Capítulo 73: Primeiro ato, o desafio do ninja

As cortinas se abrem novamente, agora a aparência do palco lembrava uma planície com uma noção de profundidade muito chamativa, no telão branco apareciam às palavras: “Primeiro ato, o desafio ninja”, de repente Rabito entra em cena correndo, atrás dele vem Alicia, Jaime, Maria Joaquina, Rafael e Irene.

– Uma planície, perfeito! – Alicia falou ironicamente. – Como vou andar de skate num lugar desses? – falou mostrando seu skate, ela trajava suas roupas casuais e trazia uma mochila consigo.

– Que fome! Você não tem nada de comer nessa sua mochila não? – Jaime perguntou, também usava seus trajes casuais.

– Como assim? Você já comeu tudo eu tinha trazido há uma hora esqueceu? – a jovem skatista lembra seu colega.

– É mesmo, mas ainda to com fome!

– Esse garoto só sabe comer! Quero saber o que uma equipe dessas vai conseguir numa missão importante como a nossa! – dizeres de Maria Joaquina, ela vestia uma roupa muito elegante.

– Não fala assim, nós fomos escolhidos por sermos os maiores talentos de nosso reino e...

– Porque não tinham nada melhor... – Alicia completou o raciocínio de Jaime fazendo o público rir bastante.

– Não é verdade, eu, por exemplo, vim porque me disseram que poderia comer o quanto eu quisesse se voltasse com o príncipe. – ele respondeu.

– Eu vim porque é uma oportunidade única de divulgar meu trabalho de modelo para o mundo! – Maria disse.

– Quer divulgar seu trabalho de modelo pra bruxa que sequestrou o príncipe? Você é muito esquisita! – Alicia falou causando risos em Jaime.

– Esquisita é você garota! Pra quê você veio então? – Maria retrucou.

– Não tenho certeza do motivo, mas possivelmente porque o rei me obrigou, o rei pode o rei manda! – ela falou em seu tom peculiar.

– A justificativa dela é boa! – Jaime falou.

– A melhor de todas, eu diria! – Maria concordou. – Mas sabe o que me incomoda mesmo? Esses orientais... Nunca imaginei que orientais tivessem essa aparência.

– Pois é foi uma surpresa pra mim também. – Alicia comentou, as duas falaram olhando pra Rafael e Irene. – onde será que o rei achou eles?

– Mistérios... Ninguém sabe! – Jaime falou num ar de muito suspense.

– Honda akura itachi toyota subaru toshiba aiwa... – Rafael falou despertando alguns risos, comentava com Irene.

– Yamaha nintendo mitsubishi fujitsu susuki sony sharp! – ela respondeu gesticulando como se tivesse entendido tudo que seu colega disse. De repente todos param de se mexer e Rebeca adentra a cena caminhando de forma elegante, trazia consigo algumas placas, uma estava atrás da outra, eram finas e leves, diziam:

“O garoto falou: Esses três parecem tão idiotas, um deles comeu toda a comida, a outra anda como se tivesse num desfile e a outra trás um skate pra uma missão de salvamento...” Tais dizeres em duas placas, Rebeca as mostrava fazendo várias poses e sorrindo de largo, as pessoas riam bastante, ela mostrou uma terceira placa.

“A garota respondeu: O único confiável é o cachorro, os outros parecem bem descartáveis!” as pessoas riram mais ao ler tal placa, além das placas as mensagens também vinham na tela de projeção. Rebeca agradeceu em gestos sorrindo muito e caminhou com suas placas pra fora de cena, assim que saiu os personagens voltaram a se movimentar.

– E eles ainda só conversam nessa linguagem estranha deles, o que será que eles disseram? – Maria comentou.

– Eles devem estar com fome também! – observação de Jaime.

– Não dá pra ter certeza. – dizeres de Alicia, repentinamente o cachorro começa a latir, um ser adentra a cena num pulo e depois girando no solo, um ser vestido com um ninja em vestes escuras.

– Carnaval?! – Alicia falou surpresa, seus dizeres despertaram muitos risos.

– Que carnaval garota! Eu sou um dos servos da bruxa, vocês acabaram de entrar nas terras dela onde ela é a lei!

– O que quer dizer? – Maria pergunta.

– Vocês não passarão daqui a menos que me vençam em meu desafio e quem me desafiar não poderá seguir! São as regras, e as regras dela desafiam até a lógica... – o ninja disse.

– Espera um pouco, você disse que aqui funcionam as regras da bruxa não é? E disse que o que ela fala é lei certo? E as regras dela desafiam a lógica correto? – Alicia falou e o ninja concordou. – Então porque ela não decide que a gente não pode passar? Aí seria impossível salvar o príncipe. – as pessoas se entreolharam, o ninja olhou pra todos meio confuso.

– Olha, tipo, eu não faço as regras, eu só as sigo... E tipo, faz um tempão que a bruxa me falou: “Se entrar alguém aqui fala isso” e é o que eu to fazendo. – o ninja tentou explicar.

– A bruxa deve ser doidona mesmo! – Jaime comentou. – De qualquer forma a gente precisa vencer ele pra passar...

– Não será tão fácil! – o ninja falou tirando sua máscara, se tratava de Mário. – Eu sou o lendário ninja das planícies, eu posso controlar os animais! Deita! – ele falou com convicção e o cachorro, guia da equipe, se deitou.

– Ele é bom! – Jaime comentou.

– Ele só fez o cachorro deitar, isso até eu faço, manda o cachorro lavar as vasilhas já que você é tão bom! – dizeres de Maria que causaram risos.

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– Essa foi boa! Controlar os animais, bem a cara do Mário! – o pai do jovem comentou sozinho, atrás deles estavam às irmãs de Rafael que riram do comentário.

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– Vocês não se deram conta do perigo que estão passando por me enfrentarem...! Levanta! – o cachorro se levantou após os dizeres dele. – Agora cachorro eu quero que você... – falou erguendo sua mão pra frente apontando para os jovens, iria mandar o cachorro atacar, porém... – Ei, quê isso?! – falou ao ver Rafael segurando seu braço.

– Uau, ele é tão pequeno que nem o vi se movimentando pra lá! – Alicia comentou despertando risos gerais.

– O que ele vai fazer? – Maria perguntou. Rafael sorriu de leve e fez um movimento puxando o braço do ninja, fazendo uma alavanca com o corpo e o fazendo cair, a cena foi muito bem feita ao ponto de parecer real, fruto de muito ensaio. Eles ficaram dispostos de tal forma que Mário ficou deitado de costas no solo e Rafael, aparentemente sentado em seu peito, subitamente no telão mostrou uma foto de Rafael sorrido de forma maldosa e estalando os dedos, som esse bem escutado por toda a quadra.

– Não sei porque, mas to com pena desse ninja... – Jaime comentou, Rafael começou a fazer movimentos como se acertasse vários socos na face de seu adversário.

– Que isso cara... Pára... Vamos resolver na conversa... Ai... Bate do outro lado pelo menos, esse ta doendo... Ai!!! – eram algumas das palavras escutadas de Mário, a plateia ria bastante, pois, além da cena, ainda havia efeitos sonoros similares a golpes que eram muito engraçados.

– O que vocês estão esperando? Eu já venci esse desafio, continuem a missão de salvar o príncipe! – Rafael falou enquanto, aparentemente batia em seu adversário.

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– Tem jeito não moço, seu filho não aguenta nosso irmão! – Ju falou ao pai de Mário claramente fazendo piada, o senhor chorava de rir.

– Não tenho motivo pra discordar... – ele respondeu com dificuldade.

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– O menor do oriente tem razão, precisamos seguir! – dizeres de Jaime.

– Com certeza, não vamos perder... Ei espera um pouco... Esse oriental, de um metro e zero dois, falou nossa língua?! – Alicia comentou surpresa, até aquele momento somente ela havia percebido isso.

– Que história é essa de “um metro e zero dois”? Além de falar sua língua eu entendo também ta? – Rafael falou inconformado ainda fazendo gestos como se espancasse o ninja.

– Se você sabia falar a nossa língua porque não falou antes? – Maria perguntou.

– Eu gosto da minha língua, algum problema com isso? Quer dizer que só porque eu sou oriental no país de vocês não tenho o direito de falar e nem de gostar da minha língua? – disse inconformado despertando risos.

– Ele tem razão, você ta sendo muito preconceituosa. – Jaime comentou pra Maria.

– Eu detesto admitir com o tonelada, mas ele ta certo, preconceito é muito feio! – dizeres de Alicia.

– Viu como ela concorda comi... Ei!!!??? Que história é essa de “tonelada”?! – Jaime falou inconformado causando mais risos na plateia.

– Aff, desisto de vocês... Vamos logo, o farejador vai levar a gente pro príncipe... Vamos ô do oriente... – Maria falou caminhando pra fora de cena, suas últimas palavras foram para Irene. A jovem caminhou e passou por Rafael, se virou pra ele, se pôs em posição firme e cumprimentou:

– Osu! – Rafael se levantou e fez o mesmo cumprimento, Mário tentou aproveitar a distração do pequeno lutador e tentou sair de fininho no lado oposto do palco, porém...

– Ta achando que eu não te vi né? – dizeres que fizeram Mário congelar de medo. – Volta aqui! – falou correndo pra cima do outro garoto que também correu pra escapar de seu adversário, tal cena despertou gargalhadas nos espectadores.

Mais uma vez a cortina se fecha e mais uma vez a professora sobe ao palco pra conversar com a plateia.

– O primeiro desafio foi vencido pela equipe... Acho que todos merecem uma pausa pra descansarem dos risos não é? Mas aguardem porque ainda tem mais! – dizeres dela que puxaram aplausos, todos ali estavam gostando muito do espetáculo.