e estou postando na ordem certa agora. Desculpem.



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Pov. Caspian.

Na manhã seguinte cheguei até a sala de jantar onde havia aquela enorme mesa, ansioso para vê-la, mas, como se lesse meus pensamentos, Lúcia disse que ela pedira para levarem seu café no quarto. Durante aquela refeição silenciosa onde todos pareciam estar desconfortáveis, o mensageiro chegou trazendo vários envelopes. Eram as respostas dos reis e governantes vizinhos a respeito do convite para o baile de noivado que aconteceria na semana seguinte.

Ao sair dali joguei os envelopes na mesa de meu gabinete, sentando na cadeira e passando as mãos no rosto seguidas vezes. Resolvi, por fim, que ocupar-me não resolveria o problema. Decidi sair daquelas quatro paredes e esvaziar minha cabeça; ao passar por uma janela, vi os Pevensie e Eustáquio divertindo-se no jardim. Fui para lá.

Pedro ensinava esgrima a Eustáquio, enquanto Lúcia e Edmundo assistiam, sentados na relva. Sentei ao lado deles, eles faziam alguns comentários, puxando assunto, mas logo o assunto morria quando eramos atingidos por uma onda de riso, toda vez que Eustáquio cometia erros absurdos.

-Espada para cima, Eustáquio, como eu lhe mostrei! - ensinava Pedro. - Isso, muito bom, continue. - e ouvíamos o som das laminas ao se tocarem. - Excelente, está melhorando muito, agora bloquei... Não... Não... Não! Bloquei, Eustáquio, bloquei! Ah, droga, vamos de novo... Não! Está fazendo errado de novo! Chega! Eu desisto! - Pedro marchou de lá e Edmundo assumiu seu lugar para ensinar Eustáquio. Estava sendo hilário assistir aquilo.

Pedro se sentou ao meu lado, respirando com um pouco de dificuldade.

-Onde está Jake? - perguntou.

-Foi chamar Susana para ficar aqui conosco. - disse Lúcia calmamente. - Ah, por falar nele...!

-Oi, gente. - ele se sentou ao lado de Lúcia e Susana, que vinha com ele, sentou-se afastada de mim, próxima a Lúcia que estava do outro lado. Ela cruzou as pernas em borboleta e pousou um livro em seu colo, abrindo-o em determinada página, começando a ler sem dizer nenhuma palavra. Eles pareceram ignorar isso, mas a vontade que eu tinha era de lhe dirigir a palavra, mesmo sabendo que sentia vergonha de fazer isso.

-Hey, mas e eu aqui?! - questionou Eustáquio ao mesmo tempo em que Lilliandil chegava e se sentava ao meu lado.

-Eu ensino você! - ofereci-me prontamente assim que Lilliandil pensou em deitar a cabeça em meu ombro. Ela pareceu aborrecida, mas eu dei graças.

Tentei fracassadamente ensinar Eustáquio a manusear a espada para que nós dois saíssemos ilesos, mas ele acertou meu ombro com o punho da sua espada. Não me pergunte como. Arfei, abaixando a espada e colocando a mão sobre o local atingido como se pudesse conter a dor.

-Ai, caramba, desculpa, Caspian! - Eustáquio se desesperou.

-Tudo bem... - ofeguei. Ouvi uma rizada leve, não de zombaria, mas de tranquilidade.

-Está mais do que óbvio que ele não leva jeito para espada. - Susana se aproximou de nós. - Que tal arco e flecha?! - perguntou a Eustáquio.

-É pode ser. - disse ele, sorrindo. Saí dali e voltei a sentar, agora, ao lado de Pedro.

-Eustáquio usando arco e flecha, essa eu quero ver. - disse ele, rindo, Edmundo, Lúcia e eu o seguimos.

Eles começaram, primeiro Susana lhe ensinou a posição correta de ficar e posicionar o arco, em seguida, o tiro. Eustáquio se saiu incrivelmente bem no primeiro tiro deixando a Pedro e a mim boquiabertos. Ele atirou mais algumas vezes sem errar uma.

-Ele é bom com as flechas. - comentou Lúcia.

-Ou talvez não tenha tido bons professores de esgrima. - disse Jacob, brincando com Pedro, mas eu sei que aquilo foi uma indireta para mim.

-Vejamos pelo lado bom. - falei. - Pelo menos ele já tem como se defender.

Senti Jacob me encarar, vestindo a carapuça, mas eu permaneci olhando para frente, onde Susana e Eustáquio continuavam atirando.

-Daqui há pouco estará melhor que Susana. - comentou Lilliandil, tentando se passar por aceitável, mostrando como podia ser legal. Fracassou bruscamente, óbvio. Susana ouviu e lhe lançou um olhar estranho que me assustou. Era seco, superior e agressivo. Não que Lilliandil não merecesse, mas aquele não era o olhar da minha Susana.

-Para você, é Majestade. - disse ela, dura, causando um breve silêncio. Lilliandil não gostou nada daquilo e não hesitou em rebater.

-Logo, logo serei casada com Caspian, então serei tão Majestade quanto você.

Susana sorriu. Um sorriso irônico. Já havia visto-a dar inúmeros sorrisos assim, principalmente quando provocava Pedro, mas aquele não era esse sorriso. Era um sorriso que eu nunca a vi dar antes. Um sorriso cruel.

-Não, mesmo.

-E por que não? - perguntou a Estrela, raivosa.

-Por que será coroada não por seus méritos em batalha, por ter livrado o reino de uma ameaça mortal ou ter feito algo pelo povo, e sim apenas por ser a esposa de um rei. - disse Susana, fria.

Houve um silêncio pesado enquanto Susana deu um tiro certeiro no alvo. Pedro, Edmundo e Lúcia trocaram um olhar preocupado, mas graças a Aslam o silêncio foi curto e Eustáquio mudou de assunto.

-Eu quero um arco desses. - disse ele, levando Susana de volta ao treino.

Ela sorriu docemente para ele.

-Pode usar o meu para treinar enquanto não tiver o seu, mas com extremo cuidado. Ele é de estimação.

-Vou cuidar bem dele. - prometeu Eustáquio. Susana sorriu, voltando para o castelo.

Eu a acompanhei com o olhar, sabia que teria que falar com ela, mas teria que ser no momento certo.

Depois de todo o momento nos jardins, nós entramos para almoçar. Com tantas pessoas sentadas ao redor da mesa era de se esperar que todos falassem e rissem ao mesmo tempo, lembrando de coisas engraçadas que viveram juntos. Não era o que acontecia. Estavam todos calados. Conversando apenas por olhares.

Pedro, Edmundo e Eustáquio trocavam olhares com seus pratos. Lúcia, em certo momento, tentou puxar assunto, mas não conseguiu. Eu olhava para Susana, torcendo para que ela olhasse para mim e retribuísse meu olhar, ou subisse na mesa e dissesse que me perdoa, mas ela me ignorava por completo. Sim, ignorava. Por que eu já a olhava há bastante tempo e era impossível que alguém não perceba que alguém está lhe encarando, quase gritando com os olhos querendo chamar sua atenção.

Mas ela não dava a mínima. Isso estava me matando. Me trucidando. Me dilacerando.

Não estava mais aguentando isso.

Como se não pudesse piorar, quando fui em busca do olhar de Susana novamente, ela retribuía um olhar, só que não era o meu.

Com as sobrancelhas vincadas, olhei para a outra ponta do fio imaginário que ligava seus olhos com os de outra pessoa, e, ao chegar ao outro lado, encontrei o tal Jacob.

Não foi uma simples coincidência de encontro de olhares, não foi por que ambos sorriram um para o outro.

Aquilo me enfureceu de forma assustadora.

Não conseguia aceitar aquilo que acontecia debaixo do meu nariz e não fazer nada! Sentia um ódio mortal. Não conseguia aceitar que esse tal de Jacob consiga ter um contato tão íntimo com ela ao ponto de provocar-lhe um sorriso apenas com um olhar.

Mas junto com a fúria, fui atingido por uma onda de tristeza e lamento. As lembranças escorreram por minha mente enquanto eu assistia aquela cena. As lembranças de quando EU a fazia sorrir... Do jeito que ela corava quando EU a olhava, logo depois de nos conhecermos. Havíamos trocado quase palavra alguma, mas elas eram desnecessárias. Bastava olhares.

Mas agora, ele parecia estar conquistando meu lugar aos poucos. O jogo se invertera, agora ela sorria para ele e eu estava posto de lado.

Não, isso não é algo que possa aceitar.

Eu amava Susana perdidamente, como se já não bastasse a distância, agora ela estava ao meu alcance e eu não podia tocá-la, abraçá-la ou beijá-la. Se isso continuar, vai me deixar louco.

Tenho que acabar com isso.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez desculpem a confusão. Vou postar o capítulo 8 e 9 ainda hoje.
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