Bad Kids escrita por NJBC Club


Capítulo 30
Bons tempos que chegam


Notas iniciais do capítulo

Data da postagem do último capítulo + epílogo: 5 de outubro. Boa leitura!



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Bons tempos que chegam

Chuck e Blair estavam de volta à Nova York, desta vez trazendo consigo um pequeno príncipe de olhos e cabelos castanhos. Henry estranhou as altitudes marítimas e o sacolejar do navio, mas depois de vários dias a bordo, o bebê estava pela primeira vez em terras americanas junto com seus pais. O motorista da máfia havia ido até o porto para buscá-los e agora os três estavam no hall do Empire, entrando no elevador de ferro que os levaria até a cobertura de Chuck.

– Vou precisar de algumas coisas que ficaram em minha casa. – Blair disse, segurando Henry em seu colo – Pelo menos metade de meus sapatos e vestidos sob medida estão lá.

– Não se preocupe com isso agora. – Chuck disse e lhe deu um beijo no topo da cabeça – Se necessário, comprarei quantos vestidos e sapatos você quiser. Aliás, não quer que eu segure Henry um pouco? Você o trouxe no colo desde o porto e deve estar cansada.

– Tudo bem. – Blair estendeu o bebê, que estava envolvido em uma manta, para os braços de Chuck. – Segure-o com cuidado, certo?

– Waldorf, eu sei segurar meu próprio filho. – Chuck disse, e logo em seguida abriu um sorriso convencido – Ah, me desculpe, eu quis dizer Bass.

Blair sorriu e ficou na ponta dos pés para dar um suave beijo nos lábios de Chuck. O elevador fez um ding e os dois se separaram em tempo das portas de ferro se abrirem para a cobertura. Blair mal havia posto o pé para fora quando um borrão de cabelos louros lhe atacou em um apertado abraço.

– Você está aqui!! – Serena falou, animada, com os braços ainda ao redor de Blair. Enquanto as duas se reencontravam, Nate, que estava junto, foi até Chuck para cumprimentar o amigo e conhecer o seu afilhado.

– Céus, S! – Blair disse, mas retribuiu o abraço da melhor amiga com empolgação – Eu também senti sua falta!

Serena apertou Blair por uma última vez e deu um passo para trás. Ela olhou para Henry no colo de Chuck e cobriu a boca com as duas mãos para não soltar uma alta exclamação. Com os olhos azuis arregalados, Serena se virou para Blair.

– É o seu bebê??

Sorrindo, Blair confirmou com a cabeça. A loura foi até Chuck e acariciou a bochecha rosada da criança com ternura.

– Eu diria “olá, Chuck”, mas este pequenino é lindo demais para que eu preste atenção em outra coisa. – Serena disse.

– Vocês realmente fizeram um lindo menino, uh? – Nate soltou um pequeno riso – Como vai, Blair? É bom ver você de volta!

– Obrigada, Nate.

Chuck sorriu.

– Olá irmãzinha, olá Nathaniel. Conheçam Henrich Bass, ou apenas Henry, como eu e a mãe dele gostamos de chamar.

Serena adiantou-se e pegou Henry cuidadosamente nos braços. Blair foi até ela e espiou o filho abrindo os olhos para observar as novidades ao seu redor. A loura soltou um “awwww” quando o bebê abriu a boquinha para bocejar, e os dois homens na sala riram da cena.

– Ele é um charme, não? – Blair disse, admirada, ajustando a gola da roupinha de seu filho. Serena concordou, embalando Henry em seus braços, e disse:

– Eu mal posso esperar para ver o seu príncipe brincando com o meu.

Blair e Chuck arregalaram os olhos. Nate abriu um grande sorriso e colocou um braço ao redor de Serena e Henry.

– Nós estávamos esperando o retorno de vocês para contar as novidades pessoalmente.

– Eu estou grávida! – Serena anunciou alegremente. Blair soltou um gritinho animado e Chuck deu batidinhas no ombro de seu melhor amigo e sócio para lhe parabenizar.

– Eu não acredito, S!

– Eu mesma ainda não consigo acreditar!

– Parabéns, Nathaniel!

– Obrigado, Chuck, isso significa muito!

– Temos que brindar para celebrar! – Chuck disse, indo até a cozinha. Ele voltou com quatro taças e uma garrafa de champagne Dom. Cada um pegou uma taça e Chuck disse:

– Um brinde ao meu filho Henry Bass e ao pequeno Archibald que está por vir!

Todos ergueram suas taças e Chuck tirou a rolha do champagne para servir à cada um. Assim que o brinde cessou, Henry começou a chorar por causa do barulho incomum ao redor e Blair o pegou no colo novamente.

– Hey, meu amor, não chore – Ela sussurrou no seu ouvido – Coisas boas estão por acontecer.

XOXOXOXO

Após uma tarde de comemorações e conversa, Serena e Nate voltaram para casa, deixando Chuck e Blair sozinhos novamente com Henry. Enquanto Blair esteve na Itália, Chuck havia montado um pequeno quarto branco no lugar do quarto de hóspedes de seu apartamento e agora o bebê dormia tranquilamente em um lindo berço de madeira rara, sendo vigiado pela sua mãe. Chuck entrou silenciosamente no quarto e colocou os braços ao redor de Blair.

– Como ele está? – Ele sussurrou.

– Está bem. Depois que é alimentado, Henry dorme com mais facilidade. – Blair pegou as mãos de Chuck e se virou para ele – É um bom menininho que só precisa de um colo.

– Por mais que eu admire a inteligência do meu filho, devo dizer que eu sinto a sua falta de uma forma absurda e preciso de você para acalmar os meus ânimos.

Blair pousou suas mãos nas bochechas de Chuck e roçou seus lábios carinhosamente contra os dele.

– Espero que isso acalme você. – Ela o beijou levemente na boca – E que você esteja se sentindo bem.

Chuck pôs as mãos na cintura de Blair e correu a ponta do nariz pela mandíbula e o pescoço dela.

– Venha comigo até a sala. – ele plantou um beijo no ombro dela – Tenho uma coisa para lhe mostrar e não quero acordar Henry.

Blair ergueu uma sobrancelha.

– O que quer me mostrar?

– Apenas venha. – Chuck disse e conduziu Blair para fora do quarto pela mão. Assim que os dois estavam no meio da sala, Chuck puxou Blair para um forte e quente beijo. A língua dele passeou pelos lábios dela, pedindo entrada, e Blair enterrou suas mãos nos cabelos escuros dele enquanto sentia arrepios nos braços à medida que sua boca recebia a de Chuck. As línguas duelavam e os dentes mordiam o lábio alheio, e o jeito que os pulmões trabalharam para suportar aquela pressão fez com que ambos se separassem ofegando por ar. Blair sorriu, ofegante, e colocou uma mão no peito.

– Uau. – ela conseguiu falar – Isso é o que chamam de saudade?

– Eu acho que sim. – Chuck passou a mão pelos cabelos e arrumou sua gravata de linho azul. – Mas você não acha que tem algo faltando?

– Faltando?

– Sim.

Blair, recompondo sua postura, o encarou.

– Não tenho certeza.

Chuck procurou por algo nos bolsos de sua calça social Marco Piozzolin e tirou de um deles uma pequena caixinha de veludo preto.

– Não sente que sua mão ainda está leve demais?

A boca de Blair se abriu em um pequeno “o” quando viu o lindo anel de diamante branco que estava dentro da caixa

– Eu lembro que uma vez você me disse o quanto admirava a coleção de joias de Arabella Huntington e que cada anel e pulseira que aquela mulher possuía significava a perfeição pra você. Este anel é parte da coleção que foi adquirida pelos Winston após o leilão das joias dela, e ele foi modificado especialmente para você. Pedi diretamente a um dos joalheiros mais competentes dos Winston, Harry, para que substituísse o diamante amarelo por um branco. Honestamente, acho que ficou perfeito para você.

Blair sentiu seus olhos lacrimejarem.

– Chuck, eu... Eu... – Ela ofegou, radiante – Wow...É perfeito!

Chuck retirou o anel da caixinha e pegou a mão esquerda de Blair na sua.

– Eu nunca poderia pedir você em casamento e não lhe dar o anel que você merece. Lindo e elegante, assim como a minha noiva. – Ele deu um pequeno beijo nos lábios dela e escorregou o anel de diamante no dedo anelar esquerdo de Blair. Ela sentiu seu coração pular de alegria assim que viu a joia em seu dedo e atirou seus braços ao redor do pescoço de Chuck.

– Você me faz a mulher mais feliz do mundo. – Ela disse no ouvido dele e o capturou num beijo repleto de felicidade. Chuck girou Blair no ar e sorriu nos lábios dela.

– Eu amo você, Waldorf-que-em-breve-será-Bass.

– Eu amo você, Bass-que-logo-será-eternamente-meu.

XOXOXOXO

Harold Waldorf estava procrastinando.

Ele sabia que sua filha estava em Nova York já fazia alguns dias, e sabia também que alguns homens estiveram em sua casa para pegar as coisas dela enquanto ele estava fora, trabalhando. Eleanor esteve em um estado mental nervoso e ansioso ultimamente, do qual Harold fingia não notar, mas as coisas pareciam prestes a explodir se ele pelo menos não se certificasse de que tudo estava sob controle. Eleanor tinha lhe dado a cartada final naquela manhã:

– Ou vamos ver como Blair está, ou brigaremos de forma tão intensa que nossos vizinhos estarão fofocando nas calçadas sobre os gritos e xingamentos que ouviram saindo do apartamento do governador. Sua escolha.

Por isso, ele agora estava do lado de fora do Hotel Empire, acompanhado de sua esposa, se preparando para ver a filha que ele não sabia se tinha mais.

– Por favor, seja educado. – Ela pediu, dando um aperto delicado no braço do marido – Muitas coisas aconteceram ultimamente para Blair e não queremos que Charles apareça por aqui.

Harold soltou um ruído de desgosto.

– Só porque escolhemos um horário em que ele não está aqui, não significa que tenho receio em enfrentá-lo, Eleanor.

Ela nada falou, e os dois caminharam até o hall de entrada. A recepcionista disse que a Sra. Bass (Harold não conseguiu segurar a careta ao ouvir aquilo) estava de repouso com o filho pequeno, mas que o Sr. Bass havia autorizado visitas de amigos. Ao entrarem no elevador rumo à cobertura, Harold encostou-se contra a parede e fechou os olhos.

– Ela tem um filho, Eleanor.

– Não aja como se já não soubesse.

– Eu não sei se estou pronto para confrontar com tudo isso. Antes eram apenas palavras de uma carta e agora eu verei tudo com meus próprios olhos.

– Você está sim. – A Waldorf mais velha pegou a mão do marido – Sei que será difícil pra você, porque está sendo muito duro para mim também. Eu criei uma dama, uma princesa, e tudo isso aconteceu, mas agora não importa mais. Vamos encarar a realidade.

Harold ficou em silêncio, encarando os ponteiros subirem alto e alto em direção ao último andar do hotel. Quando estavam prestes a chegar na cobertura, ele disse:

– Um menino, hm?

– Foi o que Lily me disse... – Ela suspirou - A que ponto chegamos. Fico sabendo sobre a vida de minha filha através da mãe da melhor amiga dela.

As portas do elevador se abriram e os dois entraram na cobertura dos Bass. A princípio, não havia ninguém na sala de estar, mas vozes vinham da cozinha, que era interligada à sala de estar. Eleanor foi na frente do marido e curvou-se sobre a moldura da porta aberta da cozinha para ver o que estava acontecendo: lá estava Blair, dando ordens à uma mulher que mexia algo dentro de uma panela no fogão à gás.

– Depois que preparar o leite, lembre-se de checar se temos panos suficientes e joaninhas para as fraldas. – ela comentou, e a mulher acenou positivamente com a cabeça – Eu vou ver como Henry está.

Blair deu a volta para sair da cozinha, mas congelou ao ver a mãe parada sob a entrada. Ela abriu a boca para falar algo, mas sua voz sumiu ao ver que seu pai também estava lá: alguns passos atrás, mas estava.

– Olá, Blair. – Eleanor cumprimentou. – Viemos ver como você está... e para conversar também.

– Eu... Uh... – as palavras sumiram e os olhos de Blair não conseguiam se desviar da figura de Harold Waldorf, parado com as duas mãos no casaco de cashmere. Ele estava encarando o chão, como se não tivesse coragem de olhar para a frente e ver sua filha, e isso doeu em Blair mais do que ela pensou ser possível. Ela tentou balbuciar alguma coisa, tentou oferecer uma xícara de café, mas ela só conseguiu dizer uma coisa:

– Pai?

Harold fechou os olhos por um instante, ainda com o rosto virado para baixo.

– Pai? – Blair repetiu. Ele finalmente olhou para cima, e ela pôde perceber a decepção e frustração nos olhos dele.

– O quê?

Blair engoliu em seco, nervosa com a resposta bruta dele. Ela olhou para trás, em direção à empregada, e disse:

– Olivia, desligue o fogo. Você está dispensada.

– Sim, senhora. – A moça disse e fez o que foi mandada.

– Por favor, vamos conversar na sala. – Blair disse, indicando a sala de estar. Os três foram até lá e com exceção de Harold, mãe e filha se sentaram no sofá de camurça marrom. O governador passou a mão pelo queixo e olhou para a filha.

– Lhe chamaram de Sra. Bass lá embaixo. Tem algo que queira nos contar ou prefere manter em segredo também?

– Eu estou noiva. – Blair respondeu. Harold soltou um alto suspiro e Eleanor, depois de ver o anel no dedo da filha, nada disse. Após um momento de silêncio tenso, o Waldorf mais velho falou:

– Parabéns,vejo que Charles seguiu meu conselho.

– Me perdoe. – Blair soltou, sentindo seu coração pesado – Por favor, preciso que vocês me perdoem. Eu não consigo dormir em paz à noite desde o primeiro momento em que tudo isto começou!

– O que você fez foi errado, extremamente errado. Sem contar a sensação de traição que sinto! Sua mãe tentou lhe proteger, eu tentei lhe proteger! – Harold apontou um dedo para ela – Mas você não nos deu ouvidos e as coisas aconteceram.

– Chuck me contou que salvou sua vida, pai. – Blair murmurou, se encolhendo sob o gesto acusatório de Harold. – Ele me contou tudo que fez por você.

– E eu já disse muitas vezes “obrigado”! Muitas não, várias, inúmeras, mas eu nunca poderia pensar que o preço a ser cobrado fosse tão alto!

– Seu pai e eu tentamos lhe alertar, tentamos lhe salvar – Eleanor disse. Blair sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e alternou o olhar entre sua mãe e seu pai.

– Eu não fui um preço a ser pago e não é justo que seus preconceitos sejam maiores que minha felicidade!

– A questão aqui não é nosso preconceito, foram as suas mentiras! Céus, você teve um filho antes de ter se casado e fingiu que nada aconteceu! – Harold disse, e logo depois seus ombros baixaram, demonstrando toda sua decepção e cansaço – Por quê fez isso, Blair? Por quê criou todas estas histórias para nos contar?

– Porque eu sabia o julgamento que eu sofreria. – Ela disse simplesmente, passando as costas das mãos sob a bochecha para limpar uma lágrima que tinha caído – Eu amo meu noivo e meu filho de uma forma incondicional. Quero que o senhor entenda que esta família que estou construindo não prejudicará o senhor de forma alguma.

Harold sentou-se, derrotado, ao lado de Eleanor. Eleanor, por sua vez, murmurou:

– Você sabe que lhe ajudei até o possível. Você sabe disso.

Blair nada disse. Um choro de bebê vindo do quarto interrompeu o silêncio pesado que havia na sala de estar e Blair se levantou.

– Se me dão licença, preciso atender meu filho. – Ela disse, deixando os pais para trás. Quando chegou ao quarto do bebê, Blair inclinou-se para dentro do berço para pegar Henry no colo e acalmá-lo para que parasse de chorar. Henry continuou chorando por mais alguns segundos até que o embalo do colo da mãe e a voz tranquilizadora dela o ajudou a dormir novamente. Vendo o rosto frágil de bebê retomar as feições tranquilas que haviam ali antes do pesadelo que Henry provavelmente teve, Blair deixou as mágoas se desafogarem e algumas lágrimas rolaram de seus olhos já lacrimejados. Ela continuou embalando o filho por mais alguns minutos até que o seu próprio choro secou e ela se sentiu mais calma.

– Blair.

Ela olhou para trás. Eleanor estava parada na porta, assistindo-a com o bebê no colo.

– Seu pai e eu estamos indo embora.

– Ok. – Blair respondeu, sem olhar para ela. Eleanor entrou no quarto e parou ao lado da filha. As duas permaneceram com o olhar fixo no rosto adormecido da criança por alguns instantes, até que a Waldorf mais velha disse:

– Qual o nome dele?

Blair passou a ponta dos dedos sob algumas mechas castanhas do cabelo do filho.

– Henry.

– Henry. – Eleanor repetiu. – Henry...

Uma batida na porta interrompeu o transe das duas mulheres pelo bebê.

– Vamos embora. – Harold disse. – Não temos mais nada para fazer aqui.

Eleanor foi até a porta e pegou o marido pela mão. Ela gesticulou em direção à criança nos braços de Blair e sorriu.

– Acha que Blair teria sido assim quando bebê caso fosse um menino?

– Vamos embora. – Harold repetiu, sem olhar para o pequeno.

– O nome dele é Henry.

Harold olhou para Henry. Blair ajeitou o filho em seus braços de maneira que seu pai pudesse ver o rostinho dele.

– Quer segurá-lo? – Ela perguntou, com esperança de que pelo menos seu filho não fosse atingido pela amargura de Harold. O governador ainda encarava Henry, secretamente desejando pegar o bebê nos braços, mas recusou com a cabeça.

– Não sou tolo o suficiente para culpar um inocente menino pelas coisas que você fez. – Ele disse – Mas recuso a oferta. Vamos, Eleanor.

XOXOXOXO

– Uau... - Serena murmurou, analisando de perto o anel de diamante branco no dedo de Blair - Chuck definitivamente se superou.

Blair soltou uma risada.

– Para ser sincera, ele se supera sempre. - Ela fechou a mão em punho e analisou seu próprio anel - Eu consigo imaginá-lo na loja dos Winston escolhendo este aqui.

Serena recostou-se contra o sofá e soltou um suspiro satisfeito.

– Já está pensando nos detalhes do seu casamento?

– Sim. Chuck e eu conversamos ontem à noite sobre alguns tópicos importantes e decidimos que vamos fazer a cerimônia no Victrola.

A loura franziu o cenho.

– No Victrola? Porquê? A igreja não está disponível na data que vocês querem?

Blair torceu o nariz.

– Não queremos causar nenhum alarde. Depois da experiência um tanto quanto tensa que tive com meus pais no início desta semana, achamos mais adequado realizar o casamento em um local onde podemos fazer a cerimônia e a festa sem atrair atenção indesejada.

– Entendo. - Serena disse em compreensão. - Seu pai está sendo um tanto quanto díficil em relação à isso tudo, uh?

– Eu sei. - A morena baixou os ombros - Eu não o culpo, para ser franca. Fiz tantas voltas e mentiras para conseguir o que queria que acabei perdendo toda a confiança que tinha dele. Mas ele está dificultando os fatos e isso faz com que nós nos distanciemos ainda mais. Quero dizer, Chuck conseguiu que ele ganhasse as eleições e literalmente salvou a vida dele. O que mais ele pode fazer para meu pai ver que ele é o homem certo?

– B, eu sinceramente penso que você deve esperar. - Serena pegou a mão da amiga - Harold vai se aproximar com o tempo.

– Espero que sim. - Blair abriu um pequeno sorriso e mudou de assunto - Hey, por falar em pais, como você está? Já consultou uma parteira para saber quando meu sobrinho ou sobrinha estará chegando neste mundo?

– Nate e eu fomos até a casa de saúde ontem - Ela respondeu - Nada é certo, porém o médico desconfia que eu esteja próxima do quarto mês.

– No meu quarto mês eu já tinha alguma protuberância - Blair colocou a mão sob a barriga de Serena- Wow, S, você está...

– Está bem rígido, não é? O doutor também comentou isso, por isso acha que eu possa estar próxima do quarto. Já a parteira acha que eu ainda estou no meio do terceiro... Bem, eles não deram explicações muito precisas - Ela abanou a mão no ar, dispensando detalhes - Mas estamos tão felizes! Minha mãe nos visitou hoje pela manhã e nos deu de presente um par de sapatinhos de lã, e a mãe de Nate almoçou conosco para discutir detalhes.

– Detalhes?

Serena revirou os olhos.

– É apenas Anne sendo Anne, querendo se intrometer no que não é da conta dela, como sempre. Eu sei que este é o neto ou neta dela, mas é meu bebê também. Acredita que ela mesma queria escolher os nomes?

Blair riu.

– Ela nunca vai mudar.

– Eu que o diga. - Serena enrolou uma mecha de cabelo loiro no dedo - Onde está o meu afilhado?

– Com Chuck. Inicialmente ele queria levar Henry até o QG da máfia, mas eu disse que não. Ele ainda é muito pequeno para estar meio à todo aquele ar de whisky, cigarros e homens barbados com bactérias nas mãos, por isso Chuck o levou até o parque para tomar um ar fresco. Acredito que daqui a pouco eles estarão de volta.

xoxoxoxox

– Olhe que legal estas cartas, uh? - Nate disse, mostrando três cartas de baralho para o bebê em seu colo. Henry piscou os olhos castanhos e ergueu os dedinhos curiosos para pegar uma das cartas nas mãos. - Brinque com esta, é a do coringa.

Henry pegou a carta e a encarou por um momento. Depois, ele colocou o papel fino e plastificado na boca.

– Não, rapaz! - Nate riu e retirou a cartinha, que agora estava toda babada, da boca de seu afilhado - Seu pai me proibiu de deixar você colocar coisas aleatórias na boca. Além do mais, sua mãe vai me matar se descobrir que você está aqui com a gente.

O pequenino apenas o encarou, como se perguntasse "Qual o problema?". Os dois estavam no QG central da máfia, aproveitando a tarde livre que os capangas tinham naquele dia. Todos estavam lá, reunidos, ouvindo Jazz que saia da vitrola de música e bebendo rum importado. Alguns passavam por Nate e faziam caretas e gracinhas para Henry, que às vezes abria um sorriso, e outros o pegavam no colo para o erguer no ar, coisa que ele adorava. Naquele momento, Nate sacudia uma pequena rolha de garrafa no ar para entreter Henry quando Chuck entrou na sala.

– Tudo bem enquanto estive lá embaixo?

– Este garoto é muito bem comportado. Aliás, que tal apresentá-lo formalmente aos nossos parceiros, uh? - Nate passou Henry para o colo de Chuck. O menino soltou alguns barulhos satisfeitos ao ir para os braços do pai e os dois homens riram. Nate foi até a vitrola para parar a música e imediatamente todos os capangas se silenciaram para olhar para ele. Chuck pigarreou e transferiu seu filho para um de seus braços para usar a outra mão para pegar uma taça de rum.

– Homens – ele disse em voz alta – Eu tive a honra de receber na vida um dos maiores presentes que poderia me ser concebido, como todos nós aqui já sabemos. –Ele olhou para Henry, que observava aquilo tudo tranquilamente – Hoje, tenho a felicidade de apresentar o meu filho, Henrich Bass, ou apenas Henry, à nossa grande e fiel família que é a máfia Bass. Viva à Henry!

Todos levantaram seus copos cheios de rum e repetiram alegremente.

– Viva!!

Todos em geral viraram seus copos e Chuck beijou o topo da cabeça do filho.

– Não conte para a sua mãe que eu deixei você brincar com balas hoje mais cedo, hm?

O bebê soltou uma gostosa risada e Nate riu.

– Primeiro segredo de pai e filho? Isso vai ficar para a história.

XOXOXOXO

Você está cordialmente convidado para a cerimônia de matrimônio de

CHARLES BARTHOLOMEW BASS

&

BLAIR CORNELIA WALDORF

à ser realizada no dia 5 de outubro de 1924, no salão de entretenimento e festas Victrola,Upper East Side, Nova York, às seis horas da tarde. A celebração de comemoração será feita no mesmo local após a cerimônia. Confirmar presença enviando uma carta de resposta ao endereço constado no remetente. Traje: Gala.

Os noivos aguardam ansiosamente a sua resposta.

XOXOXOXO

Quatro meses depois

O tempo parecia correr mais rápido do que nunca. Chuck e Blair tinham os preparativos para seu casamento quase que completos, Henry crescia em uma velocidade impressionante e Serena caminhava pelos arredores com uma barriga de sete meses um pouco maior do que o normal. Era um dia nublado de início de outono e Blair estava sentada na beirada da cama da suíte principal dos Archibald, acompanhando uma consulta de Serena com uma das melhores parteiras de Nova York. Henry engatinhava pelo tapete persa do quarto e ocasionalmente abraçava-se nas pernas da mãe.

– E então, Sra. Day? – Serena perguntou, apreensiva – O que há de tão estranho que a senhora disse que há? Porque minha barriga está maior do que outras barrigas com o mesmo tempo de gestação que eu? O meu bebê está bem?

A Sra. Day, uma parteira extremamente experiente e profissional, continuava analisando a barriga de Serena com as mãos. Após apalpar as laterais e constatar a largura dos quadris de sua cliente, ela soltou um alto suspiro.

– Tenho quase certeza que a senhora está à espera de gêmeos, Sra. Archibald.

Blair deixou um grito entusiasmado escapar de seus lábios e Serena sentiu sua face ficar branca.

– Gêmeos?? – A loura perguntou, incrédula.

– Isso mesmo. – A parteira confirmou e pôs uma mão em um lado e a outra em outro lado da barriga. – Neste lado direito eu consegui sentir os movimentos do bebê, mas também houveram chutes neste lado esquerdo. Considerando que a senhora está de sete meses completos e a sua barriga está do tamanho da que pode ser considerada uma de nove, creio que um bebê está aqui e o outro aqui. Sim, gêmeos.

Blair abraçou a amiga com empolgação e Serena riu nervosamente.

– Ouviu isto, Henry? – A morena disse para o filho, que estava sentado no chão com o dedinho polegar na boca – Você vai ganhar dois priminhos!

–É recomendado que a senhora repouse a maior parte possível do tempo, Sra. Archibald. – A parteira disse – Beba muito líquido e evite movimentos bruscos, pois duas crianças podem facilmente se enroscar ou se machucar dentro do seu útero.

– Certo... – Serena concordou, ainda em choque. Blair pegou Henry no colo e o colocou em cima da cama, onde ele alegremente engatinhou até a madrinha. A loura riu do sorriso sem dentes do menininho e suspirou – Vou ter dois de você aqui comigo, meu amor. Quem diria, hm?

Blair ainda pulava de empolgação, sentada na beira da cama.

– Vamos fazer uma ligação para Nate agora mesmo! – A morena foi até o criado mudo do quarto e pegou o bocal do telefone. Enquanto ela discava os números no aparelho, Serena brincava com Henry na cama e deixava seus inúmeros pensamentos correrem soltos em sua cabeça.

Ela sentiu um sorriso se abrir em seu rosto. Dois lindos anjinhos para ela e Nate amarem.

XOXOXOXO

– Eu mal posso esperar.

Chuck tirou o seu relógio de pulso e colocou suas armas em cima da penteadeira do quarto que dividia com Blair. Ele desabotoou a camisa e se virou para a noiva, que estava deitada na cama king size vestindo sua camisola de seda preta para dormir. Ele curvou-se sob o colchão e beijou a ponta dos pés dela.

– Se é do nosso casamento que você está falando, eu concordo plenamente.

Blair soltou um suspiro satisfeito e fechou os olhos, sentindo os beijos molhados de Chuck subirem languidamente pelas suas pernas.

– Você não poderia estar mais certo. – Ela disse. – Embora eu ame nosso filho, eu nunca quis tanto uma lua de mel à dois o quanto eu quero agora.

Chuck parou seus beijos por um momento e olhou para cima.

– Você já o pôs para dormir, certo?

Blair concordou com a cabeça.

– Alimentado e ninado nos meus braços, ele só acordará amanhã pela manhã.

Chuck sorriu e subiu a camisola até a cintura dela, expondo as coxas macias para total aproveitamento dele.

– Eu realmente sinto falta disso. – Ele murmurou e grudou sua boca na pele branca das coxas de Blair. Ela mordeu o lábio inferior e enrolou seus dedos nos cabelos escuros de Chuck, revirando os olhos com os beijos que agora subiam até o quadril dela. Chuck moveu seus lábios até a alça da roupa íntima cor de rosa e seus dedos da mão esquerda escorregaram para baixo do tecido fino, explorando as dobras quentes e molhadas de sua noiva. Blair sentiu seus braços se arrepiarem sob o toque de Chuck e soltou um gemido quando a boca dele encontrou com a intimidade dela. Ah, aquilo era bom.

– Charles...

– Hm? – Ela sentiu ele sorrir enquanto chupava e lambia todas as dobrinhas e cantos possíveis de seu sexo.

– Não pare.

Chuck introduziu um dedo dentro da cavidade dela e começou os movimentos de vai e vem enquanto sua boca ainda fazia o trabalho. Blair agora ofegava forte e empurrava a cabeça de seu noivo mafioso contra a sua virilha, querendo mais e mais e mais. Os movimentos dos dedos de Chuck, combinados com a língua que fazia maravilhas na intimidade dela, levaram Blair à enxergar estrelas e liberar-se na boca de Chuck, completamente extasiada pelas sensações dos últimos minutos. O mafioso terminou de eliminar as últimas gotas da noiva e levantou a cabeça do meio das pernas dela, com o cenho franzido.

– Isso foi rápido.

Blair abriu um sorriso preguiçoso e espreguiçou-se contra o travesseiro.

– O que eu posso dizer? Fazia algum tempo.

– Ah, Waldorf... – Chuck balançou a cabeça, bem humorado. Ele ajoelhou-se no colchão e abaixou as calças, mostrando a sua ereção – Pra mim também faz algum tempo.

Blair o olhou maliciosamente e abriu as pernas em um claro convite. Chuck estava prestes a mergulhar no lar quente e familiar que era a sua morena quando um choro de criança irrompeu pelo quarto dos dois.

– Não, Henry. – Chuck enterrou o rosto no ombro de Blair – Não, não, não, não.

Blair puxou um lençol para se cobrir e rolou na cama.

– Ele deve estar com a fralda molhada. – Blair disse – Eu vou lá ver como ele está.

– Pode deixar que eu vou. – Chuck bufou e arrumou as calças – Eu não ficarei bem sozinho neste quarto.

Blair riu e voltou a se deitar.

– Se for a fralda, troque o pano por um novo. Caso seja apenas uma dificuldade para dormir, saiba que Henry gosta de um pouco de música para acalmar e...

– Será bom eu colocar a vitrola para tocar. – Chuck ergueu uma sobrancelha – Pode deixar, Waldorf. Henry vai ouvir uma música sobre como o pai dele tem tido dificuldades para relaxar e etc.

Blair revirou os olhos e assistiu Chuck saindo do quarto para acalmar Henry, que ainda chorava no outro quarto. Ela não contou o tempo, mas tudo que lembrava era que adormeceu ao som de Louis Armstrong saindo da vitrola do escritório.


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