Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 3
II. Surpreendente.


Notas iniciais do capítulo

Gente! Mil desculpas pela demora no capítulo! Eu estou super sem tempo, por isso estou demorando a postar, assim que chegar hoje de noite respondo os reviews de vocês, ok? Obrigada de coração a quem comentou! Sério ♥ é isso que me faz continuar a postar! Beijos, espero que gostem!



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Isabella fez questão de dirigir, embora fosse contra a ordem expressa por Charlie. Ninguém colocava as mãos naquele seu carro e era uma raridade que alguém sem ser Riley estava sentado no banco de passageiro. Gostaria que as coisas continuassem como estavam, não suportava perceber Edward ao seu lado, olhando para frente com fixação, parecendo evitar seus olhos.

Bella não só evitava os olhos dele como também ele em um todo. Não acreditava que iria gastar sua entrada especial com aquele babaca que sequer conhecia — e não tinha vontade nenhuma de fazê-lo. Ele já demonstrara o quanto era desprezível em apenas umas palavras que lhe foram direcionadas. Se o rapaz, no entanto, não tivesse lhe tratado com tanta dureza mais cedo, ela poderia reconsiderar seu ponto de vista sobre ele.

— Espero que não seja dos Celtics — Isabella disse enquanto puxava a chave e abria a porta, olhando para Edward que ainda continuava parado.

Por que ele era tão… lerdo? Se demorassem mais um pouco as entradas estariam lotadas de torcedores e se tinha uma coisa que a garota odiava eram multidões suadas e excêntricas. Alguma coisa dentro dela sentia repulsa e medo ao mesmo tempo. Sim, tinha consciência que muitas pessoas agiam desse jeito dentro dos estádios, mas era outra coisa. Tinha alguma coisa na estrutura que a acolhia e a fazia nunca querer sair de lá.

— Na verdade eu sou dos…

— Você é dos Celtics? — Ela indagou, a expressão chocada e enojada ao virar-se para ele e o ver com as mãos dentro do bolso da calça.

— Sou…

— Argh! Não vou gastar meu ingresso com você, prefiro vê-lo ficar inválido a gastar com alguém que…

— Só estou tirando uma com a sua cara, Isabella. — Levantou as mãos em rendição — Sou dos Lakers. Quem não é, afinal?

— Que engraçado! — Ela exclamou sarcasticamente. — Estou me matando de rir, não está vendo?

Edward teve que soltar uma risada com a falta de humor da garota que estava sendo forçado a acompanhar. Ela o olhou com a expressão fechada, demonstrando que não estava achando graça alguma naquela situação e andou na frente dele, segurando os ingressos com força na mão, temerosa em dar um deles. Ele não merecia aquilo, merecia? Tratara-a tão mal na tarde e agora estava usufruindo de seu dinheiro.

A garota relutantemente entregou os dois pedaços de papéis duros e colorido de amarelo e roxo sem olhar para eles, tentando mentalizar que poderia descontar sua raiva quando chegasse a sua casa nos travesseiros. Não tinha que fazer isso na cara de Edward já que ele tinha a vantagem da altura e ela a de ser faixa preta. Poderia derrubá-lo facilmente se quisesse, mas não. Odiava confusões, odiava confusões, odiava confusões — repetiu para si mesma.

O rapaz não pôde deixar de olhar para as costas dela quando ela passou por si, indo direto para a entrada do estádio. Ela tinha costas bonitas e uma cintura que pensou em tocar só para saber se era real. Sim, estava atraído por ela. Sim, odiava seu jeito. A cintura dela estava mais fascinante que o normal pela camisa larga dos Lakers prender-se em um nó ao lado, deixando uma linha da pele branca a amostra. E a calça justa demarcava bem as suas nádegas também atraentes, as coxas e as canelas. Você não pode fazer isso, não pode sequer pensar.

Seguiu-a quando ela olhou para trás, indagando com os olhos de um modo petulante o que ele estava fazendo parado como um idiota. O incrível era o fato de Isabella não escolher um daqueles lugares que lhe custavam o olho da cara de tão caro que era, ela havia pegado um que qualquer pessoa poderia pagar sem problemas algum.

— Por que…?

— Mais outro pra me perguntar isso, meu Deus! — Resmungou ela revirando os olhos. — Por que eu escolhi esse lugar se eu posso pegar aqueles reservados? Lá é muito morgado, já fui com Charlie e não gostei.

— É confortável.

— Não parece que estamos em um jogo de basquete de verdade. — Ela cruzou as pernas e colocou a bolsa entre ela e Edward, um sutil aviso que não o queria muito perto.

Estava fazendo calor dentro do estádio por isso Isabella mexeu várias vezes no rabo-de-cavalo, modificando-o e tentando o melhorar a seu favor. Até que decidiu que ele ficaria melhor enrolado, mesmo que ficasse feio e várias mechas de seu cabelo caindo sobre o rosto. Sua nuca estava suando e odiava aquela sensação. Tudo ficava grudado e nada estava ventilado o bastante.

Edward estava distraído demais para notar o calor excessivo, estava começando refletir sobre mais cedo. Foi um idiota com Isabella, sequer a conhecia para tratá-la daquele jeito e percebia o risco enorme que tinha de encontrar o olho da rua no outro dia se ela decidisse falar para o seu pai. E mesmo tendo todos os motivos para isso, não o fez. Aquilo também o surpreendeu e o fez repensar todos os seus preconceitos.

Ela não era a pessoa que se chamava de “legal”, na verdade ela poderia ser considerada chata para valer se ninguém a observasse com a atenção — e nunca o faziam verdadeiramente. A bondade dela estava nas pequenas coisas que ela optava por não fazer. E além do mais seu complexo de força chegava a ser engraçado para Edward, assim como sua falta de humor evidente. Estava grato a ela, afinal de contas.

Quando chegou a casa Swan, jurava que todos seriam esnobes com ele, e com o mínimo sinal disso em Isabella, ele se retraiu e foi mais agressivo do que o pretendido. Pôde perceber que ninguém a tratava daquele jeito pela expressão minimamente chocada dela, no entanto ele era orgulhoso o bastante para não voltar atrás em uma decisão. E não voltou. Foi áspero com ela do início ao fim.

— Isabella?

— Bella. — Ela disse. — Só Charlie me chama de Isabella e ele está constantemente raivoso comigo, então pode me chamar de Bella como pessoas calmas fazem. A não ser que você não seja calmo. — Ela mexeu os ombros e quase sorriu. A garota virou o rosto para frente quando percebeu o que estava fazendo e pressionou a boca, forçando-a a não se mexer sem ser para falar.

— Bella. — Edward testou as palavras nos lábios e sorriu tortamente quando ela voltou o rosto para ele, já isento de qualquer camaradagem. — Me desculpe por hoje.

— Tudo bem.

— É sério. — Ele reforçou porque ela não parecia o tipo de pessoa que aceitava desculpas tão facilmente. — Me desculpe, eu não sei o que deu em mim… — Realmente era uma péssima pessoa quando se tratava de pedidos de desculpas.

— Talvez estivesse afetado pelo fato de estar limpando a piscina em vez de estar fazendo a segurança. — Bella foi rígida com seu rosto, não deixou sequer as bochechas se erguerem em uma sugestão de sorriso. — Tudo bem, eu já disse.

— Tudo bem entre nós, então?

— Claro. — Ela deu de ombros. — Você está com medo de ser demitido ou de eu falar algo pro meu pai… é completamente normal.

— Não pedi desculpas por causa disso.

— Ah — Precisou de alguns segundos para refletir sobre aquilo. Pessoas nunca ligavam para os seus sentimentos, por que seria um mero segurança a fazer isso? — Eu não sou do tipo que se magoa facilmente.

— Aposto que já se magoou muito para chegar nesse estágio.

— Você é o quê? Psicólogo disfarçado de segurança? Ah Deus, só faltava isso, Renée disfarçando alguém para fazer as sessões funcionarem.

— O quê? Não! — Ele se apressou a negar. — Você vai para o psicólogo? — Edward indagou com um sorriso na voz incrédula.

— Não que seja da sua conta. — Observou por um instante as sobrancelhas franzidas dele e voltou o rosto para frente, prensando os lábios novamente.

Não gostava de conversar com pessoas por causa desses fatores irritantes que eram as perguntas e a dedução. Então virou seu rosto para a quadra e observou com um interesse forçado às pessoas tomando os lugares que elas achavam apropriado e enquanto o jogo não começava, viravam-se e conversavam como pessoas normais faziam quando se estava entre duas ou mais pessoas.

Elas conversavam de um jeito tão livre quanto Bella nunca seria capaz de fazer. Observando o sorriso gigantesco e as risadas altas daquelas pessoas, ela pensou que estava perdendo grande parte de sua vida naquela monotonia agressiva. Gostaria de sorrir e conversar livremente, bater palmas ou chorar de tanto rir. Imaginava como seria a sensação, se era extremamente boa como faziam parecer, se havia algum problema, se eles não sentiam vergonha de rir tão espalhafatosamente.

Pareceu atrativo viver desse jeito, beijar com sorrisos no rosto como alguns casais faziam, sussurrar coisas bonitinhas ou maliciosas, do tipo “Você não me escapa quando chegar em casa” e todas essas besteiras. Agora ela entendia que sua visão de ver o mundo era ridiculamente desinformada, pessoas faziam sexo porque ambas se satisfaziam, não era apenas porque um se satisfazia do outro que não sentia nada em troca. Ambos sentiam e queriam.

Não que estivesse pensando em fazer isso com alguém, ainda permanecia não querendo ser tocada ou beijada. Ninguém nunca a fez ter esse desejo. Claro, claro que já beijaram, mas isso foi antes. Antes quando sua vida não era tão amarga. Foram beijos cheios de saliva e escondidos porque eram novos demais para estarem fazendo aquilo, Bella não gostava de pensar naqueles desastres.

Embora tivesse muita chance de ser beijada por algum garoto da escola, sempre dava alguma resposta grossa quando lhe sugeriam aquilo. Todo mundo achava que ela era esnobe por seu pai ser podre de rico e todas essas besteiras que pensam das pessoas quando estas mesmas são ricas, mas não era. Simplesmente sentia nojo das mãos deles, por onde elas passaram?, Nojo dos lábios, quem eles beijaram?

— Que demora para começar. — Edward resmungou cruzando os braços, fazendo os olhos de Bella saírem da tabela e irem para ele.

— Você é muito impaciente.

— Saímos cedo demais.

Eu saí cedo demais, você só fez me seguir. — Ela disse. — Eu ainda não acredito que Charlie te colocou para me vigiar, céus! Isso é tão… — E depois soltou meio que um rosnado exasperado.

— Pelo dobro do salário eu aceitaria até beijar o chão que você passasse. — Ele respondeu.

Bella o olhou por um instante e finalmente permitiu um sorriso desafiador nascer em seu rosto, erguendo os cantos de seus lábios enquanto o fitava com as sobrancelhas erguidas. Edward poderia ter exclamado um “Consegui!” orgulhoso de si mesmo, mas diante daquele sorriso que ela soltou, percebeu que tinha falado merda. Poderia ter achado um sorriso dela milagroso e esperar que ela não fizesse aquilo até o ano novo diante de seu humor, porém a periculosidade dele o distraiu.

Ela poderia ser comparada a aquela garotinha da família Adams sem muito trabalho, sendo desta vez da família Swan — a família que inspiraria a criação de um novo filme de terror/comédia que faria sucesso em todos os países. Isabella Swan seria a principal, quando ela sorrisse coisas más aconteceriam.

— Faça isso e eu o triplico.

— Eu não acredito em você. — Declarou Edward.

— Você está perdendo a chance de sua vida. — Bella disse, virando-se com tédio para fitar a quadra. — Às vezes perdemos uma chance a qual pode nunca mais acontecer por desconfianças infundadas, Edward. Todo mundo confia em mim, por que você não o faria?

— Seu pai não confia em você. — Ele comentou casualmente, sorrindo, presunçoso.

— Ele não confia em ninguém.

— Ele confia em mim.

— Você que acha isso. — Murmurou e continuou com o olhar perdido. — Ele não confia sequer em Renée.

— Você não a chama de mãe? — Ele franziu as sobrancelhas e se inclinou para frente, procurando os olhos dela.

— Você é sempre tão curioso, não é?

E depois os jogadores entraram na quadra, todos apaixonantes demais para Bella pensar em tirar os olhos deles pelo tempo que fosse. Suspirou de felicidade e se apoiou em uma mão, observando o juiz dar todas as informações para logo em seguida eles entrarem em ação. Os Lakers estavam jogando contra um time não muito importante, mas seu estádio estava parcialmente cheio pelos torcedores fanáticos.

Isabella não era louca o bastante para levantar e gritar palavras de incentivo ou até mesmo gritar em êxtase quando eles faziam algum ponto, ela fazia isso dentro de sua mente. Não gostava de se mostrar muito animada na frente de alguém, parecia… patético demais para a percepção crítica dela. Edward quem era de comemorar e se levantar em expectativa quando algum jogador estava perto de fazer alguma cesta.

Teve uma vez em que ele se virou para a Bella, sorrindo largamente e com a expressão tão afetada quanto a de uma criança feliz.

— Você viu isso? VIU ISSO? — Ele gritou.

— Sim, Edward, eu vi. — Bella disse paciente.

Perguntou-se quantos anos talvez ele tivesse. Dezenove ou vinte? Parecia ter menos com essas atitudes animadas, no entanto Bella deixou o assunto de lado em sua mente para poder prestar atenção em todos os detalhes do jogo. Gentilmente, Edward se ofereceu para ir comprar a água, no entanto voltara com uma sacola de doces e duas garrafas Coca-Cola presas às mãos.

— Obrigada. — A garota disse realmente grata quando ele lhe entregou uma das garrafas e um canudo, junto com a sacola de doces. Quanto tempo fazia que ela não comia aquilo?

Depois que o jogo excêntrico de basquete terminara, Bella foi a primeira a sair, evitando os tumultos que a agoniavam. E como Edward era lento e atencioso demais para sair sem conferir se não estavam esquecendo-se de nada, pela quantidade de pessoas que saiam ao mesmo tempo, se perdeu dela. Com um casaco feminino nas mãos, ele saiu a sua procura, esticando o pescoço para achá-la.

Já Bella somente fazia o esperar encostada ao carro quando um desses marginais passou por perto dela, olhando-a maliciosamente e voltando alguns passos, passando os olhos por todo o corpo dela. Ao mesmo tempo em que as bochechas dela coraram, ela sentia a vontade de socar-lhe o rosto para pedir gentilmente que ele parasse de fazer aquilo crescendo dentro de si com um calor conhecido. Era o calor que ela sentia antes de espancar alguém.

Não que fizesse normalmente aquilo.

— Você é uma delícia, hein. — Comentou ele, aproximando-se dela, pondo os braços nos dois lados de sua cabeça, encurralando-a.

— Acho melhor você sair correndo daqui. — Ela disse, a voz presa por causa de seus dentes trincados pela raiva.

— Não, gostosa. — O rapaz de cabelos escuros e olhos da mesma cor, disse, descendo a mão para passeá-la pela coxa da garota.

— Você tem 3, 2, 1… Vou te deixar sem as bolas. — Ela sussurrou antes de recolher a perna e jogar o joelho contra as partes baixas deles.

Ele se encolheu de dor, pondo a mão na frente da calça, o rosto pálido enchendo-se da cor de um vermelho carmesim. No entanto quando Bella começava não era para parar nem tão cedo e avançou ferozmente para perto do homem, batendo a ponta do cotovelo contra as costas dele. Se ele já urrava antes, começou a fazê-lo com mais vontade e incentivo. A sorte dela era que ninguém estacionara o carro nessa rua, e estava deserto demais para alguém andar sem ser acompanhado.

Ele conseguiu levantar apenas para que o soco fechado e forte da garota chocasse contra o seu rosto. Ela retraiu a mão pela dor que se concentrou na região de seu pulso e franziu o cenho, olhando para o homem que tinha os olhos arregalados, estirado no chão com os olhos fechados. Se ele queria lhe enganar fingindo-se de morto, não conseguiu.

— Além de se engraçar para o meu lado você desloca o meu pulso? — Ela gritou, exasperada, fechando a mão contra o pulso ferido. — Seu bastardo!

Ergueu um de seus pés e com toda a força que conseguiu, jogou-o contra o alto da calça do rapaz. Se estava inchado antes, com certeza naquele momento ficou mais tamanha a pancada. No entanto não foi somente uma vez, uma vez nunca era o suficiente para ela, então continuou o fazendo até que escutou alguém chamando seu nome.

— Bella! — Alguém puxou-a para longe do corpo caído e lhe chacoalhou. — Você vai matá-lo! Você enlouqueceu?

— Enlouqueci! — Ela gritou. — Enlouqueci, sim. Eu só paro quando não tiver nem um pingo de sangue no corpo desse idiota.

Apesar da vontade de rir, Edward procurou no bolso traseiro da calça de Bella as chaves do carro e não entendendo sua intenção, a garota o empurrou para longe, pronto para começar a espancá-lo assim como fizera com o outro.

— Calma. — Ele sussurrou de olhos arregalados, ousando se aproximar. — Eu só quero as chaves do carro.

E suspirando, ela procurou com a mão esquerda — a que não estava fraturada — suas chaves, entregando-as sem hesitar. Não estava com a mente calma o bastante para executar a função que era dirigir sem sair batendo em todo mundo que estivesse no meio da rua.

— Está tudo bem. — Ele a garantiu. — Vamos sair daqui antes que ele chame a polícia.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Comentem, por favor!