Bad Kids escrita por NJBC Club


Capítulo 29
Pai e filho


Notas iniciais do capítulo

Segura o forninhooo, Giovana!
Foi mal pela demora, mas aqui está. Tenho apenas mais 2 capítulos para postar e depois BUM, it's over. Espero que gostem dos suspiros finais desta história, porque estou amando escrever isso aqui. Deixem seus comentários pra receber uma notinha especial no capítulo final! Beijoos



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Pais e filhos

Nate disfarçou a careta que queria fazer ao ver Harold Waldorf saindo do elevador, sendo seguido de perto por Anthony e Jeremy. O político parou ao ver o marido de Serena sentado na sala de estar de Charles, e estreitou os olhos em direção à ele.

– O que faz aqui, Nathaniel?

– Vim fazer uma visita ao meu amigo, Senhor Waldorf. – Nate respondeu educadamente.

– Acredito que a esta altura do jogo eu não deva me surpreender com mais nada. – Ele respondeu, lançando um olhar de julgamento para Nate.

– Penso o mesmo. – O Archibald mais novo respondeu duramente. Harold seguiu em frente, mas foi parado por Jeremy a alguns passos de distância do quarto onde Chuck estava se recuperando do tiro que havia levado no dia anterior.

– Preciso avisar o Sr. Bass que você está aqui. – Jeremy disse, e entrou por um instante no quarto. Depois, ele voltou e pediu que Harold entrasse. Assim que ele entrou no quarto, percebeu o ambiente quieto montado para a total recuperação do chefe da máfia. Ao lado da cama onde Chuck estava repousando, havia um criado mudo onde em cima tinha uma vasilha com água e alguns rolos de bandagem que estavam sendo usados para imobilizar seu braço, e apenas uma pequena lamparina fornecia iluminação o suficiente para que ele pudesse enxergar, mas que conseguisse dormir. O mafioso olhou para o político, mas nada disse. Iria esperar que seu então parceiro de negócios se pronunciasse primeiro, e foi o que aconteceu.

– Charles. – Harold balançou a cabeça como uma forma de comprimento – Vim porque preciso falar com você.

– Foi o que pensei. – Ele respondeu, e indicou a cadeira que estava próxima – Por favor, sente-se. Não posso me erguer da cama.

Harold concordou e sentou-se. Agora os dois estavam olho no olho, e o ar parecia estar um pouco tenso naquele quarto. Harold pensou em maneiras de começar aquela conversa, mas pelo ritmo das coisas, ele preferiu ser mais direto.

– Agradeço por ter salvo a minha vida, por ter abafado o caso de Miller e ter me ajudado a ganhar as eleições. Não sei onde estaria agora se não fosse por sua interferência.

– Concordo. – Chuck murmurou como resposta. Harold ignorou isso e continuou:

– Mas devo dizer que nunca me senti tão traído como me sinto agora.

Chuck franziu o cenho.

– E por que seria isso?

Harold olhou para baixo por um instante, organizando as palavras em sua mente. Depois, ele olhou fixamente para Chuck.

– Uma vez eu lhe avisei para ficar longe de Blair, pois este mundo – ele apontou ao redor – não pertence à ela. Nunca planejei ou imaginei nada disso para minha filha. Mas graças à você, ela mentiu, enganou e fugiu para a Europa dizendo que ia estudar... – ele riu da própria desgraça – Vê o que fez?

Chuck engoliu em seco. Então Harold descobriu tudo.

– Sr. Waldorf, Blair sempre fez de tudo para agradar o senhor. As intenções dela foram as melhores, mas ela estava cansada da vida de perfeição imposta à ela. O senhor devia conhecer melhor a filha que tem.

– E eu conhecia – ele argumentou – Ela sempre fora um doce. Seus sonhos, seus planos, exatamente tudo era diferente do que hoje ela tem.

Chuck se esforçou para não revirar os olhos. Um doce. Blair nunca fora um doce.

– Eu posso fornecer tudo o que os homens com quem o senhor queria casá-la forneceriam, aliás, posso fornecer mais que qualquer um deles: tenho fortunas. Francamente, porque o senhor me detesta tanto?!

– Porque isto tudo que você faz é errado! Entendo que sou um completo hipócrita agora, pois usei de seus meios para conseguir o que queria, mas acabou! Não quero mais nada com isso! Sua máfia, seus capangas, suas armas, seu dinheiro, nada disso eu quero perto de mim, e nada disso eu queria perto de minha filha! Mas agora, por Deus, ela está presa à você por causa de uma criança!

Chuck engoliu em seco e sentou-se ereto na cama, apesar do protesto de seu ombro.

– Como descobriu sobre a gravidez?

– Não importa, Charles. O que realmente é importante agora é que, graças à você e Blair, ela está fora da minha casa, e especialmente da minha herança. Ela é de responsabilidade sua assim que voltar da Itália com o seu filho.

– Não pode fazer isso com sua própria filha.

– Pode ter certeza que meu comportamento agora seria muito diferente se isso não tivesse acontecido – ele gesticulou em direção ao ombro machucado de Chuck – Agradeço mais uma vez pelo que fez por mim, mas parabéns, você conseguiu o que queria.

Chuck encarou Harold.

– Sabe que os outros falarão, sabe que os jornais vão investigar, não sabe? Como vai explicar a sua filha por ai, de mãos dadas comigo e uma criança no colo? Não vou dizer para Blair que fique na Itália apenas porque o senhor quer.

O político hesitou, mas respondeu.

– Darei meu jeito.

– Não seja burro, governador. – Chuck encostou-se contra a cabeceira de sua cama – Vai estar se sabotando ao mentir sobre Blair na mídia. Pense bem, e me diga: você prefere que seu nome seja envolvido em um escândalo ou prefere tolerar que ela tenha sua própria família, ao meu lado, sem grandes problemas?

Harold lhe fuzilou com o olhar, e ignorando a pergunta de Chuck, foi em direção à saída do quarto.

– Passar bem, Sr. Charles. Tudo o que tinha para dizer, eu já disse.

Chuck sacudiu a cabeça, incrédulo. Harold Waldorf realmente era um ser inacreditável. Assim que o político foi embora, Jeremy apareceu na porta, com uma expressão preocupada.

– Hm, Sr. Bass?

Chuck bufou.

– O que foi?

– Acabamos de receber uma ligação internacional, vinda da Itália. É sobre a Srta. Waldorf.

Chuck sentou em posição de alerta.

– O que aconteceu?

– O seu filho nasceu antes do previsto... é um menino... – Jeremy falou, hesitante, e Chuck praticamente pulou da cama. Ele não sabia se comemorava por seu filho, mas pela expressão do capanga, ele notou que nem tudo eram flores.

– E o que mais?

– Era aquela senhora italiana que estava no telefone, eu não entendi direito, a ligação era de apenas um minuto! – Jeremy falou, apressado – Mas a Srta. Waldorf está de cama com febre alta. Eu não sei, Sr. Bass, mas entendi que ela está passando por um bocado.

– QUE DROGA! – Chuck xingou e deu um soco na parede, assoviando alto de dor logo depois por causa de seu ombro. Nate entrou no quarto, alarmado por causa da confusão, e olhou para seu amigo.

– Chuck, o que está acontecendo? É algo que Harold fez?

– Blair, Nathaniel – Chuck o olhou, sentindo lágrimas de desespero encherem seus olhos – Eu preciso ir para a Itália AGORA! Preciso embarcar no próximo navio!

– Acalme-se, olhe o seu ombro! Me explique o que aconteceu e eu ligarei para o porto para providenciar os tickets, certo?

XOXOXOXO

Uma semana depois

Bibianna pôs um dedo no peito do pequenino menino para checar os seus batimentos e a respiração – ela sentiu o coração batendo e os pulmões inspirando e expirando. Soltando um suspiro de alívio, a italiana pegou o frágil recém nascido do berço e o embalou em seu colo. Sem soltar um único barulho, o bebê abriu os olhos e mexeu-se nos braços de Bibianna.

– Que lindos olhos castanhos, miudito – ela murmurou, sorrindo docemente para a criança – São iguais aos de sua mãe.

Antoniella entrou no quarto, silenciosamente, e pairou sobre o ombro da empregada mais nova. Bibianna piscou para ela, sinalizando que estava tudo bem.

– Você já tirou o leite da cabra?

– Já. – a italianinha confirmou – vou levá-lo lá para baixo para alimentá-lo.

– Não, não. – Antoniella pegou o bebê de seus braços – Deixe isso para depois. Rosali terminou de fazer as compressas de água morna na Srta. Waldorf e pediu que levássemos o pequeno até o quarto, ela está se sentindo melhor.

As duas foram até o quarto no final do corredor onde a parteira estava, com Blair enferma deitada na cama. Rosali segurava um pano úmido na testa de Blair, para absorver o suor causado pela febre

– Como ela está? – Bibianna perguntou.

– Está um melhor, mas ainda não acordou totalmente. Dio, essa bambina teve sorte. – Rosali suspirou, observando os dois na cama – Partos antecipados não costumam terminar bem, e quem vê diz que o menino nasceu em tempo. É pequeno, mas não apresentou nenhum problema de saúde até agora. Aliás, deixe-me vê-lo.

Rosali largou o pano e pegou o bebê nos braços, que estava enrolado em uma bonita manta azul. Ela checou a temperatura da criança com as costas das mãos e analisou as feições infantis à procura de qualquer sinal de alguma doença ou algo relacionado. A parteira sorriu, satisfeita.

– O menino está bem. – ela o ergueu um pouquinho – e logo vai pegar tamanho e peso. É um homenzinho forte, este aqui.

Rosali...

As três italianas olharam para Blair, surpresas. Ela havia aberto os olhos e parecia um tanto perdida, ainda cansada.

– Senhorita Waldorf, céus! – Antoniella foi rapidamente para o lado dela – A senhorita está bem? Como se sente?

Blair fez uma careta.

– Meu corpo... dói. – Ela respondeu com a voz rouca.

– Imagino. – Rosali disse – Um parto difícil destes deixa várias sensações incomodas pós procedimento.

– É. – Blair limitou-se a responder. Ela viu pequenas mãozinhas balançando-se no ar, no colo de Rosali, e perguntou – É ele?

– Sim, Srta. É um menino lindo – Ela ofereceu o bebê à ela – Quer segurá-lo? Precisa apenas fazer um ninho com os braços, e vou colocá-lo ai para que você não precise fazer esforço. Antoniella lhe ajudará a se acomodar.

A governanta ajudou Blair a se sentar e a encostar-se contra a cabeceira de madeira da cama para receber o menino nos braços. O bebê passou do colo de Rosali para o colo da mãe, que sentiu seu coração bater mais rápido ao sentir o peso leve e a pele macia de criança em seus braços. Aquele era o seu menininho.

– Ele é perfeito. – Ela murmurou, tocando os dedinhos das mãos. – Tão pequeno...

– Ele está ganhando peso aos poucos, senhorita. – Roseli disse, e acariciou suavemente a bochecha corada da criança – ele dorme como um anjinho.

Blair aproximou seu rosto do de seu filho e correu seu nariz pela pequenina mandíbula dele.

– Você é tão bonito. – Ela sorriu, emocionada – e parece muito com seu pai.

O bebê abriu a boquinha e bocejou. Blair riu e plantou um beijo na bochecha dele, aconchegando-o para mais perto de seu peito. Antoniella sentou-se na beirada da cama e ajeitou as cobertas nas pernas de Blair.

– E então, a senhorita e o Sr. Bass chegaram a escolher um nome para ele?

Blair afastou uma mechinha de cabelo castanho da testa do bebê.

– Chuck e eu tínhamos definido que se tivéssemos uma menina, seria Holly. Não sei por que, sempre gostei deste nome. Mas se fosse um menino, seria Henry... Então Henry será – ela sorriu para o bebê – Não é, meu amor?

Henry fechou os olhinhos e acomodou-se no colo de sua mãe.

XOXOXOXOXO

Blair já se sentia melhor e agora podia sair de seu quarto e cessar o tempo de repouso. Desde que havia acordado, ela utilizou seu tempo para conhecer melhor o bebê a quem ela tinha dado vida uma semana antes. Henry, apesar de ter nascido um mês antes da data, tinha bochechas coradas e amamentava-se normalmente, ganhando mais peso e alguns centímetros à medida que os dias passavam. Blair estava completamente apaixonada pela linda criança que era o seu filho.

– Eu me sinto tao diferente. – Blair comentou com Antoniella, enquanto dava de mamar à Henry na poltrona de balanço do quartinho. Ela acariciou as mechas castanhas do menino e continuou – Agora sou mãe do pequeno ser mais importante da minha vida, que depende completamente de mim. Me sinto emocionada mas também me sinto assustada.

– Assustada com o quê, Srta. Waldorf? A senhorita já é uma excelente mãe.

Blair suspirou e recostou-se contra a poltrona.

– É que... somos apenas Chuck e eu. Minha família não quer me ver de jeito nenhum – ela sorriu tristemente – e Henry é apenas um bebê. Eu espero que tenha forças pra seguir em frente.

Antoniella ia responder algo quando Bibianna entrou no quarto, segurando um envelope na mão. Ela falou algo em italiano e entregou a carta na mão da governanta.

– É do Sr. Bass.

– Ah, finalmente. Acho que Henry terminou, pode segurar ele para mim?

Antoniella pegou o menininho nos braços e Blair ajeitou seu vestido para poder ler a carta. Ela passou os olhos pelas palavras rapidamente e voltou a dobrar o papel.

– Ele está vindo. – Blair sentiu seu coração bater mais rápido – O navio de Chuck vai descer aqui na semana que vem.

Antoniella balançou o pequenino em seu colo.

– Ouviu isto, bambino? Seu padre está vindo para ver você!

XOXOXO

Chuck dispensou os comprimentos do motorista Dotto e caminhou diretamente até as escadas de sua mansão em Veneza. Ele estava cansado, seu ombro ardia, as noites no navio haviam sido terríveis e ele mal podia esperar para ver Blair e o bebê. Anthony tinha vindo com ele para lhe garantir segurança e caminhava lado a lado com o chefe por causa do ombro imobilizado dele.

– Senhor, cuidado com o seu...

– Pouco me importa isso. – Ele rebateu – Só quero ver minha mulher e meu filho.

Anthony continuou a caminhar, calado. Bibianna esperava pelos dois na sacada e os cumprimentou assim que subiram.

– Onde está Blair? – Chuck perguntou, sem rodeios.

Bibianna encolheu-se um pouco sob o tom autoritário do mafioso e murmurou uma resposta em italiano.

– O que ela disse? – Chuck perguntou ao seu capanga.

– Ela disse que a Srta. Waldorf está lá dentro, no quarto do bebê.

Chuck, sem esperar por mais nada, entrou correndo na mansão. Ele subiu as escadas diretamente até o segundo andar e foi até o final do corredor, onde sabia que o quarto ficava. Abrindo a porta com um supetão, ele parou sob a soleira ao ver a cena em sua frente: Blair estava em pé, de frente ao berço, e cantava baixinho para o bebê em seu colo enquanto embalava o pequeno corpinho enrolado em uma manta azul. Chuck sentiu como se uma tonelada tivesse sido retirada de seu coração. Blair estava viva, bem, e o seu filho também.

– Hey. – Ele murmurou. Blair parou de cantar imediatamente e virou-se para a porta. Ela o viu ali, parado, com uma tala em um dos braços, e foi como se os sonhos que ela teve enquanto estava dormindo tivessem se transferido para a realidade. Sorrindo, ela respondeu:

– Hey.

– Deus, como eu estou feliz por ver você. – Chuck disse e foi até ela, beijando-lhe diretamente nos lábios. Um pequeno chorinho interrompeu o rápido momento e Chuck deu um passo para trás para ver o bebê nos braços dela. – Posso pegá-lo?

Sem nada dizer, Blair esticou os braços para passar o menino para o colo de Chuck. O bebê chorou ao perder contato com a mãe, mas logo se acalmou ao ajeitar-se tranquilamente no conforto do terno francês do pai. Chuck ficou fascinado com a beleza de seu filho e beijou o topo da cabecinha de cabelos castanhos dele.

– Blair, ele é perfeito. – ele falou, ainda olhando para a criança.

– Eu sei. – ela concordou, acariciando o rostinho de seu filho – É o nosso Henry.

– Olá, Henry.

Eles ficaram em silêncio por um momento, apenas observando o novo amor da vida dos dois. Henry abriu os olhinhos cor de chocolate e alternou o olhar entre sua mãe e o seu pai, como se estivesse fazendo uma espécie de relação entre os dois. Chuck deu uma última olhada em seu filho e depois voltou a encarar Blair.

– Você não tem noção das coisas que passaram pela minha cabeça enquanto estive naquele navio.

– Eu sinto muito, não sei o que aconteceu...

– Não se desculpe por ter encarado complicações. Não é disso que eu estava falando. – Chuck pousou Henry no berço gentilmente e depois pegou as mãos de Blair – Eu quis dizer que tive muito medo de perder você. Medo que restasse apenas eu e Henry, ou pior ainda, apenas eu. Nunca mais quero sentir o que senti nestes dias em alto mar e especialmente nunca, nunca quero perder você. Por isso tenho um pedido a fazer...

Blair sentiu a respiração trancar em sua garganta. Chuck beijou suas duas mãos e disse:

– Eu não estou fazendo isso apenas por Henry, ou porque sei como as coisas estão complicadas com você e sua família em Nova York. Estou fazendo isso porque você é a mulher com quem quero passar o resto da minha vida, a companheira que eu sempre quis, e quem eu não consigo mais ficar sem. Eu amo você, Blair Cornelia Waldorf, e por isso quero saber: Você quer se casar comigo?

Ela olhou para baixo por um momento e deixou um risinho feliz escapar por seus lábios. Depois, voltando a encarar Chuck nos olhos, ela respondeu:

– É claro que sim.

Chuck sorriu e pegou Blair em seus braços, girando-a no ar com a maior felicidade que conseguia reunir. Os dois se uniram em um beijo intenso, repleto de amor, e naquele momento, naquele quarto, existiam apenas Blair e Chuck, Chuck e Blair.


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