O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 23
Ferimentos curados?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/327409/chapter/23

Capítulo 23: Ferimentos curados?

- Espera... Já to indo! – Jaime falou escutando a campainha de sua casa, o garoto estava sozinho, vestiu uma camisa apresentável e foi atender a porta, qual foi sua surpresa ao ver de quem se tratava. – Evellin?!

- Vim cobrar a partida de futebol que você me prometeu. – ela falou em tom de brincadeira, trazia um DVD do game de futebol e um joystick.

- Ta preparada pra tomar a maior sova da sua vida?! – o garoto falou em tom de piada, sorria de leve enquanto abria a convidava a entrar.

- Você me dar uma sova?! – gargalhou ironicamente. – NUNCA! Nosso acordo continua o mesmo, você escolhe seu “Curinthia” e escolhe o meu time, se eu não te vencer com no mínimo dois gols de diferença eu pago todo sorvete que você pode tomar!

- Mas você vai perder todo o seu dinheiro! Vai ter que trabalhar de graça pro sorveteiro por anos pra pagar o tanto de sorvete que vou tomar na sua conta!

- Não se esqueça que a aposta vale pros dois lados garoto! Se eu ganhar você que vai me pagar todo sorvete que eu posso tomar! – ela lembrou.

- Quanto sorvete uma magrela igual você pode tomar? Ui que medo! – falou fazendo graça e gesticulando.

Evellin respondeu arranhando suas cordas vocais e tirando uma medalha de seu bolso, a colocou na frente da face de Jaime que começou a ler os escritos em alto relevo dela.

- “Primeiro lugar no campeonato regional de...” Jesus...! “...tomar sorvete”! ... Quanto sorvete você tomou pra ganhar isso? – ele perguntou.

- Muito e em pouquíssimo tempo! – falou vagarosamente e com um ar cômico de superior.

- Uau!!! Parece que o jogo vai ser bem sério! – ele falou ligando seu vídeo game. – Vou pegar uma cadeira pra você porque esse sofazinho de um lugar é do papai aqui jogar! – Jaime falou zombando.

- Ui que medo, ele tem um sofá da sorte! Vai precisar mesmo de toda sua sorte pra “tentar” ganhar de mim! – falou em tom de brincadeira.

- Você deve ser a garota mais legal de todas Evellin! Pensa bem... Campeonato de sorvete?! – ele falou de forma inocente, o que não impediu que a garota corasse e muito.

- Então... Então vamos né... – ela falou sem graça tentando disfarçar.

- Ta aqui o meu timão! VAI CURINTHIA! – falou escolhendo seu time e batendo em seu peito.

- Menos garoto, menos... – ela falou entregando seu joystick a ele. – Escolhe o meu agora, saiba escolher é meu único conselho!

- Não precisa...

- A aposta...

- Eu sei mas...

- Todo sorvete que se pode comer...

- Só que, tipo...

- Primeiro lugar regional no campeonato de tomar sorvete!

- Me dá aqui esse joystick, vou escolher o pior time de todos!

- Sábia decisão gafanhoto! – ela falou em tom de piada.

- Prepare-se para a humilhação Evellin!

- Prepare seus bolsos pra me pagar todo o sorvete que eu puder tomar! – ela retrucou.

..............................

- Entra Paulo... Mas você ta tão machucado assim? – ela fala o ajudando a entrar, em parte realmente Paulo estava dolorido, mas seu exagero extrapola qualquer expectativa.

- Cuidado comigo Valéria, meu braço ta doendo! – falou entrando com ela, Valéria o colocou numa cadeira.

- Espera aí que eu vou buscar uns curativos e remédios!

- Mas vê se não demora!

- Fica na sua garoto! Você deu sorte porque eu to de boa vontade hoje!

- Ta bom Valéria, então vai... Vai logo! – falava rispidamente com ela e ela respondia de igual modo.

- Aquele Rafael que não pense que isso vai ficar assim! Eu ainda vou dar um jeito nesse namorinho dele com minha irmã! – falou pra si mesmo.

- Ta delirando também Paulo? Falando sozinho... – Valéria opina trazendo um kit de primeiros socorros.

- Não viaja garota!

- Vou dar um jeito nesses seus ferimentos da cabeça, eles que estão te fazendo delirar! – falou em tom de piada, passando um remédio num algodão num ferimento na testa dele.

- Isso arde!!! Quer me matar?

- Deixa de ser fresco garoto!

- Porque não é com você!

- Mas você reclama de tudo hein? Me conta, que tipo de veículo desgovernado te atropelou? – fazia piada da situação dele.

- Eu só caí... Caí de uma escada... – claramente mentia, não queria revelar que apanhou de um garoto menor que ele.

- Então essa escada deve lutar caratê, deve ser faixa preta! – ela falou esperando uma reclamação do garoto, porém Paulo sorriu, um sorriso que puxou a atenção da garota.

- Acho que essa escada acabou comigo mesmo, mas vai ter troco!

- Imagino... E a sua namorada? Ela sabe dessa escada? – a pergunta dela o fez lembrar de Rebeca, por uns instantes ele havia se esquecido dela.

- Eu deixei ela em casa, ela não sabe que me machuquei... E seu namorado Lúcio não vai ficar com ciúmes de saber que eu estive aqui?

- O Lúcio?! Com ciúmes de você?! – ela falou e começou a gargalhar muito.

- Mas você é uma doida mesmo Valéria! Só namora com esses caras estranhos! – fala num tom de raiva peculiar.

- E o que você tem a ver com isso? Eu namoro com quem eu quiser! Por que você não se preocupa com aquela oferecida da sua namorada?

- A Rebeca não é assim e você não tem o direito de falar isso! Se você não me queria ela quis! Ela gosta de mim e é bem bonita! – ele disse ainda nervoso, não reparou em suas próprias palavras.

- E por que eu ia te querer se eu tenho um milhão de melhores escolhas na minha frente?!

- É... Tem razão... Nem sei o que eu to fazendo aqui... – falou tentando se levantar, entretanto bateu seu braço dolorido na mesa, o grito de dor foi inevitável. – AI!!!

- Paulo seu doido! – Valéria falou preocupada. – Você ta machucado, tem que tomar cuidado, deixa eu ver esse braço! – falou levando sua mão no braço do garoto consequentemente se aproximou muito dele.

- Não, me deixa em paz! – ele falou puxando o braço pra trás, de repente a proximidade dos rostos deles se tornou penetrante, se entreolharam sem conseguir disfarçar, aproximaram seus lábios, fecharam seus olhos e se beijaram.

Anos de frustrações, anos de brigas, anos de sentimentos reprimidos vieram a tona naquele beijo, que sentimento era aquele que Paulo sentia? Com Rebeca nunca sentiu nada parecido, uma mistura ilógica de euforia com paz, um sentimento tão intenso que sua mente se esvaziou, a única coisa que ali ficou foi Valéria. E ela? O que ela estava pensando? Beijar aquele garoto chato, encrenqueiro, mal e que tem namorada? O que ela estava fazendo? Ela mesma não sabia, só sentia os lábios dele nos seus e não pensava em mais nada, nunca sentiu algo parecido antes em sua vida, quem foi Davi naquele momento? Quem era qualquer um naquele momento? Ali, naquele instante, só existia um garoto, um moleque encrenqueiro que sempre implicava com ela e lógico que a recíproca era verdadeira, ali só existia esse tal de Paulo que nunca saiu de seu pensamento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem desdenha quer comprar! Só tenho esse clichê pra dizer...
Até o próximo!