O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 29
Decisões refletidas e decisões tomadas


Notas iniciais do capítulo

Postagem noturna surpresa, naquele momento que ninguém esperava...
Só pra constar, Adriano, Paulo, kokimoto e Cirilo viajando de foguete pelo espaço foi muito sem noção, mas eu ri!
Boa Leitura!



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Capítulo 29: Decisões refletidas e decisões tomadas

No dia seguinte, no intervalo, Adriano estava distante dos outros, mastigava um sanduíche concentrado, provavelmente viajava em alguma coisa, porém uma voz cortou seu pensamento.

- Adriano... – tratava-se de Nicholas.

- Oi... – falou meio sem jeito.

- Eu quero falar com você, é sobre a Tereza...

- Já sei, vocês começaram a namorar né? – falou fingindo um sorriso.

- Não, a gente terminou, engraçado né? “Terminou”... A gente nem tinha começado nada. – tais dizeres causaram surpresa no loirinho.

- Mas por que isso? Vocês combinavam direitinho... E depois era óbvio que ela gostava de você e...

- Eu tive meus motivos, to num momento difícil locão, preciso de seu apoio...

- Claro que sim... Pode contar comigo, apesar de não saber bem o que fazer.

- Nicholas?! – uma voz feminina chega aos ouvidos deles. – To atrapalhando? – uma jovem fala se aproximando.

- Não, de forma alguma Larissa... – Nicholas responde enquanto Adriano somente observa.

- É que não te vi na entrada... Sabe aquele livro que te falei? Pois é, minha colega trouxe, não quer ir lá e dar uma olhada?

- Com certeza! Vai na frente que eu já to indo.

- Ta certo, mas não demora senão o intervalo acaba.

- Pode deixar... – respondeu sorrindo e gesticulando de forma engraçada, Larissa sorriu e depois seguiu até uma colega dela.

- Zé da cartola seu safado! – o gordinho fala. – Sei bem seus “motivos” pra não ter rolado com a Tereza! – claramente debochava.

- O que posso dizer irmãozinho, mais gente tem me apoiado nesse momento difícil de minha vida! – falou em tom de piada fazendo o outro sorrir. – Escuta Adriano, eu quero que você entenda uma coisa, a biologia não está cem por cento correta... – o gordinho olhou sem entender o que seu colega queria dizer. -... não é preciso ter o mesmo sangue correndo na veia pra ser irmão, o que vale é o que se sente e pronto! Quando eu te chamo de irmãozinho não é de onda, eu falo com sinceridade... Espero que entenda isso! – falou saindo. Adriano não havia entendido bem aquelas palavras, mas elas ficaram em sua cabeça, outra coisa também vagava em seu íntimo, um sentimento, talvez não devesse se senti-lo, mas estava feliz pelo fato de Tereza e Nicholas não terem dado certo juntos.

O jovem de cabelos cacheados, que curiosamente estava sem cartola hoje, caminhou até Larissa, sorriram um pro outro e foram até uma garota, colega de Larissa, que portava um livro. De longe Tereza e Irene observavam a cena, era nítida a tristeza da jovem de olhos azuis.

- Ai amiga, não fica assim por causa dele! Esse Nicholas não te merecia! Eu vou lá falar com ele, ele vai ouvir bastante pra aprender que tem que tratar bem minha amiga! – Irene fala indignada.

- Ele não fez nada demais Irene, ele não tem culpa de não gostar de mim... Provavelmente a pessoa que ele gosta é aquela garota ali que ta com ele. – falou muito triste.

- Mas você é muito mais bonita e com certeza mais legal que aquela lá! Você vai achar alguém legal pra você amiga eu sei! – Irene tentava consolar.

- O problema é o sentimento, eu gosto muito daquele garoto, eu queria não ter gostado dele.

- É difícil, a gente deveria gostar de quem gosta da gente, meu pai sempre fala isso e é verdade! Seria o ideal se fosse assim... – Irene fala inconformada.

- Eu queria ser desse jeito, gostar do Nicholas ta me fazendo mal... – Tereza fala chorando, nesse instante Daniel se aproxima das duas por trás.

- O-oi... Tudo...

- Vem amiga, vou te levar na enfermaria... Não sei se vai adiantar, mas eu não vou ficar parada aqui enquanto você sofre!

- Tudo bem, mas me promete que você não vai falar nada com o Nicholas, por favor!

- Aff, tudo bem, mas não quero mais conversar com ele! A partir de hoje é oi, oi, tchau, tchau! – Irene falou saindo com sua colega.

- Tudo bem Irene? Sei que sua amiga ta triste, mas mesmo assim gostaria de sair comigo? É bom dar uma quebrada na rotina de vez em quando sabia? – o garoto fala com as garotas longe dele, elas nem perceberam sua presença. – Pros estudos eu sou bom, mas pras garotas to uma negação... – concluiu.

.................

- Agora eu acho que foi uma péssima ideia! – Alicia fala ajudando Bernardo a andar, o garoto parecia ter machucado seu pé, ela o levava pra enfermaria.

- Quando a gente planejou andar de skate na escola parecia que ia ser legal... Até meu tombo! – ele falou.

- Sorte que a diretora não viu, senão a gente tava suspenso na hora! Por que eu concordei em fazer isso? – ela se pergunta confusa.

- É que eu te olhei com a cara do gato de botas do Shrek, daí você ficou sem defesa... – falou em tom de piada.

- Engraçadinho, quero ver o quanto você vai rir quando a enfermeira disser que você quebrou o pé...

- Acha que foi tão sério? Pelo menos vou ficar em casa e nada de escola...

- E nada de skate também!

- Não posso ter quebrado o pé! – sua feição mudou pra preocupação na hora. Os dois adentraram a enfermaria e, com a ajuda da enfermeira, Bernardo foi colocado na maca.

- O que aconteceu? – a enfermeira pergunta.

- Ele... Caiu da escada... Acredita? – a menina responde.

- É sim... Eu desci correndo sabe? – ele fala.

- Vocês têm que aprender que escada não é lugar de correr! – a enfermeira fala. – Pior que vou ter que buscar o material pra examinar na outra sala. – falou saindo rapidamente, no entanto voltou e olhou fixamente pra Alicia. – Garota é melhor você voltar pro intervalo.

- Ué mas por quê? Eu quero saber se ele vai ficar bem. – ela pergunta com muita dúvida.

- Sabe garota, ultimamente vocês alunos tem achado que minha enfermaria é lugar de pegação! É só deixar um garoto e uma garota aqui que quando eu volto eles estão se agarrando e se beijando! – falou olhando fixamente pra ela, Alicia corou, olhou pra Bernardo, olhou pra enfermeira e disse:

- Você acha que eu seria capaz de agarrar o Bernardo e... Já to saindo... – depois de tais dizeres saiu pela porta.

- Assim é melhor! – palavras da enfermeira antes de ir buscar suas coisas na outra sala.

“O que essa enfermeira ta pensando? Ela acha que eu ia beijar o Bernardo num lugar daqueles? Se fosse em outro lugar, tipo num parque ou numa pista de skate talvez... Talvez nada! O que eu to pensando? Alicia sua doida, coloca esses pensamentos no lugar!” pensava quando sua atenção foi chamada por uma voz conhecida.

- Alicia?! O que você veio fazer aqui? – tratava-se de Irene, levando Tereza.

- Eu só vim trazer o Bernardo, ele caiu... Mas a Tereza ta péssima, o que houve?

- Tem a ver com o Nicholas, vou ver se a enfermeira tem um remédio pra isso! – a jovem de pele morena e mechas vermelhas fala saindo com sua amiga.

- Boa sorte... – Alicia falou. – Ontem os dois estavam no maior love e hoje... Meu medo que aconteça algo assim com a Marcelina e o Rafael, o Paulo e a Rebeca, com o Jaime e a Evellin e comigo e o Bernar... Ei! O que eu ia dizer!!! Eu que to precisando de um remédio isso sim! – a jovem de boina falou voltando ao pátio.

Em meio a todo aquele clima de intervalo os casais conversavam, riam e se beijavam, nada de mais se considerarmos que são casais recentes, porém aquela cena incomodava muito duas pessoas em especial, Valéria e Maria Joaquina.

Valéria observava Paulo com Rebeca e se lembrava do beijo que deu nele, o que aconteceu naquela tarde? Por que havia feito aquilo? Não conseguia entender... E ele? Ele também a beijou, mas ele e ela sempre brigaram tanto, sempre aprontavam tanto um com o outro e de repente um beijo...? Talvez Paulo só estivesse brincando, mas num nível mais alto, estava brincando com o coração de duas garotas. Coitada da Rebeca, uma garota simpática ao ponto de ninguém conseguir ficar bravo com ela, não mereceria que o seu namorado gostasse de outra menina... O que Valéria estaria fazendo seria errado? Aquele beijo seria roubar o namorado dela ou entrar na onda de um Paulo que está num nível de mal caratismo superior? Ela realmente não sabia e pensava nisso o tempo todo, o que sabia é que sentia uma raiva e uma tristeza imensa de ver o Paulo e Rebeca juntos.

- Valéria?! – a voz de Lúcio chega até ela.

- Oi... To pensando num monte de coisas... – ela responde meio perdida.

- Imagino... – ele fala olhando Paulo e Rebeca. – Quer distrair sua cabeça me ajudando nuns acordes de violão? Juro que vai te ajudar a organizar as ideias! – ele fala gentilmente mostrando seu violão, ela sorri e concorda. No lado oposto Paulo observou a cena indignado, pensou: “Ela me beijou daquele jeito naquele dia e hoje já ta arrastando asa praquele Lúcio, aquele otário até violão sabe tocar, as mulheres adoram isso! Que raiva que eu tenho desse cara!”

- Lindinho?! Algum problema? – Rebeca pergunta delicadamente.

- Lógico que não baixinha. – falou a beijando, mas na sua mente quem existia era apenas Valéria.

Maria Joaquina, por sua vez, observava Jaime e Evellin, a cada riso, a cada gesto, a cada beijo sentia uma raiva muito grande e uma tristeza muito intensa, lembra-se sempre do beijo que deram na chuva, pensava se os beijos de Evellin eram tão intensos quanto aquele, pensava nas coisas que poderiam ser ditas naquele dia e que não disse, e se dissesse agora? Agora não adiantava, Jaime estava com Evellin e o garoto pode ser grosso, indelicado, rude às vezes, mas isso ele não faria, abandonar Evellin e correr pros braços de Maria Joaquina assim não seria algo do caráter dele. O que a jovem tinha total certeza é que não estava mais suportando ver os dois juntos e era apenas os primeiros dias de namoro, não queria ver ninguém triste e não queria estar triste, nessas circunstâncias tomou uma decisão.

A garota chegou a sua casa no horário habitual, cumprimentou sua mãe e Joana, comeu um pouco e foi fazer seus deveres, esperou ansiosamente à noite, queria ver seu pai. Miguel por sua vez teve um dia puxado, ser médico nunca foi tarefa fácil, mas tinha dias que o trabalho era mais cansativo, chegou em silêncio e se sentou, sua mulher lhe deu um beijo, nesse instante Maria Joaquina se aproximou dele e falou:

- Pai, eu quero mudar de escola!


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Notas finais do capítulo

Ao finalzinho perturbador... Pelo menos teve uns momentos mais descontraídos pra balancear a tensão!
Até o próximo!