O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 16
Maus entendidos e lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que não editei o capítulo corretamente, tava meio disperso, se tiver algum erro muito gritante me falem pelos reviews que eu corrijo.
Boa leitura!



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Capítulo 16: Mals entendidos e lágrimas


– Caras vocês não sabem o que aconteceu! – Nicholas fala sentando em seu lugar. – A Tereza me passou o telefone dela! – expressões de surpresa e desconfiança se desenharam em quem estava próximo.



– A Tereza?! Da nossa sala?! Aquela garota linda que ta sentada ali?! – Mário se pronunciou.



– Para com isso, só pode ser mentira! A menina mais gata que tem nessa sala te deu o telefone dela? – Paulo fala desconfiando.



– Verdade, to falando, pergunta pro locão aqui ele tava lá! – Nicholas falou animado.



– É verdade sim, ela escreveu o telefone dela num papel e entregou pro Nicholas... – Adriano falou com um pouco de pesar na voz.



– Se deu bem hein Zé da cartola! – Jaime falou passando seu braço no pescoço do jovem de cartola. Apesar de toda alegria dos presentes Adriano estava tomado por uma grande tristeza, Nicholas percebeu, só não conseguia entender bem o porquê.



– Irmãozinho, eu fiz alguma coisa contra você? – Nicholas perguntou.



– Não...



– Você ta estranho, você só me chama de “Zé da cartola” daí hoje você me chamou pelo meu nome um monte de vezes, se fosse só uma ou outra nem ia desconfiar de nada, mas todas às vezes...



– Eu costumo chamar as pessoas pelo nome! – Adriano falou mais rispidamente.



– Ta... Desculpa, talvez você não esteja num dia bom... – o jovem de cartola falou, nesse instante o professor adentrou a sala, todos se acalmaram e a aula começou.



Durante as aulas que se seguiram Jaime tentou se comunicar com Maria Joaquina, a chamou baixo e ela fingiu não escutar, mandou bilhetinhos dizendo: “Temos que conversar” nenhum respondido, a garota tinha medo do que Jaime queria falar, imaginou a cena mais de um milhão de vezes, a cena dele falando que ela não prestava, que brincou com seus sentimentos, que lhe deu esperanças só pra vê-lo triste depois, em todas essas projeções que ela fez ela tentava explicar, mas ele não entendia, estava magoado demais pra compreender.



– Jaime, o que você ta fazendo? – Mário pergunta vendo seu colega escrevendo algo.



– Eu vou mandar esse bilhetinho pra Maria Joaquina...



– Mais um? O que tanto você quer conversar com ela?



– É... Não é nada demais sabe?



– Estranho... Tipo você brigou com ela e quer fazer as pazes? Porque ela ta te evitando e muito! – observação contundente de Mário.



– Me evitando?! Não, ela só ta... Ta... – nesse instante Jaime se lembrou do beijo que ele e Maria deram um no outro, lembrou-se claramente de se declarar para ela, foi aí que percebeu que ela não fizera o mesmo, depois daquilo ela evitou seu toque, evitou conversar com ele, o ignorou de várias formas, diante de tais lembranças concluiu: “Ela não gosta de mim, só me beijou de onda, mas era de se imaginar, ela vive falando mal de mim e da minha família, como pude pensar que ela gostava de mim?”



– Jaime... O que houve cara? De repente você ficou triste? – Dizeres de Mário.



– Não é nada, é só um pouco de dor de cabeça... Acho que é fome... – falou tentando disfarçar, o garoto que até pouco tempo transbordava alegria acabara de sentir uma tristeza tão forte que o impedia de prestar atenção na aula, de ouvir qualquer um ao seu redor, o impedia de sentir qualquer outra coisa como cansaço ou fome, apenas colocou uma mão em sua testa e segurou sua caneta em seu caderno aberto, apenas pensava em Maria Joaquina, no que poderia ser e no que é.



.............................



O intervalo chegou, os garotos se sentaram nos lugares que costumam se sentar, exceto Adriano e Paulo, o loirinho estava sentado em outro lugar pensando sozinho, já Paulo estava próximo a arquibancada encostado de pé num muro, a sua frente Rebeca, ela sorria e conversava, entretanto o jovem parecia não escutar, seu olhar distante ia em direção a Valéria que estava na outra extremidade do pátio com suas colegas.



– Como assim você ensinou a Rebeca a chegar na sua casa?! Pensei que você sentisse ciúmes do Paulo! – Valéria fala um pouco alterada para Marcelina, a irmã de Paulo acabara de contar que queria muito que a ruiva namorasse seu irmão.



– Sinto ciúme sim, mas não sinto tanto quando ele está com a Rebeca, depois eu quero ver meu irmão feliz, com uma namorada talvez ele deixe de arrumar tanta encrenca... – Valéria sentia muita raiva e a cada palavra daquelas sua raiva aumentava mais.



– E você ainda lucraria porque ele poderia deixar de pegar tanto em seu pé. – observação de Alicia pra Marcelina.



– Bom mas... Eles não estão namorando, senão a Rebeca nos contaria... Capis... Né? – dizeres de Tereza, tentava acalmar Valéria, parecia ser a única que percebia a raiva de sua amiga, ela quase falou uma palavra em italiano, mas se corrigiu antes de terminá-la.



– Eu acho que eles fazem um casal bonito, eu gostaria que namorassem. – Marcelina fala e Valéria passa suas mãos no rosto.



– Não acho que eles combinem tanto sabe? – Irene fala, também tinha intenção de acalmar Valéria.



– Não?! Estranho... Você viu o encontro deles né Irene? Talvez quem viu tenha outra opinião, mas pra mim que não vi, só escutei a Rebeca falando como foi, achei muito fofo e romântico! Eu acho sim que eles combinam! – Valéria tentava se conter, porém era difícil demais.



– “Romântico” relembrando a Laura... – Alicia falou tomando um pouco de suco.



– E você hein? Fiquei sabendo que você e o Bernardo se esconderam juntos na casa abandonada durante a chuva de ontem... Rolou um clima? – Marcelina perguntou fazendo Alicia se engasgar e cuspir o suco.



– Não t-tem n-nada a ver! – a jovem de boina fala gaguejando e meio sem jeito, tal atitude desperta risos, mas apenas em Marcelina, Irene e Tereza estavam preocupadas com Valéria e esta sentia tanta raiva de ver Paulo junto de Rebeca que parecia que ia explodir! A única pessoa que não opinou nessa conversa foi Maria Joaquina, ela observava de longe sua paixão, olhava Jaime sentado de cabeça baixa ao lado de seus colegas, todos riam bastante menos ele.



– Velho, com todo respeito, por que aquela gata da Tereza te daria o telefone dela?! – Rafael pergunta pra Nicholas.



– Ela quer que eu a ensine a dançar, vou ensinar passos de street dance pra ela.



– Vai me enganar que você sabe dançar? – Bernardo perguntou. – Aí Mário? Acredita nisso aí? – Bernardo esperava resposta imediata de seu colega, porém ele apenas observava a arquibancada oposta a si, observava Evellin jogando.



– Planeta Terra pra Mário... – Nicholas fala estalando os dedos na frente do rosto de seu colega.



– Ham...



– Ta de olho no casalzinho né? – Lúcio falava de Paulo e Rebeca, realmente aqueles dois estavam próximos do lugar onde Mário olhava. – Vocês que não viram ontem o love que esses dois estavam lá no shopping! – essa observação causou vários comentários entre os colegas. – Caras eu vou no banheiro, to apertado demais! – falou saindo de perto de seus colegas.



– A Marcelina falou que tem uma possibilidade boa deles namorarem... – Rafael opinou.



– E você ta de olho na Marcelina também né de menor? – Nicholas comenta.



– E você sempre tem que lembrar que sou baixinho! – Rafael fala baixando a cabeça e despertando risos.



– Aí Jaime, o de menor ta safado pra caramba também! – Nicholas comentou novamente, mas não recebeu resposta de seu colega. – Você ta bem? – perguntou ao perceber a tristeza do jovem.



Jaime não se continha, decepção, tristeza, esperanças destruídas, ele achava que Maria Joaquina não gostava dele e pior que ela só queria brincar com seus sentimentos, lágrimas começaram a escorrer de sua face.



– Isso é choro? – Nicholas pergunta novamente.



– Não... Eu to bem, é só um cisco no meu olho... – responde com dificuldade.



– Mas nos dois? – observação de Mário.



– Fala o que ta acontecendo Jaime, você ta com alguma dor? – Daniel pergunta.



– Já falei que eu to bem! Caramba gente me deixa quieto! – responde rispidamente, subitamente o garoto escuta uma voz delicada.



– Jaime... – o garoto levanta sua cabeça e vê Evellin. – Você ta legal garoto? – é nítida a preocupação da moça.



– Vocês querem saber, eu to com dor sim... Minha barriga ta doendo muito e eu não sei o que é... Não é vontade de ir ao banheiro, não é fome, é algo que eu não sei e doi bastante! – ele fala quase gritando, inventou uma dor para justificar suas lágrimas.



– Então deve estar doendo muito mesmo! Você ta chorando demais! – Rafael observa.



– A não... E se for apendicite?! – dizeres de Daniel.



– Deus do ceu! Eu já tive isso e realmente a dor é insuportável! – Evellin fala muito preocupada. – Vem comigo, nós vamos na enfermaria agora! – falou de forma muito convincente puxando o gordinho.



– Coitado do bochechudo! – Nicholas falou.



– Não queria estar no lugar dele, meu pai também já teve isso e ele disse que é horrível! – observação de Bernardo.



– Temos que ter pensamento positivo, o Jaime vai ficar bem! – palavras de Daniel.



De longe Mária Joaquina viu toda aquela cena, a tristeza que ela sentia era grande demais e explodiu em lágrimas quando Evellin saiu com ele, foi até o banheiro para que ninguém a visse chorando, lavou seu rosto para tentar disfarçar de alguma forma, olhou seu reflexo no espelho e disse:



– Por que eu não disse que o amava ontem...? Eu o perdi pra sempre...



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Notas finais do capítulo

Acharam que ia ser fácil assim? Tem muita confusão pra acontecer ainda, meu lado cruel nunca deixaria que as coisas fossem fáceis!
Até o próximo!