Capítulo 24: Esquecer?

- Eu ainda não acredito no que eu fiz Irene! Madona mia o que eu tava pensando?! – Tereza fala com sua amiga, as duas caminhavam sentido a suas casas.

- Calma amiga, você não fez nada de errado... E depois ele também te beijou, ele gosta de você! - Irene tentava a acalmar.

- O-oi meninas... Oi Irene... – uma voz conhecida chega até os ouvidos delas, se viram pra confirmar sua suspeita.

- Daniel...?! Oi... – Irene responde.

- Oi Daniel. – Tereza fala tentando disfarçar suas preocupações.

- Eu tava passando por aqui aí vi vocês e... Ta tudo bem? A Tereza ta legal? – o garoto pergunta em tom de apreensão.

- Mais ou menos, ela ta meio indisposta... – Irene responde.

- Bom é que eu...

- Desculpa Daniel, mas a gente não pode ficar e conversar, amanhã a gente troca uma ideia ta certo? – a jovem de pele morena e mechas vermelhas fala interrompendo o garoto e saindo com sua amiga.

-... eu queria te convidar pra gente sair, pra gente conversar e se conhecer melhor sabe Irene? – falou quando as moças já estavam longe. – Ótimo, saiu perfeitamente da forma que planejei! – falou pra si mesmo em tom de ironia. – Da próxima vez tenho que combinar com ela pra dar certo! – falou zombando de si mesmo.

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No apartamento de Valéria ela e Paulo ainda se beijavam, porém o ar faltou e tiveram que separar seus lábios... Depois do ato consumado as reflexões.

- Ai meu Deus! O que eu fiz? – ela fala surpresa e preocupada.

- Meu Deus o que eu fiz?! – dizeres dele igualmente surpreso e preocupado.

- Você tem namorada!

- Eu tenho namorada!

- Eu não devia ter te beijado!

- Não devia ter te beijado!

- Pára de repetir o que eu digo!

- Pára de... Eu não to repetindo o que você diz...! – ele disse confuso. – Garota loca! Você me beijou do nada!

- Foi você que me beijou! Deixa o Davi saber disso!

- Que Davi?! Vocês terminaram e ele nem mora aqui mais! – lembrou ele.

- É mesmo! Você ta me confundindo Paulo!

- Você já nasceu confusa e ta usando sua confusão pra me confundir também! – falou de forma desconexa.

- Cala a boca que você ta me confundindo de novo! – ela quase gritou.

- Quem é você pra me mandar calar a boca?! Vai dar um rolé, sai da minha casa! – ele falou de forma imperativa.

- Nunca fui tão ofendida! – ela falou a saiu brava pela porta, poucos segundos depois ela voltou. – Essa casa é minha! – observação verdadeira.

- A é... Espera aí... Você ta me expulsando!? Que seja! Nem queria vir aqui mesmo! – falou caminhando pro corredor.

- Não Paulo... Aí é o banheiro... – ela disse, pouco depois ele voltou.

- Eu sabia disso... – falou sem graça caminhando pra saída.

- Até amanhã no parque... Não! Quero dizer na escola, es-co-la! – ela fala se despedindo.

- Até... A aula amanhã vai ser muito legal! – ele respondeu.

- Você falou que a aula vai ser “legal”? – ela pergunta.

- O que eu to falando?! – foi então que raciocinou em suas palavras, ele nunca elogiaria uma aula, não ele que detesta escola. – Olha... Tchau Valéria. – instintivamente se abaixou e beijou o rosto dela, ambos coraram.

- T-t-t-tchau... – ela falou fechando a porta. A jovem confusa caminhou até o sofá e se sentou, colocou sua mão direita nos lábios pensando no beijo que acabara de dar em Paulo, o jovem por sua vez saiu do prédio mais zonzo do que entrou, colocou suas mãos nos lábios ainda não compreendendo o que havia acontecido.

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- Revanche!!! – Jaime fala, acabara de tomar uma super sova no futebol de vídeo game e não se conformava com isso.

- Quer perder de novo? Seu masoquista! – Evellin fala tentando o provocar.

- Mas-mas-mastusquista? O que é isso? É algum palavrão que não conheço? – pergunta confuso.

- Isso que você falou talvez Deus saiba o que significa, agora masoquista é aquele que sente prazer na própria dor... Eu quis dizer que você não vai me vencer, jogar comigo de novo vai te fazer apenas sofrer mais! – falou provocando.

- Você ta tentando me confundir com essas palavras de nerd! O Daniel faz isso o tempo todo... Ta certo então, vamos dobrar a aposta!

- Jaime, a aposta é todo o sorvete que se conseguir tomar, não existe dobro disso!

- É lógico que existe, o dobro é duas vezes todo o sorvete que se conseguir tomar!

- Desisto, não vou discutir, vamos a sua revanche! – ela aceita o desafio, iriam disputar mais uma partida, entretanto ela não tinha certeza sobre o prêmio.

- Jaime... Posso te perguntar uma coisa? – fala ela muito concentrada no game.

- Pergunta... – respondeu igualmente concentrado.

- Você já esqueceu aquela garota que te fez chorar? – a pergunta faz o garoto olhar pra ela com olhos arregalados.

- Ham...?

- Rá! Gol!!! – ela fala feliz.

- Não, esse não valeu, você tirou minha atenção! – ele retruca.

- Ta bom então não valeu... Mas você esqueceu aquela menina.

- Ainda não, acho que vai demorar, mas o tempo sara tudo igual fala o meu pai, uma hora eu esqueço ela e conheço alguma outra garota legal!

- Tomara...

- Uma garota legal tipo você que joga vídeo game, ganha campeonatos de sorvete e começa guerras de bolinha de papel. – tais palavras inocentes dele fazem ela arregalar os olhos e olhar fixamente pra ele, perde completamente sua concentração no game.

- Toma o seu! GOL DO CURINTHIA!!! – o garoto fala feliz. – Dessa vez você não vai ganhar!

- Ham... Ham... É lógico que vou! – fala voltando a se concentrar no jogo. – Seu esperto, falou aquilo só pra eu me desconcentrar né?

- O quê? “obovio” que não, pra te desconcentrar eu faço isso! – falou pegando o joystick da mão dela.

- Jaime devolve! Ta com tanto medo de perder que ta roubando né seu gordo?! – ela fala tentando pegar seu controle da mão dele, estava se debruçando cada vez mais enquanto ele afastava o joystick, os dois riam bastante da situação até que subitamente a televisão desliga.

- O que aconteceu? – ele se pergunta.

- A energia deve ter ido embora... A luz deve ter acabado. – ela fala, nesse instante Jaime repara que a jovem não usava seus óculos.

- Nossa! Sabia que você fica muito mais bonita sem os óculos? – os dizeres dele a fazem corar.

- Nossos olhos são iguais, mas acho os seus mais bonitos. – ela fala passando a mão delicadamente pelo rosto dele, sua mão vai até a nuca do garoto, ela aproxima vagarosamente seu rosto do dele, eles fecham os olhos e se beijam, tão intenso pra eles quanto da primeira vez, tão capaz de fazer esquecer o mundo exterior quanto o primeiro, Evellin estava em seus braços como Maria Joaquina nunca esteve, contudo...

- E essa da luz acabar logo agora? – era a voz do pai de Jaime.

- De repente né? Estranho mesmo! – a mãe também se pronunciou, de repente ambos entram em casa e veem seu caçula beijando aquela garota.

- JAIME! – eles falam ao mesmo tempo e os dois jovens separam seus lábios, eles se entreolham, olham pros dois adultos surpresos no recinto e se entreolham de novo.

- Se eu disser que eu parei de respirar e ela salvou minha vida vocês acreditam? – foi o melhor que o garoto conseguiu dizer naquela situação.