-Narrado por William-

Nunca imaginei que ia me sentir desse jeito por nenhuma mulher na vida. Mas estou sentindo completamente radiante com Penny.

Penny é incrível. Tanto na cama como pessoa, nos divertimos bastante juntos e por mim poderia ficar aqui para sempre com ela e mais ninguém, mas amanhã teremos que voltar para a vida real. Estamos pensando em manter em segredo por enquanto o nosso atual relacionamento e apenas depois revelar que estamos apaixonados. No momento estamos em um restaurante, eu e ela. E a garçonete está vindo trazer os nossos pedidos. Notei que desde que chegamos aqui a garçonete não parou de me dá mole, mas vou me manter calmo e vou tentar não olhá-la, afinal está tudo tão bem entre eu e Penny, que nem ligo se essa garota está me dando mole ou não... Ai meu Deus!! Ela acabou de deixar em cima da mesa um guardanapo com  número do telefone dela e tem algo escrito, mas eu não vou lê. Vou pegar o papel disfarçadamente e...

“Não vai lê o bilhete na sua admiradora nada secreta?” Pergunta Penny me encarando com um sorriso divertido.

“Não é o que...” Tento dizer, mas o que será que ela está pensando “Digo, eu não tenho nada haver com ela...”

“Eu sei.” Diz Penny sorrindo “E fico muito grata por você nem sequer tê-la olhado.”

“Por que a olharia?” Digo recuperando minha confiança “Tenho você. Não preciso olhar para mais ninguém.”

“Ah...” Diz Penny se levantando de sua cadeira e vindo até mim, onde me tascou um beijão.

Depois ela sai de cima de mim dizendo: “Vingança comprida.”

Ela ajeita a roupa e conclui: “Quero ver agora aquela lambisgóia dar em cima de você.”

Olho para trás e ali estava a garçonete fuzilando Penny com os olhos. Deus, essa mulher é do mal, e eu adoro.

“Você é má, Penny.” Digo à ela.

“Tenho que proteger o que é meu.” Diz ela terminando de comer.

“Eu sou seu, então?” Pergunto com o meu sorriso mais provocante de todos.

“É.” Diz ela em tom de posse.

“Então por que a gente não sai daqui e vamos dar um passeio de barco?” Pergunto-a e ela imediatamente sorri para mim.

Nós saímos do restaurante e fomos dar um ‘passeio’ de barco. Pennelope tem uma lancha e por um acaso ela também sabe dirigi-la. A gente transou pacas no barco, que chegou uma hora que fiquei com medo da pobre lancha virar, de tanto que a gente chacoalhava a pobre coitada.

“Amor...” Digo querendo contá-la da minha mais recente decisão.

“O que é?” Ela me pergunta com os olhos brilhando de curiosidade.

“Eu tomei uma decisão.” Digo e ela imediatamente se enrola em um lençol e senta-se na minha frente na cama.

“Decisão?” Ela me pergunta intrigada “Que decisão? Espero que não seja um pedido de casamento, pois ainda está muito cedo, não acha?”

Rio por alguns segundos e depois me mantenho sério continuando o que estava a dizer: “Não, não é um pedido de casamento. É só que estava pensando em sair do Pheonix.”

“Sair? Achei que fosse seu sonho entrar lá...” Diz Penny.

“Era... Até conhecer você.” Digo “Digo, acho que a minha vida inteira quis entrar no Pheonix pensando que lá iria ter algo que me completaria e eu achei isso.”

Os olhos de Penny me avaliavam e continuei: “E era você. Mas agora que achei, decidi tentar o New York Times.”

“O New York Times?” Pergunta Penny um pouco ofendida “Você vai me trocar pelo New York Times, Will?”

“Não!” Digo-a o mais pacientemente que posso “Será que não vê que assim vamos conseguir conciliar nossas vidas? Trabalharemos e no final do dia nos encontraremos e...”

“Você está com medo que eu seja ‘grudenta’?” Ela pergunta.

“Não, eu só quero... Eu só quero ser alguém, um jornalista de verdade.” Diz ele “Não quero ficar na sombra de Pennelope Styles.”

“Will, você é competente o suficiente para...” Interrompo-a.

“Você sabe que dividir não deu muito certo.” Diz Will “E de qualquer forma eu já fiz o que seu pai tanto queria, tirei parte de você do trabalho.”

“Há quanto tempo vem pensado nisso?” Pergunta ela com o olhar voltado para os lençóis.

“Desde do inicio da semana.” Digo.

Ela me encara e abrindo um meio sorriso diz: “Vou te ajudar, então. Tenho alguns contatos no New York Times e posso te indicar.”

“Ótimo!” Digo feliz por ela ter me compreendido e também aceitado me ajudar.

“Na verdade, vai ter um encontro entre os maiores jornalistas da cidade e políticos... e eu fui convidada, é claro, e tenho direito a um acompanhante. Eu ia levar o Danny, mas na época eu não tinha um namorado... Então, o que você acha?”

“Quando será a festa?” Pergunto.

Pennelope rir me corrigindo de que aquilo não seria uma festa e sim um encontro de blá, blá, blá e eu a calo com um beijo. Ficamos o resto do dia ali namorando, até o dia seguinte chegar e nos arrastar para a vida real.