Capítulo 62: Sentimento incontido

- Velho, foi incrível! – Adriano comentava com Nicholas, os dois caminhavam pelas ruas comentando sobre a festa.

- Eu vi... Tenho certeza que ela gostou! – especificamente eles comentavam sobre Tereza.

- Eu conduzi ela muito bem! A surpreendi com a minha capacidade! – falou imitando os movimentos de dança.

- E ela adora dançar, você não tem noção!

- Não tinha, agora eu tenho... Eu só consegui impressionar a Tereza por sua causa, cara valeu mesmo pelas dicas e por me ensinar a dançar...

- Aquilo?! Precisa agradecer não... Além do que aquilo foi só pra você se aproximar dela, o que a deixou impressionada foi o que você é irmãozinho! – falou bagunçando o cabelo dele.

- E você não se incomoda? – pergunta que surpreendeu Nicholas. – Eu sei que você gostava muito dela...

- Isso é passado locão! Você falou muito bem: “gostava”, eu to em outra...

- A Larissa né? Você gosta dela igual gostava da Tereza?

- Não sei explicar, acho que não conseguir compreender direito significa que eu gosto bastante dela!

- Será que ela gosta de você?

- Não sei...

- Seria legal se vocês namorassem, e se eu namorasse a Tereza!

- Isso o tempo vai dizer, só te garanto que você ta no caminho certo, agora a Tereza sabe que você existe na imensidão de pessoas que ela conhece!

- Isso é bom! Uma garota linda daquelas saber que eu existo! – o loirinho falou muito feliz, começou a viajar em bilhões de pensamentos.

- Terra pra Adriano, responda... Câmbio... – Nicholas falou estalando os dedos na frente do rosto do garoto.

- Oi?!

- Sua casa... Chegamos... Ou será que você vai animar e emendar a festa da Alicia com uma balada numa boate? – o jovem de cartola falou fazendo uma clara piada, seu colega sorriu e seguiu pra sua casa.

- Até mais Zé da cartola! – se despediu feliz, ainda não havia acreditado que conseguira impressionar a garota mais bonita de seu turno. Seu colega também se despediu e seguiu até o apartamento que morava.

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No salão de festas Alicia e Bernardo conversavam, sorriam e se beijavam, coisas de casal recém formado, entretanto...

- Você sabia que nosso filho estava namorando? – a mãe do garoto pergunta ao seu marido.

- Eu não fazia ideia... Nem ele e nem o Lúcio me contaram nada sobre.

- Isso não é bom, vai ser muito difícil pro nosso garoto quando ele souber... – ela falou novamente num tom leve de tristeza.

- Alicia... – uma voz feminina chega aos ouvidos da aniversariante, se tratava de Maria Joaquina. – Só queria agradecer pela festa que estava maravilhosa!

- Obrigada... Vindo de você, que costuma dar aquelas festas incríveis, é um super elogio!

- Não sei exatamente o que, mas eu curti muito essa festa... – Maria falou.

- Como assim não sabe? Você curtiu porque estava comigo! – Jaime falou a abraçando por trás e a beijando.

- Provavelmente... – Maria falou em tom de brincadeira.

- Essa festa também foi a melhor de todas pra mim! – Alicia falou segurando a mão de Bernardo. – Jaime, eu preciso te agradecer por dançar comigo!

- Precisando o pé de valsa ta aqui! – o garoto respondeu fazendo um pequeno giro como num movimento de dança, uma clara brincadeira que puxou risos de seus colegas.

- Como assim? A partir de agora você não dança mais com minha namorada seu bochechudo! Você quer todas as garotas bonitas pra você é? – Bernardo falou também em tom de piada.

- Gente, ta tudo muito bom, mas meu pai já ta indo... Muito obrigado, de novo, pela festa e até amanhã! – Dizeres de Maria.

- Alicia valeu mesmo! Ótima festa! – Jaime falou também se despedindo.

- Eu também preciso ir, meu pai e minha mãe já estão indo... – Bernardo falou delicadamente.

- E amanhã a gente se vê? – ela pergunta.

- Claro que sim! Amanhã eu passo na sua casa pra te levar pra sair! – ele fala animado, ela o beija nos lábios.

- Não pense que vai pagar tudo pra mim! Eu sou igual à Tereza, eu posso pagar as coisas pra mim mesma sem problema nenhum... Aliás até prefiro! – falou de forma decidida.

- Até amanhã então coração! – ele se despediu de forma carinhosa e foi pra junto de seus pais. Alicia não parava de pensar nos beijos que dera nele e esperava ansiosa pelo dia seguinte, na verdade pela manhã seguinte, o dia já havia virado faz tempo.

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- Mário, muito obrigada por me levar à festa, você tinha razão, eu me diverti muito lá! – dizeres de Evellin, estava à porta de sua casa e se despedia de seu colega.

- Eu te falei que você não perderia nada se fosse... Gostou de minha versão dançarino? – ele falou fazendo movimentos como se dançasse, foi uma piada que despertou risos nela.

- Ta de parabéns! Nunca imaginei que você fosse bom nisso...

- Sou bom em muitíssimas coisas! Principalmente em tomar sorvete, não ache que eu esqueci nossa aposta, me deve um segundo encontro!

- É só marcar, eu amo sorvete!

- Pois é, o seu José me falou que você ganhou um campeonato uma vez...

- Campeonato regional! Primeiro lugar... – falava gesticulando, entretanto se desequilibrou e tombou pra frente, Mário segurou a mão dela pra ajudá-la.

-... – Não conseguiu dizer nada, o coração do jovem palpitava a mil, sentia a delicada mão da jovem em seus dedos, uma mão pequena e macia, uma mão capaz de destruir toda a armadura dele.

- Foi quase... – ela falou brincando erguendo seu rosto, a face dos dois jovens estava próxima demais, o garoto não conseguiu resistir aos seus instintos, fechou os olhos e a beijou, no instante que seus lábios tocaram os dela o universo desapareceu, só existiu ele ali com ela, só existiu seu mundo particular em interseção com o dela, só existiu aquele sentimento há meses cultivado se externando, somente a paixão que ele tinha existiu naquele tão breve e intenso momento.

- Por favor, não faz isso! – ela falou se separando dele.

- D-desculpa... Eu, eu... – estava muito desconcertado.

- Eu queria muito gostar de você Mário, mas, infelizmente, o Jaime ainda está na minha cabeça! Ter alguma coisa com você agora é fazer com você o que o Jaime fez comigo, te usar pra esquecer alguém o que não é certo...

- Eu sei, eu entendo... Eu também não posso me envolver com ninguém agora e... Me desculpa por favor! – quando falou em não se envolver com ninguém fazia referência ao fato de ter que se mudar no fim do ano. Os dizeres dele foram proferidos enquanto se afastava da jovem, ele se virou e seguiu seu caminho. Ela, por sua vez, entrou em sua casa surpresa.

- Então, como foi? – o pai dela perguntou, tentou dormir, mas não conseguiu, acabou esperando sua filha.

- Foi bom... Não imaginava... – ela falou de forma desconexa.

- Ainda bem que você gostou da festa, foi tão difícil te convencer a ir...

- Pois é... Festa... Estamos falando da festa... – respondeu mais desconexamente que da primeira vez, o beijo do garoto havia claramente a abalado de alguma forma.