Capítulo 61: O acordar de um sonho

- O que será que aconteceu com a Valéria? – Lúcio fala pra si mesmo procurando sua colega com os olhos, a vê em um banco de pedra no jardim. – Ela ta ali, ah não ela ta chorando, será que é por causa do Paulo? – nesse instante seu celular toca.

- Oi Lúcio?! – Bernardo fala com seu irmão via celular.

- O que é?

- Aonde você ta?

- Aqui fora... Não dá pra conversar agora, eu... – Nesse instante Paulo passa por Lúcio tão rapidamente que não o vê, Lúcio estava de costas e também não o viu.

- Mas eu não quero conversar, tipo, será que você pode ficar aí fora por mais um tempo? É importante pra mim, por favor! – Bernardo falou.

- Olha eu não to te entendendo... Mas de qualquer forma eu não tinha intenção de voltar agora... A Valéria não ta bem e eu vou ver o que ta acontecendo com ela!

- Então faz isso... Mas se lembra, não volta agora! – Bernardo fala antes de desligar seu celular.

- Deu a louca nele? – comentou consigo mesmo sobre seu irmão.

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- Valéria ta tudo bem?! – Paulo pergunta se aproximando dela.

- Vai embora Paulo! Me deixa sozinha! – ela falou visivelmente alterada.

- Por que você ta chorando? – perguntou se sentando ao lado dela.

- Me deixa quieta Paulo, eu não quero falar com você!

- Não me trata assim Valéria, eu me sinto mal quando você ta triste assim...

- Se sente mal?! Você é a causa disso tudo! – ela falou sem pensar.

- Eu...?! Mas...

- Eu não aguento mais ficar perto de você Paulo! Por favor, me deixa em paz!

- Pois eu não to conseguindo ficar longe de você, você ta sempre aqui na minha cabeça e isso ta me enlouquecendo! – ele falou segurando as mãos dela.

- Por que você faz isso comigo Paulo? Por que você me faz sentir assim?

- Não sei... Não sei também porque você me deixa doido! Só sei que gosto de você mais do que de qualquer outra pessoa!

- Pára com isso garoto! Você ta namorando minha amiga! Qual é o seu problema?

- Eu... Eu não sei, só sei que não consigo tirar aquele nosso beijo da minha cabeça! – falou aproximando seu rosto do dela, pela segunda vez se beijaram, o sentimento pareceu mais intenso agora do que da última vez, pareceu que seus corações batiam na mesma sintonia, parecia que o ritmo frenético daquele momento nada mais era que uma leve brisa, uma leve brisa carregada do mais infinito e intenso sabor, o sabor da alma daqueles dois jovens apaixonados.

- Meu Deus... – foram às únicas palavras ditas por Rebeca diante daquela cena, a jovem seguiu, preocupada, seu namorado quando ele saiu da festa. Não conseguiu conter suas lágrimas diante daquilo, se virou e correu.

- Rebeca?! – Lúcio falou sem entender vendo sua colega correndo, depois caminhou um pouco e teve Valéria e Paulo em seu campo de visão.

- O que vocês estão pensando?! – o gêmeo falou com um pouco de alteração.

- Lúcio! – Valéria e Paulo falaram ao mesmo tempo se separando do beijo.

- Cara... É que... – Paulo tentou se explicar.

- Você não tem que falar nada comigo não, eu e a Valéria nunca tivemos nada! Você precisa falar com a Rebeca que passou chorando por mim!

- Será que ela viu tudo?! – Valéria comenta.

- Que droga! Ela não tinha que passar por isso! – Paulo falou se levantando e voltando apressadamente ao salão.

- O que foi que eu fiz?! – Valéria colocou suas mãos no rosto e voltou a chorar.

- Eu tinha medo que isso acontecesse, tinha medo que você e a Rebeca acabassem tristes no fim dessa situação como estão agora. – Lúcio falou se aproximando da jovem e a abraçando.

- Me leva embora Lúcio! Eu não quero mais ficar aqui!

- Claro que sim! – ele falou calmamente. – O que será que vai acontecer agora?

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- Por quê? – Rebeca se perguntava sentada num outro oposto do jardim.

- Rebeca eu preciso te explicar... – os dizeres de Paulo chegam até ela.

- Você não tem que falar nada... Eu já entendi... – a ruiva falou.

- Não, eu te devo...

- Você não me deve nada, agora eu entendo todas as vezes que você ficava avoado comigo, todas as situações estranhas... Não era de mim que você gostava...

- Por favor, eu...

- O problema é que eu tava tão apaixonada que nem... Nem notei, ou fingi que não notei, os sinais que sempre estiveram ali!

- Desculpa...

- Você não tem que se desculpar, eu que fui cega, eu que te prendi numa relação que você não queria, numa relação infeliz...

- A culpa não é sua...

- Sabe, conversando com a Evellin ela me falou que terminou com o Jaime porque ele não tava feliz com ela... Falou que o pai dela ensinou que amor é liberdade e não tristeza...

- Mas...

- Eu te amo tanto Paulo! – ela falou o abraçando e se apoiando no peito dele. – E é por esse motivo que eu preciso te deixar ir, te deixar livre pra que você encontre a sua felicidade... Tomara que você seja feliz com a Valéria... – eram palavras sinceras em meio às lágrimas e a tristeza.

- Você ta terminando comigo? Eu juro que posso melhorar!

- Não pode, porque você não pode se forçar a gostar de alguém... – falou se soltando dele. – Por favor, não vem atrás de mim, não me procura mais, agora eu preciso me reabilitar do meu vício, preciso me reabilitar de você! Eu sei que doi agora, vai doer mais como abstinência, mas no fim vais ser melhor! – falou decidida caminhando pra longe dele.

- Desculpa por tudo... Você é uma boa pessoa e não merecia passar por isso... – ele falou se virando também, cada um seguiu seu caminho, ela pra fora do local ele pra dentro do salão, acabava ali o sonho da jovem Rebeca.

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- Muito! Pelo menos mais que eu esperava! – Tereza fala tomando mais água. – Que canseira! – referia-se a sua dança com Adriano.

- Então ta né? – Irene fala com feição surpresa olhando pra Daniel que ostenta a mesma feição. O jovem pensou: “Se o Adriano conseguiu impressionar a Tereza dessa forma eu também posso impressionar a Irene!”

- Irene, eu gostei desses seus brincos... – falou meio sem graça chamando a atenção de sua colega. – Muito legal esses brincos com o símbolo de fairy tail!

- Você conhece?! Não sabia que você via fairy tail! Eu comprei num festival de cultura japonesa que eu fui! – Fairy tail é o nome de um anime, uma animação japonesa.

- E-eu comecei a ver meio que de forma acidental, mas gostei bastante sabe? – sentia-se muito nervoso.

- Até qual episódio você viu? – Irene perguntou muito curiosa.

- Eu vi até... – nesse instante Daniel é interrompido bruscamente por uma mão no seu braço.

- Você precisa me ajudar Daniel! – Paulo falou ofegante, estava visivelmente abalado.

- O que aconteceu? – Daniel pergunta.

- A Rebeca, a gente brigou... Ela não ta legal, você pode levar ela pra casa, por favor cara, eu to quase te implorando! – o desespero de Paulo era mais que visível.

- Eu ouvi bem? Vocês brigaram? – Tereza pergunta sem entender, de repente se lembra de Lúcio falando sobre Valéria ter saído chorando do salão, uma sequência de pensamentos vieram a cabeça dela e a fizeram concluir coisas a respeito. – Ah não garoto, o que você fez?

- Que tenso! – Irene fala também concluindo sobre a situação.

- Eu sei, eu não presto! Mas mesmo assim Daniel corre lá fora e leva a Rebeca pra casa! Eu to com medo por ela, não faz por mim, faz por ela, por favor!

- Ta certo eu vou... Ela saiu há muito tempo? – Daniel pergunta.

- Não muito... – Paulo responde.

- To indo então, até meais meninas... – Daniel falou seguindo rapidamente pra saída. Por mais que Paulo tenha prejudicado sua agora ex namorada ele não queria que ela fizesse nada impensado e nem que voltasse sozinha pra casa àquela hora da noite, era muito difícil pro jovem descrever o que ele sentia naquele momento.