Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 4
III. Segundas impressões.


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee! Oi! Estou eu vindo postar apressada nesse mínimo tempo que eu tenho no computador... eu não terminei de responder todos os reviews, mas amanhã eu vou responder todos com muito carinho ♥ obrigada de verdade a todas as pessoas que estão comentando. Cara, vocês são demais. Indiquem/comentem/recomendem a fanfic para outras pessoas! ♥ Beijos.



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— Você está bem? — Edward perguntou, olhando-a de lado.

— Estou, Edward, estou. E eu já te disse isso por mais de cinco vezes.

Nunca pensou que estaria no banco de passageiro de seu próprio carro e, com a mente mais calma, percebeu que descontou no individuo cujo lhe tocara toda a raiva que vinha acumulando. Não importava, ele mereceu por lhe tocar quando ela não lhe dera permissão para isso. Isabella fechou os olhos por um momento, deixando que sua mente lembrasse todas as coisas boas que lhe acontecera para tentar expulsar aquele sentimento horrível de dentro de si.

Lembrou-se de quando foi para La Push com o seu pai — quando ele ainda gostava um pouco dela. Bella estava tão animada que ignorara o frio excessivo que estava fazendo e correu para água, parando alguns metros antes. Pensou com a sua mente de 11 anos que nunca poderia achar lugar mais bonito que aquele, nem que poderia viver tão bem quanto naquele momento. E então, ignorando Renée que lhe orientou a não entrar na água, jogou-se nas ondas sem pensar duas vezes.

Estava frio, mas era confortável. Sempre achara isso, não importava as circunstâncias. Quando decidiu enfim sair da água, um enorme sorriso lhe habitava o rosto e sua mãe correu para lhe envolver em uma toalha, enxugando a filha com as mãos apressadas e colocando-a dentro de um casaco quente.

— Mãe — Bella disse sorrindo. —, eu estou bem.

A Bella de hoje olhou para o seu pulso fraturado e suspirou, envolvendo novamente a mão nele como se aquilo o protegesse. E para lhe estressar, seu cabelo caiu do coque mal feito, deslizando sobre os seus ombros e chegando até o início de sua cintura. Notou que talvez estivesse na hora de cortar um pouco, afinal sempre lhe dava um imenso trabalho colocá-lo dentro da toca apertada que usava para nadar.

— Renée é ruiva, Charlie tem os cabelos escuros… por que você nasceu meio loira? — Edward perguntou, olhando-a de lado.

— Puxei à vovó Swan. — Respondeu ela. — Desde pequena ela tem os cabelos quase brancos de tão loiro… ela é linda. E o cloro também ajudou a clarear um pouco mais…

— Me diga, por favor, que não aconteceu nada com o seu pulso e só está o segurando por nada em especial. — Edward implorou ao se virar rapidamente para ela e ver seus olhos abaixados, fitando a mão envolta ao pulso.

— Acho que talvez devêssemos ir para um hospital. — Bella se encolheu e pensou em colocar seus pés em cima do banco e se abraçar a elas, mas seu braço estava latejando demais para tal esforço. — Desculpe.   

— Pelo quê está se desculpando? Por ter fraturando seu pulso batendo em um cara que era para eu estar te protegendo? Se for por isso, não faça.

— É por estar fazendo você perder tempo. — Murmurou. — Poderíamos estar indo para a minha casa se eu não tivesse surtado e batido nele como uma louca.

— Na verdade, você o espancou, Bella. — Ele disse suavemente.

Ela bufou um riso, olhando brevemente para ele que também estava sorrindo tortamente, quase se divertindo da situação em que se encontrava. Se Edward escapara da demissão mais cedo, com certeza não se livraria agora que deixara a filha do chefe se machucar ao bater em um marginal pelo qual Edward foi designado protegê-la. Era o final perfeito.

A risada de Bella relaxou-o um pouco, talvez ela não fosse tão séria quanto parecia, talvez pudesse ser uma garota legal afinal de contas. Ele sempre soube que tinha o problema de julgar as pessoas sem a conhecerem direito e fez exatamente isso com Isabella, tratou-a mal por nada. Só foi uma precaução que ela lhe deu, nada que devesse uma resposta tão áspera quanto a que ele deu.

Enquanto estacionava o carro dela em uma vaga no hospital, tentou agir como um bom empregado faria e ir abrir a porta para ela, porém se surpreendeu mais uma vez em como ela não fazia questão por essas coisas. Tão simplória que não parecia ter tanto dinheiro em uma conta reservada para ela como tinha na realidade.

— Quer ajuda? — Ofereceu quando viu sua tentativa de colocar um casaco por cima da camisa amarela e roxa que estava.

Bella somente fez assentir com o rosto, entregando o casaco claro para ele e esticando um dos braços para passar umas das mangas compridas. Edward pensou estar fazendo algo de errado quando passou a mão esquerda machucada de Bella por ele, observando a sua expressão se entortando por causa da dor que era estirar de alguma forma seu pulso. Ajeitou a gola do casaco dela que ficara torta e puxou os seus cabelos longos para fora.

Não soube o motivo e ficou incrivelmente envergonhada quando isso aconteceu, mas sua pele se arrepiou com o toque dele em seus cabelos. Talvez por nunca ser tocada com tanta suavidade ou por não permitir que ninguém encostasse um dedo nela e, quase não querendo aceitar o fato, gostou daquilo. Queria que alguém lhe tocasse daquele jeito de novo e de novo, só para saber se a sensação seria tão boa quanto foi da primeira vez.

Com as bochechas coradas, ela abaixou o rosto e deixou o cabelo longo encobrirem seu rosto para que ele não percebesse o quanto havia lhe afetado. Andou fitando o chão até quando ele abriu a porta do hospital para ela e teve que agradecer-lhe levantando as bochechas e as sobrancelhas. Queria dizer que não precisava, que podia abrir uma porta sem a ajuda de ninguém e acabou não falando nada.

Ela foi atendida rapidamente, teve que trincar o dente por causa da dor que era ter que colocar no lugar. Enfaixaram sua mão com faixas que ela teria que aprender a tirar e a enfaixar novamente se quisesse molhar o pulso durante o banho. Isso é, se não quisesse vir todo dia para o hospital.

— Não — Bella disse apressadamente. — Minha mãe… ela me ajuda a colocar.

Depois de receitar remédios e mais remédios para que Isabella comprasse, o médico deixou que ela fosse, mas não antes de lhe dizer que não socasse a cara de alguém com tanta força porque fazia mal para os dedos. Ela odiava aquele negócio preto em sua mão, se socar alguém causasse tanto estrago daquele jeito, nunca mais socaria, optaria por chutes e cotoveladas.

— É meia-noite, seus pais não estão preocupados?

Bella bufou, dando de ombros.

— Você está com fome? — Ela perguntou e ele negou com o rosto. — Ah qual é, eu sei que você está. Eu mesma estou faminta, podemos parar em algum lugar para comer antes de ir para casa? Só tem folhas lá…

— Não estou…

— Não vou comer sozinha. Se quiser, fique dentro do carro.

Deixou que Edward dirigisse mais uma vez ao lhe levar a uma pizzaria que ela indicara o caminho e procurou seu celular dentro da bolsa só para garantir a ele que ninguém lhe ligara ou estava desesperado a sua procura. Eles não ligavam se ela chegasse tarde, na verdade sempre que chegava de um jogo quase todas as luzes estavam apagadas e eles já estavam dormindo. Charlie ia dormir cedo e Renée lhe seguia, apesar da preocupação com a filha.

Depois de protelar por alguns segundos, ele saiu do carro e seguiu a garota que sequer olhou para trás ao abrir a porta. Estava com fome, sim, só que não lhe parecia certo sair com ela quando já deveria estar indo para sua casa. E apesar disso tudo, tinha a desculpa que ela lhe puxara para a pizzaria para dizer a Charlie caso ele lhe desse uma bronca sobre a ética no trabalho.

Ela se sentou em uma mesa lá no fundo e o rapaz não entendeu o porquê de início até algumas pessoas virarem o rosto para olhá-la com interesse. Claro, Charlie era uma pessoa que aparecia quase sempre na televisão, seja em avistamentos públicos como também em vários comerciais que ele fazia eventualmente. Isabella por ser sua única filha também era vista com ele e era dessas fotos que as pessoas a conheciam. Ela era bonita demais para ser esquecida tão facilmente.

— Você veio. — Ela sorriu largamente quando o observou puxar a cadeira que estava a sua frente e se sentar.

Ela sorriu. Mostrou os dentes, tanto faz. Independente do que ela tenha feito, foi tão raro e livre que Edward permaneceu por uns segundos olhando-a, tentando entender se não tinha sentando-se a mesa com uma garota diferente com qual ele viera. Bella, por outro lado, sustentou o olhar dele, indagando-se com as sobrancelhas franzidas o porquê daquele olhar insistente, surpreso e maravilhado.

— Já querem pedir? — O garçom perguntou, interrompendo a troca de olhares duvidosa que eles trocavam.

— É, hum, sim. — Novamente, jogou os cabelos sobre o ombro para que ao virar o rosto para o garçom, Edward não visse a cor em suas bochechas. Não estava acostumada a que lhe olhassem por tanto tempo, normalmente perdiam o interesse assim que o olhar entediado dela pousava no observador. — O que você quer? — Pediu que o rubor em suas bochechas já tivesse saído.

— Pizza, talvez? — Ele franziu o cenho.

— Eu vou querer uma porção grande de batata-frita e uma pizza de… — Olhou para Edward novamente, os olhos especulativos.

— Atum.

— Certo, Atum e duas latas de Coca-Cola. — O garçom assentiu e driblou as mesas, afastando-se dos dois. Bella voltou sua atenção para ele. — O que te levou a sair do carro? Pensei que não estivesse com fome, assim como me disse.

— Seria má-educação minha te deixar sozinha… você ainda tem o pulso esquerdo intacto, afinal de contas. — Um sorriso sarcástico nasceu no rosto dela enquanto a via prensar os lábios, bufando um riso logo em seguida.

Ela planejava comer somente a batata frita por causa de sua mão direita ainda dolorida e Edward, indignado por estar comendo uma pizza gigantesca sozinho, sugeriu — praticamente obrigou — que ela o ajudasse a terminar alegando que não conseguiria terminar. Sem escolhas, Bella deu um jeito de pegar o garfo com a mão esquerda e o enfiar na boca antes que fizesse o favor de derrubá-lo contra o prato.

Destros nunca se acostumariam em agir como canhotos, esse era o grande problema de Isabella. Foi um tipo de vitória particular quando ela terminou de comer o seu segundo pedaço e declarou que, daquela vez era sério, não aguentava botar mais nada para dentro. E depois de comerem, desataram a conversar coisas sem sentido e só pararam quando os olhos do rapaz — encantado com a garota a sua frente — pararam casualmente no relógio que tinha em seu pulso.

Estava morto, demitido e esquartejado! Eram duas horas da madrugada e estava tão desperto que poderia continuar falando por toda a noite se estivessem em outra ocasião, mas não, não. Isabella não era uma garota bonita e — surpreendam-se — boa de papo qualquer, ela era a filha de seu chefe que já teria notado a ausência da primogênita. E estaria raivoso com a demissão do rapaz em suas mãos.

— Bella… — Ele murmurou. — Nós temos que ir.

— Você se preocupa demais, sabia? Charlie não liga para a hora que eu chego em casa, seu emprego está a salvo. — Assim como fez alguns minutos antes, repuxou os cantos dos lábios em um simples sorriso. — De qualquer jeito, é melhor irmos agora… você tem que acordar cedo amanhã e eu também.

Ela percebeu que estava com sono somente quando chegou ao carro e encostou a cabeça no vidro, sentindo seus olhos pesarem. Estava parcialmente consciente quando Edward saiu do carro, demonstrando que já tinham chegado a casa dela. Ele foi gentil o bastante para ligar a luz da garagem escura e lotada de carros desnecessários, tudo isso porque se tinha poucos espaços entre eles e ela podia bem tropeçar. Um meio sorriso como agradecimento e ele teria percebido o valor daquilo se percebesse o quanto ela não sorria por qualquer coisa.

— Obrigada. — Ela disse assim que o viu vestindo o casaco de couro, procurando as chaves de sua moto.

— Por…?

— Por ser gentil comigo. — Ela deu de ombros.

Edward apenas fez sorrir tortamente, subindo em sua moto e logo dando partida. Ela não perdeu tempo o observando desaparecer na rua já que um dos seguranças logo fechou a porta quando ele partiu. Odiava o excesso de proteção que lhe rondava. A rua já não era segura demais? Não poderia olhá-la um pouco mais? O fato de serem duas horas da manhã não afetava em nada, pelo menos ela pensava isso.

Seu corpo meio que a puxou na direção da banheira, mas não deixou a tentação lhe vencer, tinha de tomar um banho rápido e ir dormir. Fez esforço para não molhar o pulso enfaixado e prensou os lábios quando foi se vestir. Não era nada fácil colocar uma blusa ou uma calça moletom só com a mão esquerda e era reflexo para ela usar as duas para levantá-la. Desistiu daquilo por impaciência, jogando-se na enorme e fofa cama de casal somente com uma blusa de mangas compridas e uma calcinha.

Adormeceu em apenas segundos. Isabella descansou pouco, teve a impressão de ter fechado os olhos de madrugada e ter se acordado dois segundos depois, sendo de manhã e estar atrasada dez minutos. Depois de bufar e revirar os olhos, Bella correu para o banheiro, tomando banho com pressa e só olhando para o seu maldito pulso quando sentiu as faixas molharem.

— Nunca mais soco alguém. — Resmungou.

Ela tentou enxugar com a toalha, mas não teve tempo para isso quando viu que já eram sete e meia da manhã. Vestiu-se ignorando a dor e calçou os sapatos dentro do quarto, andando de volta para o banheiro e passando uma escova em seu cabelo armado. Amarrou os cadarços na escada com sua bolsa pendendo em um ombro, ela não tinha tempo para essas futilidades quando se atrasaria para o primeiro horário.

Sentou-se ao balcão da cozinha e colocou seu braço direito em cima do mesmo, pegando o maldito kit de primeiros socorros e procurando mais faixas dentro do mesmo. Foi fácil achá-las, difícil foi amarrar somente com uma mão aqueles trapos que não queriam cooperar com o esparadrapo. Até que gentilmente mãos pálidas apareceram em seu campo de visão, substituindo as suas com muito mais agilidade ao amarrar.

— Bom dia, Bella. — Riley a cumprimentou enquanto comprimia os dois pedaços juntos e juntava-os com um esparadrapo branco.

— Você sempre me salva. — Suspirou ela. — Obrigada. Onde esteve ontem? Te esperei para irmos ao jogo dos Lakers — Pegou dois cookies dentro de uma caixa e andou até a sala.

— Não pude vir, me desculpe. — Ele murmurou. — Eu escutei falar que foi uma vitória arrasadora contra o Miami Heat.

— Foi! — Bella disse sorrindo. — Você perdeu.

Poderia ter passado pela sala numa boa se não tivesse percebido a presença de mais pessoas que o normal dentro de sua casa, a maioria fardados de policiais e sentados ao sofá enquanto conversava com Charlie. Ele não parecia nada feliz ao escutar o relato deles e percebendo isso, ela tentou passar sem ser notada, mas seu pai, raivoso e roxo, mandou que ela ficasse onde estava.

— Pode me explicar por que esses policiais estão aqui por causa de você, Isabella? — Mas ele já sabia a resposta. 


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Notas finais do capítulo

A casa caiu, Bella! Corre para as colinas! ♥ HAUSHAUSHAUSHA, comentem, sim? Prometo que respondo os reviews de vocês amanhã! Beijos ♥