Heirs escrita por Jajabarnes


Capítulo 1
Em polvorosa!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Era meio da noite e todos nos palácios estavam de pé. As servas entravam e saiam do quarto o tempo todo trazendo toalhas apressadamente.

Começara há mais ou menos 15 minutos. Ela me acordara no meio da noite e então a correria começou. Os gritos de dor de Susana ecoavam por todo o castelo há 15 minutos. 15 minutos! Não me deixaram entrar no quarto e essa espera está me matando. Pedro estava tentando me acalmar, Edmundo estava escorado na parede quase pegando no sono, mas pulando a cada grito mais alto de Susana que fazia meu coração subir à boca. Vanessa, a esposa de Pedro, também tentava argumentar para me fazer parar de andar de um lado para o outro, Lucia estava lá dentro do quarto com Susana, Gael, esposa de Edmundo, estava em outro quarto com Richard, Leonardo e Alysson que acordaram com a gritaria e Áries, mariso de Lúcia, fora preparar os fogos de artifícios.

Seguiram-se mais uma série de gritos doloridos, depois segundos de um silêncio sufocante onde meu coração quase varou meu peito, e então, um chorinho de bebê. Um alívio imenso me invadiu misturado com a ansiedade. Vanessa sorriu abraçando Pedro que também sorria e Edmundo me deu tapas amigáveis no ombro. O chorinho era música para mim e eu apenas prestei atenção, tentando gravar o som, sentindo o sorriso se formar em minha face.

Pouco depois, Lucia saiu do quarto sorrindo abertamente.

-É uma menina! - disse Lúcia. Eu a olhei surpreso e ao mesmo tempo encantado. -Ela é linda! - acrescentou.

-Parabéns, Caspian. - disse Pedro.

-Obriga... - algo me interrompeu. Os gritos de Susana recomeçaram, me deixando atônito.

-Oh, Aslam! - Lúcia correu de volta ao quarto, batendo a porta.

-Mas já nasceu... Por que a Susana ainda está gritando? - tanto Edmundo como Pedro e eu exibíamos expressões confusas enquanto Vanessa estava quieta, pensativa. Senti uma nova preocupação crescendo em mim. Por que o gritos recomeçaram? Será que alguma coisa saiu errado? Será que houve alguma complicação? Oh, Aslam...

Mas nossas dúvidas foram esclarecidas mais 16 minutos e 47 segundos depois -sim eu estava contando – quando ouvimos outro chorinho. Eu quase desmaiei.

-São gêmeos! Gêmeos! - Pedro comemorou enquanto eu me apoiava na parede para me manter de pé. Ele e Edmundo trocaram um abraço comemorando.

-Parabéns, Caspian, parabéns! - os três estavam comemorando. Finalmente eu consegui sorrir com os olhos marejados de emoção. Só que esse sorriso novamente virou preocupação quando Lúcia não apareceu. Um silêncio predominou do outro lado por mais angustiantes dez minutos, então Lúcia surgiu, sorrindo de orelha a orelha, as servas saíram do quarto contentes, cumprimentando-me.

-Parabéns, Caspian! - Lúcia me abraçou.

-Obrigado. - eu mal conseguia falar de tanta emoção.

-Pode entrar se quiser. - disse ela, dando-me passagem. Que pergunta, claro que eu queria entrar!

Adentrei o quarto com as pernas bambas, fechando a porta calmamente atrás de mim. Então fiquei parado alguns segundos, de costas para a madeira da porta, observando a cena a minha frente. Susana estava sentada na cama, usando a camisola branca, com as costas escoradas nos travesseiros, os lençóis bagunçados e sujos de vermelho em algumas partes, suas pernas estavam embrulhadas, seus longos cabelos estavam presos num coque desajeitado, a pele levemente brilhosa por causa do suor; ela parecia exausta, mas tinha um sorriso que mal cabia no rosto, olhando para seus braços onde, envolto em uma manta branca grande, surgiam duas mãozinhas alvas e agitadas. Um lágrima escapou de um de meus olhos e eu a sequei imediatamente a tempo de Susana não ver. Ela ergueu o sorriso e o olhar brilhante para mim. Eu sorri de volta, ainda paralisado perto da porta.

-Venha, Cas. - chamou-me Susana, calmamente. Só então minhas pernas se moveram caminhando em passos lentos até a cama, sem tirar os olhos da pessoinha escondida dentro da manta. Sentei devagar na cama, ao lado de Susana.

-Como você está? - perguntei baixinho.

-Melhor impossível. - seu sorriso era radiante. Olhei-a nos olhos por alguns instantes beijando-lhe ternamente em seguida até que um som doce e incomodado veio do meio da manta. Susana riu e nossos olhares voltaram para aquele ser pequenininho que parecia a mais delicada peça de porcelana. Meus olhos pousaram na pele clara, bochechas e lábios rosados e cabelinhos escuros. Meu sorriso feriu minhas bochechas. As mãozinhas não paravam, nosso filho parecia incomodado com alguma coisa...

Completamente hipnotizado, deslizei a ponta dos dedos pela bochecha rosada e as mãozinhas agarraram meu dedo numa prisão frágil e delicada, com o polegar afaguei as costas da mãozinha gordinha tomando um cuidado exagerado. De relance pude ver alguém saindo do banheiro, vindo em minha direção, mas não tirou minha atenção do bebê.

-Majestade? - a voz melodiosa de Eunice, a mulher que fizera o parto. Olhei para ela e a mesma deixou delicadamente em meus braços mais um embrulhinho pequeno. Peguei receoso tomando um cuidado mais exagerado ainda. Envolto na manta, um dos gêmeos cochilava tranquilamente, ao contrário do outro que ficava mexendo as mãos pequenas, esse que estava em meus braços se comportava, as mãozinhas quietas. Meu coração disparou descompassadamente assim que o peguei em meus braços. Nenhuma palavra de qualquer que fosse o idioma conseguiria descrever a emoção que eu estava sentindo. - Meus parabéns, majestades. - Eunice fez uma reverência.

-Obrigado. - falei antes de ela se retirar do quarto, fechando a porta. - Wow... - desabafei assim que ela saiu. Susana continuava sorrindo. - Eles são de verdade, Su? - questionei o que fez Susana rir.

-Elas, Caspian, são elas. - corrigiu docemente. Após alguns segundos de choque, eu suspirei. - Está tudo bem? - perguntou Susana.

-Está tudo ótimo, Su, melhor impossível, eu só estou bolando um plano. - brinquei.

-Para quê?

-Para quando elas forem maiores. Tenho que pensar no jeito mais cruel de espantar garotos. - não, eu não estava brincando. Susana gargalhou.

-Você terá muito tempo para pensar nisso. - garantiu divertida.

-Nunca é cedo para começar... - justifiquei, encantando-me mais uma vez com minhas menininhas. Susana riu e alguns minutos passaram. Houve uma batida suave na porta, nós respondemos um “entra” para quem quer que fosse e a porta abriu devagar. Pedro, Edmundo, Lúcia, Gael e Vanessa entraram, logo rodeando a cama. Todos sorriam de orelha à orelha.

-Oh, Su, elas são lindas! - comentou Gael, baixinho.

-Obrigada. - Susana respondeu.

-Eu disse. - falou Lúcia.

-Vocês já escolheram os nomes? - perguntou Edmundo.

Susana e eu trocamos um olhar entes de ela responder.

-Um dos nomes que escolhemos é Júlia, em homenagem a nossa avó, Ed. - falou ela.

-E a outra? - perguntou Pedro.

-Bem, - ela deu um risinho. - O outro nome que escolhemos é masculino, é o mesmo nome do avô de Caspian... Benjamin... - disse Susana.

-Poderia ser Jamim. - sugeriu Lúcia.

-É! - concordaram o outros.

-Eu gostei. - falei, olhando para a menininha dorminhoca em meus braços. - O que você acha, Su?

Ela apenas sorriu e eu soube que ela concordava comigo.

Naquele mesmo momento, luzes coloridas explodiram no céu noturno num espetáculo de fogos de artifícios anunciando a chegada das princesas. Os momentos seguintes seguiram de comentários e parabenizações. No dia seguinte, logo pela manhã, nos preparávamos. Susana vestiu um vestido vermelho, os cabelos estavam presos num coque com duas mechas fazendo cachinhos, uma de cada lado do rosto, os lábios pintados de vermelho, e um colar adornado de ouro com rubis e diamantes repousava em seu colo, combinando com a coroa dourada. Eu também estava usando minha coroa e vestindo uma das diversas roupas reais exclusivas para super comemorações como esta. Ao sairmos, encontramos com os outros, igualmente elegantes com suas coroas. Richard estava no colo de Lúcia, Vanessa carregava Leonardo e Edmundo trazia Alysson no colo. Susana pegou Jamim nos braços enquanto eu carregava Júlia. Nos posicionamos em frente a porta, os oficiais a abriram e nós adentramos elegantemente a varanda, de lá tendo visão privilegiada de todas as pessoas da cidade que haviam vindo em polvorosa presenciar a apresentação de suas novas princesas.

Assim que Susana e eu paramos atrás do parapeito levando nossas filhas nos braços e tendo os outros reis, rainhas príncipes e princesa parados mais atrás, a população bradava vivas e mais vivas, jogando pétalas de flores para a varanda, comemorando calorosamente a chegada delas.

Acho que nunca vivi momento tão feliz...


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Notas finais do capítulo

Gostou, gemea? E vocês leitores lindos, gostaram?
Vejo vocês nos reviews!
Beijokas!!



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