Cant Stop Thinking About You escrita por Bru20014


Capítulo 13
A Verdade Pode Doer




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-Narrado por William-

 

Sem dizer nada entro no elevador apertando o botão para que as portas se fechassem novamente.

"Indo embora mais cedo?" Pergunto à Pennelope sem ao menos encará-la.

"Encontro de negócios." Diz ela, mas posso sentir a mentira em sua voz forçada.

Ficamos em silêncio por uma fração de segundos até que quebro o nosso silêncio: "Então é assim mesmo que a gente fica?"

"Você dormiu com ela?" Pergunta ela secamente encontrando o meu olhar, que deixou nitidamente transparecer minha resposta, mas ainda tinha esperanças de que ela não percebesse, o que é claro, não foi o que aconteceu "Então, não há mais 'a gente'."

A porta do elevador se abre,e me enfureço soltando, a seguindo pelo hall: "Nunca houve, não é Pennelope? Você só me usou, não é mesmo?"

Ela se virou para mim com a expressão mais incrédula que jamais havia presenciado na vida, mas mesmo assim concluí: "Você foi muito sacana, Pennelope."

"Do que você ta rindo?" Digo incomodado com a risada repentina dela, até que ela para com um sorriso irônico nos lábios...


"To rindo da idiota que fui." Disse ela "A sacana aqui arrumou o emprego dos seus sonhos pra no mesmo dia descobrir que você só me usou... Tudo que você queria de mim era a minha influência, não é?"

"Do que você está falando?"  Perguntei confuso. Como assim eu a usei? Achei que fosse o contrário...


"Não se faça de cínico." Diz ela nitidamente furiosa "Ou melhor, porque não pergunta a sua amiguinha puta e ao seu chefinho?"

Ela se vira para ir embora, mas a seguro pelo braço forçando-a a olhar no fundo dos meus olhos: "Pennelope, do que você está falando?"

"Do que eu mesma o ouvi dizer à puta da Kelly." Disse ela se soltando de mim "Tenha uma boa vida."

Ela me deu as costas seguindo seu caminho para longe de mim.

 

Não estava entendo mais nada, como assim eu a usei? De repente uma coisa me vem a cabeça, lembro de Kelly ter comentado de relance algo de eu ter usado Penny ou sei lá, mas na hora estava tão chocado com as informações que não respondi algo realmente coerente à Kelly, na verdade acho que disse ‘é’... Ou qualquer coisa do gênero. E agora Pennelope acha que eu sacaneei ela? Tenho que tirar essa história a limpo com a Kelly.

 

Fui até o escritório do New York Times, mesmo não começando a trabalhar lá hoje e procuro Kelly, quem não foi muito difícil de encontrar.

 

“Kelly!!” A chamo fazendo-a me encarar imediatamente com um sorriso promiscuo nos lábios.

 

“Gostoso...” Diz ela sorrindo vindo até mim “Você não só começava amanhã?”

 

“É...” Digo coçando a cabeça imaginando como a perguntaria tal coisa “Mas não vim aqui para trabalhar.”

 

“Will, meu expediente só acaba às 18h00min.” Diz ela como se me alertasse.

 

“Não é isso.” Digo já mais encorajado “Eu só quero saber se falou algo sobre eu usar Pennelope para ela.”

 

“Bom, mais ou menos.” Diz Kelly sorrindo.

 

“Como assim ‘mais ou menos’?” Pergunto à ela.

 

“Lembra de quando te disse que era meu ídolo, pois havia usado a naja?” Me relembra Kelly, me fazendo ter uma memória distante sobre o assunto, quase irreal.

 

“Mais ou menos.” Respondo pensativo.

 

“Bom, a Pennelope escutou tudo e o chefinho...” De repente Kelly trava percebendo que já falara demais.

 

“E o ‘chefinho’ o que?” Pergunto com os olhos perfurando-a “Diga, Kel!!”

 

“Ele reforçou a mentirinha, é isso.” Diz Kelly “Mas só não conta à ele, que fui eu quem te contei, ok?”

 

Não respondi nada. Não podia responder nada. Como pude ser tão estúpido? Isso muito provavelmente quer dizer que Pennelope nunca...

 

“Kelly, a Pennelope realmente já despachou outras pessoas pra cá?” Pergunto-a “Esse era mesmo o objetivo dela comigo ou foi só mais uma mentira.”

 

Kelly engoliu seco e me deu um sorriso amarelo dizendo: “Bom, eu tenho que voltar ao trabalho, conversamos outro dia, ta?”

 

Mas antes que ela pudesse me dar as costas e fugir do assunto, pego-a pelo braço com brutalidade.

 

“Ai!” Reclama ela “O que é isso, William? Me solta!”

 

“Assim que me disser a verdade.” Disse à ela furioso.

 

Ela me olha nitidamente amedrontada e me lança um pequeno sorriso dizendo: “Inventamos tudo só pra ferrar com a Styles, ta legal? E não vem de sermãozinho porque aquela cobra merece, ok?”

 

“Cobra?” Pergunto incrédula soltando o braço dela “Já se olhou no espelho, garota?”

 

“Já.” Diz ela cinicamente “E gosto do que vejo.”

 

“É, mas só você.” Digo à ela “E quanto a Pennelope? Eu olho pra ela e vejo uma pessoa de verdade. Amável, cheia defeitos, mas que pra mim são mais como qualidades.”

 

“Will, eu não ligo.” Diz Kelly revirando os olhos “Dormir com você foi legal e tal, mas não ligo se gosta de Pennelope Styles ou não. Mas se gosta o mal gosto é seu e o que você está fazendo aqui ainda? Por que não vai atrás dela e para de me encher o saco?”

 

Ela estava certa. Eu tinha que ir atrás de Penny, quem provavelmente deveria estar em seu apartamento nesse momento se entupindo de sorvete pelo o que conheço dela.

 

Saio correndo e faço um sinal para o táxi, mas quando esse para. Começo a pensar, e se ela me rejeitar? E se ela simplesmente não me quiser? O que vou fazer?

 

“Vai entrar ou não?” Me pergunta o taxista irritado com a minha demora.

 

“Eu... Eu...” Não conseguirei ser rejeitado “Não.” Respondo finalmente ao taxista que não demora a arrancar dali.

 

Vou até um Starbucks e lá me sento e peço um café para a garçonete. Segundos mais tarde ouço uma voz me chamar, quando olho para cima era...

 

“Will!” Disse Cindy, minha ex-namorada.

 

“Cindy.” Digo quase com medo ao vê-la “Oi.”

 

“Olá.” Diz ela se sentando na cadeira à minha frente “Como está indo as coisas para você?”

 

“Sei lá.” Respondo sorrindo.

 

“Ai, o que houve?” Pergunta ela de repente se lembrando de algo “Ah, já sei, brigou com a tal Pennelope. Acertei?”

 

“É.” Respondo.

 

“E então o que houve?” Me pergunta ela.

 

Acabo contando tudo à Cindy, quem foi a amiga que tanto precisava naquele momento. E no final ela ainda me deu um conselho.

 

“Você quer saber o que eu acho?” Me perguntou ela.

 

“O que?” Pergunto curioso, mas não motivado.

 

“Acho que devia ir atrás dela e parar com esse medo bobo de talvez ouvir um não.” Disse ela “Amor, se você não arriscar vai ficar para o resto da vida se perguntando como teria sido!”

 

“É...” Digo vendo um ponto naquilo “Mas e se eu ouvir um não?”

 

“Will, se for pra vocês dois ficarem juntos, o destino arranjará um jeito de colocar vocês dois juntos.” Diz Cindy “Arrisca, Will.”

 

“Você está certa.” Digo me levantando e jogando uma grana qualquer na mesa “Eu vou atrás dela.”

 

“Boa sorte.” Diz Cindy sorrindo.

 

Pego um táxi e dessa vez, sem hesitar, vou para o prédio dela. Quando passo pela portaria, dou de cara com o porteiro dormindo em sua cadeira... Não, na verdade, ele estava roncando mesmo. Vou até o elevador e aperto o botão que vai para o seu andar.

 

Dou graças aos céus ao me deparar com a porta aberta e entro de fininho. Quando a vejo, tenho vontade de rir. Ela dormia em cima do pote de sorvete praticamente. Metade do seu rosto e parte de seu cabelo estavam todos sujos de sorvete e sem querer solto uma pequena fungada fazendo-a começar a se mexer. Ela abriu os olhos e me encarou espantada por alguns segundos enquanto eu dizia: "Até assim, com a cara cheia de sorvete você consegue ser linda."

Ela parecia procurar o que dizer, então se dá conta do que eu disse, apavorada pegando um pano de prato que usa para limpar o seu rosto sujo de sorvete, então se vira para mim com uma expressão engraçada que queria demonstrar seriedade e diz: “O que você acha que está fazendo aqui?”

 

Começo a chegar mais perto do corpo imóvel dela, que talvez tentasse fugir se não fosse pela bancada atrás dela e digo: “Ta um pouco sujo aqui ainda.”

 

Lambo um pouco de sorvete que tinha no queixo dela e concluo sentindo o sabor do sorvete: “Flocos?”

 

Ela me empurra um pouco para trás saindo de perto de mim enquanto dizia séria: “O que pensa que está fazendo, McKay?”

 

“Tentando ter você de volta?”

 

“Hã?” Ela pergunta incrédula e confusa.

 

“Fomos enganados.” Disse à ela “Pennelope, eu achei que você tinha me usado e fiquei com raiva, por isso dormi com Kelly.”

 

“E por isso me perdeu também.” Disse ela “Fora a parte em que você disse que me usou para Kelly.”

 

“Eu não te usei.” Disse “Armaram pra gente.”

 

Pennelope não parecia acreditar, então apelei: “O que estaria fazendo aqui sendo que já tenho o que ‘supostamente’ queria?”

 

“William, essa não é a questão.” Disse Penny “Você ainda me traiu com aquela vagabunda. Mal entendido ou não, você dormiu com ela.”

 

“Eu te amo, Penny!” Digo tentando abraçá-la, mas ela se afasta cada vez mais.

 

“E eu quero te esquecer.” Disse ela irredutível.

 

“Então, isso é um ‘não’?” Pergunto à ela.

 

“É.” Responde ela sem hesitar.

 

“Penny...” Tento colocar minhas mãos em seu rosto, mas ela dá um passo para mais longe de mim.

 

“Acabou, Will.” Disse ela “Vai procurar uma outra modelo ou vai ficar com a Kelly... Sei lá. Só me deixe em paz.”

 

Eu não tinha mais argumentos. Aquilo era um não e ela parecia ter vários argumentos sobre por que não ficar comigo enquanto eu não tinha nenhum ao meu favor. Eu fodi tudo e agora teria que arcar com as conseqüências por mais terríveis que fossem... Ou seja, não ter Pennelope Styles, a única mulher que amei de verdade.

 

“Vai embora, por favor.” Diz ela já segurando a porta para eu ir embora.

 

Vou até a porta, olho-a, mas ela olhava para qualquer outra coisa menos para mim, abro a boca umas duas vezes tentando encontrar o que dizer, mas na terceira vez tudo que sai é: “Eu... Eu realmente... Eu sinto muito.”

 

Ela me encara e diz: “Tenha uma boa vida.”

 

Sei que ela não queria realmente dizer aquilo, mas decepcionado saio pela porta dela, que imediatamente é fechada atrás de mim e antes de poder alcançar o elevador pude ouvi-la chorar.

 

Queria poder entrar lá e dizer: “Meu amor, vai ficar tudo bem” Mas não posso dizer isso, porque simplesmente ela não abrirá a porta para mim.

 

E será bem-feito, porque a verdade é que a culpa disso tudo é toda minha. Eu, o babaca, fodi com tudo que eu e Pennelope poderíamos ter vivido juntos.

 

A verdade pode doer, mas será sempre a verdade. Eu perdi a confiança dela e agora está tudo acabado por causa de um mal entendido idiota...


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Notas finais do capítulo

O próximo já será o último cap. *superansiosa*

Conto com vocês!!! Bjss!!



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