O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 32
Os motivos de uma briga


Notas iniciais do capítulo

Normalmente eu posto os capítulos de manhã, só que hoje teve um problema, tive que tirar uns raios x e só tive tempo de responder alguns reviews de manhã...
Boa leitura!



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Capítulo 32: Os motivos de uma briga

- Meu Deus eu só quero ir pra casa! – Irene falou adentrando a casa abandonada usada como clube pelos garotos, uma chuva fina lá fora que começou a aumentar a fez se abrigar ali. – Já é a segunda chuva que pego hoje, mas tive sorte das duas vezes não posso reclamar, será que o Daniel pegou chuva também? – falava pra si mesmo até aquele momento.

- Quem é que ta aí? – uma voz sonolenta chega aos ouvidos dela, de repente, de trás do sofá, Nicholas levanta sua cabeça com uma feição única de sono. Ao ver aquele garoto o humor de Irene mudou completamente, não parecia feliz por estar perto dele. – Oi Irene... Eu fui fazer o trabalho na casa da Alicia, só que na volta à chuva me pegou e me escondi aqui, acabei dormindo... – falou em tom de piada.

- Ta tudo bem... Não precisa ficar explicando... – ela falou rispidamente.

- Ta legal... O que foi que eu fiz? – o jovem de cartola falou percebendo a aspereza de sua colega normalmente bem-humorada.

- E você ainda pergunta? Como você teve a coragem? – ela fala alterada.

- Coragem de...?

- Seu sínico! Como você teve coragem de maltratar a Tereza daquele jeito?

- Entendi... – ele falou. – Tente entender Irene, eu sei que ela é sua amiga, mas o fato é que eu não tava apaixonado por ela...

- Não me venha com justificativas! Você a beijou, a fez acreditar que você gostava dela, você tem noção do quanto ela gosta de você? Você brincou com os sentimentos dela!

- Opa... Essa história ta mal contada, foi ela quem me beijou e eu correspondi... Eu sei que ela ta triste, mas não existe forma fácil de fazer o que eu fiz... Não seria bom pra nenhum de nós dois se eu entrasse num relacionamento com ela pensando em outra garota! – na época que ele falou isso com Tereza era mentira, hoje não é mais.

- Que outra garota?! Nunca houve outra garota! Você só queria colocar a Tereza na sua lista de troféus, “peguei a garota mais gostosa da sala!” aposto que foi isso que você falou.

- Então você é uma péssima vidente, e uma garota mais preconceituosa do que a maioria das pessoas que eu conheço! – ele começava a ficar nervoso, ela se assustou com o comentário dele.

- Eu preconceituosa?!

- Você não sabe nada de mim, mas acaba de afirmar contra o meu caráter! Você nunca parou pra conversar sério comigo e já tirou suas conclusões...

- E o que você queria que eu pensasse? Um dia depois que você termina com a Tereza já tava conversando com aquela garota mais velha.

- Ei, ei, ei... Essa história ta muito mal contada de novo! Eu e a Tereza nem chegamos a começar nada, eu falei pra ela que gostava de outra pessoa antes que o que a gente tinha avançasse... E depois eu sou livre! Eu sou obrigado a namorar ninguém que eu não queira e eu posso conversar com quem eu quiser! – ele falou visivelmente alterado.

- Você não respeita os sentimentos das pessoas por você! Eu te odeio garoto! – falou muito brava e começando a lacrimejar.

- É mesmo? Meu pai não gosta de mim... Acha realmente que me importo com essa sua opinião? Faz o seguinte, me odeia? Então entra na fila que ela é longa!

- Seu ogro... – falou partindo pra cima dele, estava tão alterada que queria bater nele, porém ele segurou as duas mãos dela forte.

- Garota pára...! Qual é o seu problema? É tanta raiva assim que você sente porque eu não namorei sua amiga? – ele pergunta, Irene chorava bastante.

- Você não tem ideia... Não tem ideia do que eu desisti quando a Tereza falou que gostava de você... – falou isso tentando virar o rosto.

- Do que você ta falando? Desistir do quê...? – as dúvidas rondavam sua cabeça. De repente ela aproxima seu rosto do dele e sela seus lábios, um beijo tão intenso que ele chega a soltar as mãos dela. Ela passa sua mão pela cabeça dele derrubando sua cartola, pra jovem aquele momento foi único, seu coração palpitava como nunca, seus lábios beijavam com tanta vontade que ela mesma não conseguia compreender a extensão do que sentia, entretanto...

- Ei... – Nicholas fala ao recuperar o fôlego, ele a separou de si. – O que você... Mas... Aaa, Deus do ceu! – fala chegando a suas conclusões.

- Desculpa, desculpa, desculpa... – ela falou se afastando sem graça.

- Agora eu entendi tudo! – o jovem comparava, em sua mente, a situação de Irene e Tereza a dele e de Adriano.

- Eu não devia... Não devia ter feito isso! Eu vou embora... – ela saiu correndo sentido a porta da casa.

- Ei espera... – Nicholas falou pegando sua cartola e indo atrás dela, conseguiu a alcançar antes que pudesse sair.

- Eu não quero ficar aqui! – ela falou quando o jovem segurou o braço dela impedindo-a de sair na chuva.

- Você não vai sair nessa chuva Irene! – ele fala.

- Me deixa, eu quero ir...

- Não... O problema sou eu né? Você fica e espera essa chuva passar, deixa que eu vou embora... – falou calmamente.

- Você chegou aqui primeiro, eu que tenho que ir e...

- Sem discussão ta bom? Eu vou e você fica aí e descansa... – falou saindo na chuva.

- Nicholas... – ela falou o vendo caminhar em meio aquela água toda.

- Quanta... Quanta loucura! – falou pra si mesmo tentando raciocinar na situação, subitamente um som de buzina chega aos seus ouvidos, um carro pára ao seu lado e a porta traseira se abre pra ele.

- Entra Nicholas, não fica nessa chuva! – o jovem se surpreendeu ao ver Larissa dentro do carro o chamando.

- Ta... – nem pensou muito, pulou pra dentro do veículo.

- O que você tava fazendo aí nessa chuva garoto?

- É difícil de explicar Larissa... Desculpa o mau jeito, tudo bem com vocês? – falou cumprimentando os pais da moça que estavam no banco da frente.

- É estranho chover tanto assim nessa época do ano, sua sorte é que a gente tava passando Nicholas. – o pai fala, um senhor de meia idade esguio e de cabelos pretos.

- É mesmo, você ia chegar ensopado na sua casa. – dizeres da mãe, uma mulher idêntica a sua filha.

- Muito obrigado! O problema é que agora eu vou molhar todo o carro de vocês... – o garoto fala sem graça.

- Preocupa com ele não mãe, o Nicholas gosta de chuva. – Larissa afirma em tom de piada.

- Meu tênis, principalmente, adora! – o garoto fala em tom de brincadeira fazendo aquela família rir.

Apesar da piada sua cabeça estava longe, pensava um monte de coisas, Tereza, Irene, Larissa, havia tantas variáveis em sua cabeça que era difícil organizar as piadas, tanto que ficou quieto a maior parte do percurso. Enquanto isso Irene permaneceu no Clube dos Fantasmas, refletia no que fizera, no ato impensado em questão, pensava no que Nicholas diria sobre aquilo no dia seguinte, tinha medo da reação de seus colegas, de sua amiga, de repente o celular dela toca...

- É a Tereza... E agora o que eu faço? Não... Eu não vou atender... Não quero atender, não é o melhor momento... – falou pra si mesma.

- Algo sério aconteceu pra você estar tão quieto... – Larissa comenta com Nicholas, o silêncio nada habitual do garoto a incomodava demais!

- Só to tentando colocar umas ideias no lugar, nada demais... Espero. – falou olhando pela janela as gotas de chuva caindo com mais força.


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Notas finais do capítulo

"Eu te odeio!" que frase excelente...! mais um capítulo pro meu album de complicações...
Até o próximo!