Capítulo 25: Jovens amantes e seus pais

- JAIME! – eles falam ao mesmo tempo e os dois jovens separam seus lábios, eles se entreolham, olham pros dois adultos surpresos no recinto e se entreolham de novo.

- Se eu disser que eu parei de respirar e ela salvou minha vida vocês acreditam? – foi o melhor que o garoto conseguiu dizer naquela situação.

- Ta tentando ser engraçado moleque?! – o pai dele fala muito alterado e os dois jovens se levantam do sofá.

- O que vocês dois iam fazer? – a mãe fala brava.

- Ai Deus que vergonha... Olha senhor e senhora me desculpem... – Evellin falou sem graça, estava realmente muito envergonhada, sua intenção naquele momento era sair dali, abaixou sua cabeça e caminhou até a porta, entretanto ela sente uma mão em seu pulso.

- Não vai Evellin... – o garoto fala puxando a jovem, puxou com mais força que gostaria e ela caiu apoiada em seu peito. – Pai, mãe, a Evellin é minha namorada, se vocês querem brigar com alguém briguem comigo e não com ela! – será que ela escutou certo? Ele disse namorada...? Sim ele disse, disse de forma imperativa e convincente, ela tem certeza disso porque sua cabeça estava apoiada no lado esquerdo do peito dele, ela ouvia seus batimentos, sentia seu calor, era tão aconchegante estar ali que esqueceu da vergonha que acabou de sentir, não queria mais sair, queria ficar ali pra sempre.

- Garoto... – o pai se pronuncia. – Escuta, eu não tenho nada contra você namorar, a grande questão é que eu não quero você sozinho com ela aqui dentro! – Rafael Palilo falou o mais calmo que conseguiu. – Se eu e sua mãe não tivéssemos chegado até onde vocês dois teriam ido?

- Bom, a gente... – o garoto começou a falar.

- NÃO RESPONDE MOLEQUE! – o pai grita. – A pergunta não foi pra você responder, foi pra pensar entende?

- A gente fica preocupado com você gordinho! – a mãe se pronuncia.

- Eu acho melhor eu ir e deixar você conversar melhor com seus pais Jaime. – a moça falou.

- Tem certeza? Eu posso te levar na sua casa se você quiser... – falou de forma doce e gentil.

- Não precisa.

- Então eu te levo na porta. – falou caminhando com ela até a saída, foram juntos até o portão.

- Você falou sério lá dentro? A gente ta mesmo namorando? – Jaime se abaixou e a beijou novamente.

- Eu não ia brincar com essas coisas... – respondeu com seu sorriso infantil.

- Até amanhã então... – falou se despedindo.

- Até... Agora é encarar as feras... – Jaime falou fechando o portão e voltando pra dentro de sua casa, ele tentou passar de fininho pro seu quarto, mas...

- Espera aí garoto! – o pai fala fazendo o garoto congelar.

- O-oi pai... – respondeu nervoso.

- Vem cá e senta aqui! – o pai falou apontando pro garoto sentar ao lado dele, Jaime obedeceu.

- Cadê a mãe? – ele pergunta tentando desviar o foco.

- Ela ta no quarto, depois ela vai falar com você, mas primeiro eu...

- Então... Fala pai...

- O que aconteceu garoto? Você se esqueceu que eu sou seu pai? Se esqueceu que eu quero e eu preciso acompanhar sua vida? Poxa vida a gente já conversou tanto, você já me falou um monte de vezes que quando você começasse a namorar eu ia ser o primeiro a saber... Eu não queria saber que meu filho ta namorando naquela situação de pegar ele se atracando com uma garota na minha casa!

- Desculpa pai, é que... Eu não sei explicar...

- Garoto, eu só quero que você entenda que eu te amo demais e não quero você se metendo em situações que fujam do controle... Você é novo, tem uma vida toda então toma muito cuidado! – o pai falou e o abraçou.

- Você ta feliz por mim? Eu ainda te orgulho pai? – ele pergunta.

- Claro que sim, mas vai me orgulhar mais se você tiver juízo! – o pai fala com propriedade. – Seguinte, sai da uma respirada, anda uns trinta minutos pra cena da uma espairecida da cabeça da sua mãe, eu vou tentar amansar a fera pra você...

- E ela ta muito brava? – o garoto pergunta.

- Bastante... Você é o caçula, não se esqueça disso, além do que sua mãe ta se sentindo traída por saber das coisas da forma como foi...

- A mãe brava me assusta...

- E a mim então? E eu que vou dormir no mesmo quarto que ela... – riram juntos do comentário. – Você sabe que você vai ficar de castigo por essa pegação aqui na sala né?

- E se fosse em outro lugar?

- Ta fazendo piada garoto? Se fosse nesse outro lugar que você pensou sua mãe ia te castrar e com o meu apoio! – riram novamente. – Agora sai garoto, vai dar o rolé que te falei... – o garoto se levantou e foi.

- Eu ouvi o portão se abrindo, não me diz que foi o Jaime que saiu? – a mãe pergunta visivelmente alterada.

- Eu falei pra ele dar uma respirada lá fora...

- Rafael! Por que você fez isso? Você sabe que eu queria falar com ele...

- É que ele ta muito abalado pelas coisas que eu falei e pelo castigo que vou dar nele! Essa é a última saída dele por um bom tempo!

- Eu sabia... – ela falou. – Aposto que essa é a mesma Evellin do dia do telefone, eu sabia que eles tinham alguma coisa! – a mãe afirma.

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“Esse foi com certeza o dia mais estranho da minha vida!” Paulo pensa adentrando sua casa, “A Marcelina beijando e namorando aquele Rafael, eu num encontro com a Rebeca e só vendo a Valéria, depois eu e a Valéria nos beijando... Não tem lógica alguma isso!”

- Cheguei mãe... – o garoto falou quase gritando.

- Eu to na sala meu filho, pode vir aqui?

- Sem conversinha hoje mãe, eu não tive um dia fácil e... Mas o que é isso? – fala surpreso ao chegar à sala e ver sua irmã e Rafael.

- Eu vim falar com sua mãe que eu to namorando a filha dela! – Rafael falou segurando firme a mão de Marcelina. Paulo pensou: “Mas esse nanico é topetudo mesmo!”

- Ele não me pareceu esse mau caráter que você falou Paulo. – dizeres da mãe.

- O Paulo mentiu mãe! Ele ta morrendo de ciúme da gente e por isso fica inventando essas mentiras!

- Não acredito que você acreditou nesse salva vidas de aquário mãe e deixou a Marcelina namorar com ele!

- Eu não acreditei nele, mas também não acredito tanto assim em você meu filho, afinal eu te conheço, eu imaginava que a maioria das coisas que você disse pra mim eram mentiras. – a mãe falou. – Eu só estou dando pra esse garoto o benefício da dúvida, e sim, eu deixei a Marcelina namorar ele, só que ele quer ficar até o pai de vocês chegar pra conversar com ele também.

“Ele quer falar com meu pai? Ele é mais topetudo que eu imaginei... Vai ser difícil separar ele da minha irmã!” Paulo pensou tentando maquinar algum plano.

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Num local próximo dali um garota adentra sua casa, sua expressão é confusa, mas parece que a felicidade domina mais que os outros sentimentos, ela vai pro seu quarto, fecha a porta se apoia nela e desliza suas costas até se sentar.

“Nós... Nós estamos namorando!” pensou com sua mão direita nos lábios, imaginava o rosto da pessoa que a beijou e não continha a risada boba. De repente ela escuta batidas na porta.

- Evellin... Tudo bem filha? – o pai pergunta.

- To bem sim pai... – ela responde sem abrir a porta.

- Você entrou diferente... Ta bem mesmo?

- Ta brincando pai? Eu nunca estive melhor em toda a minha vida! – falou sorrindo de largo.