Capítulo 44: Último encontro

– Você ta muito mais bonita hoje magrela! Não sei se mereço tanto? – Jaime comenta pra sua namorada, ambos seguiam até o cinema.

– Obrigada, a ocasião pede... – ela falou calmamente com um leve sorriso.

O casal comprou as entradas tranquilamente, Jaime comprou pipoca, refrigerante, nachos, chocolates e mais algumas coisas enquanto a garota ria, ria do garoto tentando carregar aquilo tudo, do apetite sobre humano dele, ria do sorriso bobo dele, ela se sentia bem em estar com ele, era motivo suficiente pra sorrir.

– Será que esse filme é bom? – a moça pergunta.

– Tomara que não... – ele fala segurando a mão dela e lhe ando um selinho nos lábios, Já haviam se sentado em seus lugares na sala de cinema.

– Pensando em um milhão de coisas sem vergonha não é garoto da caixa craniana avantajada?! – ela falou em tom de piada, ele riu.

– Nessa situação, sendo o filme ruim, acho que vai ser bem melhor! – ele falou a beijando de novo.

O filme começou, não era nenhuma grande obra de arte, mas também não era nada de tão lixo. Jaime prestou atenção em algumas cenas, outras nem tanto, trocou carinhos com sua namorada, se beijaram algumas vezes, Evellin, no entanto, não se atentou a nada do filme, apenas olhava seu namorado, o jeito dele rir, dele olhar, dele falar, segurou firme a mão dele o filme inteiro, parecia que ela não queria que aquele momento acabasse nunca.

Quando o filme acabou eles não se levantaram, se beijaram mais uma vez esperando os créditos, depois da última letra que decidiram sair da sala.

– Nossa que fome! Vamos passar na lanchonete? – ele falou lembrando uma criança.

– Garoto você já comeu demais, não tem medo de passar mal?! – observação dela.

– Eu?! Evellin, eu só passo mal pela falta de comida! É a minha natureza...

– Fico me perguntando se você ainda é um ser humano. – ela comenta fazendo piada.

Os jovens desceram até a lanchonete, Jaime pediu um milk shake e batatas fritas enquanto Evellin novamente não pediu nada, mais uma vez ela somente observou seu namorado.

Depois desse lanche eles conversaram algumas inutilidades, coisas sem nexo, conversa boa sem sentido algum apenas pra fazer rir, até que a jovem atentou para o horário.

– Ta ficando tarde, temos que ir Jaime.

– Ta certo! – ele falou se levantando, saíram juntos do shopping e andaram pelas calçadas, até que Evellin pára surpreendendo seu namorado, ela caminha até ele e o beija nos lábios.

– A gente precisa conversar... – dizeres dela.

– Ta... Tudo bem, é por que eu como demais? – ele falou.

– Eu sei que você gosta de outra garota... – ela fala calmamente, tais dizeres causam muito espanto no garoto.

– Do... Do que você ta falando magrela? – perguntou meio nervoso, começava a suar.

– Eu tenho visto o quanto você tem se esforçado desde o primeiro dia, mas você não consegue esquecer ela.

– Eu...

– Não Jaime... Deixa que eu falo, por favor! – ela falou colocando seu indicador nos lábios dele. - Eu pensei que juntos poderíamos dar certo sabe? Tipo, eu achei que eu conseguiria fazer você se esquecer a garota que te fez sofrer... Mas me enganei, eu já te peguei chorando por ela diversas vezes... – ela começou a lacrimejar.

– Evellin, você não entende... – ele tenta argumentar.

– Eu entendo sim, talvez você que não entenda... O amor é liberdade, alegria, eu até me contentaria com um pouco do seu amor, mas não consigo aceitar que você esteja triste ao meu lado! Porque quando você chora eu também choro, e quando você esta deprimido algo em mim morre!

– Mas... – ele fala e começa a lacrimejar, nesse instante ela o abraça forte.

– Eu te amo tanto que não suporto a sua tristeza! – falou o soltando e limpando as lágrimas dele. – Vai atrás da sua felicidade garoto! – falou com um sorriso difícil e se virou, tentou seguir seu caminho.

– Eu posso melhorar, eu juro! Eu vou esquecer ela, eu vou ser o melhor namorado que alguém pode ser! – ele falou desesperado.

– Você já é bem mais do qualquer garota merece... Por favor, Jaime não torne as coisas mais difíceis, faça como eu fiz, guarde apenas nossos bons momentos...

– Evellin, não vai... – ele falou a abraçando por trás.

– Eu preciso, não saberia viver com você triste ao meu lado... – falou se soltando dele e seguindo seu caminho, por sua vez o garoto não tentou mais nada, apenas a olhou se distanciando, não teve reação, não teve nada, por uns instantes achara que até de respirar havia se esquecido, somente observou a garota que tanto o amou se afastar até se tornar distante demais pra continuar sendo vista.

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Na casa de Maria Joaquina a noite seguia calma, sua mãe havia saído com seu pai e ela vagava pela internet com seu tablet, de repente sua campainha tocou, decidiu atender por perceber que Joana estava longe, pensou ser seus pais, porém...

– Evellin?! O que ta fazendo aqui?

– Preciso falar com você, será que posso entrar?

– Pode sim... O que aconteceu? Você foi assaltada?

– Não, eu terminei com o Jaime... – palavras que causaram surpresa na jovem rica.

– Vocês?! Mas como? Vocês pareciam...

– Apaixonados? É eu sei... Maria Joaquina eu sei que é de você que ele gosta! – Evellin falou de modo direto.

– Ele te falou? – Maria falou de forma surpresa, na verdade não sabia bem o que falar naquela situação.

– Ele não me disse nada, pelo menos não diretamente... Na verdade eu acho que sempre soube desde o primeiro dia que nós dois conversamos. – ela parou pra organizar seus pensamentos.

– Quer uma água? – Maria não sabia como agir.

– Não preciso de água, preciso te falar o que tenho pra falar... Você não me conhece, eu era um bebê quando meus pais morreram, eles foram assaltados e o bandido matou os dois, as pessoas falam que eu tive sorte e eu acredito nisso! Meu pai tinha um amigo de infância, José Roberto Morais, esse senhor me adotou e cuidou de mim até então...

– Eu não entendo... – Maria fala.

– Vai entender... Esse senhor me ensinou o que é o amor, ele cuidou de mim sozinho, sem mulher, sem entender de mulher ele criou uma filha hoje adolescente... Imagina como foram difíceis certas conversas? Mas ele fez o melhor pra me ver feliz por que ele me ama! Então como eu posso estar ao lado de alguém que está triste? Como posso namorar o Jaime se ele só pensa em você e se toda vez que ele pensa ele se entristece? Isso vai completamente contra tudo que acredito...

– Eu...

– Espera um pouco, deixa eu terminar... Eu não sei o que aconteceu entre vocês, não sei se houve algum mal entendido, embora eu ache que seja o mais provável, mas aquele garoto te ama com todas as forças dele, ele tentou te esquecer ao meu lado, mas não conseguiu! Comigo a falta que ele sente de você só aumentou!

– É... – Maria Joaquina não sabia o que dizer.

– Eu tenho certeza que ele virá aqui, provavelmente já está até chegando, não cometa os mesmos erros que você cometeu no passado, desfaça o que existe de mal entendido e faça aquele gordo feliz! – falou com um pouco de lágrimas nos olhos e sorrindo, de repente ela recebe um abraço de Maria Joaquina.

– Muito obrigada! Eu vejo o quanto você gosta dele e eu sei do tamanho do sacrifício que você está fazendo...

– São as coisas que a gente faz por quem a gente ama, como diria meu pai. – novamente a campainha toca na casa de Maria Joaquina.

– Será que é...? – a garota rica pergunta.

– Tenho certeza que sim... Vai ser feliz com ele Maria Joaquina! – Evellin falou e sua colega a soltou, Maria se dirigiu rapidamente pra porta.

– Sejam felizes vocês dois... – Evellin falou se dirigindo a cozinha.

A garota rica chegou até a porta atônita, a abriu vagarosamente e se surpreendeu, mesmo já esperando, com a figura que vira.

– Maria Joaquina... – Jaime falou quando a porta se abriu completamente.

– Jaime... – ela respondeu.

Novamente aqueles dois trocaram olhares, novamente sentiram aquele confusão de sentimentos dentro de si, ficaram ali por alguns segundos apenas se olhando e sem dizer nada, Evellin tinha razão, realmente Jaime nunca deixara de gostar de Maria Joaquina e o que houve entre esses dois foi somente um mal entendido.