O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 10
Sentimentos confusos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/327409/chapter/10

Capítulo 10: Sentimentos confusos

- Pronto, não foi nada além de um susto. – a enfermeira fala passando um remédio no cotovelo do garoto, ele estava numa maca dentro da enfermaria, a porta da sala estava Marcelina que não escondia sua preocupação.

- Tem certeza doutora? Ele ta bem mesmo? – a menina pergunta.

- Ta sim, ele só ralou um pouco.

- Eu disse enfermeira, só que todo mundo fica me super protegendo só porque eu sou... Baixinho... – o último dizer proferido olhando pra baixo.

- Não saia daí, vou na outra sala pegar um curativo. – fala a enfermeira antes de sair, nesse instante Marcelina se aproxima de Rafael e se senta na maca.

- Que bom que não foi nada demais, eu fiquei preocupada. – ela falou séria, porém seus dizeres causaram risos nele.

- Desculpa, é que você fez igual minha mãe fazia, ela, se tivesse visto eu caindo daquele jeito, também teria pirado!

- Não fica rindo de mim! Você podia ter se machucado sério! – sem perceber uma lágrima escorreu pelo rosto da jovem.

- Marcelina quê isso?! Não precisa chorar por minha causa. – falou fazendo um gesto gentil limpando a lágrima dela com sua mão. – Não chora, você fica muito mais bonita sorrindo. – falou sem pensar olhando fixamente nos olhos dela, de maneira instintiva seus rostos começaram a se aproximar, seus lábios foram ficando mais perto a cada milésimo de segundo, seus olhos se fecharam, já conseguiam sentir a respiração do outro, porém...

- Ei vocês dois, o que pensam que estão fazendo? – a enfermeira pergunta adentrando a sala.

- É... É... É que... – Rafael fala muito vermelho tentando disfarçar.

- É... Eu tava vendo se ele bateu a cabeça sabe enfermeira? – Marcelina fala igualmente envergonhada.

- Sei... – a enfermeira fala ironicamente. – Pode voltar pra sua aula menina, eu só vou colocar uns curativos e depois ele vai voltar também.

- Ta né...? Então depois a gente se fala Rafael... – Marcelina continuava com muita vergonha.

- Até... Até depois... – Rafael responde enquanto ela saia da sala, ela seguiu reto pelo corredor e virou a esquerda normalmente, observou se alguém estava perto e constatou que não havia ninguém ali, se abaixou apoiada na parede e pôs as mãos na cabeça, “O que ta acontecendo comigo?” pensou.

................................................

- Tem que ser o mal educado do Paulo pra fazer uma coisa assim com o menino! – falou Maria Joaquina.

- Também não é pra tanto, o Rafael nem deve ter se machucado tão sério... – Valéria opina.

- Valéria?! O menino poderia ter quebrado o braço e os dentes...! – Alicia fala.

- Será que o Paulo pode ser suspenso por isso? – Rebeca fala visivelmente preocupada, tais palavras não agradaram Valéria. Interessante notar que a ruiva usava a cartola de Nicholas e os óculos de Bernardo.

- Pior que acabou completamente o clima da educação física, e eu tava me divertindo no vôlei... – Tereza fala.

- Mas você é a única que sabe jogar, também você é alta né? – Valéria opina em tom mais descontraído.

- É que eu gosto de vôlei... Eu vou treinar uns saques, se chegar alguma notícia do Rafael vocês me contam, por favor? – dizeres de Tereza.

- Pode deixar. – Maria Joaquina fala com feição de nojo.

- Eu vou com você Tereza. – Alicia fala.

- Eu também, não é todo dia que tem educação física então a gente tem que aproveitar né? Mesmo que estrague o penteado de meu cabelo liso original! – fala Irene em tom de piada fazendo as outras garotas rirem, menos Maria Joaquina.

- Não suporto essa tal de Tereza! – a garota rica fala nervosa.

- Deve ser porque todos os meninos falam que ela é mais bonita que você, além de ser boa em vôlei! – Valéria fala provocando sua colega.

- Cala a boca Valéria! – Maria responde mais nervosa ainda.

...........................................

- Que canseira... Não querendo falar mal, mas pelo menos o tombo do Rafael serviu pra gente descansar um pouco. – falou Lúcio sentado no primeiro degrau da arquibancada, a sua esquerda seu irmão, a sua direita Nicholas, ambos muito ofegantes, o cabelo cacheado de Nicholas estava todo desarrumado.

- Vocês se cansam muito rápido, são umas mocinhas mesmo! – Paulo fala.

- Fica quieto seu medroso! Depois nós três corremos o triplo de vocês! – Nicholas afirma.

- Vocês três jogam muito bem! Se vocês entrassem no time do bairro dificilmente alguém nos venceria... – Daniel opina.

- Meu irmão e o Nicholas jogam bem mesmo, eu sou mais ou menos... Coitado de mim pra jogar igual o Lúcio. – Bernardo fala.

- Mesmo jogando “mais ou menos” como você diz você ainda é melhor que a gente. – Daniel fala novamente.

- Melhor que eu com certeza. – Adriano opina.

- Eu não gosto de admitir, mas vocês também são melhores que eu. – dizeres de Mário.

- Nada a ver, eu não vi nada demais, eu sou bem melhor que eles! – Paulo fala novamente.

- Então você tava de olhos fechados quando tomou aquele monte de dribles do Lúcio. – Mário fala provocando. – Já sei você ta falando em ser melhor em quebrar os outros só pode, o Rafael que o diga.

- Por que vocês não param de falar naquele salva vidas de aquário? – Paulo questiona nervoso.

- O Jaime ta quieto hoje né? Ele não falou nada até agora sobre a rachada do Paulo no Rafael. – Adriano faz uma observação.

- Isso porque ele ta lá em cima com a Evellin. – Nicholas afirma, Adriano então olha no alto da arquibancada e vê Jaime caminhando pro lado da jovem jogadora.

- A é... Nem tinha percebido acredita?

- E você acredita se eu te disser que isso não me surpreende? – dizeres em tom de piada de Nicholas.

Lá no alto da arquibancada Evellin está sentada jogando seu vídeo game portátil, Jaime se aproxima dela devagar e silenciosamente, se senta do lado direito dela.

- E aí Evellin o que achou de mim como goleiro? – Ele pergunta falando alto tentando assustar a moça.

- Ei Jaime, desculpa eu não prestei atenção no seu jogo, só vi quando aquele menino louco derrubou o outro... Jaime, você ta perto demais e ta todo suado sabia? – os dizeres dela abriram um sorriso maléfico nele.

- Isso é porque eu to muito triste pelo meu colega que se machucou, preciso de um abraço. – o garoto faz um movimento pra abraçar a jovem, estava claramente brincando com ela.

- Não... Sai fora Jaime... Eu não vou abraçar ninguém... Não... Jaime!!! – ela falava empurrando ele de todas as formas possíveis. – Não se aproxime de mim! – fala se levantando. – Eu tenho um vídeo game em mãos e não tenho medo de quebrá-lo na sua cabeça! – ela falou em tom de piada.

- Não faz isso Evellin! – Mário fala se aproximando deles. – Não quebre um video game bom como esse na cabeça do estranho do Jaime! – dizeres que despertam risos nela.

- É por isso que eu respeito às amizades, sempre podemos contar com elas! – Jaime fala ironicamente.

- O que você sugere garoto? – a moça pergunta.

- Chuta ele no gol ele é redondo mesmo. – Mário opina.

- Me chamou de gordo, isso me deixa deprimido, preciso mais ainda de um abraço! – ele fala fazendo menção de abraçá-la de novo.

- Não... Pára Jaime! – ela fala quase gritando, o gordinho pensava: “Pelo menos zuando com a Evellin eu paro de pensar na Maria Joaquina!” essa, por sua vez, ainda estava no primeiro degrau da escada com suas colegas, observou toda aquela cena muito transtornada.

- Vou te contar, mais insuportável que aquela Tereza só a tal da Evellin! Aquela oferecida! – a garota rica fala sem pensar.

- Você acha? Ela me parece legal. – Rebeca opina sobre o comentário de sua colega a surpreendendo.

- Com licença meninas, eu vou ver como está o Rafael. – Maria falou tentando disfarçar e saiu em sentido a entrada da quadra, Rebeca olhou pra ela, olhou pra Evellin e pra Jaime e falou:

- Tem certeza Valéria que ela não gosta do tal do Jaime?

- Absoluta! Eles se detestam!

- Então ta né? – Rebeca não estava convencida.

Enquanto Maria Joaquina saía da quadra Jaime a observava, foi instintivo, não queria olhar, mas olhou, a acompanhou com seus olhos por toda aquela breve caminhada.

- Ainda bem que você desistiu de me abraçar, eu não abraço ninguém suado! – Evellin falou acordando o garoto do transe momentâneo.

- Quem disse que eu desisti? – falou rindo maleficamente, entretanto, dessa vez, seu corpo estava ali, mas sua mente estava longe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é foi quase, se não fosse a enfermeira o Paulo ia ficar com muito mais raiva do Rafael... É a vida...
Até o próximo!