O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 11
Reflexões


Notas iniciais do capítulo

Novamente venho agradecer, muito obrigado a MomozonoGilr por favoritar minha fic, é surpreendente saber que as pessoas estão gostando da minha história.
Só pra comentar, ontem eu achei hilário na novela o Jaime cuidando da nenenzinha, eu ri muito do ogro master em um momento papai responsável! kkkkkkkkkkk!
Boa leitura!



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Capítulo 11: Reflexões

“Será que o Nicholas vai vir aqui de novo hoje? O que será que ele faz lá dentro? Será que ele realmente é um criminoso?” Adriano pensava a frente daquela casa estranha em que viu Nicholas entrando no dia anterior, o garoto havia chegado em casa e logo saiu pra espionar, sua curiosidade e sua imaginação eram grandes demais, tanto que nem comeu. Como esperava seu colega chegou e adentrou aquele lugar, pelo horário também não tinha almoçado, como aqueles dois outras pessoas também não conseguiram almoçar naquela tarde, porém, ao contrário deles, essas pessoas não tiveram fome, nada a ver com opção.

- Qual é o problema Rafael? Por que você não consegue comer? – uma das irmãs mais velhas do baixinho falava com ele, estavam em seu apartamento e ela, num raro momento de folga, decidiu cozinhar para seu irmão. Rafael era bom de garfo, sua circunferência abdominal confirmava isso, o fato dele não comer despertava muita curiosidade na irmã.

- Eu só to sem fome Lia. – ela é uma mulher de trinta anos, tem os olhos iguais aos de Rafael, é uma mulher esbelta, cabelos da mesma cor dos de Rafael, porém bem alisados.

- É por causa do que aconteceu na educação física não é? Amanhã mesmo eu vou naquela escola tirar satisfação, ninguém vai bater no meu irmãozinho assim! – falou indignada.

- Ninguém me bateu Lia, foi um acidente, futebol é esporte de contato essas coisas acontecem!

- Então por que você ta sem fome?

- Eu não sei... Queria que o pai tivesse aqui... – fala com pesar.

- Você ta sentindo falta do pai e da mãe né? – ela fala abraçando o menino.

- Não é bem isso, é que eu queria mesmo conversar com o pai... Coisa de homem sabe?

- Se ele e a mãe estivessem aqui talvez às coisas fossem mais fáceis, mas eles estão nos olhando do céu, eles sempre vão olhar por nós...

- Você fala comigo como se eu fosse uma criança... Todo mundo me superprotege só porque sou o caçula e ainda sou baixinho...

- Ta bravo comigo Rafael? – a irmã pergunta receosa.

- Não é nada com você Lia... Olha eu vou pro meu quarto ta? To sem fome mesmo...

- Quer que eu te avise quando a Ju chegar? – Lia se referia a sua irmã, a que é mais nova que ela e mais velha que Rafael.

- Não, só quero ficar sozinho. – depois de tais dizeres foi ao seu quarto, o jovem não parava de pensar no quase beijo que ele deu em Marcelina, nunca havia se sentido daquela forma antes, ele só pensava na garota, sentia por ela algo que era um misto tão grande de sentimentos que não sabia definir se era bom ou ruim, “Pai se o senhor tivesse aqui talvez pudesse me ajudar a entender o que ta acontecendo? Será que eu to gostando da Marcelina mesmo?”

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- O que ta acontecendo meu gordinho? Você mal tocou a comida... – a mãe de Jaime fala preocupada o vendo rodar o garfo no prato sem levá-lo a boca.

- Eu só to sem fome mãe...

- Eu ouvi isso mesmo?! Meu menino sem fome?! Repete pra eu escutar melhor... – o pai do garoto fala em tom de piada.

- Desculpa pai, mas hoje eu não to tão bem humorado... É muita coisa da escola na minha cabeça sabe?

- Agora eu to preocupado mesmo! Você perdendo a fome por conta de escola?! – o pai se pronuncia novamente.

- Não fala assim do meu gordinho Rafael, ele ta triste! – a mãe repreende.

- Eu vou pro meu quarto... Tenho dever pra fazer... – o garoto fala se levantando. –tais dizeres de Jaime causaram um espanto imenso em seus pais.

- Tem algo muito estranho com esse garoto, dever de escola?! Desde quando ele esquenta a cabeça com isso? – o pai opina.

- Cada dia que passa eu tenho mais certeza...

- De quê?

- De que nosso gordinho ta apaixonado Rafael! E aposto que é por aquela menina que te falei, aquela do telefone.

- Isso explica o comportamento estranho dele... Sabia que meu filho não ia negar o sangue, ele é macho! – o pai falou com orgulho.

- Rafael! – a mãe do garoto fala em tom de repreensão.

- O que eu disse demais?

Em seu quarto Jaime se deita em sua cama e olha para o beliche de cima, “Por que eu não consigo parar de pensar na Maria Joaquina? Desde aquele dia, no terceiro ano, que minha mão e a dela se encostaram que eu não consigo parar de pensar nela, o pior é que parece que cada dia penso mais... E hoje? Hoje a mão da gente se tocou de novo, a mão dela é macia e quente... Ai que droga de cabeça! Pára de pensar nela!!! Será que eu to gostando da Maria Chatonilda...? Pelo menos quando estou zuando com a Evellin eu não penso na Maria... Será que eu gosto da Evellin também? Não, aquela sensação estranha dentro do corpo eu só sinto com a Maria Joaquina... O que eu devo fazer hein?” pensou desordenadamente se virando na cama de um lado para o outro, de repente ele se levanta e sai de seu quarto.

- Vai comer agora meu gordinho? – a mãe pergunta ao vê-lo sair.

- Não... Vou dar uma volta e... Daqui a pouco eu to aqui de novo. – falou saindo de casa. Jaime apenas saiu andando desordenadamente pelas ruas, queria pensar em algo que não fosse Maria Joaquina, mas era tão difícil, quase impossível, difícil de definir o que estava sentindo por ela, se era bom ou ruim, talvez os dois ao mesmo tempo.

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- Marcelina... Marcelina... – a mãe chamou batendo na porta do quarto da garota.

- Oi mãe...? – ela responde de lá de dentro.

- Minha filha você mal tocou na comida, você ta bem?

- To mãe, não se preocupa. – a menina falou, nesse instante a mãe saiu de perto da porta e foi até seu outro filho.

- Paulo por que sua irmã ta estranha? É por causa daquele tal de Rafael?

- Só pode ser, ela ta toda cheia de não me toques depois que esse menino caiu na quadra e se machucou!

- Por quê? O que aconteceu pra ele cair?

- Ele é um jogador péssimo! Ele tropeçou nele mesmo e caiu, daí a Marcelina ficou toda preocupada com ele, até o levou na enfermaria...

- Ela deve estar mesmo gostando desse menino... Continua vigiando sua irmã ouviu Paulo?

- Pode deixar mãe, por mim aquele Rafael nem chega mais perto da Marcelina!

- Estão falando de mim?! – a voz da garota chega aos ouvidos deles os surpreendendo.

- Só estou perguntando pra seu irmão como foi o dia dele na escola... Não quer me contar como foi o seu?

- Não aconteceu nada demais. – ela respondeu disfarçando, Marcelina ouviu parte da conversa não com nitidez, sua mente focou em duas palavras: “vigiando” e “irmã”, “Será que eu entendi direito? Minha mãe mandou o Paulo me vigiar? Não, não pode ser, minha mãe nunca faria isso...” concluiu, mesmo com muitas dúvidas sobre o que escutara não acreditava que sua mãe faria algo como aquilo.

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- Maria Joaquina, a Joana fez seu prato favorito e você nem tocou na comida... O que ta acontecendo? – a mãe de Maria Joaquin pergunta preocupada.

- Eu to sem fome mãe, mais tarde eu como. – a garota responde se levantando. – Com licença. – ela segue até seu quarto.

- Você consegue entender isso Joana? Ela não almoçou ontem, não almoçou hoje, se continuar assim ela vai ficar doente se já não estiver.

- Pelo menos ela fez lanches senhora.

- Ainda bem não é?

- Se me permite dizer senhora, eu acho que ela ta apaixonada.

- O quê?! Você acha que minha filha ta gostando de alguém?!

- Quando eu era da idade dela me sentia do mesmo jeito quando tava apaixonada, sem fome, dispersa...

- Agora que você falou... Eu também era assim... Ai Joana, se for isso mesmo eu não sei se fico feliz ou preocupada.

- Como assim senhora?

- Paixões nessa idade são muito intensas, mal entendidos podem causar muita dor, por outro lado é mágico entender o que acontece dentro de nossa cabeça.

- É verdade senhora.

- Tomara que minha filha fique bem.

No quaro Maria Joaquina pensava em um milhão de coisas, porém o nome Jaime imperava em todas elas, “Que raiva que eu tenho daquele grosso do Jaime! Principalmente quando ele ta com aquela Evellin! Ele faz um par perfeito com ela, sempre que estão juntos estão sorrindo, já comigo é Maria Chatonilda isso, Maria Chatonilda aquilo... Não queria pensar nele, por que eu não posso pensar no Daniel? Ele sim é um garoto educado, inteligente... Mas o Jaime é divertido, altruísta... Mas que droga! Eu to gostando daquele garoto grosso!” depois de tais pensamentos ela se levanta e sai do quarto, assim como Jaime ela saiu de casa e começou a vagar sem rumo, tentava esquecer o garoto que insistia em permanecer em seus pensamentos.

Ela parou debaixo de uma árvore próxima a uma cerca verde, se sentou e deitou a cabeça sobre os braços, “Jaime... Acho que gosto de você há mais tempo que imagino, a mão dele é grande e quente, o olhar dele é tão gentil! Talvez se eu tivesse tratado ele melhor, não ofendesse a família dele... Agora não adianta, ele ta com aquela Evellin!” pensava isso quando sentiu uma gota em sua cabeça, ela estranhou e olhou pra cima, de repente uma forte pancada de chuva começou, muita água caiu em pouquíssimo tempo.

- Que chuva é essa?! – ela se perguntava olhando onde poderia se esconder, a sua frente um grande campo de futebol, na sua lateral não via lugar algum que pudesse se esconder, decidiu atravessar a rua, porém sua cabeça não estava em um bom momento, não se lembrou de olhar antes de atravessar, no meio do caminho uma luz forte chegou em seus olhos, um som de buzina forte chegou em seus ouvidos, ela olhou assustada um carro se aproximando muito rapidamente dela. A garota não gritou, não teve tempo, não teve tempo de nada, nem de falar, nem de respirar, nem de pensar, por aquele instante viu a morte a sua frente, somente fechou os olhos e a aguardou...


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Notas finais do capítulo

Rolou um suspense no finalzinho! Pobre da maria Joaquina... E essa fome desse povo que some de repente? como ficar sem almoçar?! cada coisa...
Até o próximo!