Bad Kids escrita por NJBC Club


Capítulo 31
Os Bass, os Archibald e a máfia


Notas iniciais do capítulo

And here we are, a Bad Kids está sendo atualizada pela última vez.

Confesso que foi desafiador escrever os últimos capítulos de BK. Eu não tinha noção de que tantas pessoas iriam gostar desta história e criar tantas expectativas em relação à ela, então o meu medo em desapontar vocês, leitores, era grande. Quando eu pensava em largar de vez ou apagar um capítulo inteiro que eu já tinha escrito, eu voltava aqui e lia os comentários para me motivar um pouquinho mais, e devo dizer que mds, funcionava! Minha paixão por Gossip Girl, que começou há muitoos aninhos atrás, mais a minha paixão pela escrita, se uniram nesse mix bacana e me permitiram criar essa belezinha que é a BK. Obrigada por lerem, gostarem e principalmente por elogiarem e criticarem de forma construtiva. Sem vocês eu não estaria aqui, postando o 31º e último capítulo desta fanfic.

Agradecimentos especiais à algumas leitoras e leitores que deixavam frequentemente as suas opinioes aqui: gercisales, Mari Barbosa (seus comentários, mds), Amanda Malfoy Cullen, Daniele Lemos, Rivaille (você foi a primeira pessoa que comentou, yay! hahaha), Nina Salvatore Winchester, mayara, Jessica Sperandio, Blond Mistery, bruniinha wild rose, Rachel Targaryen, Jessica Dixon, Mariane, Polyana, Alice Dixon Ludwig, Nanda Andy, Fernanda Salvatore, FromManhattan e b4izen (dupla dinâmica!).

Salada: não importa se BK tiver 8353487734 comentários, sim, eu li o seu e amei!

Para os leitores que chegaram nos 45 do segundo tempo: vocês são demais! Podiam muito bem ter apenas lido e ido embora, mas escolheram deixar comentários e alguns até deixaram recomendação (Oi, Karol!).

E finalmente, o que muitos estavam questionando: SIM, EU VOU PUBLICAR UMA NOVA FANFIC. Já tenho todo o roteiro programado e alguns capítulos já estão prontos, mas pretendo postar lá pro final de novembro/primeira semana de dezembro porque quero ter tempo pra atualizar ela direitinho, coisa que eu não tenho agora. Eu não tenho certeza, mas acho que vocês vão gostar :D
Enfim, novamente, muito obrigada por terem lido e acompanhado a Bad Kids. Vejo vocês na Summertime Baby :)



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Os Bass, os Archibald e a máfia.

Dois meses depois, 30 de setembro de 1924.

– Ele chegou, ele chegou, ele chegou! – Blair correu com os pés descalços pelo piso de mármore branco da sala ao ouvir o barulho do elevador de ferro chegando à cobertura. Ela quase atropelou a costureira, que carregava a sacola com o seu vestido de noiva dentro, e teve de se conter para não arrancar a peça das mãos da elegante senhora.

– E então, todos os ajustes necessários foram feitos?

– Sim, Srta. Waldorf. – A costureira sorriu e lhe entregou o pacote – Aqui está o seu vestido para a prova final.

Blair deu pulinhos de alegria e abraçou o vestido envolvido em um longo plástico transparente. Um mini pedestal e um alto espelho estavam montados bem no centro da sala de estar para a prova e uma bandeja de acessórios recheada de pulseiras, tiaras e brincos estava disposta em cima da mesinha central. Lily estava sentada no sofá com Henry em seu colo e Serena estava acomodada em uma poltrona com sua gigantesca barriga de nove meses, ambas ansiosas para a modelagem.

O longo vestido de renda e cashmere branco foi retirado cuidadosamente de sua sacola de proteção e Blair subiu no pedestal para se despir e experimentar a roupa. Lily deixou escapar um suspiro de admiração ao ver o tecido delicado escorregando pelo corpo de Blair e Serena bateu palminhas animadas ao ver a melhor amiga experimentando o vestido mais importante de sua vida.

– B, você está tão linda! Quase me faz chorar por me lembrar do meu próprio casamento – A loura falou, já com a voz embargada.

– Ah, Deus. – Blair riu – Você e seu estúpido humor de gravidez, S.

– Devo concordar com Serena, minha querida. Você está estonteante! – Lily olhou para baixo em seu colo e pegou as mãozinhas de Henry – Não acha que sua mãe está maravilhosa, Henrich?

Blair olhou-se no espelho e se admirou. Finalmente o dia que ela havia sonhado tantas noites em sua cabeça estava chegando. Agora ela e Chuck seriam um do outro de verdade, de todas as maneiras possíveis. Henry estava ali para simbolizar o quão lindo o amor dos dois era e em menos de uma semana os três seriam uma família. Enquanto a costureira terminava de retirar alfinetes e joaninhas da sua cintura e da saia, Blair sorriu.

– Nunca pensei que pudesse estar tão pronta para algo. – Ela olhou para as duas Van der Woodsen sentadas no sofá e na poltrona – Está bom assim?

– Perfeito. – Serena respondeu – Acho que flores no seu cabelo seriam ideais para completar o seu visual.

– Flores são para os seus lindos cabelos louros, S – Blair dispensou a costureira e se inclinou em direção à bandeja de acessórios para pegar uma elegante tiara de diamantes cristalizados – Estes são os meus melhores amigos.

– Uau. – Lily assoviou – Estes realmente são os seus melhores amigos. Cartier?

– Uhum. – Blair concordou, pousando a tiara no topo de seus cabelos ondulados e escuros que estavam presos em um coque baixo em sua nuca. Serena percebeu o discreto colar de ouro branco no pescoço da amiga e perguntou:

– E o colar? Também é Cartier ou é dos Winston? É lindo.

Blair olhou para baixo e pegou o pequeno pingente de diamante na ponta de seus dedos. Flashbacks de um depósito, de quadros roubados, um espelho e um beijo voltaram à sua mente e ela apenas sorriu.

– É, acho que é Cartier também.

XOXOXOXO

Nate fez uma careta.

Ele era um homem bem sucedido, braço direito do maior mafioso dos Estados Unidos, conhecedor das mais perigosas armas do mercado negro latino americano, casado com uma linda mulher e futuro pai de dois bebês gêmeos, mas ainda assim ele não conseguia fazer uma gravata borboleta. Eram simplesmente difíceis demais.

– Argh, eu desisto! – Nate bufou, atirando os braços para cima. Chuck o observou, bem humorado, e largou seu copo de whisky em cima da mesinha do mini bar.

– Vamos lá, Nathaniel, eu não posso deixar que o meu próprio padrinho pareça um pedante no dia do meu casamento. – Ele parou ao lado do melhor amigo em frente ao espelho – Aprenda comigo, sim?

Chuck desfez a própria gravata e começou tudo de novo, de forma mais lenta, para que Nate pudesse acompanhar. Depois de duas tentativas frustradas, o Archibald finalmente tinha uma elegante e preta gravata borboleta na gola de sua camisa branca social.

– Isso é terrível. – Ele reclamou – Não sei como você consegue fazer isso com tanta facilidade.

– Eu sou Chuck Bass. – o mafioso piscou. Nate riu e acertou um soco brincalhão no braço do amigo.

– Seu tolo. Aposto como até mesmo Chuck Bass está nervoso em se casar, hm?

Chuck pegou seu copo de bebida novamente e bebeu um gole. Depois de refletir sobre a pergunta do amigo, ele chegou à uma conclusão:

– Posso afirmar com absoluta certeza que não me sinto nervoso em relação ao meu casamento com Blair. Ansioso, talvez sim, mas não nervoso.

Nate franziu o cenho.

– Porque não?

– Não sei, talvez porque a decisão de me casar com aquela Waldorf metida de nariz empinado foi a melhor decisão da minha vida. – Ele terminou seu drink – Ah, a vida de casado será surpreendente.

Nate colocou as duas mãos no bolso de sua calça social e abriu um sorriso de quem sabia do que estava falando.

– Pode ter certeza que sim, meu amigo. Da melhor maneira possível.

Chuck lhe deu um tapa amigável no ombro e vestiu seu paletó de linho negro. O mafioso deu uma volta em frente ao espelho olhou para o amigo.

– E então, estou apresentável?

Nate mostrou o dedo polegar.

– Absolutamente.

– Ótimo. – Chuck ajeitou as golas de sua camisa – Este terno precisa estar impecável.

– E está, não se preocupe. Creio que Blair também esteja fazendo a prova da roupa dela?

– Acredito que sim. – Chuck disse, fechando as abotoaduras das mangas de seu paletó – Me despedirei hoje a noite dela e até o dia do casamento não nos veremos mais. Blair ficará no Empire, eu ficarei aqui no escritório e Serena trará Henry para eu vê-lo e passear com ele um pouco todas as manhãs. Confesso que estou um pouco aflito em relação à isso.

Nate sorriu, solidário.

– Vai valer a pena quando vocês se verem novamente.

Chuck suspirou.

– Espero que sim, pois um dia sem Blair já é ruim o suficiente, agora imagine cinco.

XOXOXOXO

1º de outubro de 1924.

– Não, não, não, eu pedi por seda branca nos pilares e não prateada! – Blair bufou, andando para lá e para cá no imenso salão do Victrola. A decoradora tentou balbuciar alguma coisa em resposta, mas contentou-se em ficar calada e ir até seus empregados mandar para que todas as sedas fossem trocadas. Faltavam quatro dias para o casamento, mas detalhes como a decoração com tecidos e arranjes de mesas e cadeiras já tinham começado a ser organizados por Blair, Serena e Lily. O Buffett contratado para servir a comida havia preparado pequenas amostras para prova e um dos membros da banda que tocaria no dia estava checando o posicionamento dos aparelhos bem em cima do palco. Estava tudo correndo como o planejado, mas Blair era uma Waldorf e Waldorfs tinham tendência ao estresse.

– B, pelo amor de Deus, acalme-se um pouco, sim? – Serena disse, apertando os ombros tensos da melhor amiga – Olhe ao redor, tudo ficará perfeito para o grande dia.

– Serena, para começo de conversa, um pouco da minha tensão se deve ao fato de que a qualquer momento você pode dar à luz bem no meio do salão. A parteira mandou você ficar em casa, de cama, mas você está aqui usando sapatos de dança e caminhando para lá e pra cá como se não houvessem dois bebês dentro de você.

– Eu estou ótima! Olhe só, eles também concordam – A loura pegou as mãos de Blair e as pousou em cima de sua barriga – Viu?

Blair a encarou, cética, e Serena revirou os olhos.

– Okay, os meus seios doem e parece que há cimento no meu útero, mas eu juro que vou para casa daqui a pouco.

– S...

– Eu preciso fazer a prova dos docinhos com você! Os meus filhos estão implorando por um pouquinho daquele bem casado de doce de leite.

Blair tentou manter a sua cara de brava, mas acabou soltando um riso sem querer. Lily apareceu segurando um bloco de notas e olhou para a filha grávida de nove meses.

– Meu bem, pensei que você já estivesse em casa, repousando. A Sra. Day deve estar aos nervos com você!

– Estávamos falando sobre isso agora mesmo, mãe. Eu vou ajudar Blair à escolher os doces antes de ir para o conforto e tédio da minha cama.

Lily soltou um suspiro conformado.

– Tudo bem então. Mas me prometa que, depois que for embora, você só sairá do seu quarto para o grande dia de Blair.

E prometa que meus afilhados só vão nascer depois do meu casamento. Por favor, você precisa estar lá no altar comigo! – Blair disse, segurando as mãos da melhor amiga. Serena alternou o olhar entre sua mãe e Blair e revirou os olhos.

– Certo, eu prometo que ficarei de cama e prometo que tentarei segurar os meus filhos até a semana que vem.

Blair abriu um sorriso satisfeito.

– É assim que se fala, S.

XOXOXOXO

Chuck entrou pé por pé pelo corredor da cobertura que levava até a suíte principal. Ele havia combinado com Blair que passaria no Empire para lhe dar um último beijo antes do casamento dos dois no dia 5, e conforme o planejado, lá estava ele. Chuck ouviu a voz de sua noiva vindo do quarto e se inclinou um pouco em direção à porta para espiar o que estava acontecendo. Blair estava em frente à penteadeira, com Henry sentado em seu colo, segurando uma fotografia. Ela acariciava os cabelos castanhos do menininho e apontava em direção à foto preta e branca:

– Este é o papai. Pa-pai.

O bebê fez alguns barulhinhos animados e tocou no lugar onde Chuck estava na foto. Blair sorriu.

– Muito bem. E esta aqui sou eu, a mamãe. Ma-mãe. Mamãe.

Desta vez, Henry se virou para Blair e abriu um sorriso sem dentes de bebê. Blair se inclinou em direção à ele e plantou um beijo estalado na testa do menino.

– Eu amo muito você. – Ela tocou o nariz dela com o nariz pequenino dele.

– E eu amo muito vocês.

Blair deu um pulo em sua cadeira, sendo pega de surpresa. Ela colocou a mão no peito ao ver Chuck ali e ajeitou Henry em seu colo.

– Você me assustou, sabia?

– Me perdoe – ele entrou no quarto e agachou-se ao lado dela para ficar na altura de Henry – eu não quis interromper este momento.

– Então está perdoado. – ela pausou e depois abriu um pequeno sorriso – eu estou estimulando a fala em Henry. Ele é um garotinho extremamente esperto, você devia ver como ele reconheceu você na foto.

– Não acha que é um pouco cedo? Ele só tem dez meses, recém aprendeu a engatinhar. – Chuck perguntou, brincando com a mãozinha do filho. Blair deu de ombros.

– Nunca é cedo demais. Além disso, pelo que eu me lembre – Ela pegou a gravata de Chuck na mão e o trouxe para mais perto – Hoje é o último dia que verei você antes de um certo casamento, Bass.

– Uhum. – Ele concordou e sorriu – Um casamento que eu estou certo que mudará a minha vida pro melhor.

Blair sentiu seu coração se derreter e inclinou-se para mais perto de Chuck para lhe dar um beijo. Um beijo lento, envolvente, carinhoso e crescente, que estava começando a sair do controle quando um pequeno choro trouxe os dois de volta à realidade. Chuck e Blair se separaram e Blair trouxe Henry para mais perto de seu colo.

– Espero que vocês dois tenham uma boa semana e não se divirtam muito sem mim. – Chuck beijou o topo da cabeça do filho e deu um último beijo nos lábios da noiva – Vejo você no altar, Waldorf?

Blair sorriu.

– Vejo você no altar, Bass.

XOXOXO

Agora que a cobertura de Chuck estava inteiramente disponível para Blair, todos os cômodos do apartamento estavam ocupados com coisas relacionadas ao casamento: de um lado estavam as artesãs que estavam cuidando dos cartões de lembrancinha da recepção, de outro os inúmeros pratinhos com pequenas amostras de bolo, em outra sala ficavam flores dos mais diversos tipos para escolher, em outra os sapatos que combinassem com o vestido para experimentar e etc. Após um dia cansativo de preparações, todas as mulheres haviam ido embora e agora restava apenas Blair sentada na sala de estar, exausta, ajustando as mangas curtas de seu vestido de seda azul perolado: Henry havia acabado de ser amamentado e agora dormia em paz em um dos braços da mãe. Blair estava prestes a se recolher para seu quarto e pôr o bebê para descansar no berço quando ouviu o barulho das portas de ferro do elevador se abrindo. Ela esperou por um momento e sentiu sua respiração pesar quando viu quem era.

– Mãe? – Ela disse ao ver Eleanor entrando na cobertura, cautelosa. A Waldorf mais velha parou por um instante, mas seguiu até ficar meio metro de distância da filha.

– Vejo que os preparativos estão quase completos. – Eleanor disse, olhando ao redor. Blair assentiu e descansou a cabeça de Henry em seu ombro.

– Sim, estão. Falta uma coisa ou outra, mas a princípio tenho tudo sob controle. – Blair fez uma pausa e prosseguiu – O que deseja?

Eleanor engoliu em seco e, sem muita coragem para olhar diretamente nos olhos da filha, focou no menininho no colo dela. Ela respirou fundo e disse:

– Faltam poucos dias para o seu casamento. Poucos dias para um dos maiores acontecimentos da sua vida e eu nem vou estar lá para ver isso.

A expressão nervosa de Blair se suavizou.

– A senhora sabe que pode ir. Não é na igreja, como sempre conversamos que seria, mas não diminui em nada a importância do casamento.

– Eu sei, minha querida. – Olhando para Henry, Eleanor esticou os braços e sorriu. – Posso pegá-lo?

Blair balançou positivamente a cabeça e entregou o bebê para os braços da avó. Eleanor acomodou Henry em seu colo e admirou as feições delicadas do neto por algum tempo. Tocando a ponta do dedo nas bochechas coradas dele, ela disse:

– Ele não é muito parecido com você, mas vi no outro dia que ele tem os seus olhos.

– Eu ouço bastante que ele é igual à Chuck. – Blair soltou um riso, olhando para baixo – Mas pelo menos alguma coisa minha ele tinha de ter, não?

– Concordo. – Eleanor fez uma pausa e olhou para a filha – Eu não vim aqui apenas para ver melhor o meu neto. Eu vim aqui para dizer que o seu pai e eu amamos muito você e só queríamos o seu bem.

Blair murchou os ombros, cansada.

– Mãe, nós já tivemos essa conversa.

– Apenas me ouça. Pode segurar Henry, por favor? Eu trouxe algo para você. – Eleanor deu Henry para Blair e abriu a sua bolsa – É tradição de casamento ter um objeto antigo, um objeto novo, um objeto emprestado e um objeto azul*. Eu não sei se você já conseguiu algum ou todos eles, mas eu gostaria de lhe dar isso.

Eleanor mostrou um grampo de cabelo. Ele era pequeno e longo, de prata, com um simples cristal branco na ponta. Ela abriu a palma da mão de Blair e colocou o acessório de cabelo ali.

– Este é o meu objeto antigo pra você. Foi presente da sua bisavó para mim e usei este grampo no dia do meu casamento com o seu pai. Ele me trouxe tanta sorte que pensei que deveria ser passado a diante pra você.

A boca de Blair se abriu em um pequeno “o” enquanto ela analisava a joia.

– É... é lindo.

– Fico feliz que tenha gostado. – Eleanor genuinamente sorriu – É presente do Harold também. Ele se manteve firme naquele dia, mas ele me confessou que ver você bem e pelo menos feliz o trouxe um pouco de alívio.

– Porque ele mesmo não veio até mim?

A Waldorf mais velha torceu o nariz.

– Seu pai é um homem que depende de opiniões alheias, Blair. Ele quer administrar isso tudo, quer processar todos os detalhes antes de voltar a ter um relacionamento normal com você. Além disso, tem o Henry...

– Entendo. – Blair a interrompeu – Sei o quanto deve estar sendo complicado para ele e por isso não vou insistir. Só de saber que papai considera voltar à estaca zero já é uma grande felicidade.

Eleanor balançou a cabeça, concordando. As duas permaneceram caladas por um tempo, olhando para o bonito grampo de cabelo na mão de Blair, até que Eleanor pegou sua bolsa e aprontou-se para ir embora.

– Foi bom ver você, minha filha. Nos veremos em breve

Blair fechou os olhos ao receber um beijo na testa da mãe.

– Obrigada. Obrigada por tudo. – Ela disse. Eleanor sorriu e deu as costas, indo embora da cobertura em quase como um piscar de olhos. Blair fechou a mao ao redor do grampo e soltou um longo suspiro.

– Tudo vai dar certo.

XOXOXOXO

3 de outubro de 1924.

Serena franziu o cenho, ainda semi-adormecida.

Era a madrugada do dia dois para o dia três e ela estava sonhando com alguma coisa relacionada à praia, mais especificamente ao mar. Estava quente, úmido, e a sensação estranha de seu sonho a fez acordar para a realidade. Bocejando, ela abriu os olhos e esticou as pernas sob o lençol que a cobria. O tecido molhado e a água entre suas coxas a fez se sentar na cama imediatamente.

– Ah, não. Não pode ser, não pode ser. – Serena murmurou, abrindo as pernas e afastando o lençol encharcado de seu corpo. Ela esticou o braço e sacudiu o ombro de seu marido – Nate, Nate!

Nate fez um grunhido sonolento e se virou na cama, ainda dormindo. Serena sacudiu seus ombros com mais força e o louro finalmente acordou. Esfregando os olhos, ele olhou para a expressão de pânico da esposa.

– O que aconteceu? – Ele perguntou, grogue.

– Eu estou prestes a dar à luz.

Nate levantou-se da cama em um pulo. Ele olhou para os lençóis molhados e para Serena, que já estava de pernas abertas, e colocou a mão na cabeça, desnorteado.

– O que eu devo fazer?? Você já está sentindo dores??

– Acalme-se, ok? Eu ainda me sinto bem. – Serena respirou fundo e pousou as duas mãos na enorme barriga – Vá até o quarto de hóspedes e chame a Sra. Day. Depois peça uma ligação para minha mãe e para Blair, que provavelmente ficaria muito brava se eu não avisasse que os gêmeos vão nascer.

– C-certo. – Nate gaguejou, nervoso – Você tem certeza que está bem?

– Sim, tenho. Agora vá antes que eu comece a... ui... – Ela fez uma careta – A sentir as dores.

Nate concordou. Antes de sair correndo do quarto, ele inclinou-se até Serena e lhe deu um beijo nos lábios.

– Eu amo vocês, ok?

Ela sorriu.

– Nós também amamos você.

XOXOXOXO

Blair entrou às pressas na cobertura dos Archibald, com Henry adormecido em seu colo. Nate estava na sala, parecendo muito tenso e caminhando de um lado para o outro sob o tapete marroquino, e Chuck estava sentado no sofá com uma expressão cansada.

– Onde está Serena? – Blair perguntou.

– Está lá dentro, com... – um grito estridente ecoou pelas paredes, e Nate fez uma careta antes de completar – com Lily.

– Eu vou lá. Bass – Blair foi até Chuck e cuidadosamente largou Henry em seus braços – Cuide dele para mim até que eu volte.

Chuck beijou o topo da cabeça do seu filho e piscou para a noiva.

– Sim, senhora.

Blair foi correndo até o quarto de onde vinham os gritos de dor da melhor amiga. Ela parou na porta e viu Serena deitada na cama, suada e com as pernas abertas, segurando a mão de Lily fervorosamente. A parteira estava situada entre as pernas da loura, com as duas mãos pressionando a enorme barriga, uma toalha estava estendida no espaço por onde os bebês sairiam e uma grande bacia de água quente estava no chão, ao lado da cama. Blair sentiu arrepios em seus braços ao se lembrar do seu próprio parto.

– Ah, que bom que você chegou! – Lily disse – Serena insistiu que você deveria estar aqui.

– B... – Serena ofegou, com dificuldade – Eu sei que... que...eu prometi... Ah!

– S, não diga besteiras! – Blair falou, se sentando no outro lado da cama e pegando a mão da melhor amiga – O bem estar dos seus filhos está acima de tudo! Agora reúna toda a força que conseguir e empurre estes bebês pra fora!

Serena balançou a cabeça, concordando. Ela contraiu o rosto e fez toda a força possível para dar à luz a primeira criança e a parteira, que estava curvada sob a sua intimidade, soltou uma exclamação animada.

– Continue empurrando, Sra. Archibald, o primeiro está vindo!

– Vamos, minha filha, vamos lá! – Lily disse, encorajadora. Serena soltou outro grito de dor e finalmente um choro de bebê invadiu o quarto. Segurando o pequeno pelos pés, a Sra. Day anunciou:

– É um menino!

Serena sentiu lágrimas de emoção rolarem pelo seu rosto e se permitiu cair contra o travesseiro por um momento. Lily pegou o menino ensanguentado dos braços da parteira e o inclino um pouco para que a mais nova mamãe pudesse ver o seu filho:

– Ele é lindo, S – Blair murmurou, admirada.

– Olá. – Serena chorou, tocando o pequeno nariz do bebê. Lily o levou para fazer a limpeza do corpinho e imediatamente ela não teve tempo para mais nada: as dores recomeçaram e o segundo bebê começava a abrir o caminho.

– Só mais um pouco, Sra. Archibald, só mais um pouco... – A Sra. Day disse, espiando o buraco por onde o primeiro bebê havia acabado de sair – Eu já consigo ver a cabeça! Só mais um empurrão e ele vai sair!

– Vai, Serena! – Blair apertou a mão da melhor amiga – Está terminando!

Serena fez o último esforço da noite e mais uma vez as mulheres ouviram um choro de criança. A parteira puxou o bebê pelos pés e exaltou:

– É uma menina!

Lily e Blair exclamaram de alegria e Serena caiu contra o travesseiro, exausta. A menina chorou alto, com força, e a Sra. Day a enrolou em uma manta amarela. Depois de limpas, ambas as crianças foram postas no colo da mãe e Lily correu para a sala para anunciar a chegada do casal de gêmeos ao pai e ao padrinho.

– Meu Deus – Blair sentou-se ao lado de Serena, com os olhos cheios d’água – Eles são perfeitos!

– Sim, eles são – Ela concordou, com a voz embargada. Enquanto as duas observavam os pequenos anjinhos no colo de Serena, a parteira limpou a bagunça e cobriu as pernas cansadas da Sra. Archibald com um lençol limpo. Nate entrou no quarto, com o rosto vermelho de nervosismo, e abriu um grande sorriso ao ver os seus filhos recém nascidos.

– Olá, papai. – Blair brincou e todos no quarto riram. Chuck entrou logo em seguida, segurando Henry, que estava acordado e com os olhos castanhos arregalados.

– Ah, Céus – Nate pegou a menina no colo – Você é uma princesinha! – e virando-se para a esposa e o seu filho, ele disse – e você um principezinho!

Serena riu e roçou o nariz contra a testa do menino.

– Acho que ambos sabemos quem é a garotinha do papai, uh Gregory?

– Gregory! – Lily exclamou, juntando as palmas das mãos – Que nome maravilhoso! E qual seria o nome da minha neta, se me permitem a pergunta?

Nate beijou a cabecinha de cabelos louros de sua filha.

– Esta aqui, Sra. Van der Woodsen, é a nossa pequena Cecilia.

A boca de Lily formou um grande “O”, e Serena disse:

– Conheçam Gregory William e Cecilia Lilian, os nossos pequenos e mais preciosos tesouros.

– Ah, meu Deus – Lily deixou as lágrimas de emoção rolarem por seu rosto – Quanta honra, minha filha!

– Pensei que homenagear você e a vovó seria o mínimo para agradecer tudo o que vocês já fizeram por mim, mãe. Além de Cecilia e Lilian serem belos nomes, é claro.

Enquanto os Archibald e Van der Woodsen se reuniam ao redor dos recém nascidos, Chuck e Blair trocaram um olhar através do quarto. Eles sabiam muito bem a sensação de receber a maior alegria da vida deles, que estava logo ali, no colo de Chuck, olhando curiosamente os “primos” recém chegados.

XOXOXO

Querida Blair

Primeiramente gostaríamos de lhe parabenizar pelo seu filho! Sabemos que estamos muito atrasadas, mas a notícia do seu pequeno herdeiro chegou um tanto tarde aqui no Upper East Side e ficamos todos muito surpresos com ela: seu pai disse que você estava estudando, mas parece que ao invés de livros você trouxe um bebê da sua viagem de estudos! Ele deve ser um lindo menino, temos certeza disso.

Ouvimos dizer também que você está se casando com Charles Bass. Estávamos ansiosas para encontrar com você e discutir mais à respeito, mas nunca mais a vimos em nossas rodas de conversa ou nos eventos do Girls Inc e do Met, por isso pensamos que a carta seria o método mais apropriado.Talvez nosso convite tenha sido perdido no malote dos carteiros, mas queremos que saiba que estamos à disposição para qualquer coisa que precise. Você sabe onde nos encontrar!

Atenciosamente

Penelope, Hazel e Isabel

XOXOXO

Penelope, Hazel e Isabel

Muito obrigada pelas congratulações! Imagino como deve ter sido útil as notícias sobre mim, meu filho e meu casamento nas reuniões do Girls Inc: bastante assunto para servir de fofoca. Agradeço a provável atenção excessiva que devo ter recebido e agradeço também o súbito interesse tido pela minha pessoa quando faz mais de um ano que não nos falamos mais. Realmente, tocante.

Os Archibald e Van der Woodsen tem sido muito útil no papel de me auxiliarem a organizar meu próprio casamento, por tanto considero dispensável a sua oferta. Seus convites não foram perdidos no malote dos carteiros por simplesmente não haver convite algum. É uma cerimônia um tanto quanto pessoal, se é que me entendem.

Espero que perdoem o meu desleixo em mandar esta carta resposta como um bilhete através do menino de recados. Minha preocupação em vocês receberem uma resposta rápida por minha parte foi maior do que a de vocês, que provavelmente sabem meu novo endereço e ramal telefônico mas preferiram enviar uma carta apesar do fato de morarmos na mesma cidade.

Novamente, obrigada por tudo.

Atenciosamente

Blair Waldorf

XOXOXO

4 de outubro de 1924

Com Serena repousando em casa após o parto e tomando conta dos gêmeos, Blair estava contando apenas com a ajuda de Lily e alguns empregados. Era véspera do dia de seu casamento e com toda a decoração final montada no salão de festas do Victrola, havia apenas mais uma coisa a fazer: a prova final do seu figurino.

Blair já estava vestida e com um rápido penteado montado para simular o coque que ela estaria usando no dia seguinte quando Lily entrou no quarto segurando uma pequena caixinha branca. Blair virou para ela e colocou as mãos na cintura, fazendo uma pose.

– E então? – Ela perguntou – O que acha?

Lily sorriu.

– Devo dizer que você está divina. Este vestido caiu como uma luva para você.

Blair balançou a cabeça, satisfeita com a resposta, e virou-se para o espelho mais uma vez. Lily parou ao seu lado e abriu a caixinha que tinha em mãos.

– Sabe o que tenho aqui? – Ela mostrou o par de brincos de pérolas que descansava dentro da caixa de veludo macio – O seu “objeto emprestado”. Serena pediu que eu entregasse para você.

Os olhos de Blair brilharam e ela pegou as duas bolinhas peroladas nas mãos. Serena havia usado aqueles brincos no próprio casamento e agora estava passando para ela, sua melhor amiga e praticamente irmã, para que pudesse usar em seu casório também. Blair colocou as pérolas nas orelhas e sorriu.

– Diga à S que a amo.

Lily colocou as duas mãos nos ombros de Blair e soltou uma risada.

– Ela provavelmente sabe disso, mas sim, eu direi. Acredito que você já tenha todos os objetos?

– Na verdade, falta um. – Blair suspirou – O algo azul. Não tenho nada azul para complementar.

– Logo encontraremos algo, não se preocupe. Aliás, eu sei que o grampo de sua mãe é o algo antigo e os brincos o algo emprestado... O que é o algo novo?

Blair piscou para Lily.

– Este é segredo.

– Ah, que curiosidade! Está bem, então... Como andam os preparativos no Victrola?

– Está tudo basicamente pronto, faltam apenas o básico que é o que deve ser posto no dia, como as flores e comida.

– Excelente. – Lily juntou as duas mãos – Ah, a propósito, eu busquei Henry no escritório com Chuck. Ele está lá embaixo, com a babá.

Blair abriu um largo sorriso.

– Traga-o pra mim, por favor! Estou com muitas saudades do meu filho.

Lily saiu do quarto para buscar o pequeno Bass. Não demorou e ela já estava de volta, carregando em um braço Henry e no outro um enorme buquê de peônias azuis. Blair esticou os braços e pegou o seu filho no colo, ignorando as flores por um momento.

– Olhe só, o seu pai fez o trabalho direitinho. – Blair cheirou o pescocinho do menino pequeno, que se encolheu e soltou um riso – Está de banho tomado e tudo mais. Que cheiro bom!

– Chuck me disse que Henry tomou banho logo agora pela manhã, mas acredito que este agradável cheiro esteja vindo destas flores. Elas chegaram para você, junto com este cartão.

Blair franziu o cenho e liberou um dos braços para pegar o cartão que Lily estava lhe alcançando. Dentro, uma letra rígida masculina dizia:

Comparecer à cerimônia ainda é demais para mim, mas não esqueci de você. Espero que goste das flores azuis e do grampo que sua mãe já lhe deu. Desejo termos maior contato no futuro. – Seu pai, Harold Waldorf.”

– Lily... – Blair falou, com a voz presa na garganta – É do meu pai.

A boca da Van der Woodsen fez um “O” e ela parou logo ao lado de Blair para ler o cartão também.

– Você conseguiu, minha querida. Harold finalmente se dispôs a perdoar. Veja que maravilha, temos o nosso objeto azul!

Blair olhou para as peônias azuis e um sorriso se abriu um seu rosto. Cheirando as belas flores que estavam nos braços de Lily, ela suspirou.

– Como é bom o cheiro de família. – Ela beijou o topo da cabeça de Henry – Não é, meu amor?

XOXOXO

– Chuck, está tudo bem? – Nate entrou porta a dentro no escritório da máfia – Você parecia agitado no telefone.

Chuck virou em sua poltrona para ficar de frente ao seu amigo. Ele afrouxou sua gravata, parecendo desconfortável, e suspirou.

– Me desculpe por chamá-lo aqui a esta hora, Nathaniel. Sei que você deveria estar em casa com Serena e os seus filhos.

– Bem, são onze da noite e os gêmeos já estão dormindo. – Nate colocou as mãos no bolso do paletó – Aconteceu alguma coisa?

Chuck fez uma pausa para tomar um gole do whisky com gelo em seu copo e depois olhou para o consiglieri. Suspirando, ele afirmou:

– Amanhã é o meu casamento.

– Sim... Amanhã é o seu casamento. – Nate olhou de forma desconfiada para Chuck – Você não está pensando em desistir, está?

– Não, nunca! – O mafioso afirmou certamente e se levantou de sua poltrona – Eu não tenho dúvidas sobre o meu casamento com Blair, mas eu tenho receio de que... Bem...

– Receio de...?

– De que ela desista.

Nate encarou Chuck. Primeiro, o Archibald ficou muito sério, depois ele explodiu em uma gargalhada. Chuck cruzou os braços.

– Não é engraçado.

– Me desculpe, mas sim, é engraçado. – Nate falou entre risadas. Ele se acalmou um pouco e prosseguiu – Chuck, você é cego?

Chuck nada disse. Nate colocou as duas mãos nos ombros do melhor amigo e sorriu.

– Blair ama você. Ela já matou, já mentiu, já fugiu e fez todas as coisas imagináveis por você. Ela até enfrentou o pai dela, quem ela obedecia sem nunca questionar! Você acha mesmo que depois de toda esta guerra, depois de ter o seu filho, ela vai desistir assim, sem mais nem menos? Me responda com toda a sinceridade.

Chuck olhou para baixo por um momento e depois encarou Nate.

– Não, não acho.

Nate concordou, satisfeito, e deu um tapinha de incentivo no ombro do mafioso.

– Eu já casei com a mulher da minha vida, agora só falta você.

Chuck sorriu.

– Obrigado, Nathaniel.

– Sempre estarei aqui para ajudar. Agora você deveria ir dormir, pois amanha deve acordar cedo para um tal casamento com uma tal Waldorf.

XOXOXOXO

5 de outubro de 1924

A cobertura dos Bass no Empire estava uma bagunça. Mulheres corriam para lá e pra cá atrás de maquiagens e cremes, vestidos estavam espalhados pelo apartamento inteiro e um enorme espelho havia sido posto na sala de estar para que todas pudessem se enxergar. Blair estava rodeada de cabeleireiras, costureiras e esteticistas que faziam os últimos retoques em seu cabelo e vestido, e os seus nervos estavam à flor da pele.

– Pelo amor de Deus, já são cinco e meia! – A noiva disparou, irritadiça – Vocês precisam se agilizar!

– B, acalme-se, sim? – Serena disse entre o amontoado de mulheres. Ela esticou o pescoço para procurar por um empregado – Alguém pode trazer uma água com açúcar, por favor?

– Serena, como você já está em pé? Duas crianças passaram pela sua...

– B!

– ... e você está aqui, como se nada tivesse acontecido. Aliás – Blair esticou os braços – Deixe-me pegar esta princesinha um pouco. Só ela entende como a vida é difícil.

Serena revirou os olhos e entregou Cece, que estava em seu colo, para os braços da madrinha. A menina, que era calma, apenas remexeu-se um pouco quando foi trocada de lugar. Blair beijou o topo dos cabelinhos louros de sua afilhada e olhou para a melhor amiga.

– Onde está Greg?

– Está com a minha mãe na cozinha. Ele ficou um pouco estressado com a bagunça e começou a chorar, então mamãe o levou para longe para que ele se acalmasse.

– Henry não quis ficar aqui também e... Você quer, por favor, largar a minha tiara? Meu penteado já está perfeito o suficiente! – Blair disparou para a cabeleireira que mexia em sua tiara de cristais e voltou a falar com Serena – Como eu estava dizendo, Henry ficou agitado com isso tudo e eu pedi para que Anthony o levasse um pouco até Chuck.

– Aw, então você só vai vê-lo novamente no altar!

Blair abriu um sorriso.

– Acho que sim.

Serena bateu palminhas animadas.

– Eu mal posso esperar pelo seu casamento!

– Eu também, S, eu também...

No meio de toda a conversa e burburinho das mulheres que povoavam a sala, Jeremy, que estava de terno e gravata e com os cabelos louros penteados para trás, abriu caminho até chegar à noiva.

– Com licença, Srta. Waldorf. O carro já está lá embaixo à sua espera.

Blair e Serena trocaram um olhar. Serena pegou a filha dos braços de sua melhor amiga e plantou um beijo encorajador na bochecha dela.

– O melhor momento da sua vida vai acontecer agora, B.

XOXOXOXO

O Victrola estava lotado e as expectativas para o casamento de Blair Waldorf e Chuck Bass eram altas.

As Famílias Italianas haviam comparecido em peso para o evento e vários parceiros de todas as partes do país estavam presentes. O salão estava decorado com várias flores brancas, além de longos panos de seda que interligavam os pilares do lugar, e a música ainda tocava esperando pela chegada da noiva. No altar, estava um padre italiano, que havia aceitado com muito gosto o convite de celebrar o casamento, Chuck, Nate e Henry. Henry estava no colo de Chuck, brincando com o cravo branco na lapela dele, e Nate falava sobre os primeiros dias de vida de seus dois pequenos gêmeos ao melhor amigo. Os dois estavam tão entretidos em sua pequena conversa que não perceberam Serena e Lily subirem o altar para falar com eles.

– Charles, Blair já está lá fora se preparando para entrar.

– Ah, céus. – Chuck murmurou, sentindo-se genuinamente ansioso. Serena moveu o peso de Cece em seu colo para o seu outro braço e colocou a mão no ombro de Chuck.

– Já lhe aviso que ela está linda, mas por favor, se acalme, ok?

– É Chuck, fique tranquilo. Aqui, me dê Henry.

Chuck balançou a cabeça, concordando, e passou o filho para o colo de Nate. Demorou mais um minuto, mas finalmente a marcha nupcial começou a tocar e o salão inteiro ficou em silêncio. Assim que Blair entrou, acompanhada de Jeremy, Chuck sentiu toda a adrenalina e emoção que ele vivenciou naquela primeira noite que a viu, ali mesmo, no Victrola. O olhar dos dois se conectou, cada um em uma ponta do salão, e o momento foi tão intenso que a caminhada de Blair até o altar pareceu durar uma eternidade. Finalmente, um ao lado do outro em frente ao padre, Chuck inclinou-se um pouco e murmurou para Blair:

– Você está divina.

Ela nada respondeu, mas o sorriso enorme que apareceu em seu rosto falou por si só. O padre começou a cerimônia e todos retomaram à seus lugares.

Enquanto o padre falava, Chuck refletiu sobre a sua escolha. E se Nate não tivesse levado Blair até o Victrola, naquela noite, para uma noite proibida de speak easy? E se ele desistisse de conquistá-la, como fez com outras garotas, e nunca mais os dois se falassem? E se ela mantivesse a palavra ao pai e nunca tivesse dado uma chance à ele? Será que eles estariam ali, naquele altar, com o filho logo ao lado e prestes a se tornar marido e mulher?

Chuck tinha certeza que não, mas as coisas aconteceram e o que mais importava no momento era que Blair tinha pego a sua mão e dado um aperto delicado nela, reafirmando o seu compromisso com ele. Era tudo o que importava.

– Charles Bartholomew Bass.

Chuck piscou, saindo de seus devaneios, e olhou para o padre. O religioso prosseguiu:

– Você aceita Blair Cornelia Waldorf como sua legítima esposa?

Ele virou para ela e disse com a maior certeza do mundo:

– Sim, eu aceito.

– Blair Cornelia Waldorf, você aceita Charles Bartholomew Bass como seu legítimo esposo?

Com os olhos castanhos cheios d’água, ela respondeu:

– Sim, eu aceito.

Nate alcançou a caixinha com os anéis de casamento para Chuck e os noivos trocaram alianças. O padre levantou a mão e exclamou:

– Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Uma chuva de comemorações pode ser ouvida pelo salão inteiro e Chuck inclinou Blair para trás, lhe dando um beijo de cinema. Ela sorriu nos lábios dele, sentindo seu coração pular dentro de si, e colocou os dois braços ao redor do pescoço de Chuck para que pudesse sussurrar em seu ouvido:

– Eu te amo, Bass.

Ele beijou a ponta da orelha dela antes de responder:

– Eu também te amo, Bass.

XOXOXOXO

Depois da cerimônia, o salão havia sido liberado para que a festa pudesse acontecer. O bolo já havia sido cortado, as fotos oficiais haviam sido tiradas e a primeira dança aconteceu em meio à ovações e comemorações por parte dos convidados. A pista estava ocupada e, diferente da dança oficial de marido e mulher que havia sido assistida por todos, Chuck e Blair estavam em um canto, dançando um perto do outro, com as mãos entrelaçadas e longe do olhar curioso do público. Blair descansou sua cabeça no peito de Chuck e suspirou.

– Nós estamos casados agora. Como se sente?

Chuck pensou por um momento.

– Aliviado.

Blair levantou a cabeça e ergueu uma sobrancelha para ele.

– Aliviado? Por que?

– Porque agora eu não preciso mais me preocupar se você vai embora e vai me deixar para trás, com um coração quebrado.

– Coração quebrado. – Ela soltou um riso – Chuck Bass um romântico, quem saberia?

– Você sabe. – Ele inclinou-se e lhe deu um beijo carinhoso nos lábios – Já é o suficiente.

Blair concordou e lhe retribuiu o beijo. Depois de um silêncio confortável entre os dois de beijos e abraços, Blair pegou as mãos de Chuck.

– Hey, sabe a tradição dos objetos antigo, novo, emprestado e azul?

Chuck franziu o cenho.

– Aquela de casamento?

– É.

– Sei.

Ela apontou alegremente para o grampo em seus cabelos e para as flores azuis em cima da mesa principal do salão.

– São presentes dos meus pais. Eles querem realmente voltar a fazer parte da minha vida.

– Excelente para eles, pois não ter você por perto deve ser algo horrível.

Blair olhou para baixo, contemplando o que diria a seguir. Suspirando, ela seguiu em frente:

– O objeto azul são as flores, o antigo o grampo e o emprestado são estes brincos que Serena me deu para usar especialmente hoje.

Ainda movimentando as pernas em um ritmo lento de música, Chuck questionou:

– Qual o seu objeto novo?

Blair o olhou e abriu um tímido sorriso. Pegando a mão de Chuck, ela o pousou cuidadosamente sob a barriga e respondeu:

– O objeto novo só vamos descobrir daqui a alguns meses.

Chuck parou a dança e Blair também. Ela o encarou, esperando alguma reação, e ele perdeu a habilidade da fala por alguns segundos. Quando conseguiu expressar algum sentimento, Chuck pegou Blair pela cintura e a girou no ar, fazendo-a rir.

– Vamos ter outro filho?! – Ele perguntou, com felicidade radiando claramente da expressão facial dele. Ela mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça, concordando. Chuck a abraçou e beijou o topo de sua cabeça.

– Quando você descobriu?

– Quando Serena ganhou os gêmeos. Eu tenho sentido os sintomas da gravidez nestas últimas semanas e me consultei com a parteira dela depois que os bebês nasceram e que você foi embora. – Blair explicou, enrolada no abraço de Chuck – Ele ou ela deve chegar daqui à seis meses, a Sra. Day disse.

– Você é maravilhosa.

– E você é o amor da minha vida.

Chuck e Blair entrelaçaram as mãos e encostaram a testa um no outro. De olhos fechados, ela confessou:

– Eu mal posso esperar para passar o resto da minha vida com você, Bass.

Chuck deu um aperto delicado de reafirmação na mão dela e respondeu:

– Nós estamos recém começando, Bass.

FIN


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Notas finais do capítulo

* Something old, something new, something borrowed, something blue: tradiçao americana de casamento em que a noiva deve ter com ela algo antigo, algo novo, algo emprestado e algo azul para trazer boa sorte.



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