Quando a porta do elevador se abriu, senti um frio congelante vindo lá do apartamento. Minhas pernas expostas pelo shorts curto foram as que mais sofreram como o frio repentino. Antes que eu pudesse tentar dizer alguma coisa (pois meus dentes estavam batendo muito rápido para alguma palavra sair da minha boca), Sue chegou correndo em minha direção, vestida com um sobretudo preto com detalhes prata, e pele falsa por dentro que ia até o joelho, senti uma inveja imensa por ela estar com uma roupa tão quentinha, mas logo passou, quando vi que ela estava segurando uma calça linda de veludo e um sobretudo bege. Ela me entregou as roupas.

- Ai, Amber, me desculpa! Esqueci de te avisar que Reed ia fazer uma experiencia para saber EM QUANTO TEMPO NÓS VIRAMOS PICOLÉ - ela disse essa ultima parte com gritando, para que Reed, que estava no laboratório conseguisse escutar.

Ele gritou um "me desculpe, Amber!" , enquanto eu vestia rapidamente as roupas por cima das minhas mesmo, e murmurava um "ooo-br-brrrr-ii-ga-da Suuu-e". O elevador apitou, e Johnny saiu de lá.

- UOU, que frio é esse? - ele disse, enquanto eu envolvia meus braços em torno de mim mesma, para tentar me esquentar um pouco. - Calma aí gatinha, que frio todo é esse? - Ele chegou perto de mim, e passou os braços em volta dos meus ombros. Não tive forças para afastá-lo de mim, pois a sensação era boa demais para acabar tão rápido. Não! Não que eu esteja gostando de ver ele me abraçar, por que eu sei que ele tem namorada, e é um grande galinha, que só sabe se divertir com a mulherada. Mas qual é! Ele é o tocha humana. Tocha! Fogo! Entendem? A sensação boa que eu quis dizer, foi que o frio intenso foi passando aos poucos. Está certo que as minhas pernas tremeram enquanto ele me tocava, mas eu sei que foi resultado do frio. EU SEI QUE FOI O FRIO!

Quando eu conseguir fazer meus dentes pararem de bater, me livrei do abraço quente de Johnny.

- Sorte sua que eu tenho fogo interno sempre! - Ele me disse, rindo da situação. - Entenda essa frase como quiser. - ele me disse, dando uma piscadela e arqueando a sobrancelha. Não é possível que um homem fique tão lindo arqueando a sobrancelha como ele. - Quando quiser se esquentar de novo, é só me procurar

- Você se acha muito, garoto - respondi, balançando a cabeça negativamente. Dei as costas para ele, e segui até o laboratório. - Reed, você sabe o que acontece quando a borracha é exposta a temperaturas muito frias?

- Sei, Amber - ele disse - ela pode rachar, já tive essa experiencia antes, e não foi nada agradável. Mas eu estou bem agasalhado, e logo logo, vou aumentar a temperatura do apartamento. Infelizmente, a experiência exige essa temperatura baixa.

Enquanto ele me explicava quais os procedimentos da experiencia, senti que os olhos de Johnny não se desviavam de mim. Tentei não me sentir desconfortável e simplesmente ignorar, mas era quase impossível.