O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 28
Pensamentos num dia de chuva


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente gosto muito desse cap, nele voce adentra o universo de um dos personagens... Foi excelente escrevê-lo e espero que vocês também gostem.
Boa leitura!



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Capítulo 28: Reflexões num dia de chuva


No alto dos prédios a chuva não é tão forte quanto na rua, pelo menos é essa a opinião de Nicholas, o jovem olha pro alto em meio aquele forte chuva, não havia relâmpagos e nem ventos, somente a chuva, muita água. Ele estava no topo do prédio em que mora pensando em um milhão de coisas.


Flash back on


Nicholas está na sala em que costuma ensaiar dança com Adriano e Tereza, estava sentado e refletindo nas palavras que ouvira da boca do loirinho mais cedo, “...eu queria muito estar feliz por ele, mas tudo o que eu sinto é tristeza e raiva! Eu gosto da Tereza, gosto muito, e também gosto do Nicholas, mas vê-los juntos me causa muita dor...”


– Nicholas?! – a voz suave de Tereza chega a seus ouvidos cortando seu pensamento.


– Oi Tereza... – falou se levantando, a jovem foi caminhando até ele, o olhou carinhosamente e lhe deu um selinho nos lábios, porém sentiu uma frieza do garoto por quem era apaixonada.


– O que houve? Cadê o Adriano, ele não vem hoje pra dançar? A Irene não vem porque ta fazendo trabalho de escola...


– Eu sei que ela não vem, eu escutei ela falando que tinha trabalho pra fazer... O Adriano também não vem, eu não avisei pra ele que iríamos dançar hoje.


– Então você queria ficar sozinho comigo né? – ela falou sorrindo.


– Na verdade sim, eu queria estar sozinho com você... – ele falou com um tom de tristeza.


– Que lindo... – ela falou tentando o beijar, mas ele virou a face evitando o beijo. – O que ta acontecendo com você?


– É que... Isso não ta certo, eu não estou sendo justo com você...


– Como assim?


– Não vai dar certo nós dois... Eu gosto de outra garota... – aquelas palavras soaram forte nos ouvidos da moça, o olhos dela lacrimejaram na hora.


– Entendo... Você se enganou...


– Sim... Não é justo pra você que fiquemos juntos com outra garota na minha cabeça, eu estaria te usando pra esquecê-la.


– Mas eu pensei que estivéssemos apaixonados um pelo outro.


– Eu também, mas foi só um terrível engano... Eu sei que eu não mereço ser perdoado, mas mesmo assim me desculpa!

– Você não tem que se desculpar, não é culpa sua se você não gosta de mim... E depois você foi sincero, não quis me enganar... Eu sei que depois de algum tempo eu vou saber que foi melhor assim, mas por agora eu tenho que ficar sozinha... – ela fala saindo da sala chorando.


– Parabéns Nicholas... Dez a zero pra você... – falou em tom de ironia pra si mesmo.


Flash back off


Ele continuava olhando para o ceu, a chuva castigava e ele ali imóvel, será que chorava? Talvez, a chuva não deixava perceber, o que se podia confirmar é que ele realmente gostava da garota, ele contou isso pra Adriano e se o Adriano sabia com certeza era verdade.


Aquele loirinho gordo que viajava em qualquer coisa lembrava muito o irmão de sangue de Nicholas, um garoto doce e imaginativo, mas seu pai não o queria perto de Nicholas, afinal o jovem de cartola brigava muito na escola, já foi expulso de uma, já tomou bomba não por não saber a matéria, mas por vadiagem. É bem verdade que isso nada mais foi que uma reação ao abandono, seu pai foi embora de forma abrupta e não queria nem vê-lo mais, não é fácil assimilar tal situação. Entretanto estava disposto a mudar por sua mãe, não queria mais a ver triste e jurou que mudaria, precisava ser homem, não poderia parecer triste senão a mãe ficaria triste, precisava sorrir e que maneira melhor de sorrir senão fazendo os outros sorrirem?


Todas as vezes que ele chamou Adriano de irmãozinho foi de coração, sentia pelo garoto o mesmo que sentia pelo seu irmão de sangue, não queria decepcioná-lo, incomodava vê-lo triste, assim como incomodava ver sua mãe triste, pelos graus de tristeza, na cabeça dele, a de Tereza seria a menor, além do que ele não se achava um cara legal, achava que era uma pessoa em via de processo pra se tornar alguém legal. A Tereza é bonita e vai conseguir alguém melhor, poderia ser o Adriano por que não? Mas enquanto isso Nicholas ficaria ali, olhando pro ceu e pensando em como as coisas poderiam ter sido melhores, pensando no quanto sua vida seria melhor se seu pai não tivesse ido embora naquele dia, ou como seria melhor se o pai dele quisesse pelo menos conversar de vez em quando.


– Vizinho?! – uma voz feminina se intromete no som da chuva. – VIZINHO! – ela grita pra ele, Nicholas se vira e olha pra ela. – O que você ta fazendo aí? – ela pergunta, ele põe a mão na orelha em sinal de que não está escutando. – EU DISSE, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ NESSE CHUVÃO?! – ela gritou, o jovem fez o mesmo sinal de não estar escutando, entretanto com mais intensidade, a moça então abriu um grande guarda chuva e caminhou até ele, ele se abaixa um pouco e o guarda-chuva protege os dois.


– O que você falou? – o garoto perguntou.


– Seu doidinho! Eu perguntei o que você está fazendo nessa chuva... – ela fala com um leve sorriso.


– Chuva? Que chuva? Quando eu vim aqui tava num sol escaldante, tava me sentindo na praia, com uns óculos escuros ia tirar maior onda! – falou fazendo piada da situação e fazendo a moça rir.


– Eu to falando sério seu bobo!


– Eu gosto de pensar na vida no teto, sempre fiz isso em todos os lugares que morei...


– Eu também faço isso de vez em quando, mas não quando está numa chuva doida dessas...


– Vai dizer então que veio aqui em cima só pra me ver ensopado?


– Não seu bobo! Eu vim pra pensar, só não sabia que a chuva tava desse jeito! Com essa chuva, mesmo com esse guarda chuva, me molharia toda! Aliás, já estou me molhando bastante, que tal a gente ir pra dentro? – ela fala.


– É uma boa ideia, mais cinco minutos e eu me afogaria... – falou fazendo piada, ambos entraram no prédio novamente. – Então... Será que posso saber o nome da pessoa que me salvou a vida? – falou fazendo graça.


– Larissa. – ela fala de modo simpático, é um jovem de média altura, cabelos pretos lisos presos, olhos da mesma cor, pele parda, o que chamava muito a atenção dela era sua camisa de banda de rock. – O seu nome é Nicholas não é?


– Ponto pra você! Isso nos leva a uma grande questão, como você sabe?


– Estudamos na mesma escola, sou da sala 10-b.


– Sério?!


– Já te vi fazendo muita graça no intervalo.


– Então era eu mesmo... Sou carente de atenção fazer o quê? - ele falou fazendo piada novamente, a moça riu. – Sabia que se eu não tivesse tomado bomba estaríamos na mesma sala?


– Sabia que se eu não tivesse tomado bomba estaria duas séries a sua frente?


– Você é mais velha que eu... Não parece.


– Essa reação é comum... – de repente a conversa é cortada pelo som do ronco do estômago dela, um barulho que a faz corar.


– Sabe Larissa, eu senti uma fome agora... Quer ir lá em casa comigo? Posso preparar algo pra gente. – falou de modo simpático pra ela.


– Um homem na cozinha?! – ela fala surpresa.


– Que preconceito é esse? Quer dizer que só por que sou homem não posso saber cozinhar?


– Eu não quis ofender, eu só...


– Lógico que não, você quis me desafiar! Vem comigo que eu vou te mostrar que sei cozinhar e muito bem! – o garoto falou sorrindo, segurou os braços da moça e a ajudou a levantar.


– Se você insiste...


– Vou fazer uma carne pra nós que você nunca comeu igual! – falou sorrindo e descendo as escadas.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que no mínimo interessante as pessoas vão achar sobre esse capítulo.
Até o próximo!