O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 15
Sentimentos iguais por uma mesma pessoa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 15: Sentimentos iguais por uma mesma pessoa

Naquela manhã Jaime acordou sem a necessidade do despertador, estava feliz e sorridente, com um apetite único e inconfundível, vestiu seu uniforme, tomou seu café da manhã, escovou seus dentes e saiu, seus pais estranharam essa disposição anormal.

O garoto seguiu direto pra escola, pediria Maria Joaquina, sua paixão, em namoro, não sabia exatamente como faria, não tinha nada marcante pra dar a ela junto com o pedido, sempre fora grosso demais pra pensar em algo romântico pra dizer, mas mesmo assim a pediria em namoro, afinal nada daquilo importava, somente o que ele sentia por ela era importante e isso bastava.

Na escola o movimento era o habitual, crianças correndo de um lado para o outro, Firmino recebendo a todos, mais um dia aparentemente comum na rotina daquele lugar.

- Bom dia Firmino! – cumprimento de Rebeca ao velho senhor, a ruiva transbordava felicidade.

- Bom dia garotinha! Qual será o motivo de tanta alegria?

- Eu acho que eu sei... – falou Lúcio se aproximando e sorrindo igualmente feliz, estava junto de seu gêmeo.

- Bom dia senhor Firmino. – os gêmeos falaram ao mesmo tempo.

- Bom dia garotos! Será que um velho como eu pode partilhar da alegria de vocês jovens?

- Você logo vai saber Firmino. – a ruiva falou.

- Bom dia Firmino, Rebeca, meninos. – Maria Joaquina se aproxima cumprimentando, eles respondem educadamente.

- Senhor Firmino, o senhor reparou se a Alicia já chegou? – Bernardo pergunta.

- Sim, ela foi pra lá. – falou apontando pra trás de si.

- Ta certo, vou lá conversar com ela, até daqui a pouco...

- Hummm, que animação dele hein? – Marcelina fala se aproximando, está acompanhada de seu irmão. – oi gente.

- Oi Marcelina, oi Paulo. – Rebeca cumprimenta logo em seguida segura o braço do garoto encrenqueiro. – Eu tava te esperando. – fala o puxando pra longe dos outros.

- T-ta... – responde gaguejando.

- O que ta acontecendo por aqui? – Firmino pergunta surpreso.

- Eu também não to entendendo... – dizeres da garota rica, de repente aquela conhecida voz chega a seus ouvidos, uma voz que a fez estremecer.

- Maria Joaquina?! – falou Jaime. – Tava precisando muito falar com você.

- Oi Jaime, agora não dá, a aula... O sinal... Ta quase na hora de tocar o sinal pra aula. – ela falou de forma desconexa e saiu rápido de perto deles.

- A Maria Joaquina tem razão, ta quase na hora de tocar a campainha, é melhor vocês irem meninos. – o velho senhor falou.

- Que estranho... – Jaime estranhou a atitude da jovem, de repente se deu conta que seus colegas estavam perto dele. – E aê galera? – cumprimentou, eles cumprimentaram de volta e foram para sala.

Maria Joaquina imaginava o que Jaime queria falar com ela, pensava que o garoto iria a ofender e maltratar por achar que ela estava brincando com seus sentimentos, aquilo ficava martelando em sua cabeça ao ponto dela querer evitá-lo.

..................................................

Em um banco, perto de uma planta, Tereza e Irene conversavam, um pouco mais afastado Adriano observava.

- É muito bonita não é?

- Linda! – o gordinho responde instintivamente, se virou assustado e viu Daniel. – Eu não vi você chegando.

- Eu acho a Irene muito bonita! – Daniel falou.

- E a Tereza?

- Todo mundo acha a Tereza bonita Adriano!

- Pois é, todo mundo... – falou com um pouco de pesar, nesse instante Irene se levantou pra atender seu celular e se afastou de sua amiga.

- Bora pra aula Adriano? Ta quase na hora...

- Pode ir na frente, eu preciso fazer algo antes. – falou caminhando até Tereza, suava frio e engolia seco diversas vezes, Daniel deu de ombros e foi pra aula.

Flash back on

- Nossa você não tava mentindo! Essa batata frita ta ótima! – Adriano falou pra Nicholas comendo das batatas fritas com queijo minas e bacon que o jovem de cartola havia preparado.

- Eu te falei, mas tem um porém, essas batatas só são assim porque foram importadas de outro planeta, vieram de Marte! – Nicholas falou claramente brincando.

- Uau, batatas de marte! – o loirinho começou a viajar.

- Dessa vez eu dei muita corda, Marte foi exagero... – falou rindo bastante.

- Aqui, deixa eu te perguntar... – Adriano falou após voltar do transe. – Você dança há quanto tempo?

- Olha, eu sinceramente não sei, faz tanto tempo que eu perdi as contas, não me lembro quando comecei, por quê?

- É por que... É... Sabe... As garotas elas gostam de caras que sabem dançar? – ele pergunta.

- Sim, gostam sim, as garotas gostam de alguém com molejo e jogo de cintura, um cara que sabe dançar impressiona as mulheres e... – Nicholas começou a raciocinar. – O irmãozinho ta gostando de alguém! – falou com um sorriso acusador, teve total certeza que sua afirmação era correta com a velocidade que Adriano mudou de cor, de branco para vermelho, e por ver o quanto ele suava. – Fala aí pra mim locão, de quem você gosta? Quem você quer impressionar dançando?

- Não, eu não gosto de ninguém não, eu tava falando de um modo geral sabe?

- Olha cara eu te garanto que nenhuma garota é tão grossa a ponto de não querer conversar absolutamente nada com ninguém, e ninguém é tão vazio que não tenha assunto nenhum pra ter uma conversa que uma garota não se interesse.

- Você falou palavras demais, eu não entendi.

- É, falei mesmo, eu mesmo não consegui entender o que disse. – Falou o garoto de chapeu provocando risos em seu colega. – O que eu quis dizer é que você pode conversar tranquilamente com essa garota sem precisar saber dançar pra impressioná-la, só toma cuidado pra não viajar perto dela.

- Boa, eu vou conversar com ela... Quer dizer, quando eu tiver afim de alguém vou conversar com esse alguém! – dizeres que fizeram Nicholas rir. – mas mesmo assim você vai me ensinar uns passos né? Só por garantia sabe?

- Sem problemas irmãozinho locão, você vai aprender rápido, você tem talento. – comentários seguidos de risos dos dois, depois voltaram a comer e falar besteiras.

Flash back off

- O-oi T-tereza... – Adriano cumprimentou gaguejando.

- Oi... Desculpa mas eu não guardei seu nome... – ela respondeu.

- É A-Adriano.

- Madona mia! Adriano?! Adriano é o nome do meu pai capisce? – ela fala animada, porém Adriano não entendeu nada.

- Han...

- Desculpa, minha mente volta pra Itália de vez em quando, mas o que você quer falar comigo?

- Bem, é...

- Ô LOCÃO! – uma voz conhecida chega aos ouvidos dos dois.

- Nicholas...?! – Adriano falou assustado.

- Achei um guia interessantíssimo sobre dança, olha só, é fácil, com esse guia e com minhas aulas você vai virar ninja! – o garoto de cartola falou animado mostrando um guia em papel sobre street dance, estava tão animado que nem reparou que seu colega estava conversando com Tereza.

- Você sabe dançar? – Tereza perguntou pra Nicholas.

- Sim, danço há muito tempo. – respondeu fazendo uns movimentos com os braços, provocando risos na moça.

- Eu também sei dançar, mas danço balé, não sei se tem muito a ver com seu estilo capisce?

- Sim capisco. – ele responde fazendo graça, ele e Tereza riram novamente, enquanto isso Adriano observava com uma expressão triste. – Se quiser eu posso te ensinar uns passos, vou ensinar uns passos pro irmãozinho aqui... – falou apontando pra Adriano.

- Jura? Espera... – falou pegando caneta e um pedaço de papel. – toma, esse meu telefone, me liga pra gente marcar um ensaio.

- Amiga nem te conto! – Irene voltou segurando o braço de Tereza. – Você não sabe quem me ligou! – falou animada puxando a jovem de olhos azuis.

- Ei... É doidinha... Até logo meninos... – falou se despedindo.

- Velho, eu consegui o telefone da garota mais gata da sala! Não to acreditando... – falou animado.

- Pois é... – o loirinho falou triste, pensava: “Ele até falou italiano com ela!” de repente o som da campainha chega aos ouvidos deles.

- Vamo pra aula locão? – falou em tom de piada.

- Vamos né, não vamos nos atrasar Nicholas... – o garoto falou num tom triste, não só isso o jovem de chapeu achou estranho seu colega o chamar de “Nicholas” e não de “Zé da cartola”, ele sabia que havia algo estranho com o gordinho.


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Notas finais do capítulo

Só pra explicar: Nona significa avó; Capisce (capitche) é tipo "Entende", como na frase: "Eu fui na aula ontem entende?" e Capisco é uma resposta pra capisce,como na resposta da frase acima "Eu fui na aula ontem entende?" "Entendo"...
O Adriano mirou alto, mirou muito alto, mirou justamente na garota mais bonita da sala, imagine só as coisas que vão acontecer. Importante citar que esse é o primeiro capítulo que o Daniel demonstra algo por alguém...
Até o próximo!