O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 14
Dois encontros inesperados


Notas iniciais do capítulo

Sinceramente, na minha opinião de autor, até esse momento esse é o capítulo mais interessante, mas não é exatamente o que os leitores estão esperando... Preciso agradecer a AdiKun774 por também favoritar minha história e a Jackson Miranda por recomendá-la, vocês leitores sabem fazer um autor em aprendizagem feliz!
Boa leitura!



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Capítulo 14; Dois encontros inesperados

Quando a chuva terminou já era quase noite, bastou que ela cessasse para que Bernardo, Alicia, Paulo e Mário saíssem da casa abandonada.

- É uma pena, mas com toda essa chuva é mais provável que a pista de skate tenha virado uma piscina. – Alicia fala.

- Não tem problema, o ano tem trezentos e sessenta e cinco dias, uma hora nós vamos conseguir andar de skate lá. – Bernardo falou em tom de piada. – E vocês dois, vão quebrar umas janelas ainda?

- Nada, eu to com fome! – Mário exclama.

- Nenhum de nós pensa direito com fome, eu também vou pra casa, posso perturbar a Marcelina lá o que é tão divertido quanto quebrar janelas. – Paulo falou fazendo piada.

- Coitada daquela menina. – dizeres de Alicia. – Bem garotos, vou indo, até amanhã.

- Eu também vou indo, meu pai deve estar doidinho porque eu não tava em casa durante esse chuvão! – Bernardo falou.

- Até amanhã pra vocês, até amanhã Paulo. – Dizeres de Mário. – Ainda tenho que passar na casa do Daniel pra ele me ajudar nuns exercícios...

- Eu vou colar da Marcelina mesmo! – Paulo falou fazendo seu colega rir. – Falou cara, até amanhã. – se despediu e também se foi.

Paulo caminhou despretensiosamente pela rua sentido sua casa, não demorou tanto pra chegar, chutava uma lata e olhava para o chão, quando olhou pro portão de sua casa se surpreendeu bastante.

- Mas... Que garota l-linda! – falou pasmo, na frente da portaria de sua casa estava Rebeca, usava um vestido curto, salto alto e cabelos soltos, estava muito bonita.

- Paulo?! Que bom... Eu tava te procurando! – ela falou feliz ao vê-lo, ela pulou e o abraçou no pescoço.

- O-o que você ta fazendo aqui? Vai sair com a Marcelina?

- Não me escutou bobinho? Estava “te” procurando! Vamos... Você vai me levar pra comer no shopping hoje! – falou com seu típico sorriso inocente.

- Eu...?! M-mas como eu?!

- Você sim seu bobo, ta sem fome ou eu que to feia?

- Não você ta muito gosto... Bonita! É que eu nem to arrumado, você chegou de repente e...

- Você é engraçado. – ela falou sorrindo. – Não se preocupa com isso bobinho, você já nasceu bonito, você ta ótimo! Agora vamos que eu to com fome! – falou o puxando pelo braço.

Enquanto eles saiam Marcelina olhava pela janela, Rebeca a olhou e acenou, a irmã de Paulo acenou de volta, Rebeca não sabia onde era a casa de Paulo, foi Marcelina que a informou como chegar ali.

......................................

- Sério, Irene você é muito engraçada! – Valéria falou chorando de rir.

- Não dá pra ficar séria perto dela! – opinião de Tereza que também estava com elas.

- Eu me esforço. – dizeres da jovem de mechas vermelhas, as três estavam no shopping, nesse momento apenas jogavam conversa fora e riam de tudo e todos.

- Eu não entendo como vocês tiveram medo de se enturmar com a gente? – Valéria pergunta ainda sorrindo.

- Como assim medo de enturmar?! É o segundo dia que a gente se vê e o primeiro que a gente conversa e já estamos falando mal de todo mundo depois de comprar sapatos no shopping! Eu acho que a gente se enturmou bem até demais! – Irene fala em tom de piada.

- Falando assim né? – dizeres de Tereza.

- Garotas eu não sei vocês, mas eu to com uma fome! Por que a gente não vai na praça de alimentação do shopping pra gastar mais um pouco? – palavras de Valéria em tom de piada.

- Nesse shopping eles têm uma excelente comida japonesa! – Irene fala empolgada.

- Comida japonesa? Tipo peixe cru? – Valéria perguntou.

- Você nunca experimentou?! Então é hoje que você experimenta amiga! – Irene fala.

- Sabia que essa doidinha sabe fazer comida japonesa? – a jovem de olhos azuis fala.

- É mesmo? Mas também deve ser fácil fazer, já que é tudo cru nem precisa se preocupar com essas coisas de tempo de cozimento e afins! – Valéria fala em tom de brincadeira fazendo suas colegas rirem.

- Olha só quem ta ali na praça... É aquele menino que derrubou aquele outro baixinho na quadra hoje! – Irene fala apontando.

- O Paulo?! Aonde? – Valéria pergunta empolgada olhando.

- Ali... Olha a garota bonita que ta com ele? – o jovem de mechas fala.

- Gente, é a Rebeca lá da sala! Madona mia! – Tereza fala admirada com sua colega.

- Será que eles estão num encontro? – Irene pergunta, nesse instante Valéria paralisou, sentia um frio por dentro e um calor aflorar na pele, nunca havia sentido tanta raiva antes, ao ver a ruiva com Paulo à visão da jovem ficou completamente turva.

- Acho que não Irene, se a Rebeca tivesse namorando ele ela nos contaria não é? – Tereza falou claramente na intenção de acalmar sua colega.

- Tereza, você acha que a Valéria gosta desse menino? – perguntou Irene cochichando ao observar Valéria.

- Com certeza, pela reação dela... E temos que admitir que ele é bonito... – Tereza responde também cochichando.

- É mas, você também escutou as histórias sobre ele, como a Valéria pode gostar de alguém assim?

- Não sei Irene, essa coisa de paixão é assim mesmo!

- Como o Paulo pode estar num encontro com aquela menina?! Bem que a Maria Joaquina falou que tinha gente muito oferecida naquela sala! E olha como ela ta vestida! Que raiva! – Valéria não media suas palavras.

- Quer dizer que a gente não vai comer sushi? – Irene fala inocentemente e recebe uma cotovelada de sua outra colega.

- Irene! – Tereza falou baixo em tom de repreensão e gesticulando bastante.

- Desculpa! – Irene respondeu também gesticulando.

- Óbvio que a gente não vai lá, eu não quero encontrar com eles! Não quero mesmo! – Valéria falou decidida, entretanto...

- Valéria, meninas... – uma voz conhecida chega aos ouvidos das três.

- Oi Lúcio. – Tereza e Irene responderam juntas.

- Igualzinho a mim e meu irmão. – observação dele.

- L-Lúcio?! O que você ta fazendo aqui?

- Eu soube que nesse shopping tinha uma ótima loja de artigos esportivos e eu precisava comprar umas caneleiras, só que eu acabei ficando preso aqui por causa do chuvão, será que ele já parou? Daqui de dentro não dá pra ver nada de lá de fora.

- De lá do piso superior dá pra ver a parte de fora Lúcio, é ruim estar num lugar sem conhecer né? – Irene opina lembrando que o garoto chegou à cidade há pouco tempo. – A chuva já parou sim. – a mente de Valéria diante de toda aquela situação maquinou um plano, o sorriso cruel que ela deu indicava que o colocaria em prática.

- Escuta Lúcio, você não gostaria de pagar um lanche pra uma garota bonita? – ela falou passando o braço pelo braço dele.

- Eu adoraria, mas eu sou pobre, não consigo pagar um lanche pra nós quatro. – ele falou com pesar.

- Não, é só pra mim não precisa pagar pras meninas. – Tereza e Irene se entreolharam sem saber o que dizer.

- Nós quatro podemos dividir a conta, eu realmente sou pobre, da próxima vez eu pago tudo, prometo!

- O garoto é esperto, já quer garantir o segundo encontro! – Irene opina em tom de piada.

- Tudo bem por mim e por vocês? – Valéria fala.

- Eu sou a favor de cada um pagar sua conta, não acho que seja legal alguém sempre pagar as coisas pra mim... – Tereza opina.

- Então vamos né? A praça é logo ali. – Valéria falou puxando Lúcio.

- Então agora a gente vai comer sushi? – Irene pergunta confusa.

- Sim, e tentar fazer um pouco de ciúmes também... Madona mia! – Tereza falou ironicamente seguindo o casal.

Paulo e Rebeca conversavam sobre várias coisas, riam bastante, parece que o jovem estava, enfim, mais a vontade com a garota, de repente uma voz chega aos ouvidos deles.

- E olha só é o Paulo, o garoto que tomou uns quatro chapeus pra mim hoje...

- Oi Lúcio, oi Valéria, oi meninas! – Rebeca cumprimentou, tais dizeres pareciam vibrar na cabeça de Paulo, principalmente as palavras “Lúcio” e “Valéria”, rapidamente ele se virou e viu a jovem agarrada no braço do garoto, ele cerrou os punhos na hora.

- Oi Rebeca, oi Paulo! – Valéria falou com um sorriso sarcástico.

- Oi... – Tereza e Irene responderam meio sem graça.

- Eu preciso levantar pra cumprimentar vocês melhor. – Rebeca fala se levantando, ela cumprimenta Tereza, Irene e Valéria com beijos no rosto.

- Eu não ganho? – Lúcio pergunta.

- Lógico que não, não mecho com o namorado dos outros! – a ruiva fez uma piada, Lúcio riu bastante, a própria rebeca riu, Valéria riu, mas falsamente, Tereza e Irene riram forçadamente, entretanto Paulo não riu, apenas tentou um sorriso sem sucesso, o jovem sentia muita raiva naquele momento.

- Ta vestida pra matar em amiga? – Irene faz uma observação, recebeu outra cotovelada de Tereza.

- Ai amiga, a gente precisa se produzir pra um encontro né? – ela respondeu, tais dizeres incomodaram muito Valéria.

- Valéria, meu braço... – Lúcio falou sentindo a jovem o apertar e muito.

- Desde quando vocês estão juntos? – a ruiva perguntou, a raiva de Paulo parecia só aumentar.

- Na verdade ela me puxou pra cá pra comermos alguma coisa. – Lúcio respondeu em tom de piada.

- Ta certo amiga! Eu também fiz isso com o Paulo! A gente tem que correr atrás de quem nós queremos, senão chega outra e toma ele da gente! – Rebeca opinou, falando diretamente pra Valéria.

- Gente é... Vamos deixar o Paulo e a Rebeca e vamos comer né? – Tereza fala, queria tirar os casais de perto um do outro, tinha medo de uma possível briga.

- Tem razão Tereza, Paulo fica na boa, gostaria de ficar conversando com você, mas estou muito bem acompanhado de três mulheres lindas!

- Bom apetite! – Paulo falou rangendo os dentes.

- O sushi daqui é ótimo viu gente? – Rebeca aconselha.

- Eu já sabia. – Irene responde. Depois de tais palavras trocadas os jovens se serviram, a crueldade do destino fez com que da mesa onde Valéria e Lúcio se sentaram tivesse uma visão perfeita da mesa onde Rebeca e Paulo estavam, obviamente a recíproca também era verdadeira. Irene e Tereza se sentaram numa mesa próxima de Valéria e Lúcio.

Rebeca estava empolgadíssima falando de várias coisas, porém Paulo só escutava o barulho da voz sem identificar palavra alguma, apenas concentrava seu olhar em Valéria. Na outra mesa uma situação idêntica, enquanto Lúcio estava mais que empolgado por sair com Valéria ela mal escutava o que ele falava, apenas observava Paulo de longe, igual mesmo era o sentimento que Paulo e Valéria sentiam: Raiva, uma raiva mais que inexplicável, afinal Rebeca e Lúcio não estavam fazendo nada de errado, além de Valéria e Paulo nunca terem se dado bem, suas vidas escolares eram cheias de brigas, provocações, chantagens, por que então estavam sentindo tanta raiva do outro? Como entender os sentimentos daquele momento?

- Nossa Paulo, a gente precisa ir, já ta ficando tarde, afinal amanhã tem aula né? – a garota fala olhando a hora em seu celular.

- Han...? Sim aula né? – ele responde.

- Seu bobo! Eu vou ali me despedir das meninas ta?

- Se despede delas por mim também... – depois de ais palavras dele ela se levantou e foi pra perto de suas colegas, Lúcio não estava na mesa, ele se levantou pra ir ao banheiro.

- Até amanhã amigas! – ela cumprimentou Tereza e Irene com um beijo no rosto e se despediu, depois foi até Valéria.

- Já vai embora “querida”? – Valéria perguntou tentando um sorriso.

- Já ta meio tarde, e amanhã tem aula né? Eu tenho que te contar, o Paulinho tem um jeito tão fofo... Não né? Melhor eu contar amanhã todos os detalhes do meu encontro com ele! – falou inocentemente e muito empolgada, Valéria forçava mais ainda o sorriso. – Só que eu quero escutar os detalhes do seu encontro com o Lúcio também...! Ai amiga, acho que eu to realmente apaixonada pelo Paulinho! – Valéria parecia engolir cada palavra daquela com uma dose extra de raiva. – Até amanhã. – rebeca se despediu com um beijo no rosto e voltou pra perto do Paulo, o jovem acenou e eles se foram.

- Ai que raiva! – Valéria quase gritou quando eles saíram de seu campo de visão, se levantou e se afastou um pouco, nesse instante Lúcio voltou.

- O que aconteceu com a Valéria, por que ela esta ali? Ela não parece bem... – ele perguntou preocupado.

- Deve ser alguma coisa da comida, essas coisas exóticas não fazem bem pra todos, vou lá falar com ela. – dizeres de Tereza, ela sabia o que estava acontecendo, mas disfarçou para Lúcio. Ela chegou a sua colega e lhe tocou no ombro.

- Eu quero ir embora Tereza, cansei de shopping por hoje... – uma lágrima corria de seu rosto.

- Ô amiga... Deixa eu te contar uma coisa que minha nona sempre me disse: “Quando a gente quer muito uma coisa à gente precisa batalhar por ela, precisamos correr, perseguir nosso objetivo para conseguirmos”, tenho certeza que a Rebeca também já escutou algo parecido.

- O que você quer dizer com isso?! Você acha que eu sinto alguma coisa pelo Paulo? Pois eu te digo que...

- Não amiga, eu não quis dizer isso... Só não quero te ver sofrendo e chorando como to te vendo agora, você tem sido tão legal comigo... – nesse instante que Valéria percebeu que estava chorando.

- Eu realmente quero ir embora... – ela falou caminhando pro lado de Irene e Lúcio, ela chega perto do rapaz e se apoia em seu peito, ele a abraça. – Eu não to me sentindo bem, será que você pode me levar pra casa?

- Claro que sim Valéria, quer que eu te compre um remédio? – ele pergunta preocupado.

- Não precisa, só me abraça e leva pra casa. – a tristeza dela era evidente.

- Que tenso! – Irene fala.

- Nem me fale! – dizeres de Tereza.

Paulo e Rebeca pegaram um ônibus, em pouco tempo chegaram à casa da moça, ele não sabia onde era e por isso ela o guiou pelas ruas, caminharam rindo bastante falando coisas engraçadas de qualquer ponto de vista.

- Chegamos Paulo, minha casa... – era uma casa simples, qualquer um com um pouco de noção entenderia na hora que a menina é bem pobre e só está na escola mundial como bolsista. – Você deve estar se perguntando como eu posso ter um vestido bonito assim morando numa casa dessas né? Na verdade eu tenho esse vestido há muito tempo sabe? Minha mãe é costureira e sempre reforma ele pra parecer diferente, ela é muito talentosa! – ela fala com um pouco de tristeza na voz.

- Não precisa me dar explicações... Sabe você é tão diferente? Você deve ter escutado histórias sobre mim, eu costumo ser mal com todo mundo, mas com você eu simplesmente não consigo. – ele fala.

- Porque o malvado Paulo de quem falam está amolecendo! – ela fala com seu sorriso inocente, de repente ela pula abraçando o pescoço dele e lhe dá um selinho nos lábios, o garoto se surpreendeu muito!

- É...É...É...

- Até amanhã P-Paulo. – ela se despediu em tom de piada com seu típico sorriso inocente, fazia referência à gagueira momentânea que o garoto teve na primeira vez que se viram. Paulo esperou ela ir até a porta e entrar em casa, depois se virou e foi embora, apesar de seu encontro ele só conseguia pensar em uma coisa: “Aquele folgado daquele Lúcio! Eu vou acabar com ele! Ta saidinho demais pro meu gosto!”


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Notas finais do capítulo

Até então esse é o maior capítulo que já fiz, mas não acho que tenha ficado massante, como eu já disse na minha opinião até esse momento da história esse é o capítulo que mais acho interessante...
Até o próximo!