-Narrado por Pennelope-

"Parece que a rainha de gelo está de volta." Comentou uma funcionária com a outra me vendo passar com a pose e o jeito de antigamente.

"Bem vindos a era glacial." Disse um cara ao me ver passando.

Encarei-o em completo desprezo e disse: "Perdeu alguma coisa?"

"N-não." Diz ele com nítido medo.

"Sério? Só toma cuidado, então, da próxima vez para não perder o emprego." Digo seguindo para a minha mesa dando de cara com a mesa de William McKay do exato jeito em que ele a deixou na sexta.

Uma lágrima quis descer, mas não podia deixar isso acontecer, então tento me destrair com o computador e os emails, mas um deles era de Will. Era um que não tive coragem de delatar, um que ele dizia o quão perfeita, o quanto me amava... E era duro saber que tudo não tinha sido nada além de uma grande mentira.

Sou acordada dos meus emails ao ouvir uma caixa sendo depositada sobre uma mesa. Quando olho, era ele. Ele estava arrumando suas coisas e em nenhum instante seu olhar parou sobre mim. Nem o meu sobre o dele com. Excessão da vez em que acabei de citar.

O cheiro dele estava me drogando aos poucos. Queria simplesmente beijá-lo e acreditar que aquilo tudo não tinha acontecido e que ainda temos um elo inquebrável nos ligando, mas a verdade é que não temos.

Não da mais.

Me levanto da minha cadeira, pego minha bolsa e agora posso sentir ele me olhar, mas vou embora apenas querendo fugir dali. Aperto o botão do elevador, que graças aos céus não demora muito pra chegar, e entro nesse apertando o botão do térreo em seguida o que fecha as portas. Mas antes delas se fecharem completamente um pé vestido por familiares sapatos italianos impedem as portas de se fecharem fazendo-as abrirem novamente. Era ele. Os olhos azuis dele se encontraram com os meus cor de âmbar.

Sem dizer nada ele entra no elevador apertando o botão para que as portas se fechassem novamente.

"Indo embora mais cedo?" Pergunta ele sem me encarar.

"Encontro de negócios." Minto.

Ficamos em silêncio por uma fração de segundos até ele quebrar o nosso silêncio: "Então é assim mesmo que a gente fica?"

"Você dormiu com ela?" Pergunto-o secamente encarando o olhar dele que pôde me dizer mais do que mil palavras "Então, não há mais 'a gente'."

O elevador se abre e saio por ele ainda o escutando dizer: "Nunca houve, não é Pennelope? Você só me usou, não é mesmo?"

Me virei pra ele e continuei a ouvi-lo curiosa para qual seria sua desculpa: "Você foi muito sacana, Pennelope."

Não pude resistir. Comecei a rir para a surpresa dele.

"Do que você ta rindo?" Ele me pergunta e paro de rir encarando-o ainda com um sorriso irônico nos lábios.

"To rindo da idiota que fui." Disse "A sacana aqui arrumou o emprego dos seus sonhos pra no mesmo dia descobrir que você só me usou... Tudo que você queria de mim era a minha influência, não é?"

"Do que você está falando?" Perguntou ele parecendo confuso.

"Não faça de cínico." Digo "Ou melhor, porque não pergunta a sua amiguinha puta e ao seu chefinho?"

Me viro, mas ele me segura pelo braço olhando confuso no fundo dos meus olhos: "Pennelope, do que você está falando?"

"Do que eu mesma o ouvi dizer a pura da Kelly." Disse me soltando dele "Tenha uma boa vida."

Parti seguindo em frente e indo para a minha casa, onde desabei em lágrimas ao lado de um belo pote de sorvete até cair no sono e ser acordada já a noite com uma voz familiar me dizendo: "Até assim, com a cara cheia de sorvete você consegue ser linda."

Olho para vê quem era e ali estava Will de frente pra mim com as mãos no bolso vestindo nos lábios um belo sorriso sem graça.

Espera! Eu to sonhando ou algo parecido? O que diabos ele está fazendo aqui?